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quarta-feira, maio 01, 2024

É preciso ter memória e lutar contra os "vampiros", todos os dias...


Os 50 anos da Revolução de Abril acabaram por banalizar o Primeiro de Maio, cuja comemoração em Liberdade também faz 50 anos e foi festejada em Lisboa de uma forma única, no Estádio que seria baptizado posteriormente, "1.º de Maio" e também em praticamente todas as ruas e avenidas da Capital.

Todos os que a viveram falam de uma "jornada única".

E 50 anos depois desta Festa dos Trabalhadores, é bom recordá-la, por vários motivos, até porque os donos das grandes superfícies comerciais continuam a apostar em levar as pessoas para as suas lojas, retirando-as das ruas festivas, com a oferta de pechinchas, que podem ir das "batatas", passando pelos "sabonetes" e parando no "papel higiénico".

Mas há coisas mais importantes para falar. Provavelmente nunca existiu tanto trabalho precário como nos nossos dias. Sem esquecer a aproximação à "escravidão", se olharmos para as condições que são oferecidas aos estrangeiros que trabalham na agricultura, na pesca, na hotelaria e restauração (com os patrões a serem capazes de dizer que "os portugueses não querem trabalhar", por não aceitarem estas condições miseráveis...). 

Mas como este governo (e o anterior...) preocupa-se mais em andar atrás das "empregadas domésticas" clandestinas, que em acabar com as condições de exploração e miséria em que se vive e trabalha em Portugal. Está tudo dito.

Do que ninguém terá dúvidas, é que é preciso continuar a lutar, até porque se há coisa que sabemos (ou pelo menos devíamos saber...), é que a direita nunca deu nada aos trabalhadores, se esquecermos as migalhas do costume.

Basta recordar que o tão falado "choque fiscal" do Montenegro vai beneficiar sobretudo as grandes empresas, ou seja quem mais tem lucrado nos últimos anos, primeiro com a pandemia depois com as guerras. 

É por isso que é importante não esquecer que, desde Abril de 1974 que os lucros do trabalho nunca estiveram tão mal divididos.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


segunda-feira, maio 02, 2022

Memórias de Abril e Maio de 1981...


O único ano em que participei nos desfiles e nas festas das comemorações do 25 de Abril e do Primeiro de Maio, em Lisboa, foi em 1981.

Era o meu primeiro ano em Lisboa... e com alguma naturalidade, foi um ano de descobertas.

Vinha da província, de uma Cidade quase sem Abril, pouco dada a fervores revolucionários.

Embora fosse um simples observador, era um observador feliz ao assistir a todas aquelas encenações humanas, ainda com espaço para sonhos.

Lembrei-me de tudo isto, porque hoje senti a alegria de um casal, que nunca perdeu um desfile na Avenida da Liberdade de Abril ou na Almirante Reis em Maio (os tempos da pandemia não contam...), que me explicou, entre outras coisas, que é um local de encontro anual. Há amigos que só se encontram nestes momentos festivos em que ainda se festeja a Liberdade...

E o que ficou, foi a expressão da contentamento da Teresa, de que continua a ser muito bom festejar a Liberdade, ainda que seja uma festa cada vez mais curta...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


domingo, maio 01, 2022

Uma Coincidência Feliz


Este Primeiro de Maio, também é o Dia das Mães.

É sem qualquer dúvida, uma coincidência feliz.

Se há alguém que trabalha, trabalha e trabalha, são as Mães, de todos os países (as que têm outras Mães para lhes fazerem as actividades domésticas não contam...).

Além do trabalho diário nas suas profissões, são elas as primeiras a preocuparem-se com os filhos, com a lida da casa, com a alimentação de toda a prole... entre tantas outras coisas.

Felizmente muita coisa mudou, uma boa parte delas, já não está para se sujeitar a uma vida de "quase escravatura", embora ainda não se tenha encontrado um equilíbrio nestas funções, que a própria sociedade ainda divide, como masculinas ou femininas...

Apesar de continuarmos a ser uma sociedade desigual (a divisão entre ricos e pobres é muito mais difícil de esbater...), é bom que vejamos cada vez mais, nas nossa companheiras e Mães dos nossos filhos, alguém como nós, que caminha a nosso lado e não à frente ou atrás...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa) 


sábado, maio 16, 2020

Incertezas Temporais...


