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domingo, setembro 01, 2024

Extraordinários exemplos de superação e de alegria...


Não tenho assistido com a mesma assiduidade às competições dos Jogos Paraolímpicos, com que assisti aos Jogos Olímpicos.

Mesmo assim, nas provas a que tenho assistido, noto que transparece um maior companheirismo e também uma grande alegria, só pelo simples facto de estarem ali a participar na maior festa desportiva do mundo.

Mas o que mais me tem impressionado é a alegria destes campeões e campeãs, quando sobem ao pódio e recebem uma medalha, que não precisa de ser a de ouro. Há uma autenticidade expressiva que é capaz de emocionar qualquer pessoa, mesmo os que gostam de fingir que são insensíveis.

Nem quero imaginar o percurso cheio de obstáculos que estas pessoas tiveram de enfrentar, tudo o que passaram até conseguirem chegar aos Jogos. 

São dos mais extraordinários exemplos de superação para todos nós...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


segunda-feira, agosto 12, 2024

O ouro inesperado de dois grandes campeões


A primeira imagem que me ficou gravada, depois da vitória inesquecível de Iúri Ribeiro e Rui Oliveira, na competição de ciclismo de pista, foi a alegria genuína dos dois jovens, para quem o sonho do ouro olímpico, era isso mesmo, apenas um sonho.

Mas felizmente há sonhos que se tornam realidade.

Claro que só se tornam realidade, quando se consegue lutar até à exaustão por eles, com espírito de sacrifício, inteligência e com a sorte dos campeões.

E foi isso que o Iúri e o Rui fizeram. 

E depois foi um espectáculo, dentro de outro espectáculo, protagonizado por quem ainda não acreditava no que tinha acontecido. 

Vou ainda mais longe, nunca tinha visto ninguém a cantar o hino de forma tão emotiva e feliz, depois de terem recebido as medalhas.

(fotografia de autor desconhecido retirada do site do "Record")


terça-feira, julho 30, 2024

A Maior Festa do Desporto Mundial na Televisão


Quem gosta de desporto, tem neste Verão a possibilidade de acompanhar os Jogos Olímpicos de Paris, de uma forma bastante completa, algo não acontecia há já alguns anos.

Não sei o que é que a RTP fez, para contornar o "negócio", mas o que fez fez bem.

De manhã à noite a RTP2 transmite praticamente todas as modalidades do programa olímpico, possibilitando-nos a oportunidade de perceber o equilíbrio que existe entre a maior parte dos atletas, com as vitórias e as derrotas a serem decididas por detalhes e também por alguma sorte, a tal coisa que, pelo menos no desporto, "dá muito trabalho"...

O comportamento dos portugueses não me tem desiludido nem iludido. Mostra a nossa realidade desportiva. Tirando meia-dúzia de grandes talentos que poderão realmente disputar medalhas, os outros atletas limitam-se a tentar fazer o melhor possível...

O único reparo que faço é a mania de fazer entrevistas mal os atletas acabam as provas, quando eles ainda estão a "digerir" as vitórias ou as derrotas...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sábado, abril 27, 2024

Também é um problema da democracia...


Tal como sempre se falou da "crise no teatro", também é histórica a "crise no associativismo".

Infelizmente são crises reais, por motivos diferentes. E de alguma forma estão ambas ligadas à democracia, mais pelo que não se fez do que pelo que se fez...

A preocupação de se criarem públicos para as actividades culturais ficou-se pelo caminho, algures entre as escolas e as instituições que tutelavam a Educação e a Cultura.

É difícil gostar do que não se conhece (a não ser que sejam espectáculos cuja comunicação seja mais directa com as pessoas, como acontece com as comédias...), do que não se sabe que também serve para pensar e nos ajudar a viver...

Em relação à "crise do associativismo", ela é sobretudo humana. Se antes de Abril era fácil encontrar, pessoas com "vontade de servir", hoje aparecem pessoas é com "vontade de se servirem"... Isso explica a crise do associativismo (a excepção são as grandes instituições, onde aparecem sempre várias listas de dirigentes, porque os interesses que se escondem por detrás, económicos, políticos ou desportivos, são mais que muitos...).

