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domingo, julho 12, 2020

Hoje Lê-se Muito Mais (mas sem se ter tempo para pensar...)


Nunca digo que hoje se lê menos que ontem, porque é mentira.

As pessoas, de todas as gerações, passam horas e horas, com os olhos presos aos ecrãs curtos dos "smartphones" (sim, poucas pessoas têm apenas um telemóvel, como é o meu caso...), a consumir imagens e palavras, que lhes chegam de todos os lados, em segundos.

Esta "inundação" de informação dos nossos dias quase que nos faz viver "atolados" quase até ao pescoço, com notícias, mesmo que estas não sejam mais que "fair-divers" (a maioria são volúveis, e até fantasiosas, acabando por nos afastar das coisas que são realmente importantes...).

Como as pessoas cada vez pensam menos (a informação não nos dá tempo nem descanso para isso...), nem sequer se dão ao trabalho de perceber essa coisa simples, de que receber informação não é a mesma coisa que receber conhecimento. 

Aliás, o conhecimento não é algo que se recebe, sem se ter qualquer reacção. O conhecimento só se adquire depois de "digerirmos" bem a informação que recebemos, de a pensarmos, de a questionarmos, e claro, de a percebermos...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

domingo, outubro 27, 2019

Este Mar de Enganos, em que Navegamos...


Toda este mundo virtual que nos invadiu a vida, cheio de boas informações (ainda há pouco estive a ler sobre a vida de uma extraordinária mulher, chilena, que nos deixou aquela que é considerada a mais bela canção da língua espanhola - falo da Violeta e de "Gracias a la Vida"...), também é um mar de enganos... com os mesmos perigos de um verdadeiro oceano (sim tem tubarões e adamastores...).

Todo este "teatro da vida"  é de tal forma ilusório, que até nos permite entrarmos num "filme" (ao nosso gosto) e sermos outra coisa, mais bonita, mais atraente e mais interessante...

É também por isso que deixo por aqui o belo poema, que durante muito tempo foi divulgado como da autoria da nossa Sophia (quase a fazer cem anos...)

O Mar dos Meus Olhos
  
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
... Da praia onde foram felizes
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os Homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes
e calma.


Adelina Barradas de Oliveira

Porque mesmo tendo mudado de autora, o poema da Adelina, não perdeu a beleza...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)

quarta-feira, julho 10, 2019

Repetimo-nos Mais Vezes do que Pensamos...


Eu sabia que me repetia de vez em quando por aqui, mas nunca pensei que fosse tanto (andei à procura de algo que escrevera e descobri coisas, que se me dissessem, não acreditava às primeiras...).

Talvez o problema seja esta mania de escrever praticamente todos os dias, utilizar o "Largo" não só como diário, mas também como "máquina de jogos de palavras". E como já são mais de doze anos, acaba por me levar, invariavelmente, para as "repetições", até porque não mudamos de opinião, de um dia para o outro, isso é mais para os "comentadores televisivos"...

Com as imagens passa-se a mesma coisa. De vez em quando lá repito uma fotografia, sem me aperceber...

(Fotografia de Luís Eme  - Ginjal)

quarta-feira, maio 15, 2019

Chegar (ou não) Tarde aos Sítios...


Há pouco, ao escutar algumas palavras pela rádio, pensei numa outra coisa, com um sentido completamente diferente, muito mais abrangente que um simples dia, ou apenas 24 horas das nossas vidas...

Olhei para trás e senti que por ter chegado mais tarde a alguns lugares, esse "tempo" (perdido ou não...), acabou por condicionar quase tudo.

Foi o que se passou com o jornalismo, onde já cheguei  com 28 anos (embora já escrevesse diariamente, para mim...). 

Por sentir que não estava num "porto seguro", fui fazendo sempre outras coisas. E não estou nada arrependido das minhas decisões, de ter seguido outros caminhos. Posso ter ganho menos dinheiro, mas fui sempre mais livre...

O afastamento de alguns amigos das redacções fez-me perceber que se envelhece cedo demais na profissão. E que a experiência e o saber, em vez de serem utilizados como uma mais valia junto dos mais novos, acabam por ser encarados quase como uma ameaça, para quem chega a chefe de redacção ou a director.

