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sexta-feira, novembro 08, 2024

A única estatística que tenho é o meu olhar, mas...


Embora não tenha nenhum dado estatístico sobre qual é o animal doméstico mais popular na actualidade em Almada, noto um grande crescimento de cães. E isso acontece desde a pandemia.

Antes, o que se via mais em Almada, eram gatos. Muitos deles "vadios", mas como tinham sempre várias distribuidoras de comida e de água, pelas ruas da Cidade, sobreviviam sem grandes dificuldades.

Depois veio a pandemia e quase que se deu ouvidos à sabedoria popular (sempre ela...), e quem "tinha medo", acabou mesmo por comprar um cão, nem que fosse para ter uma desculpa para andar na rua, nesses tempos de quase reclusão...

Alguns deles devem-se ter afeiçoado aos animais, outros habituaram-se a estes passeios, como momentos de evasão familiar, outros mais estranhos, perceberam que os cães nunca refilam com os donos, nem quando levam um ou outro pontapé...

A única coisa de que tenho a certeza, é que nunca vi tanto cão a passear na cidade, atrelado a seres humanos...

Também sei que antes da pandemia, havia mais humanidade pelas ruas. Claro que se há alguém que não tem nenhuma culpa disso, são os cães e os gatos...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


terça-feira, novembro 05, 2024

A globalidade e a "estranheza humana" (para não lhe chamar uma coisa pior)...


A história sempre nos disse que o "animal" mais estranho que vivia na Terra era o homem (e a mulher, claro). 

Isso acontece, porque, apesar de termos uma coisa que chamamos inteligência, que nos diferencia dos restantes animais, nem sempre a usamos da melhor maneira...

Nem vou falar das guerras - a coisa mais estúpida e animalesca que fazemos -, que nos coloca quase no fim da fila, em relação aos outros animais, que matam quase sempre apenas por uma questão de sobrevivência, e não por mera ambição pessoal ou conquista de poder.

Falo sim de toda a "globalidade" virtual conquistada, da forma como o mundo se aproximou, como os continentes mais afastados passaram a estar quase logo ali, depois da fronteira de Vale Formoso. 

Curiosamente, ou não, esta "globalidade", só é bem aceite, virtualmente. Todos aqueles que chegam de fora, de outros continentes (a excepção são os turistas, que são olhados não como pessoas, mas sim como "galinhas que cagam ouro"), não são bem aceites, são olhados de lado. E se tiverem a pele mais escura, ainda pior...

Ou seja, queremos o mundo já ali, depois da esquina, mas apenas dentro dos computadores e smartphones...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quinta-feira, abril 11, 2024

A nossa irracionalidade (tão mal disfarçada)...


Pois é, também pertencemos ao grupo de animais (racionais é apenas um apelido...), num mundo onde continua a imperar a lei do mais forte.

Embora eu soubesse, o Carlos fez questão de quase "me esfregar na cara" a nossa animalidade, com os exemplos de Gaza e Ucrânia, onde se mata, tortura e faz sofrer o semelhante, por razões que a própria razão e a nossa humanidade começa a desconhecer (ou nunca conheceu...).

Isto claro, se esquecermos o negócio das armas, que vai de vento em popa, para a América dos loucos (sim loucos, que malucos somos nós, que fingimos não conseguir viver sem eles...) ou para a China, que fingiu ser uma "loja dos trezentos" para nos comer a todos por parvos, aqui nas europas... e até para a Coreia dos nortes e o Irão.

Como o Carlos disse, somos mesmo uns "gatinhos" (até me sugeriu uma fotografia...)...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quarta-feira, abril 10, 2024

As Gaivotas na apropriação do espaço público e no fingimento de que são "animais domésticos"...


Ontem fui surpreendido por uma gaivota na minha varanda, que dava bicadas nos vidros (vá-se lá saber porquê...). Quando fui ver do que se tratava, dei com a descontração e ligeireza, como ela passeava na varanda aberta.

