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domingo, dezembro 15, 2024

Ministras com patas de elefante e voz de peixeiras


Este governo apostou, praticamente desde início, em ter políticos (neste caso particular, políticas...) com comportamentos pouco habituais, apontando o dedo de uma forma incisiva, e até ofensiva, aos anteriores detentores dos cargos.

A ministra do Trabalho enxovalhou na praça pública a Provedora da Santa Casa da Misericórdia, demitindo-a do cargo, deixando atrás de si uma série de acusações, a maioria das quais ainda não foram provadas.

A ministra da Saúde, já com um passado de confrontos com o director-geral do sector, preparou o terreno para que este se sentisse desconfortável e fosse embora. O que acabou por acontecer, com danos graves para todos nós...

A ministra da Cultura esteve à espera do último dia (em que se pode demitir sem indemnizar...), para demitir a administradora do CCB, acusando ao mesmo tempo o anterior responsável da pasta de compadrio e de partidarização da cultura. 

Não me lembro de existirem este tipo de acusações, de ministro para ministro, mesmo quando aconteceram vários casos, mais polémicos e prejudiciais ao país (alguns até de polícia e com o recurso aos tribunais), ao longo dos últimos quarenta anos de democracia.

Mas o mais curioso, é não se notar nada de novo, de verdadeiramente reformador, nestes sectores. Especialmente no da saúde, onde os problemas se têm multiplicado neste último ano...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, dezembro 10, 2024

Prometer o que não se pode ( e não se quer dar) nas culturas...

A cultura continua a ser o parente pobre das políticas do nosso país.

A maior parte das queixas, que se ouvem aqui e ali, têm razão de ser,  e ainda aumentam quando se trata de governos que apostam mais na propaganda que na acção. Isso aconteceu com António Costa e continua a acontecer com Luís Montenegro. Tanto um como o outro fingem pensar que as pessoas são todas estúpidas, que gostam de comer "gato por lebre" e ainda são capazes de dizer no fim do "repasto: "está tudo muito bom"... 

Sei que eles sabem que as pessoas das culturas pensam pelas suas cabeças. São pessoas que gostam de ler, de conversar e de estarem bem informadas. O seu grande problema é fazerem parte de áreas onde não se produz lucro (felizmente graças ao turismo o património - museus e monumentos - tem sido bastante lucrativo, quase de uma forma natural, sem que tivesse existido uma aposta séria no sector...), porque não existe uma "indústria cultural", nunca houve uma política de desenvolvimento séria.

Os políticos continuam a olhar para a cultura e para os seus agentes, como pessoas que fazem umas coisas giras, boas para usar nas campanhas eleitorais, que entretem outras pessoas e precisam de umas "esmolas". Mas que não podem, nem devem, ser levados muito a sério, até porque podem tornar-se "perigosos". É por isso que também dá jeito tratá-los como "tontinhos"...

É por isso que se aposta muito mais (como em quase tudo que não é lucrativo na sociedade mas pode "dar votos"...) na subsidiodependência que na autosuficiência. Os políticos gostam de "controlar" as pessoas e os grupos que fazem teatro, cinema, dança, pintura, música, etc., dando depois uns "doces" aos que consideram "seus" e uns "coices" a todos outros...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


segunda-feira, dezembro 02, 2024

A fronteira entre o que se pode e o que se deve fazer...


Não deixa de ser curioso, que sejam quase sempre os "moralistas de pacotilha", quem mais entra em jogos proibidos, de formas pouco inocentes. Muitas vezes basta olhar para a nossa roda de amigos ou conhecidos...

Sim, nem é preciso ir à América, aos políticos que são contra a prostituição e frequentam bordéis. Ou pior ainda, aos que são contra o aborto, mas pagam interrupções da gravidez às suas amantes.

Passa-se o mesmo com a droga. O mais comum é assistir a consumidores quase "clandestinos", ligados aos poderes, serem contra a sua legalização. E nem falo das preferências sexuais, com tanta gente "presa dentro no armário", que finge ser contra coisas tão simples como o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Provavelmente nunca existiram tantos políticos a seguir a cartilha: "faz o que eu digo, não faças o que eu faço", como nos nossos dias...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quinta-feira, novembro 28, 2024

Segurança & propaganda política


Não consigo perceber onde é que o primeiro-ministro, quis chegar, com as afirmações que fez sobre a segurança e sobre crimes no nosso país, durante a semana.