Pior mesmo só este tempo de indecisões e de virtualidades, que se tem arrastado nos últimos anos e vai "matando" lentamente os jornais de papel... Quem esteja atento sabe que hoje as pessoas entram nas tabacarias, sobretudo à procura da sorte. Sorte que tanto se pode esconder dentro das raspadinhas como nas máquinas que registam os jogos. Os jornais e as revistas servem quase só como decoração, quem sai e entra, olha para as capas apenas de relance. Só pára quando é surpreendido (coisa rara nos nossos dias...).

Embora ouça menos rádio do que devia, gostei de sentir que a "telefonia" além de nos fazer sorrir e cantar, também nos faz pensar (e escrever...).

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

quinta-feira, maio 02, 2019

Conversas, Queixas e Coisas Loucas...


Nos últimos tempos ouço muitas queixas sobre os outros, essa imensidão de gente.

Reparo que fico mais vezes calado, também com pouca vontade de ouvir. Sei que me falta aprender a levantar das cadeiras ou bancos, atrás de qualquer coisa imaginária, deixando os outros de boca ou de olhos abertos à espantalho...

Falando mais a sério, acho que não mudámos assim tanto. O que mudou foi o "mundo à nossa volta".

Sim, faz-me confusão escutar algumas pessoas que têm o facebook, a dizerem mal desta rede social. É quase como as pessoas que gostam tanto de espreitar pelo buraco da fechadura, como de criticar o que vêem...

Sabia que podia ser possível chamar "puta" a uma mulher dentro de oitenta comentários, utilizando oitenta palavras diferentes. Mas não acreditei. A imaginação é outra coisa... Mais parecida com querer ter asas e voar.

Mas não deixa de ser triste, que a cobardia comece a ser mais celebrada que a coragem, da mesma forma que a mentira tente deixar de ter pernas curtas...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)

terça-feira, março 05, 2019

A Efemeridade das Coisas Dentro do Nosso Olhar


Andamos a fazer tudo para que o mundo nos fuja dos pés. 

Isso não acontece apenas graças ao nosso comportamento perante a natureza (continuamos a fazer "guerra" a tudo o que mexe e não controlamos...). Acontece sobretudo pela forma como transformámos o nosso dia a dia, ou deixámos transformar (cada vez lhe introduzimos mais "velocidade"...).

Já tinha pensado nisso várias vezes, mas nunca tinha feito a ligação dos meus pensamentos à realidade, como o fiz ontem.

De repente parei e durante cinco minutos fiquei a olhar com atenção para toda a gente que estava à minha volta.  Reparei que nem uma só pessoa olhava para as coisas de uma forma contemplativa. Limitavam-se a disparar vezes sem conta os telemóveis e a colocar as coisas "bonitas do mundo" lá dentro, fechadas. E depois passavam para outro "capítulo"...

Sem aprofundar muito a questão, percebi o quanto tudo se tornara efémero. Fotografa-se a paisagem, urbana ou natural, envia-se ou publica-se, e depois esquece-se...

Fiquei na dúvida, se temos medo que as coisas desapareçam, de um momento para o outro, ou se estamos cada vez mais reféns da "ideologia", de que é mais importante mostrar aos outros os sítios onde estivemos, que de nos deliciarmos com eles... 

Pensei ainda que estamos a deixar que as "máquinas" controlem cada vez mais as nossas vidas (e até as emoções...), fazendo com que percamos coisas tão simples, como a  capacidade de olhar, de nos encantarmos com o mundo que nos rodeia...

(Fotografia de Luís Eme - talvez nos falte tempo para nos sentarmos à beira de qualquer lugar, levar umas cervejas ou uma garrafa de vinho, tal como uma viola, ao mesmo tempo que cantamos e nos encantamos com o que os nossos olhos vêem... - Ginjal)

sexta-feira, dezembro 21, 2018

Populismo? Não, Obrigado!


A resposta dos portugueses aos muitos convites para vestirem coletes amarelos hoje (que falta de imaginação...), foi a que se esperava (ou a que eu esperava).

Se por um lado, os revolucionários das "redes sociais" continuam a ter alguma dificuldade (e medo) em entrar no mundo real, por outro, as pessoas não gostam muito de protestar apenas porque sim.