A minha primeira reacção foi buscar a máquina fotográfica. Normalmente elas quando vêm uma máquina fogem (penso que  se deverão assustar com o reflexo da lente...), esta não. Mesmo quando abri uma das portadas, ela limitou-se a subir para o parapeito e por ali ficou, quase em desafio. Tirei três fotografias e depois aproximei-me um pouco mais, para a fazer voar e tirar uma fotografia com o seu voo (algo que não consegui). Mas ela não foi para longe, poisou no parapeito da varanda do vizinho de lado, antes de decidir partir para os céus.

Estava a espera que regressasse hoje, mas ainda não aconteceu. E ainda bem.

Não acho muita piada a este "fingimento" de que são aves à procura de espaço na lista dos "animais domésticos", com a sua aproximação. É dessa forma que se aproximam, cada vez com mais lata, das esplanadas, em busca de restos de torradas ou de bolos, dando um "chega para lá" aos pombos. Pombos esses, que não lhes devem achar nenhuma piada (e com toda a razão, mesmo que no mundo animal ainda prevaleça a lei do mais forte...).

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


sexta-feira, junho 23, 2023

«Gostava de saber quem foi o 'inteligente' que inventou a mentira de que só os burros é que não mudam»


Todos estávamos de acordo, que éramos muitas coisas, às vezes quase ao mesmo tempo, e que podemos sempre mudar, ao contrário do que se gosta de dizer por aí.

Foi quando o Carlos com o seu humor peculiar disse: «Gostava de saber quem foi o 'inteligente' que inventou a mentira de que só os burros é que não mudam.»

E ele estava coberto de razão. Estes animais podem ser teimosos, mas são tudo menos "burros" (apesar do baptismo 'racial'...) Sempre que podem, escolhem o melhor pasto que puderem, e se estiver Sol escolhem uma boa sombra. E mais importante ainda, dão coices a quem os incomoda e não quer que "mudem"...

(Fotografia de Luís Eme - Beira Baixa)


sexta-feira, junho 16, 2023

O "1984" e os cães caseiros que ladram cada vez menos...


Não sei se os cães domésticos de hoje mordem, sei sim que ladram pouco... muito pouco mesmo.

Digo isto porque a minha rua de trás, por ter zonas verdes (mesmo que sejam mais para o amarelo...) próximas, é um espaço privilegiado de passagem pelos donos e respectivos canídeos. Mesmo assim, é raro ouvir o ladrar de um cão.

Penso que isso se deve ao facto de os pobres animais serem "educados como gente" e serem quase obrigados a tornarem-se uns bichos silenciosos (imagino que devem ser "comprados" com biscoitos...).

Pese o exagero, lembrei-me do "1984", porque parece-me que estes cães de trazer por casa, ao passarem por estes "centros educativos de humanos", perdem quase tudo os que tornava animais de rua.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sexta-feira, maio 26, 2023

É comum dizer-se que os cães com o tempo começam a parecer-se com os donos e os donos com estes seus animais de estimação...


O homem disse uma vez "estúpido", repetiu, "estúpido", insistiu, "estúpido". E o cão, cada vez que o homem dizia esta palavra, vinha até ele e depois continuava a correr, para voltar assim que o homem dizia a palavra "estúpido".

Embora o homem fosse livre de dar o nome que quisesse, ao seu animal de estimação, "estúpido" era no mínimo absurdo, para não lhe chamar outra coisa.

Foi quando pensei que é comum dizer-se que os cães com o tempo começam a parecer-se com os donos e os donos com estes seus animais de estimação...

Pois é, e ninguém me tira da cabeça, que se havia ali alguém estúpido, era o "animal de duas patas".

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


domingo, maio 07, 2023

Já ninguém quer "morder o cão"...


As notícias tornaram-se uma banalidade. É tudo demasiado previsível.

