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terça-feira, agosto 17, 2021

O "Ódio aos Invasores" faz Esquecer Outras Questões Maiores...


Não vou opinar sobre o que se fez, ou não, no Afeganistão nos últimos vinte anos, embora não tenha qualquer dúvida que se fez muito menos do que se devia. 

Por culpas que devem ser repartidas por todos, não se conseguiu diminuir o rasto de "ódio", contra os "invasores", que deve ter estado sempre latente, por parte dos habitantes locais (especialmente contra os norte-americanos, que têm um gosto especial em se arvorarem como "polícias do mundo"...).

E deve ter sido este mesmo "ódio" (quase sempre cego e surdo...) que fez com que alguns até esquecessem como era a sua vidinha durante a governação Talibã...

(Fotografia de Luís Eme - Caramujo)


segunda-feira, outubro 19, 2020

Quando a Mentira nas Redes Sociais Mata


Não sei se a morte do professor de história, Samuel Paty, na sexta-feira em Paris (decapitado por um fundamentalista de 18 anos...), mudará alguma coisa em relação às mentiras e ao ódio, que são destilados diariamente nas redes sociais.

O jovem assassino foi morto pouco tempo depois nas ruas de Paris, pela polícia, mas continuo sem saber o que irá acontecer ao pai da aluna (que nem sequer estava na aula mas disse lá por casa que o professor tinha mostrado um homem nu e dito aos alunos que era Maomé...) que espalhou a "mentira" e o ódio nas redes sociais, através dos vídeos que publicou. Não tenho grandes dúvidas de que ele é o autor moral de mais esta tragédia parisiense.

Sinto que se as pessoas não colocarem os pés no chão e abrirem os olhos, o nosso dia a dia tornar-se-á cada vez mais estranho e perigoso.

Esta coisa de se viver em "mundos paralelos" e de se acreditar apenas naquilo que nos apetece ou convém, destrói qualquer sociedade, por mais democrática que queira ser.

(Fotografia de Luís Eme - Paris)


quinta-feira, agosto 02, 2018

Novas da Dinamarca...


Ontem assisti à reportagem televisiva sobre a proibição do uso de véu e burka na Dinamarca, que está a causar alguma polémica.

Concordo com a proibição do uso da burka, em relação ao véu, não sou tão radical.

Se todos temos um rosto, não faz qualquer sentido que ele esteja escondido. E se pensarmos que vivemos tempos complicados e de desconfiança em relação a quem chega do Oriente, é desejável que tudo seja mais visível e transparente...

Não podemos ignorar que no Ocidente, se excluirmos o período carnavalesco, só os bandidos é que escondem atrás de máscaras. 

O normal é que quando tomamos a decisão de ir viver para outros países, cumpramos as suas leis, regras e tradições... Aparentemente, é muito mais complicado para um Europeu a adaptação ao Médio Oriente...

(Fotografia de Luís Eme - uma brincadeira de praia da minha filha e de duas amigas)

segunda-feira, outubro 16, 2017

Mais um Dia para (não) Esquecer...

Embora o dia tenha estado cinzento, a temperatura não desceu, nem a chuva apareceu...

A tragédia de ontem continuou pela noite e pelo dia fora...

O número de mortos também foi aumentando e tudo indica que ultrapassará as quatro dezenas, assim como o número de incêndios que deverá ter batido todos os recordes...

Embora sejam  poucos os concelhos sem fogos, a norte do Tejo, há uma zona que me é mais especial que as outras, refiro-me ao Pinhal de Leiria, o tal que a história nos diz que foi plantado por El Rei Dom Dinis (uma Mata Nacional que ficou por limpar durante todo o Verão...), que ocupava quilómetros e quilómetros da costa, nos concelhos da Marinha Grande e de Leiria.

Era um lugar extremamente agradável de férias, que permitia conjugar o campo e a praia. Era o sítio ideal para a habitual pausa de mar, em que se aproveitava para almoçar e para fazer a sesta...

Espero que os políticos não continuem a encolher os ombros e a culpar o tempo e os privados. 