Já se sabia que a "anarquia" da organização deste movimento, poderia ser aproveitada pelos nacionalistas do "cabelo rapado, botas da tropa e vivas ao salazar", para tentarem tomar conta dos acontecimentos e dar nas vistas, especialmente na Capital, onde se sabia que as televisões iam estar atentas (coitadas não tiveram grande espectáculo, apesar das várias tentativas de dar voz aos "revolucionários" para as câmaras...). E parece que sim (até tentaram ficar "cativos" dos guardiões do poder), que foi, pelos testemunhos de alguns participantes, que se queixaram de ser "ameaçados de morte"...

Quem deve ter tido pena de não participar, foi a nossa (salvo seja) Assunção. E o amarelo até lhe fica bem...

(Fotografia de Luís Eme)

sábado, outubro 06, 2018

Equilíbrio...


Equilíbrio é o que me sugere esta fotografia (penso que já publiquei uma parecida...).

Algo que falta cada vez mais, um pouco por todo o lado. Nem é preciso falar das redes sociais (onde se usam cada vez mais os "megafones"...) ou das caixas de comentários dos jornais e blogues.

Basta andar por aí e mudar de rua nas passadeiras, para perceber que uma boa parte dos condutores olham para os peões com cara de "buldogue", apenas porque lhe interrompemos a marcha.

Do mundo nem é preciso falar. Os EUA passam o tempo a fazer o pino. Mas os exemplos da Venezuela e do Brasil na Latina-América, não são melhores. 

E depois temos a Europa, que gosta de ser paternalista e de fingir solidária, ao mesmo tempo que pisca o olho aos nacionalismos e populismos, que continuam a crescer, numa "ocupação quase silenciosa"...

(Fotografia de Luís Eme)

segunda-feira, setembro 24, 2018

A (não) Leitura de Jornais...


Não sei se existe alguma fórmula certa, muito menos se há "salvação", para o jornalismo, pelo menos no sentido clássico em que o conhecemos, com a notícia a ser mais importante que o sujeito...

Há quem compre e leia jornais, quase por teimosia e vício (pertenço ao grupo...). Mesmo que saiba que já não o consegue ler da primeira à última página, ou da última para a primeira.

Não sei se culpe a "internet", o "jornalismo", ou os "tempos de hoje", sei apenas que estamos a perder concentração, paciência e interesse pelo que acontece por cá e no mundo...

(Fotografia de Luís Eme)

terça-feira, julho 17, 2018

Quando a Inteligência, a Esperteza, a Demagogia e a Alegria (aparente), Sabem a Pouco...


O Governo de António Costa e a "Gerigonça" será um dos grandes casos de estudo político, nos próximos anos, graças ao "milagre" da sua manutenção no poder e também pela quantidade de adjectivos (muitas vezes antagónicos...) e de substantivos que faz despertar em cada um de nós.

Percebemos no trabalho, nas escolas, nos hospitais nos super-mercados e nas ruas, que a nossa vida, dia após dia, se vai tornando cada vez mais difícil. Uma maior parte de nós há quase uma década que não vê os ordenados e pensões aumentados. Ao mesmo tempo que tudo à nossa volta vai aumentado, desde os bens essenciais, às rendas e aos combustíveis.

Mesmo assim, o Governo e o primeiro-ministro fingem que está tudo bem.

As únicas vantagens que noto são o aparente bem estar social, devido à "alegria postiça", que começa e acaba com os sorrisos do Costa e de toda a sua "corte de seguidores", que nos deixam com a sensação de que passam mais tempo a "vender sonhos" que a governar...

Eu sei que, apesar de tudo, é preferível  viver neste "aparente paraíso", que no país do "Passos e da Troika", em que, além de mandarem os nossos filhos emigrar... difundiam um orgulho (quase salazarento), de irem mais longe que a troika", enquanto iam destruindo, despedindo e retalhando o país.

Mas é bom que "os costas" comecem a fazer coisas realmente importantes e úteis para todos nós, especialmente na saúde, na educação, no trabalho e nos transportes.

Até porque o "estado de graça" alimentado pela "governação com sorrisos" e pelos acasos que têm alimentado a comunicação social (os "brunos", os "meninos da Tailândia" e os "mundiais"...) começa a ter os dias contados.