O Ricardo Araújo Pereira deixou isso hoje bem claro no seu programa, Isto é Gozar com quem Trabalha, "mostrando carecas" e "levantando vestidos" aos muitos comentadores e comentadores da "corte"....

Talvez até tenha sido apenas um número. Talvez António Costa apenas tenha tentado "abanar" com toda aquela sapiência dos comentadores que fingem ter uma "bolinha de cristal" e o poder de demitir ministros...

E conseguiu-o. Mas tudo tem um preço.

Ou seja, não ganhou apenas o Marcelo como "inimigo". São mais que muitos aqueles que querem dar uma ajuda no "empurrão" fatal ao Galamba.

Voltando às notícias, para mal do jornalismo, parece que já ninguém quer morder o cão (só mesmo o Costa)...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


terça-feira, março 14, 2023

«Por que é que estamos todos cada vez mais parvos?»


Dois homens começaram a discutir, por causa de um cão que em vez de falar como nós, ladrava... 

O homem de mais idade e dono do cão, acabou por virar as costas ao outro, que só parou de gritar, quando o senhor com mais juízo e vergonha já estava bem longe.

Foi por isso quase natural a pergunta do Carlos: «por que é que estamos todos cada vez mais parvos?»

Olhámos uns para os outros, surpreendidos pela velocidade de raciocínio do nosso  companheiro. Acabámos por sorrir, mesmo sabendo que o assunto era para tudo, menos para graças.

O Jorge foi o único que esboçou uma resposta, com outra pergunta: «querem ver que o "bicho", além de nos ter afectado as vias respiratórias, também nos afectou o cérebro?»

Quase que parecia uma conversa de malucos. Quase...

(Fotografia de Luís Eme - Cova da Piedade)


segunda-feira, agosto 29, 2022

Memórias da "Quinta Pedagógica" dos Avós e de Outros Amigos de Quatro Patas da Infância...


Não começámos a falar de animais, pelos melhores motivos. Mas as queixas sobre os maus hábitos do cão da filha, que "era de casa" e fazia as necessidades onde quer que calhava, acabaram por nos levar de viagem, para histórias bem mais felizes...

Contei-lhe a história da minha infância, rodeado de animais...

Ao contrário dela, cresci com animais. O meu pai sempre teve cães, mas eram de rua, "moravam no quintal da "garagem-armazém" que ele alugara, quase no fim do bairro. A convivência foi sempre boa porque eles gostam de crianças. Os meus tios quando moraram perto de nós também tinham um "Rex" no quintal. Um pastor alemão que fui mais que uma vez buscar ao pinhal porque a garotada da vizinhança da "vila"  achavam-no parecido com um touro e faziam-lhe mil e uma partida, do lado de fora do muro. Ele não aceitava desaforos e acabava por partir a corrente, para depois saltar o muro e correr  e ladrar, lançando o pânico no corredor comum de todo aquele casario.

Havia sempre alguém que passava pela nossa casa e dizia que o "cão tinha fugido". E lá ia eu à sua procura. Ele assim que me via, corria alegre na minha direcção. Dava-lhe uma reprimenda e depois regressava a casa comigo. Às vezes levava-me quase de arrasto, tal a força que tinha, quando ouvia no corredor as vozes que o provocavam...

Mas o melhor era quando ia para a casa dos meus avós maternos. Todos aqueles pátios e currais eram uma verdadeira "quinta pedagógica". O avó tinha uma parelha de bois que o ajudava  nos trabalhos do campo, assim como uma burra e uma carroça (eram o "tractor e a froguneta" desses tempos...), porcos, galinhas, coelhos, patos, e até dois ou três porquinhos da índia, que andavam à solta num dos pátios e nem sempre se deixavam ver... Curiosamente nunca tiveram cães, e mesmo gatos, foi já na última fase das suas vidas.