Ontem esteve um dia quase de "dilúvio", com trovões e aquela chuva que molha mesmo com guarda-chuva... Hoje, esteve bom até para ir molhar os pés no mar... (apesar das recomendações contrariarem este gosto).

Estas "incertezas temporais" deixam-nos sempre marcas no corpo... Só me falta por cá o meu avô materno, para me contar uma história e aproveitar estas "diferenças", para dizer que isto nunca mais foi o mesmo desde que os homens puseram os pés na Lua...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)

sexta-feira, maio 01, 2020

Festejar Maio à Beira Tejo


Hoje esteve um dia demasiado bonito para se ficar fechado em casa.


As duas margens do Tejo devem ter sido escolhidas por muitas pessoas, para passear, ou para ficar por ali, a apanhar um solinho e esquecer a "nuvem" que veio da China...

Fotografias de Luís Eme - Fonte da Pipa)

quarta-feira, maio 01, 2019

O Atropelo ao Dia dos Trabalhadores


Embora comece a caminhar para a normalidade este apelo ao consumismo, com descontos incríveis no Dia do Trabalhador ("atropelo" que começou com o "rei dos merceeiros", embora depois acabassem por ir todos atrás...), continua a ser extremamente ofensivo, especialmente para todos aqueles que são forçados a trabalhar neste dia Primeiro de Maio.

Claro que isto só é possível num país onde a maior parte das pessoas continuam a viver com dificuldades (cada vez maiores, porque tudo aumenta à nossa volta, menos os ordenados...) e que acabam por ser quase "empurradas" a aproveitar todas as oportunidades que têm, para poupar uns cêntimos.

Ainda ontem estive à conversa com três amigos que viveram intensamente a Revolução de Abril, que não tiveram qualquer pejo em dizer-me que a liberdade de expressão, é quase a única coisa que resta do 25 de Abril. E se olharmos para a nossa realidade, é mesmo assim, e é muito pouco, 45 anos depois... 

Além de sermos um dos países mais desiguais da Europa e da a justiça continua a ter dois pesos e duas medidas, a maior parte dos "patrões" que gostam de falar dos trabalhadores com desprezo (desses que até são capazes de dizer que há trabalhadores que nem merecem o ordenado mínimo...), continuam a viver à sombra do Estado.

O seu tão publicitado empreendedorismo, na maior parte dos casos, não passa de mais uma falácia (os grandes negócios que fazem são através do Estado).

(Fotografia de Luís Eme - Alcafozes)

segunda-feira, abril 30, 2018

Pequenas Grandes Provocações num Dia Especial...


Uma loja em Almada com gestão asiática prepara-se para reabrir amanhã, no dia do trabalhador. Acredito que no seu país natal não liguem a essas "ninharias", que chamamos de "feriados", e que nos são tão agradáveis...

Como já vem sendo hábito, aquele senhor merceeiro, Alexandre qualquer coisa Santos, também deve fazer a habitual investida às carteiras dos portugueses, com "descontos incríveis", para festejar o Primeiro de Maio com os trabalhadores.

É assim o capitalismo, nem nos dá descanso no nosso dia...

(Fotografia de Luís Eme)

domingo, maio 07, 2017

O Mar, a Poesia e as Mulheres-Mães da Sophia (e do Frank)...




Há Mulheres que Trazem o Mar nos Olhos
  
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
... Da praia onde foram felizes
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os Homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes e calma.
  
Sophia de Mello Breyner Andresen

Estas mulheres também são as nossas Mães...

(Óleo de Frank Wilcox)

segunda-feira, maio 01, 2017

Um Primeiro de Maio Demasiado Maduro...

Saio de casa e sinto a diferença de outros primeiros dias de Maio, O Dia do Trabalhador por esse mundo fora...

Nem volto atrás no tempo para ver o que escrevi quando aquele senhor que é dono de uma rede de supermercados abriu as portas e colocou todos os seus produtos a metade do preço.

Mas incomoda-me ver tantas casas de comércio abertas (não são só os chineses e os paquistaneses...), tantos trabalhadores "espoliados" do seu dia, tanta gente a deixar fugir a dignidade em nome de meia dúzia de euros.