(Fotografia de Luís Eme)

sábado, maio 05, 2018

Sorrir com o Nosso Jornalismo (Comprometido)...


Apetece-me começar por falar novamente do João Sousa, que voltou a ganhar hoje a um jovem grego e é finalista do Estoril-Open. Grande João! 

Mas não é sobre isso que me irei debruçar.

Vou escrever sim sobre uma crónica publicada ontem no diário "A Bola", assinada pelo Bonzinho (os nomes muitas vezes são enganadores...), cuja capa "despachava" o Rui Vitória para as Arábias - percebia-se nas entrelinhas que adivinhavam a derrota do Benfica no "derby", ainda antes dele se realizar -, onde o jornalista faz um verdadeiro "tratado" sobre a emoção, por gostar pouco da "indiferença" do treinador do Benfica (cuja normalidade do discurso e da postura chocam com o "jogo de emoções"...). Realmente Vitória é demasiado sóbrio, especialmente para quem gosta de vender jornais à custa de "vendedores de banha da cobra"...

Acho piada a estes jornalistas que acham ter o poder de "despedir treinadores", tal como outros colegas na política, pensam ser capazes de "demitir ministros"...

O mesmo diário tem outro jornalista engraçado (Guerra), que sempre que pode deita abaixo Jorge Jesus, como se o treinador não possuísse um passado suficientemente valioso para dele se orgulhar e ter vaidade...

O mais curioso é eu gostar dos dois treinadores. E estou convencido que nenhum deles depende do resultado de hoje. O seu presente fala por eles. E como ambos dizem, têm contratos com o Benfica e com o Sporting...

Voltando à sobriedade de Rui Vitória, conheço pelo menos uma dúzia de bons treinadores na história do futebol português, que nunca precisaram de "andar em cima" de frases bombásticas ou de serem polémicos com colegas de profissão, para triunfar nos clubes que treinaram. E o mais curioso é que uma boa parte deles até foram campeões nacionais (cá e lá fora...).

Falo de Cândido de Oliveira, Fernando Vaz, Mário Wilson, Artur Jorge, Manuel José, Jesualdo Ferreira, Carlos Queirós, Vitor Oliveira, José Couceiro, Paulo Bento, Leonardo Jardim ou Marco Silva.

(Fotografia de Luís Eme)

quinta-feira, maio 03, 2018

Conservadorismo & Teimosia


Sei que sou um conservador teimoso. E que também vivo mais vezes do que parece num "outro mundo"... Algo que acontece com quem tem a capacidade de falar com o que não se vê (quando me cruzo com pessoas que falam sozinhas na rua, como eu, penso sempre que elas deviam escrever, embora não tenham ar de o fazer...) e de escrever sobre e com os "seus fantasmas"...

Pensei nisso por continuar avesso a ter um telemóvel daqueles que quase que  fazem as pessoas sair do mundo, talvez por conseguirem o "milagre" de esconderem outras pessoas lá dentro (sim, o meu continua a ser uma coisa pequenina, do século passado, que só serve de telefone...).

Talvez seja uma limitação minha, mas não consigo andar no coração da cidade, sem olhar, ouvir e sentir o mundo...

(Fotografia de Luís Eme)

quinta-feira, dezembro 07, 2017

A Dependência do Mundo Virtual...

Uma coisa é o nosso afastamento voluntário do mundo virtual, outra é deixarmos de ter qualquer sinal, a "net" resolver meter folga, sem percebermos porquê.

Ou seja, nunca tinha estado tanto tempo sem acesso à internet em casa (quase quarenta e oito horas...). Pensava que o problema era do router (passou este tempo todo a piscar), mas afinal foi um desses "curiosos" que anda por aí a instalar estes serviços, que deixou o fio de ligação à minha casa desenroscado...

Se nas férias encaro este afastamento naturalmente (também como férias ...), percebi que as coisas funcionam de forma diferente no nosso quotidiano. Por exemplo, os "e-mails" são mais importantes do que parecem, como factor de comunicação e até de trabalho...

Sem falar dos miúdos, que tinham trabalhos escolares para fazer e tiveram de ir para as bibliotecas das suas escolas.

(Fotografia de Cristiano Mascaro)