Pelos dados conhecidos, hoje vai acontecer "Abril" no Porto, com o fim do reinado de 42 anos de Pinto da Costa (que nos últimos anos se escuda nos muitos títulos conquistados, mas que se revelam cada vez mais insuficientes...). Este é o nosso exemplo maior do que o poder faz as pessoas, não as deixando sair na hora certa, desbaratando, tantas vezes, tudo o que se fez de positivo. 

Em Almada existem pelo menos meia-dúzia de colectividades que são presididas pela mesma pessoa há mais de vinte anos, fazendo com que estas caiam no marasmo, quase por razões naturais. Isso acontece porque a motivação deixa de ser a mesma, ao mesmo tempo que se vai ficando cada vez mais colado "à cadeira do poder" (sei do que falo porque presidi uma colectividade durante oito anos, mas por sentir na pele os "malefícios do poder", consegui sair pelo próprio pé...). É esta colagem que faz com que não se criem condições para que exista, pelo menos, uma alternativa de mudança, para que tudo se torne mais respirável e para que exista espaço para a diferença...

Infelizmente as pessoas fingem não perceber o que se passa à sua volta. E pior ainda, fingem não ver os vários maus exemplos alheios, que poderiam muito bem servir de "espelho"...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


sábado, outubro 28, 2023

Ideias que saltitam no começo das manhãs de sábado (agora menos)...


Gostei de acordar e descobrir que andavam à minha volta, duas ou três ideias, à solta. Foi como se estivesse a viver um daqueles sábado à antiga, em que em vez de dormir até um pouco mais tarde, era acordado por uma ou outra história, que só descansavam quando ficavam registadas no pequeno bloco de mesa de cabeceira.

Como deixei de ter um bloco por perto, fico apenas com as ideias a cirandar na cabeça... 

E hoje gostei, particularmente, de pensar um projecto antigo de uma forma diferente  (sobre o clube e as pessoas do bairro da minha infância...). Foi como se alguém me dissesse ao ouvido, para fugir do rigor dos números e pensar mais nas pessoas, desde o seccionista, passando pelo treinador e acabando nos muitos companheiros de aventura...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


quarta-feira, outubro 11, 2023

Já começam a cansar as "vitórias morais"...


Até acho bem que de vez em quanto a comunicação social descubra que existem mais modalidades desportivas no nosso país, além do futebol.

Mas isso não quer dizer que alimente ou concorde com todo este "foguetório" em volta da Selecção de râguebi ter vencido pela primeira vez um jogo num Mundial. Mais um bocadinho ainda é campeã de qualquer coisa, nem que para isso se vire a classificação de pernas para o ar.

Por já termos somado demasiados êxitos desportivos em várias modalidades, pensava que já tínhamos passado esta fase, mas parece que não. 

Pois é, percebe-se que ainda há por aí muita gente a delirar com as "vitórias morais"... A começar pelo Presidente da República.

(Fotografia de Luís Eme - Caldas da Rainha)


domingo, setembro 10, 2023

A ignorância "atrevida" e "burra" televisiva (cada vez mais normal)...


Logo que ouvi pela primeira vez a notícia, pareceu-me estranha, até pela marca obtida ser demasiado vulgar. Refiro-me ao recorde dos 10.000 metros tão badalado hoje nas televisões, porque finalmente Samuel Barata tinha batido o recorde nacional desta distância (com 27.45,00")  de Fernando Mamede.

Como fiz atletismo e gostava de estatística, tinha algum conhecimento sobre as melhores marcas nacionais de praticamente todas as disciplinas. Com o passar dos anos, fui-me afastando da modalidade, mas não ao ponto de perceber que estava a ouvir uma "burrice" nos vários canais televisivos que anunciavam o dito recorde.