Além de revelar a sua já habitual "esperteza saloia" na interpretação de números, conseguiu ser infeliz (e até ofensivo), especialmente em relação aos crimes e às vítimas de violência doméstica, na sua primeira intervenção.

Em relação à sua segunda intervenção, sei que não se devem criar alarmismos, nem dar a importância, que o "canal do crime" português não tem, por mais audiências que sonhe ter. Mas também não se pode enfiar a "cabeça na areia" e fingir que está tudo bem (não está, os incidentes nos subúrbios de Lisboa, provam isso...).

Até porque Montenegro não é uma daquelas pessoas que falam muito bem de boca fechada (como é o caso da sua ministra da Administração Interna ou como foi o caso do ministro Cabrita no governo de António Costa...). Ele sabe muito bem o que diz e o que quer dizer.

Talvez ande mesmo em busca do eleitorado perdido para o Chega. Há uma grande probabilidade de o líder do PS estar certo.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


domingo, novembro 17, 2024

"Vinde a mim, pobrezinhos do mundo..."


Os dias disto e daquilo, sobrepõem-se cada vez mais. Hoje era  dia mundial de pelo menos três coisas diferentes. Apenas vou falar de uma delas, por esta continuar a ser um dos nossos maiores flagelos sociais: a pobreza.

Depois dos tristes anos da "troika" (com o nosso Governo a ir ainda mais longe que essa gente...), o fosso entre ricos e pobres, em vez de diminuir, foi aumentando. Haverá várias explicações para isso acontecer, mas hoje nem me quero focar muito no "capitalismo selvagem" ou nas "más políticas sociais" de um partido, que de socialista só tem o nome, muito menos do seu sucedâneo, que nunca escondeu ao que vem.

Quero falar sim de toda uma indústria que tem florescido em volta dos "pobrezinhos" (sem meter no mesmo saco as associações de voluntários que tentam mesmo ajudar as pessoas...), que gosta de "coitadinhos" e se esforça para roubar a dignidade ao ser humano. 

Indústria que tem a seu lado uma igreja quase moribunda, que também sempre fez a sua "luta" em redor dos "pobrezinhos", e claro, as grandes famílias do poder, que sempre gostaram de distribuir esmolas. Com algumas "esposas do regime" a voltarem a ter a sua "corte de pobrezinhos" a quem dão "pão e agasalhos", e claro, a fazerem o respectivo sorteio, para terem um "pobrezinho" na mesa de Natal...

É por estas pequenas grandes coisas, que se percebe que crescemos muito pouco, como seres humanos. Tenho cada vez mais vergonha de viver numa sociedade que se alimenta e alimenta este "mundo dos coitadinhos", que prefere dar esmolas em vez do pagamento justo pelo trabalho.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, novembro 12, 2024

A quase lenta mudança de regime sente-se nas pequenas coisas (essenciais à vida)


Pensamos em muitas coisas, que esquecemos, porque a nossa cabecinha é demasiado pequena, para dar abrigo a tanta informação, significante e insignificante...

Pensei nisto, quando ouvi uma mulher com idade para ter netos já crescidotes, falar do aumento do custo de vida, dando um foco especial ao preço do pão, na mercearia do bairro.

Não disse nada mais fiquei com o "pão" na cabeça, ao qual somei o "leite".

Vinha a andar para casa e continuei a pensar, neste tempo em que se pensa mais do que se fala. Sabia que era nas pequenas coisas, essenciais para a vida de todos nós, como são o pão e o leite, que se percebe e sente que esta gente que governa, além de ter perdido o bom senso, também perdeu o pudor. Sim, perdeu o pudor, bens essenciais como o pão e o leite estão no "mercado livre", podem ser aumentados semana sim, semana não como a gasolina ou o gasóleo. Acabou-se a sua "protecção", o tempo em que havia algum cuidado, para que pelo menos o pão e o leite, não faltassem aos pobrezinhos.

É através destas pequenas coisas, que percebemos que de uma forma lenta, vamos mudando de regime, abrindo portas aos gajos e gajas que aspiram a ser "donos disto tudo"...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


segunda-feira, novembro 11, 2024

Fartos (e cansados) de perceber a parte do "não há dinheiro"...