(Fotografia de Luís Lobo  - retirada do blogue da Graça)

terça-feira, agosto 22, 2017

«O que é que move esta gente, mais destemperada que destemida?»


Por alguma razão, são praticamente os únicos que têm escapado ao "mar" de críticas e aos dedos que apontam para todas as direcções.

Podem cometer erros, aqui e ali, mas passam o tempo a correr de um lado para o outro, praticamente sem descanso, e mal alimentados, porque o "dever" empurra-os para a corrida contra os mil e um "infernos" deste Verão, que parecem prometer não deixar nenhum matagal de pé...

É por isso que são muitos os que perguntam: «O que é que move esta gente, mais destemperada que destemida?»

Não acredito que sejam as medalhas de fim de época... Muito menos as histórias vividas, para contarem aos filhos e netos.

Acho que eles acreditam mesmo que é possível derrotar o mal, que é possível fazer do dia de amanhã, um dia melhor que hoje...

(Fotografia de Luís Eme)

quarta-feira, julho 05, 2017

Mais de Quarenta Anos de Desconfianças e Medos...

Os políticos do "bloco central" nunca se conseguiram relacionar de uma forma normal com os militares. 

Nunca lhes perdoaram o facto de terem sido os verdadeiros heróis da revolução, e muito menos da "contra-revolução".

Vingaram-se de várias maneiras. A mais visível é o facto de nenhuma das grandes figuras de Abril ter atingido o posto de general. Salgueiro Maia, Melo Antunes, Vitor Alves, Otelo Saraiva de Carvalho ou Vasco Lourenço,  marcaram e marcam passo como coronéis...

Muitos dos políticos que foram ministros e secretários de Estado, a partir de 1976, nem sequer cumpriram o serviço militar obrigatório (talvez por isso, tenham conseguido acabar com este desígnio patriótico, que em muitos casos era único na vida de milhares de jovens, pois só na instituição militar percebiam o verdadeiro significado de palavras como disciplina, respeito, ordem e espírito de corpo...), ou seja, eram contra a instituição sem sequer perceberem a lógica da sua existência.

Outros mais sabidos tinham "medo", até por saberem que as grandes revoluções do país tinham tido como principais actores os militares. Foi por isso que andaram anos anos a nomear para as suas chefias oficiais generais conservadores e pouco incómodos (na gíria militar "lambe botas"...).

A única coisa a que não podiam fugir era às obrigações que Portugal tinha com a Nato. Foi por isso que continuaram a gastar dinheiro em missões internacionais e em armamento (mesmo com exageros, como foi o caso dos submarinos do Portas...).

Alguns militares mais atentos foram lançando avisos ao longo dos anos, que eram desvalorizados tanto pelos políticos do costume como pelos jornalistas, que gostavam de os apelidar como a "brigada do reumático".

E agora somos notícia no mundo, por um daqueles acontecimentos, que quase parecem anedota (se puderem leiam a crónica de hoje do Ferreira Fernandes no "D. Notícias"...), mas aconteceu mesmo.

E como acontece sempre nestes casos, os políticos de direita da oposição - gente sem vergonha e sem memória -, "exigem" demissões, demitindo-se eles, como de costume, das suas responsabilidades (que não são menos que as do PS...) de mais de quarenta anos de governação contra a instituição militar.

(Fotografia de Luís Eme)

terça-feira, maio 23, 2017

Um Mundo Sem Conserto...

Nada do que possa dizer faz muito sentido, neste mundo farto em lugares onde se vive um dia de cada vez...

E se há coisa que não quero hoje, é armar-me em moralista, até por saber que cada vez devemos esperar menos dos "animais inteligentes", que sempre preferiram o lado errado da vida, mesmo quando saiam à rua com uma auréola em cima da cabeça e enchiam a boca de palavras bonitas.

Bem diz o povo sábio, que de bons intenções está o inferno cheio.

Alguns portugueses continuam a assobiar para o ar, fingem acreditar na Senhora dos milagres de Fátima e esquecem-se que o "cerco a Lisboa" também há-de chegar, mais tarde ou mais cedo...

