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terça-feira, dezembro 10, 2024

Prometer o que não se pode ( e não se quer dar) nas culturas...

A cultura continua a ser o parente pobre das políticas do nosso país.

A maior parte das queixas, que se ouvem aqui e ali, têm razão de ser,  e ainda aumentam quando se trata de governos que apostam mais na propaganda que na acção. Isso aconteceu com António Costa e continua a acontecer com Luís Montenegro. Tanto um como o outro fingem pensar que as pessoas são todas estúpidas, que gostam de comer "gato por lebre" e ainda são capazes de dizer no fim do "repasto: "está tudo muito bom"... 

Sei que eles sabem que as pessoas das culturas pensam pelas suas cabeças. São pessoas que gostam de ler, de conversar e de estarem bem informadas. O seu grande problema é fazerem parte de áreas onde não se produz lucro (felizmente graças ao turismo o património - museus e monumentos - tem sido bastante lucrativo, quase de uma forma natural, sem que tivesse existido uma aposta séria no sector...), porque não existe uma "indústria cultural", nunca houve uma política de desenvolvimento séria.

Os políticos continuam a olhar para a cultura e para os seus agentes, como pessoas que fazem umas coisas giras, boas para usar nas campanhas eleitorais, que entretem outras pessoas e precisam de umas "esmolas". Mas que não podem, nem devem, ser levados muito a sério, até porque podem tornar-se "perigosos". É por isso que também dá jeito tratá-los como "tontinhos"...

É por isso que se aposta muito mais (como em quase tudo que não é lucrativo na sociedade mas pode "dar votos"...) na subsidiodependência que na autosuficiência. Os políticos gostam de "controlar" as pessoas e os grupos que fazem teatro, cinema, dança, pintura, música, etc., dando depois uns "doces" aos que consideram "seus" e uns "coices" a todos outros...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


domingo, novembro 17, 2024

"Vinde a mim, pobrezinhos do mundo..."


Os dias disto e daquilo, sobrepõem-se cada vez mais. Hoje era  dia mundial de pelo menos três coisas diferentes. Apenas vou falar de uma delas, por esta continuar a ser um dos nossos maiores flagelos sociais: a pobreza.

Depois dos tristes anos da "troika" (com o nosso Governo a ir ainda mais longe que essa gente...), o fosso entre ricos e pobres, em vez de diminuir, foi aumentando. Haverá várias explicações para isso acontecer, mas hoje nem me quero focar muito no "capitalismo selvagem" ou nas "más políticas sociais" de um partido, que de socialista só tem o nome, muito menos do seu sucedâneo, que nunca escondeu ao que vem.

Quero falar sim de toda uma indústria que tem florescido em volta dos "pobrezinhos" (sem meter no mesmo saco as associações de voluntários que tentam mesmo ajudar as pessoas...), que gosta de "coitadinhos" e se esforça para roubar a dignidade ao ser humano. 

Indústria que tem a seu lado uma igreja quase moribunda, que também sempre fez a sua "luta" em redor dos "pobrezinhos", e claro, as grandes famílias do poder, que sempre gostaram de distribuir esmolas. Com algumas "esposas do regime" a voltarem a ter a sua "corte de pobrezinhos" a quem dão "pão e agasalhos", e claro, a fazerem o respectivo sorteio, para terem um "pobrezinho" na mesa de Natal...

É por estas pequenas grandes coisas, que se percebe que crescemos muito pouco, como seres humanos. Tenho cada vez mais vergonha de viver numa sociedade que se alimenta e alimenta este "mundo dos coitadinhos", que prefere dar esmolas em vez do pagamento justo pelo trabalho.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, novembro 12, 2024

A quase lenta mudança de regime sente-se nas pequenas coisas (essenciais à vida)


Pensamos em muitas coisas, que esquecemos, porque a nossa cabecinha é demasiado pequena, para dar abrigo a tanta informação, significante e insignificante...

Pensei nisto, quando ouvi uma mulher com idade para ter netos já crescidotes, falar do aumento do custo de vida, dando um foco especial ao preço do pão, na mercearia do bairro.

Não disse nada mais fiquei com o "pão" na cabeça, ao qual somei o "leite".