Consultei a lista dos recordes nacionais e das melhores marcas e verifiquei que estava certo. Ou seja, estava a dar-se relevo a algo que nunca teve grande importância, que são os tempos obtidos em provas de estrada (se excluirmos a maratona...). E isso acontece porque há diferenças substanciais entre os vários percursos, que podem ser mais - ou menos - favoráveis a que se obtenham grandes marcas. Isso acontece por exemplo nas maratonas. Há duas ou três maratonas espalhadas pelo Mundo que são as onde se conseguem melhores resultados, e por essa razão são as mais procuradas pelos atletas...

Ou seja, o verdadeiro recorde de Portugal dos 10.000 metros, nem sequer pertence a Fernando Mamede. É de António Pinto e foi obtido em 1999, com 27.12,47". A segunda e terceira melhor marcas pertencem a Fernando Mamede e a Carlos Lopes, obtidos na mesma prova realizada a 2 Julho de 1984, que toda a gente que gosta de atletismo se deve recordar. Carlos Lopes estava isolado, quando Fernando Mamede faz uma parte final de prova incrível e além de passar Lopes, bateu o recorde Nacional e o recorde do Mundo (que nessa prova também foi batido por Carlos Lopes...). Mamede conseguiu a excelente marca de 27.13,81" e Lopes, 27.17,48". E ainda existem duas outras marcas com tempos inferiores ao de Samuel Barata, em pista, as de Domingos Castro (27.34,53", obtida em 1993) e de Dionísio Castro (27.42,84" em 1988).

Sem pretender desvalorizar o valor de Samuel Barata, sei que está longe da qualidade atlética destes cinco fundistas portugueses citados (na sua época eram dos melhores do Mundo)...

Se queriam noticiar este feito, não deviam falar em recorde, mas sim em melhor marca. E sem se esquecerem de dizer que tinha sido obtido numa prova de estrada, que continua a estar longe de ter a credibilidade dos tempos realizados numa pista de atletismo.

Estranho não ouvir ninguém da FPA (Federação Portuguesa de Atletismo) a manifestar-se sobre esta notícia. 

(Fotografia de Luís Eme - Óbidos)


sexta-feira, maio 05, 2023

Um Homem Completamente Desequilibrado


Normalmente evito falar de futebol por aqui, talvez por ter sido jornalista desportivo e por levar tudo aquilo que rodeia este desporto, muito pouco a sério.

Mas é difícil passar ao lado de Sérgio Conceição, que deverá ser uma das pessoas mais desequilibradas  que se podem encontrar dentro do recinto de jogo. E acrescento já que  não acredito na tese de que é uma boa pessoa fora dos relvados. Mesmo que possa ter dupla personalidade, ninguém muda assim tanto.

Como técnico é dos melhores do mundo, prepara as suas equipas muito bem e tem uma leitura de jogo extremamente clarividente (deve ser um dos treinadores que mais influencia o jogo através das substituições e mudanças de sistema de jogo enquanto decorrem as partidas...), mas depois perde-se, tem um comportamento verdadeiramente execrável para com os adversários e com os árbitros. Não é por acaso que deve ser o treinador português que mais vezes foi expulso no interior de um recinto desportivo.

É difícil encontrar alguém que não saiba perder e ganhar, como Sérgio Conceição. Podia limitar-se a não saber perder, mas não. Ontem, em vez de aplaudir João Pedro Sousa, o treinador do Famalicão, pela forma como se bateu no Estádio do Dragão - ao ponto de merecer a vitória -, gritou e bracejou, de uma forma ofensiva, quase em cima dele, quando a sua equipa marcou o golo da vitória.

Não lhe chamo "jabardo", como um embaixador famoso, que o Sérgio levou a tribunal, mas gostaria muito que demonstrasse ter alguma dignidade e o mínimo de respeito pelos adversários, tanto na hora e meia de ganhar como na hora e meia de perder.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, abril 18, 2023

Continua a ser Quase tudo, "Uma Questão Social"...