(Óleo de John Bowen)

quinta-feira, junho 16, 2016

Quando não Gostamos de Nós Próprios...


Quando não gostamos de nós próprios, dificilmente gostamos dos outros...

Não sei se é também por isso que somos tão permissivos com os ditadores e revelamos tanto medo de ser livres, de fazer aquilo que realmente gostamos.

Nem me vou esforçar por perceber um país como os Estados Unidos ou os norte-americanos, que depois de nos últimos anos terem sido governados com alguma democracia e liberdade, podem recuar no tempo e eleger como presidente um individuo racista, homofóbico e lunático.

Nos filmes até pode parecer engraçado que num certo estado se viva em democracia e que mesmo ao lado, exista a pena de morte e os xerifes possam fazer a sua própria lei. Mas a realidade é outra coisa, daí que me pareçam absurdos os discursos contra as "coreias" e as "venezuelas" do mundo, para depois se esconder debaixo do tapete todo o "lixo" interno.

É por isso que penso que empurrar o assassínio brutal de mais de cinquenta pessoas, por um só individuo, apenas para cima do terrorismo, é esconder ainda mais coisas debaixo do tapete. 

E se é verdade que o homem que matou e feriu tanta gente era frequentador habitual da discoteca gay de Orlando, ainda se levantam outras questões, como a não aceitação da própria tendência sexual, por se viver numa sociedade que continua a alimentar o ódio pelas minorias e pela diferença.

Continuo a pensar que quando não gostamos de nós próprios, dificilmente gostamos dos outros...

(Fotografia de Walter Sanders)

sexta-feira, setembro 11, 2015

O Dia Que Mudou as Nossas Vidas...


O Tempo tem muitas velocidades. Só assim se percebe que já tenham passado 14 anos do 11 de Setembro de Nova Iorque, um "dia-pesadelo" que virou as nossas vidas, quase de pernas para o ar.

Nunca mais conseguimos olhar para o mundo da mesma forma. Deixámos de confiar no outro. E se tiver turbante então...

Em 2006 escrevi esta imitação de poema...


Cinco Anos Depois…


Cinco anos pode ser uma eternidade,
Ou ser apenas o dia seguinte...

Nova Iorque não voltou a ser igual,
As pessoas perderam tantas coisas...
Até a liberdade de serem quem eram.
O simples gesto, de um aceno ou sorriso,
Foi suprimido pela ditadura da segurança,
Assim como qualquer palavra circunstancial
Trocada na rua, com estranhos.

Cinco anos pode ser uma eternidade
Ou ser apenas o dia seguinte...

Podemos banalizar o que aconteceu
Fingir que as Torres Gémeas desapareceram,
Num truque qualquer de magia,
Podemos dizer que a vida continua,
Que o que já lá vai, lá vai...

Cinco anos pode ser uma eternidade
Ou ser apenas o dia seguinte...

Mas os rostos daqueles que partiram,
Sem marcar qualquer viagem,
Permanecem vivos no coração de Nova Iorque.
Sim, coração, de Nova Iorque!
O coração de qualquer cidade
São sempre os seus habitantes.

(11 de Setembro de 2006)

O óleo é de Kenneth MacQuenn.

quinta-feira, janeiro 08, 2015

Os Hipócritas e a Liberdade de Expressão


É normal que quando acontecem situações como a de ontem, do atentado ao jornal satírico, "Charlie Hebdo" - que é muito mais que um ataque à liberdade de imprensa -, toda a gente erga a sua voz contra este acto sem classificação possível.

Inclusive alguns políticos, useiros e vezeiros a colocar processos a jornalistas, quando estes escrevem coisas que não lhes agradam. É por isso que eu digo que quando muita gente diz que os políticos são todos iguais, está a mentir. A relação que estes mantêm com a liberdade faz toda a diferença. Por exemplo, Mário Soares tem uma posição muito diferente de Cavaco Silva ou Alberto João Jardim sobre a comunicação social. Pode não gostar do que escrevem ou dizem sobre ele, mas nunca teve como hábito "atacar" jornais e jornalistas com processos em tribunal.