(Fotografia de Luís Eme - Beira Baixa)


sexta-feira, abril 15, 2022

Os Felinos Continuam a Reinar em Almada


Apesar do aumento notório da raça canina (a pandemia tem destas coisas, quase estranhas, os "humanos" depois de quase esgotarem o papel higiénico, também se muniram de um cão, para puderem sair de casa, de forma "legal"...), Almada continua a ser o reino dos gatos.

Por exemplo, a Escola Cacilhas-Tejo é quase um santuário para os felinos, com vários retiros no seu interior e também com tratadores fiéis.

Mas também existem muitos espaços abandonados, que são ocupados por estes animais (como esta casa em ruínas, quase na fronteira entre Cacilhas e Almada, que alguém "identificou" com bonecos...) e que também têm os seus benfeitores (quase sempre benfeitoras...), que tentam que não lhes falte nada.

Uma das coisas que chamou mais a atenção, quando vim morar para Almada, foi a quase ausência de cães vadios (são mais perigosos para as pessoas...). Já os felinos, era vê-los em quase todas as ruas. E acabam por trazer vantagens para a população, pois além de menos perigosos, são pouco barulhentos, mais higiénicos e fogem mais ao contacto com a nossa espécie, cada vez mais "desumana"...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


quinta-feira, março 17, 2022

A "Vida" Voltou aos Céus...


O que me fez mais confusão nestes últimos dias "amarelentos", foi a ausência de pássaros a voar.

Talvez tenham sentido, mais que ninguém, o que se escondia por detrás destes céus estranhos, que conseguiram esconder durante vários dias o azul e o cinzento.

E hoje foi um "ver se te avias" de gaivotas em terra...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


terça-feira, janeiro 25, 2022

Ironia das Ironias, o Humor dá Vantagem ao "Rei dos Sizudos"...


Ao observarmos esta parte final da campanha eleitoral, até parece que somos um país sem problemas. Corre tudo sobre rodas na saúde, na justiça, na segurança, no ambiente ou na coesão territorial.  

De repente passaram-se a usar os animais domésticos como "bonecos de humor" e também como "armas de arremesso" político. Curiosamente, sem que o PAN, seu defensor mor, obtenha quaisquer dividendos.

Mas é importante recordar que a relevância que se tem dado aos animais domésticos, deve-se muito aquele que muitos consideram o melhor humorista português, que conseguiu colocar o "Zé Albino", quase como candidato a primeiro-ministro (e não o seu dono...).

Ricardo Araújo Pereira é assim, gosta de dar "tiros em todas as direcções", mesmo que finja não perceber que dá importância a quem não a tem. A sua "perseguição" ao Chega, acabou por dar a este partido o destaque - mesmo que fosse pela negativa - que ele não tinha (e que agora já tem...). 

O humorista é também um dos grandes responsáveis por toda esta "cavalgada" de Rui Rio em cima do lombo do seu gato de estimação, que até conseguiu que ele passasse o seu programa a rir (em falsete, mas o teatro é isso...) e a tentar deitar fora a imagem de "rei dos sizudos". 

E com todos estes floreados à sua volta, Rui Rio até já é capaz de "acreditar" em sondagens (mas pode sair-lhe o tiro pela culatra e ser o "Medina" do país...).

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


quarta-feira, dezembro 08, 2021

A Vida Moderna é Mesmo Assim...


Já escrevi mais que uma vez que não acho muita piada a tentativa de "humanizar" os animais.

Hoje quando passava pela sala, quase que "choquei" de frente com uma mulher que estava dentro do canal de televisão que a minha companheira estava a ver, porque ela disse que tinha escolhido uma raça de cães (um nome das europas estranho..) porque havia um fotógrafo que os fotografava como se fossem pessoas e que queria um cão que fosse o mais parecido possível com os humanos...

Não fiquei a saber nenhuma novidade, mas mesmo assim fez-me confusão. Já os vestem, só falta mesmo ensinar os pobres animais a falar...

A vida moderna é mesmo assim, mas fez-me confusão.