Já escrevi vários textos sobre a vida difícil de quem tenta ser artista a tempo inteiro, viver apenas da sua arte, sem ter uma outra primeira actividade que chama segunda...

Talvez a teimosia maior resida em quem faz teatro e raramente recebe convites para  qualquer papel, grande ou pequeno nas telenovelas. Alguns fingem que não suportam a televisão, cada vez mais estupidificante, e acrescentam que nunca aceitariam fazer parte do elenco telenovelesco.

Dizem isto, mas contam os tostões até ao fim do mês, para sobreviverem com a dignidade possível (para alguns isso só acontece porque almoçam e jantam vezes demais na casa dos pais...). Comecei a contá-los e já ultrapassam os dedos das minhas duas mãos...

Olhando para a nossa realidade, só dois ou três "consagrados" é que se podem dar ao luxo de não fazer telenovelas. Mas para contrabalançar este "luxo", fazem publicidade, que normalmente dá mais dinheiro e menos trabalho, que as fitas por episódios que ocupam diariamente os serões televisivos portugueses.

Lá estou eu a querer dizer uma coisa e acabar por escrever sobre outra...

Eu só queria dizer que não há um actor português, das pequenas e grandes companhias de teatro, que não esteja farto e cansado, do disco riscado, que lhes é oferecido, quase todos os dias, de que "não há dinheiro" (quase sempre pelas autarquias...), porque é preciso alimentar as criancinhas nas escolas, sim a fome existe, em quase todo o lado; porque têm de fazer obras para realojar as pessoas; porque é preciso tapar os buracos da estrada, etc.. Ou seja, a cultura não consegue sair do último lugar das prioridades deste país, "cada vez mais de brincar"...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


domingo, novembro 10, 2024

Ainda as estranhezas (dos que lutam para não mudar)...


(não é a continuação de ontem, mas até podia ser, quase no sentido inverso)

Curiosamente, dois dos lugares mais avessos a mudanças (talvez por serem estranhos por natureza), são o futebol e a política.

Apesar das aparentes inovações e das palavras bonitas ditas pelos dirigentes da Liga e Federação, a "chico-espertice" continua a reinar em toda a linha no futebol (são muitos milhões a saltar de bolso em bolso, por cima e por baixo da mesa...), assim como a habitual má gestão (são muito mais os clubes "falidos" que os com as chamadas "boas contas"...).

É toda esta incompetência que faz com que a "corda" seja cortada sempre no mesmo lado: o canto dos treinadores, que se perderem duas vezes seguidas, são despedidos e obrigados a assumir todas as culpas, desde a falta de qualidade dos atletas contratados até ao dinheiro que não chega às contas dos profissionais no final do mês (nem o sindicato os vale). 

Na política, embora também continue a prevalecer a "chico-espertice", é um mundo mais "finório" (até porque nem nos tempos de "banca rota", o dinheiro falta...). Mesmo que existam mais "rabos de palha", há muito mais "arte" para os esconder.

Isso faz com que aconteça o inverso do futebol: só se demitem ministros e secretários de estado (por mais incompetentes que sejam ou por serem suspeitos de ter feito desaparecer a "caixa das esmolas" da paróquia onde eram autarcas...), se não existir outra alternativa qualquer, como eles saírem pelo próprio pé...

Pois é. Há coisas que passam o tempo a mudar... e outras que nunca mudam.

Vá-se lá perceber porquê...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sexta-feira, outubro 11, 2024

Coisas do corporativismo, quase sempre parvas...


Por ver menos televisão e por ler menos jornais, nem sempre estou a par do que se costuma chamar "a realidade".

Só ontem é que percebi que o que Luís Montenegro tinha dito sobre os jornalistas (a história das perguntas encomendadas "por sopro"...) tinha provocado uma "retaliação" por parte do respectivo sindicato, não em relação ao primeiro-ministro, mas a quem fez a entrevista televisiva no telejornal da noite da SIC.

Embora Maria João Avilez tenha uma carreira jornalística de quase meio século, foi colocada em causa por não possuir carteira profissional. Os responsáveis pelo sindicato falaram inclusive de crime e de usurpação de funções, por esta conceituada jornalista ter feita a dita entrevista.