Achei muito curiosa uma frase de Artur Correia - que ficou conhecido no mundo do futebol pelo "ruço" e que foi um excelente defesa direito do Benfica, do Sporting e da Selecção -, que encontrei ao folhear o livro de entrevistas, "Um Homem em Ponto" de Baptista Bastos.

Esta entrevista terá sido feita em 1981 (embora, estupidamente, não estejam registadas as datas das conversas...), pouco tempo depois de Artur ter sofrido uma trombose, no Casino do Estoril, a 24 de Setembro de 1980, entre o fim da noite e o começo da madrugada...

Quando Baptista Bastos pergunta a Artur, quanto tempo "dura" um jogador de futebol, este em vez de fugir, vai mesmo ao cerne da questão:

«Depende do estrato social de onde o jogador provém. Se vem das camadas baixas, está lixado; "dura" menos, porque na infância, não comeu bifes, nem bebeu leite, nem comeu fruta. Aos 30 anos está cansado, liquidado. Agora se comeu aquilo tudo, em vez de meter bagaços no bucho, então "dura" muito mais. É como quase tudo, uma questão social.»

Infelizmente pouco ou nada mudou, quarenta anos depois, no nosso País. Continua a ser quase tudo, "uma questão social"... no desporto, mas também na educação, na saúde, no emprego ou na habitação...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


segunda-feira, março 13, 2023

"Dizer o que se quer", para depois se ouvir, o que "não se quer"...


É já antiga a má relação entre Nelson Évora e Pedro Pichardo.

Nelson nunca viu com bons olhos a chegada de Pedro a Portugal e ao Benfica (que ele abandonara, a troco de um melhor contrato por parte do Sporting...). Em pouco tempo passou de "número um" a "número dois" do triplo salto. Pedro além de ganhar mais títulos, ainda bateu os seus recordes com as cores do nosso País.

Com Nelson a caminho da "reforma", pensava que tudo isto já estava sanado. Mas não, passado todo este tempo, o atleta  voltou a colocar em causa a vinda do atleta cubano para o nosso país, assim como o processo da sua nacionalização e a própria Federação de Atletismo. 

E quando se "diz o que se quer", com o objectivo de colocar em causa o outro, pode acabar por se ouvir "o que não se quer"...

Foi o aconteceu ontem. Pedro finalmente respondeu à letra a Nelson (talvez tenha ido longe demais, mas limitou-se a responder a mais uma provocação).

O passado de Nelson Évora distancia-o daquilo que até se poderia chamar, "um português "bacteriologicamente puro" (este expressão é horrível, é quase "nazi"...), pois nasceu na Costa do Marfim e é de cor, e ainda bem. E por isso mesmo, torna ainda mais estranha, esta sua "não aceitação" de Pedro Pichardo como atleta português...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quarta-feira, janeiro 11, 2023

Conversar, Escutar, Aprender e Mudar...


O melhor das conversas é escutarmos e aprendermos. E às vezes até conseguimos perceber a parte em que estávamos errados.

Falámos dos sempre polémicos subsídios, que continuam a ser o "motor" de uma boa parte da nossa cultura. Eu achava que o ministro estava certo quando afirmava confiar no papel dos júris (nos concursos para apoios teatrais...). O seu papel não será desautorizar pessoas que à partida são da sua confiança. Mas a questão tem sempre outro lado, que muitas vezes é aquele para onde não estamos virados. Quando o Gui disse que a melhor defesa de qualquer governante é refugiar-se na tal "confiança", pois ao fazê-lo, está sobretudo a comprometer os elementos do júri, pelas suas escolhas e a "sacudir a água do capote". Ou seja, mais polémica menos polémica, sai sempre ileso.

Não demorei muito tempo a perceber o ponto de vista dos meus dois amigos, um do cinema e outro do teatro. E depois ainda foram mais longe, explicaram-me um caso concreto de injustiça, de uma companhia que deixou de ser subsidiada, e que à partida cumpria todos os requisitos para receber apoios do Estado. Até por saberem que o "mau feitio" e a "ideologia" do encenador não faziam parte dos critérios de atribuição dos dinheiros para os teatros...