Vinha a andar para casa e continuei a pensar, neste tempo em que se pensa mais do que se fala. Sabia que era nas pequenas coisas, essenciais para a vida de todos nós, como são o pão e o leite, que se percebe e sente que esta gente que governa, além de ter perdido o bom senso, também perdeu o pudor. Sim, perdeu o pudor, bens essenciais como o pão e o leite estão no "mercado livre", podem ser aumentados semana sim, semana não como a gasolina ou o gasóleo. Acabou-se a sua "protecção", o tempo em que havia algum cuidado, para que pelo menos o pão e o leite, não faltassem aos pobrezinhos.

É através destas pequenas coisas, que percebemos que de uma forma lenta, vamos mudando de regime, abrindo portas aos gajos e gajas que aspiram a ser "donos disto tudo"...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


quarta-feira, outubro 02, 2024

Muita demagogia e pouca razoabilidade...


Não acredito que o PSD tenha qualquer "proposta irrecusável", no bolso, para oferecer ao PS e ver o seu orçamento de estado aprovado no Parlamento. Pretende sim, ficar melhor na fotografia que os socialistas, em todo este processo de negociações.

Desde o começo do seu mandato que os sociais democratas se preparam para novas eleições, usando o dinheiro que o PS deixou nos cofres do estado para minimizar os problemas que os ditos socialistas não quiseram resolver, ao mesmo tempo que ainda oferecem uns "miminhos", como o que deram aos reformados...

Os resultados das eleições europeias, com a queda do Chega, ainda lhes alimentaram mais este desejo de ir de novo para eleições (alguns excessivamente optimistas até sonham com "maiorias"...).

Claro que ainda aparecem uns percalços pelo caminho, como hoje, com os Sapadores Bombeiros. Mas nada que incomode esta gente, capaz de "vender o pai e a mãe", se isso lhes garantir votos e que se mantêm no poder...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sexta-feira, setembro 27, 2024

Dois espaços de eleição para "dar asas" à "estupidez humana"...


Por ter memória, quando faço comparações entre o ontem e o hoje, não valorizo muito a acção humana.

Oiço demasiadas vezes dizerem que "dantes não éramos assim". Claro que a história desmente todas estas teorias de que o passado "estava cheio de bons rapazes e boas raparigas". Sempre fomos (e continuamos a ser...) capazes de fazer coisas horríveis aos nossos semelhantes.

Durante anos e anos, o espaço privilegiado para a "estupidez humana" dar largas à sua revolta e raiva incontida, foram os estádios e campos de futebol (foram os "circos" romanos modernos...). Aquela gente depois de insultar árbitros, jogadores, treinadores e dirigentes, aos domingos à tarde, abandonava estes lugares, de "alma renovada", preparados para mais uma semana de trabalho, quase sempre difícil.

Com o tempo, o futebol foi-se tornando cada vez mais um espectáculo televisivo e menos um lugar de catarse humana.

Isso fez com que algumas pessoas necessitassem de descobrir novos espaços, para "dar asas" à "estupidez humana", para libertarem a "besta" que têm dentro de si. 

E quais foram os lugares escolhidos? nada mais nada menos, que as estradas e as redes sociais.

Quem conduz sabe que as vias, rápidas e lentas, estão cada vez mais perigosas, graças a quem está ao volante. Basta cometermos um pequeno erro, para soltarmos a "ira" de qualquer condutor, menos feliz com a sua vidinha. O mais curioso, é que a buzinadela do costume foi-se tornando insuficiente, dando cada vez mais espaço para insultos, provocações, e até ameaças de agressões físicas (quase sempre por insignificâncias...).

A virtualidade das redes sociais poderia relativizar a "estupidez humana", mas, infelizmente, isso acontece cada vez menos. Demonstram que ainda é possível ir mais longe e descer mais baixo, na escala humana. Porque não precisam de mostrar o rostos para "atacar tudo e todos" e facilmente metem nas suas cabecinhas, "tudo é possível"...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


segunda-feira, setembro 16, 2024

É mais um daqueles dias, demasiado quente e demasiado triste...


O que dizer, num dia como hoje? 

Nada, talvez seja a coisa mais inteligente. 

Não vale a pena continuar a insistir  com os "lugares comuns" do costume, muito menos repetir o retrato do país, que teima em manter os maus hábitos de sempre. 

É mais um dia, daqueles, demasiado quente e demasiado triste.