De certeza que Maria João Avilez continua a sentir-se jornalista. Estou convencido que ter "carteira", ou não ter, mexe muito pouco com o que se sente em relação ao que se faz e se gosta de fazer (falo por mim, que estou nas mesmas condições).

Quando existem tantos problemas no jornalismo, desde a exploração de quem exerce a profissão, a várias situações de publicidade encapotada, passando por "fretes" políticos, mais uma vez, à boa maneira portuguesa, ataca-se o elo mais fraco da questão e não quem colocou em causa a profissão, que por um mero acaso, é o chefe do Governo.

Lembrei-me logo dos problemas que tentaram criar a Ruben Amorim, por este não estar habilitado para treinar na primeira divisão, embora a sua qualidade técnica saltasse à vista de toda a gente.

Infelizmente, o corporativismo tem destas coisas, quase sempre parvas.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sábado, outubro 05, 2024

O País "Folheto-Turístico"...


O turismo quando chegou às duas principais cidades do país (Lisboa e Porto), teve o condão de "restaurar" a sua edificação mais antiga, praticamente abandonada pelos seus proprietários (muitas vezes mais por falta de vontade que de dinheiro...).

Esta foi a parte melhor desta "invasão turística", mesmo que trouxesse "colada" a especulação imobiliária, que nunca mais abandonou estas duas cidades, provocando, a pouco e pouco, a mesma "febre do dinheiro" na maior parte dos centros urbanos, e até nas aldeias mais recônditas deste nosso Portugal. Bastava que existisse algo para ser explorado para fins turísticos...

E de repente, "toda a gente" quer ganhar dinheiro com este "turismo intensivo" (que é um pouco como a agricultura com o mesmo nome, só serve o presente), nem que seja para alugar camas a imigrantes em lugares decrépitos.

Ou seja, nota-se que este País "Folheto-Turístico", está mesmo talhado para as pessoas que querem ficar ricas hoje, sem vontade ou paciência para esperar para amanhã. Vou ainda mais longe: foi "desenhado" mesmo à medida do empresário "chico-esperto" português...

Não deixa de ser curioso, que sejam os próprios governantes (com as taxas e as taxinhas...), também a não esperarem por amanhã, com uma vontade imensa de matar todas as "galinhas com ovos de ouro" que apanharem por aí...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quinta-feira, outubro 03, 2024

O "calimero" da Capital...


Se há um político que me irrita, à séria, é o "alcaide" da Capital. Podia ser apenas por causa da voz, mas é muito mais que isso.

Sempre que o vejo armado em "calimero", lembra-me os "putos mete-nojo" que acabamos por aturar na primária, que passavam a vida a choramingar e a fazer queixinhas, por não terem jeito para jogar à bola ou para coisas ainda mais simples, como jogar à "apanhada" ou às "escondidas"...

Esta "merda de gente" quando cresce, além de não perder o hábito de fazer "queixinhas", de tudo e de todos, torna-se cobarde, cínica e hipócrita, a tempo inteiro.

E se têm a sorte de ter um "emprego", onde podem dar largas à sua "imaginação" e "mariquice", nunca mais temos descanso.

É por isso que o "alcaide" tem tido a lata de se aproveitar de tudo o que foi bem feito pelos socialistas no Município (como se fosse obra sua...), ao mesmo tempo que os culpa, de tudo o que corre mal, mesmo que já esteja no poder há mais de três anos...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quarta-feira, outubro 02, 2024

Muita demagogia e pouca razoabilidade...


Não acredito que o PSD tenha qualquer "proposta irrecusável", no bolso, para oferecer ao PS e ver o seu orçamento de estado aprovado no Parlamento. Pretende sim, ficar melhor na fotografia que os socialistas, em todo este processo de negociações.

Desde o começo do seu mandato que os sociais democratas se preparam para novas eleições, usando o dinheiro que o PS deixou nos cofres do estado para minimizar os problemas que os ditos socialistas não quiseram resolver, ao mesmo tempo que ainda oferecem uns "miminhos", como o que deram aos reformados...

Os resultados das eleições europeias, com a queda do Chega, ainda lhes alimentaram mais este desejo de ir de novo para eleições (alguns excessivamente optimistas até sonham com "maiorias"...).