Sinto alguma tristeza por sentir que este nosso Primeiro de Maio, está demasiado maduro... e que um dia cai mesmo no esquecimento da gente que finge não ter memória.

(Fotografia Henri Cartier-Bresson)

segunda-feira, maio 02, 2016

O Primeiro de Maio Nunca foi para Todos

Irrita-me que um supermercado continue a abrir as portas no Dia do Trabalhador, acenando com promoções de metade do preço a um povo, que continua refém de uma economia capitalista, que acha que é com ordenados baixos e trabalho precário que vamos lá.

Mas depois  passeio pelas Caldas da Rainha e vejo a Praça da Fruta cheia de gente (vendedores e compradores...) e fico sem saber o que pensar. Embora estes  vendedores trabalhem por conta própria e aproveitem o fluxo turístico do domingo  (quer também foi o Dia da Mãe, um bom dia para as floristas, porque é sempre bonito oferecer flores...), para colmatar os dias de menor movimento.

E nem vou falar dos restaurantes, das filas intermináveis em Cacilhas, de gente que esperou quase duas horas para almoçar...

É então que me lembro, estupidamente, que o Primeiro de Maio nunca foi para todos...

(Fotografia de Luís Eme)

quarta-feira, maio 01, 2013

Quero Outro Maio


Neste quadro de Ileana Cerato:

há um cravo 
plantado no deserto
que escolhi para ilustrar
esta passagem de Abril a Maio

na cidade:

há pessoas na rua, livres,
há pessoas nas lojas, presas,
há pessoas sem eira nem beira,
porque que não as deixam trabalhar 
e pertencerem ao primeiro de Maio.

no país:

há uma coligação que espalha o medo, 
com mentiras, fantasmas e papões.
Está tão fora de prazo 
que cheira mal e governa pior.

como eu tenho saudades de Maio.

quarta-feira, maio 02, 2012

A Miséria Portuguesa Bem à Vista (Sobretudo Moral) no 1º de Maio


Não tenho muitas palavras para definir este patronato, que já nem o Dia do Trabalhador respeita.

Muito menos palavras tenho para com as pessoas que foram atrás dos "doces" oferecidos pelo senhor que fala holandês e polaco, quando se trata de negócios.

Sei que as dificuldades fazem com que as pessoas tenham preço, mas mesmo assim, não percebo esta "loucura", este passar horas em filas, desvirtuando tudo aquilo que foi conquistado durante mais de um século, por homens que comeram o "pão que o diabo amassou", e mesmo assim, não desistiram de lutar por uma sociedade mais justa.

A única certeza que tenho é que o "pingo doce" será uma loja a evitar.

Das poucas coisas que achei piada neste Primeiro de Maio, foram os cartazes do MRPP, tão "prequianos"...

sábado, maio 01, 2010

Maio Vermelho

Contra tudo o que era velho
levantado como um punho
em Maio surgiu vermelho
o cravo do mês de Junho


José Carlos Ary dos Santos, in "As Portas que Abril Abriu", ilustrado por António Pimentel.

domingo, maio 10, 2009

Zeca Hoje Também é Galego

Zeca Afonso é hoje homenageado, na Galiza, com a atribuição de uma Praça com o seu nome.

O nosso grande trovador do século vinte, realizou vários espectáculos nesta região espanhola, onde fez amigos que nunca o esqueceram e que tiveram a feliz ideia de perpetuar o seu nome na bonita cidade de Santiago de Compostela. Mais exactamente em Burgos das Nações, onde cantou há trinta e sete anos, pela primeira vez a inesquecível "Grândola Vila Morena".

Nesta fotografia de Carlos Gil, Zeca está muito bem acompanhado, com outros grandes trovadores do nosso pais, Barata Moura, Vitorino, José Jorge Letria, Manuel Freire, Fausto, e Adriano Correia de Oliveira.

segunda-feira, maio 04, 2009

A Vitimização Vital

Já circulam por aí várias conjecturas das "manifestações de desagrado" que colocaram os trabalhadores e o seu dia em segundo plano.