(Fotografia de Luís Eme - Alentejo)


domingo, outubro 24, 2021

A "Navegação de Acaso" do Poeta...


Ao ler um poema ("Sol Invernal") de Nuno Júdice, de um livro com um título muito feliz, "Navegação de Acaso", em que ele fala da cidade de ontem (até tinha ardinas a venderem jornais...) e da cidade de hoje.

O que me chamou mais a atenção dentro do poema foi a quase ausência de cães vadios nas ruas lisboetas na actualidade (muito menos matilhas...). É algo que se percebe, embora os cães gostem de pessoas, gostam ainda mais de liberdade, mas longe das multidões...

Além do poeta perguntar, "em que campo se perderam as matilhas de cães vadios" constrói ainda duas belas imagens poéticas.  Primeiro recorda "o som dos antigos vapores ao entrarem na barra", para depois voltar ao presente e constatar que "os vapores afundaram-se no cais de uma ode marítima". Na  segunda imagem evoca "o pregão dos ardinas a venderem os primeiros jornais do dia"... para depois passar por cima da crise do jornalismo de papel, preferindo anunciar o seu fim através de um uso prático: "os jornais foram queimados por vagabundos que precisavam de se aquecer"...

Sei que a poesia, por si só, "não salva ninguém", mas que nos pode ajudar, não tenho grandes dúvidas. E de mais que uma maneira. Tanto nos ajuda a pôr um "pé na lua" (às vezes é preciso...), como a firmar o outro pé na realidade, oferecendo-nos um retrato do mundo com todas as suas cores.

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


terça-feira, outubro 05, 2021

«Um homem é um homem e um bicho é um bicho»


A "notícia ao minuto" lida por um dos meus companheiros de café dentro do seu telemóvel não só interrompeu a conversa de circunstância que estávamos a ter, como serviu para falarmos à "italiana", como tanto gostamos. 

Ele disse-nos que quase 100 animais tinham sido retirados de um alojamento em Elvas, por viverem em condições que violavam as normas do bem estar dos animais, segundo divulgação do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.

Houve logo alguém que falou do "excelente negócio" que eram os animais de companhia. Acrescentando que não devia existir um prédio em Portugal onde não morassem pelo menos um cão e um gato. A pandemia também foi "acusada", tal como a "esperteza humana", que aproveita todas as oportunidades de negócio.

O Carlos foi o mais crítico ao que estão a fazer aos animais, contrariando a sua humanização, assim como os partidos e as associações que defendem coisas que também violam o bem estar dos animais. Foi ainda mais cáustico, mesmo usando o humor: «Alguém perguntou aos cães se queriam usar alguma camisola para o frio ou gabardine para a chuva?», seguido de um palavrão.

Mas foi ainda mais longe, quando acrescentou que as pessoas estavam a esquecer-se de algo muito importante. Ficámos em silêncio à espera do que aí vinha, sem imaginar que era algo tão óbvio: «Um homem é um homem e um bicho é um bicho.»

(Fotografia de Luís Eme - Sobreda)


terça-feira, agosto 24, 2021

Indiferença, Importância (ou o gosto pelo anonimato)...


Estive a organizar as minhas fotografias e descobri algumas preciosidades, como este cão, que estava à janela da sua casa, a ver quem passava na rua.

Assim que me viu com a máquina fotográfica, preparado para disparar, desistiu de olhar para mim.

Eu sabia que ele era tudo menos fotogénico, mas não estava à espera de tanta "indiferença", ou "importância"... 

Ou talvez fosse um animal cioso da sua privacidade, com vontade de continuar a ser apenas um cão anónimo...

(Fotografia de Luís Eme - Cova da Piedade)


quinta-feira, julho 08, 2021

Quando o Mal dos Outros tem de Ser o Nosso Bem...


Esta fotografia pode e deve ter várias legendas (a vontade de cada um de nós é quem mais ordena).