Claro que ainda aparecem uns percalços pelo caminho, como hoje, com os Sapadores Bombeiros. Mas nada que incomode esta gente, capaz de "vender o pai e a mãe", se isso lhes garantir votos e que se mantêm no poder...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


segunda-feira, setembro 30, 2024

«Qual é o problema de dizerem o nome, publicamente, de quem fez isto ou aquilo?»


Sei que a companhia dos "amargurados da vida", que passam o tempo a "lamber feridas", está longe de ser a melhor do mundo. Mas quando existe amizade e um passado comum, não faz qualquer sentido fingir que não podemos beber um café, por causa disto ou daquilo, de longe a longe.

Além disso, a sua lucidez continua a ser invejável. O  Jorge consegue ver sempre mais longe que eu, porque continua a percorrer caminhos dos quais fujo a sete pés. Não é propositado este meu sentido de abstração, capaz de me ajudar a empurrar os dramas para um canto qualquer e a seguir em frente, sem andar "a vida toda" a pensar em coisas pequeninas...

O homem que eu conheci há mais vinte anos no mundo das colectividades, além de ser um trabalhador incansável, tinha uma capacidade de invenção muito própria, capaz de nos poupar muitos cobres, pois como todos os artistas, era capaz de dar uma nova vida a qualquer pedaço de lixo.

Quando chegou a fase dos insultos, trouxe para a mesa meia dúzia de "figurões". Escutava-o em silêncio, com vontade de lhe dizer que ele estava a exagerar. Mas o problema é que não estava. Falava de todos aqueles que foram ocupando o poder, aqui e ali, que não tinham qualquer pudor em colher os louros do trabalho dos outros, por viverem "cheios deles mesmos". Sorri quando ele disse, que são sempre os outros a "enfrentar os cornos do touro", e que eles ficam sentadinhos, à espera do fim da "tourada".. 

Não estranhei quando ele me perguntou: «Qual é o problema de dizerem o nome, publicamente, de quem fez isto ou aquilo?» 

Ambos sabíamos a resposta. 

Este é o tempo deles...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quinta-feira, setembro 26, 2024

«Há maneiras diferentes das pessoas serem medíocres»


O tempo vai andando e se há uma coisa que nos vai levando, são as certezas.

E ainda bem que isso acontece. Pelo menos para mim. Gosto de ter dúvidas.

À medida que o "lençol"  se ia esticando, a língua dos presentes também se ia soltando. O que até parecia uma diversão, "versar" sobre a mediocridade e os medíocres, começou a tornar-se um drama. 

De repente parece que "acordámos" e descobrimos que eles não só estavam em todo o lado, como normalmente chefiavam qualquer coisa... 

Pois é, muitos deles mandam em nós (mal ou bem, pouco lhes interessa, gostam é de mandar), querem é que as coisas sejam parecidas com as suas vontades. 

Foi quando alguém "inventou" uma escala de medíocres. E estava certo. 

«Há maneiras diferentes das pessoas serem medíocres», acrescentou a Ana, oferecendo dois ou três exemplos.

Ninguém a contrariou, mesmo sabendo que o mundo seria uma coisa melhor sem a prevalência de tantos medíocres, um pouco por todo o lado, quase sempre com ar de "sabichões"...

(Fotografia de Luís Eme - Caldas da Rainha)


quarta-feira, setembro 25, 2024

O medo que as pessoas parecem ter, em serem "iguais aos outros"...


Não é um problema de agora, talvez até faça parte da essência humana. 

Talvez até seja eu que esteja errado (tal como o meu avô paterno parece que esteve a vida toda...). Mas como fui educado, entre outras coisas, com uma frase muito simples, de que não era mais nem menos que ninguém, esse foi um dos valores que procurei transmitir aos meus filhos.

Não é por alguém ganhar 100 vezes mais que eu, que têm mais direitos como cidadão, que eu. Tem sim, quanto muito, demasiados meios para combater a tal "igualdade" que faz parte da nossa Constituição...

Mas nem sequer vou falar destas pessoas. Vou sim, falar de quem vive pior que eu, ganha menos dinheiro que eu. E mesmo assim, tem medo da palavra "igualdade"... 

São estas contradições humanas que nunca irei perceber. Tal como o meu avô não percebia, muito menos o meu pai...