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)


quarta-feira, setembro 04, 2024

Uma cidade suja gerida por governantes cheios de nódoas e (no mínimo) incompetentes...


Um dos problemas mais graves da gestão autárquica em Almada é à falta de limpeza e higiene das ruas.

Além desta coligação contra natura (PS/ PSD) nunca ter resolvido o problema, apesar das promessas eleitorais - logo no primeiro mandado - conseguiu piorar tudo nas ruas e fazer com que a gestão anterior da CDU, se tornasse um bom exemplo (a todos os níveis).

O lixo não se limita aos contentores, ocupa o espaço público que os rodeia. Fica assim dias seguidos, sem que exista qualquer recolha. E o mais grave, é que não se sente a preocupação de resolver o problema com a população (que também está cada vez menos sensibilizada e acha que pode deitar tudo para a rua...). Este "deixa andar", além de ser grave em termos de saúde pública, é preocupante também ao nível da responsabilidade (que não existe...) política. Teoricamente, o pelouro é da responsabilidade do PSD, mas todo o executivo é responsável pelo que se passa nas ruas de Almada.

E nem vale a pena falar da vegetação que cresce por todo lado, meses seguidos, ou dos buracos nos passeios e nas estradas, que são companhia diária dos Almadenses, em praticamente todas as artérias do Concelho.

Tenho alguma curiosidade em saber o que é que esta gente pensa da sua acção governativa (e nem vou falar da cultura e do associativismo, áreas que me são queridas, onde nunca houve tanta falta de apoio ou de iniciativa...). Provavelmente estão preparados para cumprir mais um mandato e deixar tudo ainda pior, do que está, na actualidade...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quarta-feira, agosto 21, 2024

O problema do nosso País não é o de não se querer trabalhar, mas sim o de existir trabalho a mais...


Já escrevi sobre isso mais que uma vez.

Talvez  a clareza não fosse a desejada...

No nosso país não existe mão de obra disponível para as necessidades da hotelaria, da restauração e da agricultura (mesmo que esta seja sazonal e deixe bastante gente sem fazer nada durante uns meses...). 

Utilizem os "fascistas" o discurso que quiserem (eu sei que é só conversa...), para ganharem os votos das pessoas pequeninas, que não só têm medo de "quem vem de fora", como os culpam de "todos os males do país".

Os capitalistas que alimentam os partidos de direita, são os primeiros a preferirem a "gente de fora" para as suas empresas, porque são sinónimo de mais exploração e mais lucro.

Quem enche a boca com a frase de que "os portugueses não querem trabalhar", devia olhar com olhos de ver para a realidade do nosso País, com uma população cada vez mais envelhecida. Pior que isso, é a relação cada vez mais desigual entre empregador e empregado, empurrando os nossos jovens mais qualificados para fora de Portugal, onde encontram trabalho mais bem pago e com melhores condições, e não a precaridade e a exploração, que são a marca deste país, cada vez mais miserável, que tem tudo para acabar mal, como de costume...

Só não vê quem não quer, que o problema actual do nosso país não é o de não se querer trabalhar, mais sim, o de existir trabalho a mais (em todos os sectores, da saúde à educação, passando pelos serviços...).

(Fotografia de Luís Eme - Caramujo)


domingo, junho 16, 2024

O mundo com "coitadinhos" e com a "gente que só tem direitos"...


Nunca percebi muito bem a quem é que interessa um estado exageradamente assistencialista, como é cada vez mais o nosso. O problema é que à medida que vou procurando respostas, vou descobrindo interesses onde não esperava. Mas a vida é isso...

Sei que quanto mais nos viramos para a direita (a mais clássica, não a liberal...), mais se faz sentir a filosofia de um mundo com "coitadinhos", como se o mundo fosse mais bonito com pobrezinhos e estropiados. Também sei que os socialistas contribuíram para "este estado de coisas", ao evitarem resolver alguns problemas sociais que careciam de alguma urgência, roubando a dignidade a cada vez mais pessoas...

E também se mantém a ligação ao catolicismo mais conservador, que gosta que exista a "esmola", quase como instituição, alimentando a fábula de que os ricos à medida que vão distribuindo umas moeditas aos pobres, "compram" o seu espaço no céu...