Culpei-me a mim próprio, por com esta idade, ainda continuar tão "ingénuo"... Até por estar farto de conhecer histórias sobre o papel dos júris de tudo e mais alguma coisa, que antes de analisarem as obras já têm o nome do vencedor escolhido... 

(Fotografia de Luís Eme - Caldas da Rainha)


quinta-feira, novembro 24, 2022

Angola e as Pedras (e diamantes) que nos saltam para os Sapatos...


Voltei a falar de governantes e direitos humanos e lá vieram dois "grilinhos falantes", recordar-me da "nossa" Angola e da família dos Santos.

Nem foram muito agressivos para com o Costa, António, acusado pelo senhor Carlos, que partilha o mesmo apelido, embora não sejam da mesma família (muito menos da política...), por beneficiar a Isabel "banqueira".

Foram ao fundo do baú e lembraram-me os artigos de opinião escritos por Paulo Portas, a branquear a governação de José Eduardo, esquecido do passado do senhor ligado à "escola" marxista leninista (sei que dispensava as aspas, já que ele até estudou na União Soviética...).

Mas a verdadeira questão que me foi colocada, foi que num dos países mais ricos do continente africano, além de haver demasiada fome e miséria, os direitos humanos nunca saíram dos papéis. Como acontece nas ditaduras, basta dizeres mal de qualquer governante (mesmo que seja verdade, verdadinha...), para seres apontado a dedo e não voltares a ter uma vida normal. E se insistires, podes ser preso e até "desaparecer do mapa". Sim, nestes países que se dizem democráticos, é normal de vez em quanto desaparecer um ou outro opositor. Sei que muitos deles andaram na mesma escola do Putin, mas...

Como o Rui disse, o caminho que nos liga a Angola está cheio de buracos, é por isso que há tantas pedras (para alguns "sortudos", são diamantes...) que nos saltam para os sapatos...

Apesar de todos estes casos, e de termos alguns "telhados de vidro", não devemos ficar no nosso cantinho, a fingir que não se passa nada no Catar, além de futebol.  Andarmos por aí vestidos com as camisolas da selecção a cantar o "Vamos lá cambada", é muito "poucachinho". Mas o mundo é o que é.

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)


sábado, outubro 22, 2022

Sair pelo Próprio Pé ou Ser Empurrado (Dilema de Cristiano e de Telma)


Ao ler as palavras de um presidente de Federação (de judo), além de perceber que é pouco adepto do bom senso, tenho ainda a sensação de que não será muito digno do cargo que ocupa. 

Quando um dirigente máximo federativo se refere à melhor judoca portuguesa de todos os tempos, utilizando a idade da Telma e os seus maus resultados - todos sabemos que tem tido muitas lesões e foi operada recentemente -, como arma de arremesso,  está tudo dito. 

Onde será que colocou os títulos de Campeã Europeia e a Medalha Olímpica de Telma Monteiro?

Nas ilhas britânicas é Cristiano Ronaldo (embora tenha sido ele a criar o problema...), que além de ser alvo de inveja, ainda é "empurrado" para o final de carreira, sem ser consultado e sem que existiam dados sobre a sua actual perfomance atlética, que nos digam que está "acabado".

Embora saiba que tanto o Cristiano com a Telma, devem saber acabar as suas carreiras ao mais alto nível e não deixar que seja demasiado visível a sua decadência, como grande ídolos do desporto, não precisam de ser empurrados por ninguém. Sejam eles dirigentes, treinadores ou jornalistas.

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


sexta-feira, agosto 12, 2022

É Apenas Meia-Verdade, a "Legalenga" de que Todos os anos se Repetem os Mesmos Erros nos Incêndios


Olho para este incêndio da Serra da Estrela, que andou, a saltar de montanha em montanha, de concelho em concelho, com espanto e também alguma incredulidade. 

Por conhecer alguma da área ardida, fico com a sensação que se poderia ter feito mais, muito mais, para se estancar aquela que viria a ser uma verdadeira tragédia no nosso património natural.