Esta é também uma das explicações para que um país demasiado desigual, em que a maior parte das pessoas recebem salários inferiores a mil e quinhentos euros, tenha colocado no poder um partido do centro-direita, que se puder, não têm qualquer problema em privatizar uma boa parte da saúde e da educação, privilegiando os seus filhos (é o que se passa com o IRS jovem...), que querem que sejam mais "iguais" que os outros...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


terça-feira, setembro 24, 2024

Quatro mulheres, quatro formas diferentes de exercer o poder


O actual governo PSD/ CDS, dá-nos um bom retrato de quatro mulheres diferentes, que também exercem o poder nos seus ministérios, de forma completamente diferente.

A primeira impressão com que fico, é que elas não divergem assim tanto dos homens, como muitas vezes se diz por aí, quando se fala, por exemplo, da tão desejada sensibilidade feminina, para resolver alguns problemas. Claro que isso poderá acontecer, por estarem em minoria no Conselho de Ministros e como forma de defesa.

Curiosamente, ou não, duas delas, parecem dois "elefantes numa sala", dando a sensação de que são melhores a criar, que a resolver problemas. Falo da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho. Começaram logo o seu ministério com aquilo que no futebol é apelidado de "entradas a pés juntos". A primeira a Fernando Araújo, a segunda a Ana Jorge, que foram tratados de uma forma ofensiva, algo que é pouco normal entre nós, pelo menos a este nível da magistratura do poder.

As outras duas, demonstram ser mais competentes, e também mais ponderadas. Falo da ministra da Justiça, Rita Júdice, e da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco. Apesar de terem uma postura diferente, têm demonstrado estar à altura dos problemas graves que afectam as suas áreas de acção. 

Claro que se trata de uma opinião pessoal, de quem pensa que para a função ministerial (tanto feminina como masculina) o melhor mesmo, é não ser notícia, diariamente, e pelos piores motivos...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


quarta-feira, setembro 18, 2024

Portugal: o país onde a culpa normalmente "morre solteira"


Tenho lido e ouvido muitas críticas, que falam de "populismo" e de "demagogia", em relação ao discurso de ontem do primeiro-ministro.

Luís Montenegro disse que vão existir consequências sobre a catástrofe dos incêndios, que desta vão atrás dos culpados e dos muitos interesses instalados.

O "populismo" interessa-me pouco. Tenho medo é da "demagogia". Que o primeiro-ministro tenha dito todas estas coisas apenas para "inglês ver", e que amanhã ele e os outros governantes continuem a assobiar para o ar.

Quem está no terreno, sabe que mais de metade dos incêndios são provocados por "mão criminosa". Normalmente são ateados quase em simultâneo, e em zonas diferentes, onde há muito pouca probabilidade de surgirem devido a causas naturais.

E continua a existir muita incúria dos proprietários, que não limpam os seus terrenos, os seus pinhais e eucaliptais (inclusive o Estado...). Quando estes se localizam próximos de povoações ou de casas, têm de ser encarados como práticas criminosas, casos de policia. E nestes casos, também há responsabilidades públicas, tanto da parte das autoridades policiais como do poder local (Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais).

Os "comentadores" televisivos agarram-se muito às alterações climáticas, como se elas fossem as grandes causadoras destes dramas, que vão destruindo o país. 

Continuo a pensar que somos nós, os grandes culpados da maior parte das tragédias. Sobretudo quando se trata de povoações. É notório que não fizemos o suficiente para as proteger (as imagens televisivas são o grande exemplo, mostrando-nos terrenos e matas por limpar, rente a casas e a aldeias...). Como escrevi anteriormente, muitos destes culpados têm rosto e nome.

Espero que o primeiro-ministro, (tal como as ministras da Justiça e da Administração Interna nas suas áreas de actuação...), não se fique pelos discursos, enfrente este problema, com seriedade e sem medo. 

Não podemos continuar a fingir que não se passa nada, com a culpa a "morrer solteira".

(Fotografia de Luís Eme - Beira Baixa)


sexta-feira, setembro 13, 2024

Governantes que passam o tempo a "brincar com o fogo" (ano após ano)...


Este título não é para seguir, de uma forma literal, mesmo que este Setembro ventoso, esteja a trazer de volta o drama dos fogos, de Norte a Sul. 

