O Tempo tem muitas velocidades. Só assim se percebe que já tenham passado 14 anos do 11 de Setembro de Nova Iorque, um "dia-pesadelo" que virou as nossas vidas, quase de pernas para o ar.
Nunca mais conseguimos olhar para o mundo da mesma forma. Deixámos de confiar no outro. E se tiver turbante então...
Em 2006 escrevi esta imitação de poema...
Cinco Anos
Depois…
Cinco anos pode ser uma
eternidade,
Ou ser apenas o dia seguinte...
Nova Iorque não voltou a ser igual,
As pessoas perderam tantas coisas...
Até a liberdade de serem quem eram.
O simples gesto, de um aceno ou sorriso,
Foi suprimido pela ditadura da segurança,
Assim como qualquer palavra circunstancial
Trocada na rua, com estranhos.
Cinco anos pode ser uma eternidade
Ou ser apenas o dia seguinte...
Podemos banalizar o que aconteceu
Fingir que as Torres Gémeas desapareceram,
Num truque qualquer de magia,
Podemos dizer que a vida continua,
Que o que já lá vai, lá vai...
Cinco anos pode ser uma eternidade
Ou ser apenas o dia seguinte...
Mas os rostos daqueles que partiram,
Sem marcar qualquer viagem,
Permanecem vivos no coração de Nova Iorque.
Sim, coração, de Nova Iorque!
O coração de qualquer cidade
São sempre os seus habitantes.
(11 de Setembro de 2006)
O óleo é de Kenneth MacQuenn.