Embora perceba o "deixa arder", quando não estão em risco vidas humanas e habitações, penso que ainda se tem de melhorar bastante a forma como se luta contra os incêndios. Compreendo perfeitamente que os bombeiros tenham deixado de cometer actos quase suicidas, quando se deslocavam para locais, onde não estavam devidamente protegidos (perderam-se vidas e viaturas de forma estúpida...), mas não se pode perder a oportunidade de combater os incêndios, em áreas onde é possível lutar de igual para igual para com ele. Digo isto porque a Serra da Estrela está longe de ser apenas arvoredo. Houve áreas de vegetação (rica para a pastagem de animais e que lhes irão fazer bastante falta...), onde se poderia ter feito muito mais do que se fez. 

Também penso que devem continuar a existir problemas ao nível do comando (basta estar atento ao que se vai dizendo...) quando estão mais de mil homens no terreno, com gente a mais a mandar, e algumas vezes "mal". Era bom que os diferendos entre a Protecção Civil e o Comando dos Bombeiros, fossem sanados, de uma vez por todas, e que se falasse e lutasse a uma só voz.

É por isso que eu digo, que é meia-verdade, a "legalenga" de que todos os anos se repetem os mesmos erros, pelo menos no combate aos incêndios. 

Onde se continua a falhar de forma incompreensível, é na prevenção. 

As autarquias locais e as suas populações continuam a não cuidar do que é seu e de todos (passei por bermas da estrada em Julho e Agosto com vegetação acima da minha cintura...). Já deviam ter percebido a incúria de uns pode ser a desgraça de todos...

(Fotografia de Luís Eme - Vila Velha de Rodão)


quarta-feira, agosto 10, 2022

Fernando Chalana (1959-2022)


Fernando Chalana deixou-nos hoje. 

Foi o maior génio do futebol que a minha geração teve o prazer de ver nos estádios. A baixa estatura nunca foi um problema para ele. Além de ser um dos futebolistas mais rápidos e inteligentes com a bola nos pés, tinha uma coisa fundamental para um jogador, corria sempre em frente, na direcção da baliza. Embora fosse dos melhores tecnicamente, não perdia tempo com rodriguinhos. Era senhor para "sentar" os adversários na relva, mas sem perder de vista a baliza e os seus companheiros melhor posicionados para fazerem golo, a razão da festa do futebol.

Cresceu ainda no tempo que o "futebol era a brincar", em que o profissionalismo deixava muito a desejar. A sua genialidade fazia com que fosse um dos "alvos" preferidos dos defesas adversários. E como tal acabou por ser fustigado por muitas lesões, algumas graves, que acabaram por comprometer a sua carreira, que poderia ter (e bem merecia) um final bem mais feliz.

O exemplo de Fernando Chalana (tal como aconteceu com Eusébio), diz-nos, mais uma vez,  que a genialidade e a simplicidade podem coabitar com sucesso, tanto na vida como no desporto. E ainda bem.

(Fotografia de Autor Desconhecido)


segunda-feira, junho 06, 2022

Parece que "isto está tudo ligado"...


A pandemia transformou-nos muito mais do que queríamos. Não conseguimos voltar a ser as mesmas pessoas porque o mundo à nossa volta também não voltou a ser igual. 

Claro que o uso abusivo do telemóvel também ajuda a toda esta desumanização crescente. É graças a ele, que não se olha, não se fala nem se respeita o outro. O "outro" passou a ser quase um objecto.

Lá vou eu "misturar" as coisas, mas é mais forte que eu. 

Se o poeta Guerra ainda estivesse entre nós, provavelmente também insistia na tese de que "isto anda tudo ligado"... 

O que eu sei é que não é normal, que um jogo de hóquei em patins entre o Benfica e o Sporting, disputado no sábado, acabasse quase num combate, com "stikadas" e socos entre os atletas dos dois clubes. Se fossemos um país em que a justiça funcionasse, uma boa parte destes jogadores seria suspenso por mais de um ano e teriam de pagar multas exemplares. Mas como são jogadores dos poderosos Sporting e Benfica, devem apanhar apenas três ou quatro jogos de castigo (se apanharem...) e finge-se que está tudo bem.