É por isso que era bom que todos aqueles que no seu intimo não conseguiram esconder a sua satisfação com o atentado de ontem, pelo menos ficassem em silêncio. 

sexta-feira, janeiro 10, 2014

O Poder e a Classe Média


Os poderes (todos) não gostam de ser contrariados, mesmo os que se fingem democratas. Gostam ainda menos de quem sabe o que quer, quem tem cultura e conhecimentos suficientes para defender os seus interesses.

É por isso que todos os políticos com tiques autoritários, têm tendência a destruir a Classe Média, pois é lhes mais fácil governar num país em que as pessoas são facilmente colocadas nos dois grupos sociais tradicionais:  ricos e pobres.

Neste começo de século, a grande batalha do poder económico e político (confundem-se cada vez mais...) foi destruir a tal Classe, que de uma forma natural destrói o fosso entre ricos e pobres. É culta, vive com alguma independência económica e gosta pensar pela sua cabeça (algo que é sempre perigoso, pois até podem pensar em revoluções...).

Eles esquecem-se é que não há nações fortes sem uma Classe Média forte. Portugal um bom exemplo, a destruição da Classe Média, destruiu a economia do país.

E por muitos recuos que se verifiquem nas sociedades, é impossível voltar ao estado feudal. Se este "empobrecimento" começou com o poderio economico da China, acredito que a revolta (apesar de terem um regime ditatorial bem estruturado...) social também começará no país do Sol Nascente, farto em desigualdades e explorações.

O óleo é de Vita di Milano.

sábado, dezembro 15, 2012

Matar: a Solução Mais Fácil para Resolver os Problemas


Uma sociedade que parece estar a redescobrir que matar é a solução mais fácil para resolver os seus problemas, está de certeza em declínio.

Um declínio longe de ser apenas económico nem financeiro.

Hoje um rapaz de 20 anos matou 28 pessoas numa escola dos EUA (vinte eram crianças...), por razões que nenhuma razão conhece.
A poucos quilómetros do lugar onde vivo, no Laranjeiro, um homem de 30 anos matou a companheira, na presença da filha com quatro meses. 
E nem vou falar da Síria, do Afeganistão ou da Palestina...

Que sociedade é esta, que ainda está no começo da travessia do século XXI?

O óleo é de Christian Zucconi.

sexta-feira, dezembro 28, 2007

O Último Comício de Benazir Bhutto

Esta senhora paquistanesa nunca me despertou grande interesse, tal como a maioria dos políticos asiáticos, embora ao pé do "generalíssimo" Musharraf, possa e deva ser considerada uma grande democrata, e tenha a virtude de ter sido a primeira mulher a chefiar um governo num Estado muçulmano, com apenas 35 anos...
No entanto há dois aspectos que me parecem demasiado românticos, para que passe ao seu lado do seu assassínio: a sua beleza e a sua coragem.
Ela era realmente bela e muito corajosa, pois sabia ao que ia neste seu regresso ao Paquistão.
Escolheu o caminho mais perigoso, provavelmente por amor ao seu país, ou então, pelo gosto do poder, que já saboreara por duas vezes.
Embora se considerasse uma sobrevivente, não resistiu a mais um atentado e ficará para a história como mais uma mártir do terrorismo que assola todos os continentes...

terça-feira, setembro 11, 2007

Reflexão, e Porque Não, Inflexão?


Tenho pena que a avó do senhor Bush nunca lhe tenha dito que: «com vinagre não se apanham moscas.»
Provavelmente tinham-se poupado muitas mortes (especialmente de soldados americanos e de nativos do Iraque), e o outro senhor, Bin Laden, talvez já não andasse por aí à solta, a comunicar de longe a longe, no interior de uns videos amadores esquisitos...
Claro que o 11 de Setembro é indesculpável, mas um pouco mais de inteligência e menos ambição (malditos poços de petróleo iraquianos...), talvez tornassem o Médio Oriente e o Mundo em que vivemos, menos perigoso e mais respirável, nestes dias que correm...

O óleo que ilustra estas palavras é "O Sinal da Primavera", de Manuel Cargaleiro, tão necessário nestes dias que correm...