Vi a gaivota pousar no muro de uma casa da vizinhança e depois começar a comer, talvez sementes do prato de um vasos de flores do jardim.

Um gato de uma das casas ao lado começou a deslocar-se, decidido a acabar com o repasto da ave. Fingiu que não era nada com ele, mas a gaivota colocou-se logo em alerta. Quando este ameaçou subir o muro, ela partiu, com o estomago mais aconchegado...

Escolhi esta fotografia porque há sempre alguém que não suporta ver os outros bem, e tenta logo estragar o momento... 

Acabei por pensar no Rui Costa, que de um dia para o outro, passou de dirigente exemplar do Benfica a alguém que (também) se serve do clube em proveito próprio. Afinal parece que a mentira tinha a perna curta (nem conseguiram acertar no nome da empresa que lhe pertence)...

Com a provável prisão de Luís Filipe Vieira, vai ser um ver se te avias de gente a "escolher espingardas" para a guerra da sucessão. 

E como já se percebeu, vai valer tudo...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


sexta-feira, julho 02, 2021

A Liberdade Ganhou um novo Sinónimo na Pandemia: Cão...


O Américo disse-me que tinha comprado um produto equivalente a "uma bomba de mau cheiro", mas só para o faro dos cães, que funciona como inibidor da evacuação canina. 

Espera que resulte, até porque desconfia que há dois ou três gajos que não gostam dele, que passam pelo seu quarteirão de propósito, para deixar um "presente".

Eu não digo nada mas farto-me de rir com "esta conversa de maluco".

Mas ele não se fica pelos cagalhotos e vai directo à rua da liberdade. 

Diz que não consegue perceber esta gente que só "descobriu" que existiam cães, no começo da pandemia. Compraram cão apenas para terem uma espécie de "carta de alforria", para poderem sair à rua, sem que ninguém os chateasse. 

Claro que ele é um exagerado. Mas que existem muito mais cães nas cidades, a viverem em apartamentos, desde a pandemia, não tenho qualquer dúvida. Felizmente a maioria dos donos apanha os detritos dos seus animais. Se isso não acontecesse, tinha um problema na minha rua idêntico ao do Américo... 

(Fotografia de Luís Eme - Costa de Caparica)


quinta-feira, fevereiro 18, 2021

Escutar de novo Vozes na Rua...


Nos passeios que tenho feito pelas ruas nos últimos tempos, raramente ouço uma voz humana. Até mesmo os cães não ladram como antes... Talvez por saberem algumas coisas que nós não sabemos.

Foi por isso que estranhei, enquanto subia as escadas da antiga azinhaga das figueirinhas, ouvir vozes num tom vivo. Era um homem e uma mulher mais ao menos da minha idade. Percebi que ela se queixava da vida, talvez fosse uma daquelas pessoas a quem tudo corre mal. Se alguém cair dum escadote, é ela. Ele nem por isso, foi por isso que na despedida, além de lhe desejar as melhores saiu-se com um juvenil "tá-se bem". Continuei a subir e pensei que a sorte da senhora era que agora ninguém deita bananas para o chão...

Minutos depois ouvi cães a ladrar, num local onde quando passo, eles olham para mim, em silêncio. Percebi segundos depois que era uma conversa de "cão para cão", pois no exterior estava um homem com dois cães, um com trela e outro livre. Era o livre que "conversava" com os outros dois, que também andavam à solta no quintal.

O que achei mais curioso, quando me cruzei com eles, já em silêncio, foi o dono falar com o animal de trela como se ele fosse um filhote bem comportado: "Muito bem, é assim que eu gosto. Quando te comportas assim é uma maravilha sair à rua contigo." Ele tem a vantagem de nunca receber uma resposta que não está à espera (só as crianças, para nos surpreenderem com saídas inesperadas, e ainda bem...).

Continuei a caminhada feliz, apesar de não voltar a ouvir vozes tão audíveis... fiquei com a esperança de estar mais perto do normal, do que se previa...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)