Normalmente quem recebe rendimentos mínimos e afins, são as franjas que cresceram (e habitam...) em meios mais pobres, muitos, mesmo jovens, nunca chegaram a terminar o secundário. O mais curioso é a sua filosofia de vida: fazer o mínimo possível e sacar o mais possível ao estado, à igreja ou seja a quem for (fazem da pedincha um modo de vida e são capazes de ir buscas alimentos ao máximo de instituições que puderem, muitas vezes para os venderem, obrigando a que sejam criados sistemas burocráticos, que não permitam estes abusos completamente egoístas). Ou seja, fazem da "esperteza" um modo de vida (só que nós não somos todos estúpidos, como eles pensam...).

E por muito que queiramos proteger ou ajudar esta gente, rapidamente percebemos que não pertencemos a este mundo, onde as pessoas, por serem "pobrezinhas" (às vezes até parece que gostam deste estatuto...), pensam que só têm direitos e nada de deveres...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sábado, junho 01, 2024

Dois exemplos da "cegueira pelo poder"...


Sei que hoje devia ser dia para falar de crianças e não de "criancices", mas os meus filhos cresceram e...

Não me lembro de ver um líder de um partido (PS), depois de perder as eleições (de uma forma notória...) na ilha da Madeira, achar que tem a mesma legitimidade para ser poder que o vencedor das eleições, Miguel Albuquerque, do PSD. 

Talvez o senhor Cafôfo pense que o melhor é acabar-se, primeiro com as eleições e depois com a democracia...

Também não me lembro de ver gente tão agarrada ao poder como o antigo presidente do FC Porto, depois de 42 anos de presidência do clube (foi muito difícil tirá-lo do "poleiro") e agora o treinador da equipa principal de futebol, Sérgio Conceição. Apesar da sua "ambiguidade" (nunca assumiu de uma forma directa a sua saída, embora o seu apoio ao presidente derrotado e a assinatura de um contrato a dois dias das eleições digam tudo da personagem...), é óbvio que ele não quer continuar como treinador. Mas também não quer que seja o seu antigo adjunto, como se este fosse apenas um seu "lacaio", não tivesse valor ou vontade própria.

São dois exemplos do que faz a "cegueira pelo poder", com esta gente a prejudicar de uma forma inqualificável as instituições que dizem "amar até à morte"...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quarta-feira, maio 08, 2024

(se conseguirem, digam ao governo que destruir é o contrário de construir)


Não sei o que vai na cabeça destes "governantes de meia tijela", que já nem sequer vão ao engano, dizem logo através da sua prática diária, que estão aqui sobretudo para "destruir".

Na saúde pediram um relatório com patins ao então director-geral do SNS. Ele fez-lhes a vontade, mas saindo pelo próprio pé, por outra porta. Na Santa Casa da Misericórdia tentaram embrulhar a provedora em papel de jornal já rançoso e amarelado, ao mesmo tempo que lhe chamavam tudo menos Alice. Vamos ver o que vai acontecer nesta e na próxima semana... Na defesa, com a falta de soldados e marinheiros, o ministro pensou que talvez não fosse má ideia mandar para lá os rapazes mal comportados (dando-lhe ainda como bónus, armas...). Toda a gente percebeu que era uma "ideia de caca", menos os doutores Nuno e  Margarida... Mas tudo indica que a "missa" ainda só vai a metade. Nem o chefe da PSP conseguiu escapar a este "vendaval" das demissões e de novas nomeações. Parece que o comandante é bom rapaz e dono do seu nariz, nada que seja da conveniência desta gente estranha que está apostada em "deitar abaixo o castelo"...

Deixo para o fim as finanças, que devem ter um ministro do mais "forreta" que existe, que antes que se veja obrigado a dar o que foi prometido durante a campanha eleitoral, aos médicos, professores, polícias, e demais descontentes, já lançou o alerta que não há dinheiro. Culpa os malvados "xocialistas" de o terem gasto "até ao último cêntimo"...

Com esta gente nada parece estar seguro, em cima ou debaixo da mesa...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sábado, abril 20, 2024

"As donas de casa não são donas de nada"


Gostei de ler (como de costume...) o artigo de opinião de Susana Peralta, no Público" de ontem, intitulado, "As donas de casa não são donas de nada", em que historiou a vida familiar das avós e tias, que acaba por ser comum a muitos de nós, que descendemos de habitantes das aldeias portugueses, onde por exemplo, a electricidade só chegou depois de Abril...