Muito menos normal são as "guerras" no interior da claque mais importante do FC Porto, que já provocaram duas mortes. Quase toda a gente diz que isso não tem nada a ver com o futebol. Será? Até parece que a "clubite aguda", essa autêntica praga que cerca cada vez mais o futebol, em particular, e o desporto em geral, pertence a outro mundo qualquer.

Não deixa de ser curioso, que não se ouça ninguém do Governo a falar sobre estes casos, muito menos a anunciar medidas exemplares contra os prevaricadores...

Talvez se continue a insistir na tese habitual: "ao desporto o que é do desporto", "à sociedade o que é da sociedade", como se  vivêssemos em mundos paralelos.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quarta-feira, junho 01, 2022

A Empatia e as "Primeiras Impressões" em Relação ao Outro...


Ontem quando estava a ver o o jogo de ténis do apuramento para as meias-finais do Roland Garros (uma final antecipada...), entre Rafael Nadal e Novak Djokovic, que durou mais de quatro horas, pensei porque razão, estava eu ali, em frente do ecrã, a querer tanto que Nadal vencesse Djokovic. O que acabou por acontecer.

Não é pela proximidade geográfica. Provavelmente, será sim, por conhecer o passado de ambos e perceber que Nadal, por razões de saúde, terá mesmo de abandonar os grandes palcos deste espectáculo fascinante, que é ténis, ao mais alto nível, brevemente. Isso fez com sentisse que seria notável se o espanhol se despedisse de Paris com uma vitória (onde é o recordista de vitórias no torneio, "treze"...).

Outro exemplo é o que acontece na fórmula um, onde não consigo gostar de Max Verstappen. Começa logo pelo seu rosto, que me inspira tudo menos confiança. E depois passa também pelas suas atitudes nas pistas. Prefiro de longe a postura de Leclerc ou de Hamilton.

O mais curioso, é que esta maior ou menos simpatia, rege-se sobretudo pelo conhecimento exterior, pelo que olhamos na televisão, pelas notícias que lemos. Max não tem a culpa de ter nascido com aquele ar estranho e até pode ser boa pessoa fora do circuito da fórmula um...

Mas as coisas são o que são. E muitas vezes deixamo-nos levar pelas "primeiras impressões", que podem ser "falsas como judas"...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


segunda-feira, maio 30, 2022

A Nossa Falta de Memória no Futebol...


Sei que o desporto é uma actividade especial, onde normalmente não se reserva qualquer espaço para os vencidos. Talvez isso explique a cultura da vitória, "a qualquer preço", que infelizmente quase que se tornou "lei" (acredito que está mais associada às modalidades colectivas, pela cultura de clube que foi crescendo à sua volta...).

O simplicidade e a beleza do futebol tornou-o cada vez mais popular, com tudo o que isso tem de positivo e negativo. Não foi por acaso que se começou a tornar na "bandeira" de um bairro, aldeia, cidade ou região. O passo seguinte foi a sua transformação, a pouco e pouco, num espectáculo de massas. Construíram-se estádios, passou a ser televisionado e em pouco tempo transformou-se num dos negócios mais rentáveis do planeta.

A "cegueira clubística" também cresceu, ao ponto de se perceber que a maior parte das pessoas que se deslocam aos estádios, vão lá para verem os seus clubes vencer e não para assistir a uma boa partida de futebol. Não querem que ganhe o melhor, querem sim que ganhe o seu clube. Normalmente o êxito dos clubes assenta nesta "cegueira" colectiva, onde quem está de fora ou não tem clube, sente que isto já não tem nada a ver com desporto. 