Falo de ministros que fingem resolver os problemas, seja na Educação, na Saúde ou na Justiça. De ano para ano, vemos que os problemas anteriores, não só se mantêm, como se agravaram.

Pergunto: como é que é possível, que num país que na actualidade se debate com a falta de professores, continue a ter os problemas de sempre, na sua colocação? Com gente a ter de continuar a dar aulas, a 200 e 300 quilómetros de casa. É no mínimo, vergonhoso.

Fala-se que cada vez se nasce menos no nosso país (sei que os emigrantes têm equilibrado a "balança", felizmente...), como é que é possível assistirmos todas as semanas a problemas graves (com mães e filhos em risco...), a episódios caricatos, com ambulâncias a deslocarem-se para mais que um hospital (chegam a percorrer mais de 200 quilómetros...) que não estão preparados para receber grávidas? O curioso, é que ao mesmo tempo que se fecham serviços públicos no SNS, surgem novos hospitais e clinicas particulares em praticamente todos os distritos...

Como é que possível que os ministros da justiça e da administração interna, não consigam resolver os problemas com os agentes policiais e os guardas prisionais, tratando-os como meros funcionários públicos? Eles têm funções especiais, pelo que devem ter um tratamento também especial, para que não aconteça o que acontece hoje: não se vê um agente na rua (a excepção são os polícias municipais nas cidades grandes...), cuja presença física também dava um forte contributo na segurança dos cidadãos. E quando um guarda prisional nem sequer se dá ao trabalho de olhar para as câmaras de vigilância da prisão (seja por falta de pessoal ou de vontade), está tudo dito...

É uma vergonha a falta de sentido de estado dos nossos ministros (sejam eles sociais democratas ou socialistas). Salvo raras excepções, nota-se que estão mais vocacionados para "cortar fitas" e vender "banha da cobra", que para resolver os problemas graves que se avolumam, ano após ano, nos seus ministérios.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sábado, agosto 10, 2024

"Arriscar", com e sem rede...


Quando o Rui disse que os portugueses, não são muito de "arriscar", tinha a nossa história, de séculos, contra ele (desde os descobrimentos, até à emigração, que tem sido - e continua a ser - uma constante na vida dos portugueses).

Talvez ele se quisesse referir aos "velhos do restelo", que não se ficam apenas pelo cais, e também aos muitos milhares de homens e mulheres, que permanecem por cá, acomodados na sua vidinha, normalmente com mais baixos que altos.

Depois ele explicou-se melhor, dizendo que custa pouco correr riscos, quando se tem muito mais a ganhar que a perder.

O engraçado, foi nós pensarmos no cidadão comum. Ele não. Estava a pensar nos nossos empresários, que raramente correm "riscos sem rede". Procuram quase sempre o "colinho" do Estado. E deu exemplos, sem excluir os nossos grandes grupos económicos, que são o que são, graças a situações quase de monopólio e aos negócios que fazem com os governos, pequenos e grandes.

Quando percebemos o seu ponto de vista, tivemos de dar a mão à palmatória, ele estava mais certo do que nós.

Não é por acaso que as grandes famílias que hoje dominam o nosso mundo empresarial, não são muito diferentes das que eram "donas do país" no Estado Novo...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


domingo, julho 28, 2024

Os loucos que nos estão a levar à loucura...


Este mundo está a tornar-se um "paraíso" para todos aqueles que têm poder e se afastam, sempre que podem, do que entendemos por racionalidade. Começam pelo uso das palavras (são capazes de dizer  as coisa mais estúpidas e grotescas, com o ar mais sério do mundo), mas se alguém lhe der "a mão, rapidamente fica sem braço". 

Há cada vez mais exemplos de gente louca, que não só pensa, como faz aquilo que mais lhe convém, com a conivência de uma "corte de vassalos", sem vontade própria, que fingem ter serradura na cabeça.

Talvez Putin, seja a personagem principal deste "filme de terror". Talvez. Mas cuidado com as outras personagens, pouco secundárias como são Trump, Maduro, Netanyahu, Jimping ou Jong-il. 

É tudo gente capaz de aliar à paranóia, o gosto pelos "jogos de guerra". 

Se não os conseguirmos "destruir" vai ser difícil escapar ao que eles andam a "escrever nas estrelas"...

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)