À mulher estava destinado um papel secundário na sociedade. E isso fazia-se sentir logo no acesso ao ensino primário, que se não era para todos os meninos, menos seria para todas as meninas... E nem vale a pena falarmos do ensino secundário ou da universidade...

É muito importante termos memória (mesmo que exista tanta gente a querer fugir dela, por representar uma vida de pobreza...). Foi por isso que gostei de ler a Susana. Sim, as minhas avós, materna e paterna, também não foram à escola. Mas o mesmo se passou com os meus avôs. Claro que eu sou da geração anterior da economista (devo levar-lhe uns vinte anos de avanço...), os seus avós já são da geração dos meus país, que embora fossem confrontados com os mesmos problemas, puderam lutar mais pela aprendizagem, nem que fosse já "fora de horas" (como ela refere em relação a uma tia...).

Não posso deixar de transcrever a parte final do seu texto, que diz muito do que se avançou e também dos defensores do "estatuto da dona de casa": 

«O enorme contraste entre a minha vida e a das mulheres da geração que me precede na família é revolucionário, no sentido Goldiano e no sentido de Abril. Neste lugar de fala que granjeei, penso muito na voz que elas não tiveram: apesar da inteligência e fino espírito analítico de algumas delas, o país decidiu encerrá-las numa vida de donas de casa na qual, na verdade, não foram donas de nada.
A revolução silenciosa de Claudia Goldin demonstra que a participação de pleno direito das mulheres no mercado de trabalho. é a conquista de um lugar na sociedade, o domínio da fertilidade e a libertação da tarefa de cuidar, que não é paga, nem valorizada. Uma história de poder. As mulheres poderosas metem medo aos machos fracos que as querem mandar para casa.»

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sábado, abril 13, 2024

Como dizia o Poeta Eduardo: isto está tudo ligado (e está mesmo...)


Não deixa de ser curioso, que sejam muitos destes liberais, empresários e gestores, que se dizem defensores da "família tradicional" (há a possibilidade de as suas teorias serem só para os condomínios de luxo onde vivem, desgostosos por oferecerem às esposas todas as condições para lhes darem "um magote" de filhos, e elas não estarem para aí viradas...), quem mais tem contribuído para o empobrecimento da maior parte das famílias portuguesas, pagando ordenados miseráveis aos seus "colaboradores", ao mesmo tempo que lucram milhões.

São eles, os defensores e grandes beneficiados deste capitalismo selvagem (com a tal capa do "liberalismo"), que tem desregulado todos os sectores da nossa sociedade, com a teoria de que o "mercado tudo conserta" (mesmo que cada vez existam mais pobres e miséria à sua volta...), quem mais têm contribuído para que cada vez seja mais complicado constituir famílias (tradicionais ou das outras) e deixar descendentes. Com ordenados baixos, casas caríssimas no mercado, o mais sensato continua a ser dar ouvidos ao "apresentador da obra" em causa, que há uns anitos aconselhou os jovens a emigrarem...

Podem escrever os livros que quiserem, mas se continuarem a pensar apenas nos cinco por cento, que têm rendimentos que lhes permitem alimentar o sonho de ter, no mínimo, um número de filhos que lhes dê o prazer de formar uma equipa de "futebol de cinco", continuam a reduzir o mundo aos seus condomínios fechados, ao mesmo tempo que "expulsam" os nossos jovens para fora do país...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quarta-feira, março 20, 2024

«A ganância vai voltar a ser o "calcanhar de aquiles" desta gente que acha que é dona do mundo»


Quando ele disse que «a ganância vai voltar a ser o calcanhar de aquiles desta agente que acha que é dona do mundo», estava certo. Mas ninguém disse nada.

Não havia nada para dizer.

Sabíamos todos que o problema é sempre o preço a pagar. Quantas pessoas têm de viver miseravelmente, em praticamente todos os continentes; quantas pessoas têm de ser empurradas para a rua e morrer de fome; quantos migrantes africanos têm de ficar no fundo do Mediterrâneo; quantos ucranianos ou palestinianos têm de ser mortos ou mutilados pelas bombas russas e israelitas... Muitas, muitas...