Pinto da Costa foi, entre nós, o dirigente que conseguiu aprimorar todos os aspectos que o poderiam ajudar a vencer (dentro e fora dos estádios). Não se limitou a ter grandes equipas de futebol, também se tornou influente no chamado poder do futebol (durante anos deixou que o cargo de presidente da Federação Portuguesa de Futebol fosse entregue à Associação de Futebol de Lisboa, porque tinha mais interesse que a Associação de Futebol do Porto controlasse a arbitragem, a justiça e a disciplina...).

Mas sentiu que ainda não controlava "tudo". E é neste cenário que aparece a figura famigerada do "guarda Abel", que controlava um grupo de bandidos (dizem que era composto por agentes de autoridade e por foras da lei...), que começou a incendiar o terror nos estádios. Quem dizia ou escrevia mal sobre o FC Porto, levava. Houve dezenas de jornalistas agredidos. Infelizmente resultou. Ou seja, o clima de "medo" instaurado, fez com que se fingisse estar tudo bem. Os árbitros, desde sempre os mais "vulneráveis" do "desporto-rei" eram primeiro aliciados e depois ameaçados (se não erravam pelas "prendas" recebidas, erravam pelo "medo"...). Foi este o panorama do futebol português até surgir o "Apito Dourado"...

Embora não houvesse condenações (existiam provas mas foi um problema encontrar testemunhas...), muita coisa mudou no futebol depois do "Apito Dourado". Foi pena que o então presidente do Benfica em vez de ter aprendido a lição, tivesse tentado imitar Pinto da Costa, colocando pessoas da sua confiança em lugares-chave no poder. Porque o mais importante continuava a ser vencer, "vencer a qualquer preço"...

Embora seja benfiquista, estou do lado de Frederico Varandas, que não tem medo de usar nenhuma palavra (ao contrário de vários jornalistas, que sempre se acobardaram, ao longo dos anos - falo sobretudo dos agredidos e ofendidos. Rui Santos, com quem não concordo muitas vezes, é dos poucos que nunca teve medo de falar do que se passa fora das quatro linhas...) contra Pinto da Costa.

Para mim, o futebol ganha-se dentro das quatro linhas, mesmo com alguma injustiça (depende sempre do nosso ponto de vista...), como aconteceu agora na final da Liga dos Campeões. Mas gosto mais que seja a bola a caprichar em não entrar, graças ao guarda-redes ou ao poste, que a coisas estranhas, como a "cegueira" temporária de qualquer árbitro.

Faz-me confusão que Frederico Varandas esteja sozinho nesta luta contra a corrupção no futebol português. Faz-me confusão ver tanta gente a fingir que acredita no "pai natal"...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, abril 26, 2022

A Mensagem podia muito bem ser esta: "Não compliquem o que é simples."


A equipa de juniores do Benfica, que venceu a "Liga dos Campeões Europeia" deste escalão, deu uma lição de bem jogar e de objectividade, na tarde de ontem. Lição que devia ir "direitinha" para a equipa de seniores, que joga um futebol complicado, pobre e feio,  e que está a "anos luz" do que é praticado por estes jovens, cujas idades vão dos 17 aos 20 anos. 

O bom exemplo prático que estes jovens deram na Suiça, podia muito bem resumir-se a uma curta mensagem: "não compliquem o que é simples".

O "castigo" que eu dava aos jogadores e técnicos da equipa principal do Benfica, era verem este jogo de terça a sexta, antes de cada treino. Talvez, que, com a insistência, acabasse por ficar alguma coisa na cabeça de todas aquelas "vedetas", que são muito bem capazes de achar que "já sabem tudo..." 

Um tudo que, diga-se de passagem, é muito poucachinho...

(Fotografia de autor desconhecido - de homenagem ao "King") 


quinta-feira, abril 14, 2022

Que Saudades do "Futebol de Rua"...


Foi também no Seixal que descobri um "campo da Lua", com uns pequenotes a darem uns chutos na bola.

Fiquei extremamente feliz por encontrar esta imagem rara, um quase baldio, ocupado como campo de futebol pela miudagem, quer continua a adorar o "futebol de rua".

(Fotografia de Luís Eme - Seixal)