Um senhor comprou algo para o neto e pediu ao homem que estava à minha frente (pelos vistos eram vizinhos) se podia passar à frente ignorando-me, completamente.
Fingi que não percebi, mas já depois de pagar continuou a insistir no agradecimento ao vizinho. Foi quando eu achei que devia dizer alguma. E disse que também me devia agradecer, porque tinha passado à minha frente na fila.
O que eu fui dizer...
Começou a dizer que não me conhecia de lado nenhum, ao contrário do amigo. E depois partiu para o insulto, chamou-me parvalhão, besta... A menina da caixa, incomodada, pediu-me para não lhe ligar. E foi o que eu fiz.
O mais grave é que quando sai da loja o homem quase com idade para ser meu pai, estava à minha espera à porta e ainda me tentou agredir fisicamente. Antes que pudesse responder, uma senhora de cor pediu-me para não lhe ligar e ir embora (e ainda bem...), recordando-me da presença do neto, um menino com uns oito anos.
E foi o que fiz...
Parece surreal, mas aconteceu-me mesmo, há menos de uma hora.
A princípio pode parecer uma questão de civismo e de falta de respeito pelo próximo. Mas eu penso que existe aqui mais qualquer coisa a nível mental, próximo da loucura.
Claro que eu poderia não ter dito nada. Mas isso é que quase toda gente faz neste tipo de situações, para não ter problemas e chatices. E o resultado é as "bestas" que andam por aí à solta, pensarem que podem fazer tudo o que lhe dá na real gana.
(Fotografia de Luís Eme - Salir do Porto)