É natural que muitos comunistas (pelo menos os que sentem mais a clubite, mesmo que não sejam filiados...) não tenham perdoado as cambalhotas de Vital Moreira, assim como não perdoam à Zita, ao Lino, ao Pina e a outros tantos comunistas que perceberam que com a "camisola vermelha" nunca seriam poder, e que o manifestem publicamente. Poderiam era ter escolhido outro dia e outro lugar...
Quanto à história de uma pretensa encenação (para beneficiar o PS e o BE, prejudicando o PCP), é igual às muitas "manifestações de desagrado" que tem como alvo o primeiro-ministro, e que este empurra logo para os "comunistas", penso que não passa disso mesmo...
E acho demasiado triste que o Vital, "direitinho e arrumadinho", continue a insistir no pedido de desculpas formal do PCP.
Ele devia lembrar-se que não é o Mário Soares, nem os manifestantes do Dia do Trabalhador são as mulheres e homens da Marinha Grande...
Mas pelo menos o circo já está montado, e à falta de ideias, tenta-se tirar dividendos políticos da vitimização...

Reconheço que este texto não merecia uma pintura tão bonita como esta, do almadense, Albino Moura, "Cais das Colunas", mas nem tudo é triste, nem tudo é fado...

sexta-feira, maio 01, 2009

O Primeiro Maio

Esta fotografia é do 1º de Maio de 1974, assinada por Eduardo Gageiro.
Era um tempo de luta, de esperança, de sonho...
Poucos pensariam que trinta e cinco anos depois, o trabalho se tornasse algo tão precioso, com aumentos do desemprego assustadores...

quinta-feira, maio 15, 2008

A Beleza de Abril em Maio...

Não sei porquê, mas sempre que se comemora Abril, há um prazer enorme da nossa comunicação social, em dizer que os nossos jovens são uns ignorantes, que nem sequer sabem o que foi o 25 de Abril, quanto mais os seus protagonistas...

Para que as suas reportagens "corram sobre rodas", não se incomodam nada em manipular, em escolher, de preferência as respostas mais anedóticas e sem nexo...
Nunca percebi quem é que ganha com esta imagem, de que ainda somos um país mais atrasado e embrutecido, que a nossa realidade actual, já de si confrangedora.
Serão as ditas audiências, que ninguém sabe bem o que são, muito menos como são medidas?
Provavelmente...
Podia falar da minha experiência pessoal, mas é melhor não, pois devo ser um sortudo, já que sempre que falei com jovens sobre Abril, nunca apanhei os "básicos" do costume, que dão cor às entrevistas televisivas, que mais parecem "apanhados".

domingo, maio 04, 2008

Estás Sempre Presente...


Hoje tive um dia atípico.
Depois de uns curtos dias, afastado da civilização, lá fiz a viagem de regresso à "selva urbana".
Absorvido, primeiro pelo silêncio, depois por um trânsito absurdo, quase esqueci a importância do dia de hoje...
Claro que ainda tive tempo de falar com minha mãe, de lhe enviar um beijo.
Beijo que é extensivo a todas as mães deste mundo, que estão sempre presentes nas nossas vidas, mesmo de uma forma invísivel...

A bonita escultura de uma mulher-mãe, é da autoria do almadense, Francisco Simões...

quinta-feira, maio 01, 2008

Maio Descolorido

Este primeiro dia de Maio, está mais descolorido que nunca...
Trinta e quatro anos depois de Abril, a única coisa que sobe é o desemprego e o trabalho precário...
Não ganhámos o "euromilhões" mas fomos premiados com uma lei do trabalho que, imaginem só, ainda não deixa o patronato feliz, mas acreditem que já falta pouco ...
Ganhámos ainda mais coisas além das já referidas - precariedade no trabalho e desemprego -; a saúde vai-se privatizando, deixando de estar acessível para todos; a educação é a confusão que se vê, sem grandes perspectivas de melhoras; as novas avaliações no emprego prometem valorizar os bufos, como noutros tempos; as horas de trabalho extra, quase que se tornaram gratuitas; os sindicatos dão a sensação de andarem fora do tempo, etc.
No tempo do outro senhor, até se organizavam excursões a Fátima... mas nem por isso os deuses estavam com os operários, pelo que não sei quem nos pode valer nestes dias que passam, além de nós (todos...), claro...
Será que esquecemos que a união faz a força?