Ainda não chegámos ao ponto da rebelião. E eles e elas sabem. Foi também por isso que a senhora que agora é dona do império do Belmiro - que até pintou o cabelo de louro -, disse que ia pedir a devolução de parte dos impostos que pagara ao governo. Ela que graças à inflação e à exploração dos agricultores, nunca teve tantos milhões de lucros da sua cadeia de hiper e super-mercados...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


sábado, março 09, 2024

Uma reflexão mais abrangente, sobre estes tempos estranhos...


O dia de ontem acabou por me fazer refletir sobre estes tempos estranhos em que vivemos, em que a liberdade individual há já algum tempo, que anda a ser alvo de vários ataques, com múltiplas tentativas para a "capturar" e transformar em liberdade colectiva, tornando-nos, aparentemente, mais fáceis de manobrar. É isso que se passa nos regimes totalitários (Rússia, China, Coreia, Irão, Turquia, etc), mas também noutros, como o Israel ou os EUA, que há muitos anos que finge ser o "país mais livre do mundo", mas que sempre gostou de condicionar a liberdade e o gosto dos outros.

Como é normal nestas coisas, não conseguimos escapar ilesos destes tempos, em que o mundo se tornou mais pequeno, e o materialismo tenta dar cabo de qualquer idealismo que se baseie numa sociedade mais igualitária, onde todos tenham os mesmos direitos, sejam homens, mulheres, brancos, pretos, heterossexuais, homossexuais, muçulmanos, cristãos, etc.

Há o regresso de um conservadorismo bacoco, próprio dos séculos anteriores ao número vinte, que se mete com tudo o que cheire a liberdade e originalidade. Volta a censurar livros, filmes, canções ou peças de teatro, da mesma forma que tenta manietar, e proibir, as opções sexuais de cada um de nós.

Isso explica-se com o aparecimento dos movimentos saudosistas da extrema-direita e com a legião de seguidores que vão angariando, inclusive no nosso país. Por descender de uma família de libertários, pensava que toda a gente gostava de viver em liberdade. Parece que estava enganado...

Voltando ao dia de ontem, é também por "estas coisas", que tarda a igualdade entre homens e mulheres.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sexta-feira, fevereiro 16, 2024

Era bom que fosse o principio do fim...


Escolhi este título, sobretudo por não gostar de ditadores. 

Normalmente eles fazem tudo para se manterem no poder, como é o caso de Vladimir Putin, que tem a singularidade de assistir à morte dos seus opositores ou inimigos políticos, de formas no mínimo estranhas. Tanto podem cair de escadas, atirarem-se de varandas altas como ingerirem substâncias nocivas ao organismo.

Acredito que Putin até possa não estar directamente ligado a este final de vida de Alexei Navalny (estranho para não variar...). Teoricamente Alexei era o seu grande opositor político e por essa razão estava preso num dos muitos  "campos de reeducação" russos, mais para "apodrecer" que para "desaparecer". Isso acontecia porque o ditador sabia do perigo, que é, a existência de mártires, em qualquer causa libertária.

E é por isso mesmo que eu gostava que Navalny se tornasse um factor de união entre todos os opositores de Putin, que a sua figura se fosse tornando cada vez mais mítica, ao ponto de começar a alimentar um outro género de nacionalismo, cada vez mais forte, contra um regime repressivo, arbitrário e mentiroso.

(Fotografia de Luís Eme - Marvila)


sábado, fevereiro 10, 2024

«Estamos a ficar novamente parecidos com a fita de Fellini (aliás, Scola), "Feios, Porcos e Maus"»


Quando o Carlos disse: «Estamos a ficar novamente parecidos com a fita de Fellini, "Feios, Porcos e Maus"», pensei que se estava a referir aos últimos episódios do nosso país, das contestações dos polícias e agricultores, dos casos de justiça na Madeira e no Porto, ou ainda da campanha eleitoral.

Mas não. Estava a referir-se mesmo ao nosso aspecto e à forma como vivíamos, com a miséria a ser cada vez mais visível nas ruas da Capital, com o aumento dos sem abrigo. Curiosamente, ou não, gente de todas as idades: jovens toxicodependentes; pessoas de meia-idade sem emprego; e claro, velhos abandonados e esquecidos pelas famílias...

Com a curiosidade de também se encontrarem gentes de outros países misturadas com os nativos, que além de enfrentarem os mesmos problemas, vêem estes agravados pela dificuldade de comunicação e pela sua situação de ilegalidade...

Infelizmente o Carlos está certo (não na fita, pois o filme citado é de Ettore Scola - obrigado José). 

Mas os governantes, como é hábito, fingem que o problema é pequeno e está controlado (e fora da campanha)... 

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


sábado, fevereiro 03, 2024

«O problema é que há cada vez mais gente pobre no nosso País»


Normalmente quando conversamos, conseguimos alargar os nossos horizontes e as nossas perspectivas sobre quase todos os problemas que nos cercam.

Foi o que aconteceu quando falei ao telemóvel com um dos meus amigos, que além de me ler nos blogues gosta mesmo é de comentar ao vivo (devem contar-se com os dedos de uma mão os comentários que escreveu na respectiva caixa...) o que escrevo.

Como está a quase três centenas de quilómetros da nossa urbe, não foi possível conversarmos na nossa velha esplanada (cada vez mais entregue aos pombos, como ele gosta de dizer...).

Falámos do que escrevi ontem e da miséria que não se esconde nos países democratas, como o nosso. O Adriano começou logo por dizer: «O problema é que há cada vez mais gente pobre no nosso País.»

Tanto em relação à imigração como em relação à saúde, educação, habitação, segurança, agricultura (e quase tudo...), os dois últimos governos socialistas fingiram que governavam e que resolviam os problemas, embora continuassem mais preocupados em ser "bons alunos" (Costa quis ser ainda melhor que Coelho...) e "poupar dinheiro", esquecendo-se do perigo das "bolas de neve", quando se tornam gigantescas (mesmo em países em quase que só cai neve na Serra mais alta...).

Estivemos de acordo em quase tudo, e sim, todos os problemas estão interligados. Existe gente a mais, oriunda de outros países, muitos ilegais, e por isso mesmo, têm mais dificuldade em arranjar emprego (os que arranjam são ainda mal pagos que os "legais", devido às circunstâncias...).

Não é por acaso, que ao final do dia, surgem tantos acampamentos clandestinos, em quase todas as zonas da cidade, onde existe um jardim ou um campo baldio (esquecendo os residentes fixos de avenidas como a Almirante Reis ou do Parque das Nações...). 

Quem está mais a par desta realidade são as associações humanitárias que continuam a distribuir refeições e bens essenciais aos "sem abrigo". Conhecem melhor o fenómeno que as próprias autoridades, que se limitam a fazer rondas dentro dos respectivos carrinhos "tinoni", sem sequer olharem para estes novos "guethos"...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sexta-feira, fevereiro 02, 2024

A "guerra surda" (e estúpida) contra os imigrantes


Não percebo, mas também não vou perder tempo a tentar perceber, o ódio crescente no nosso país aos imigrantes, sejam eles asiáticos, africanos ou brasileiros.

Até porque a grande maioria vêm para o nosso país fazer tarefas que quase ninguém quer fazer (os que possam querer, também não têm qualquer possibilidade de o fazer, porque os patrões preferem a mão de obra estrangeira, mais barata e menos reivindicativa...). E começam a ser fundamentais para a nossa economia e até para o equilíbrio social.

O que falta com toda a certeza é um controle por parte das autoridades sobre a imigração. 

Como já escrevi por aqui, os responsáveis pelo sector não devem fazer ideia do número de estrangeiros que vivem no nosso país. Preferiram "fechar os olhos", ao mesmo tempo que alimentavam todo o tipo de negócios, como as redes de tráfico humano, que oferecem condições mais próximas da escravidão, que do trabalho digno para seres humanos.

Se tivéssemos um bocadinho de memória recordávamos que nos anos 1960 e 70, os portugueses foram os "asiáticos" da Europa. Faziam o trabalho que os franceses, alemães, suiços ou holandeses, não queriam fazer...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quinta-feira, fevereiro 01, 2024

A praga dos "medíocres" e o seu medo do saber...


Nunca vou entender este medo generalizado por quem sabe mais que nós, no nosso país. Até por saber que é uma oportunidade de ficarmos a saber mais.

Também estou cada vez mais convencido que não é apenas um problema português, a praga de "mediocres" está espalhada pelos sete cantos do mundo...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)