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terça-feira, dezembro 10, 2024

Prometer o que não se pode ( e não se quer dar) nas culturas...

A cultura continua a ser o parente pobre das políticas do nosso país.

A maior parte das queixas, que se ouvem aqui e ali, têm razão de ser,  e ainda aumentam quando se trata de governos que apostam mais na propaganda que na acção. Isso aconteceu com António Costa e continua a acontecer com Luís Montenegro. Tanto um como o outro fingem pensar que as pessoas são todas estúpidas, que gostam de comer "gato por lebre" e ainda são capazes de dizer no fim do "repasto: "está tudo muito bom"... 

Sei que eles sabem que as pessoas das culturas pensam pelas suas cabeças. São pessoas que gostam de ler, de conversar e de estarem bem informadas. O seu grande problema é fazerem parte de áreas onde não se produz lucro (felizmente graças ao turismo o património - museus e monumentos - tem sido bastante lucrativo, quase de uma forma natural, sem que tivesse existido uma aposta séria no sector...), porque não existe uma "indústria cultural", nunca houve uma política de desenvolvimento séria.

Os políticos continuam a olhar para a cultura e para os seus agentes, como pessoas que fazem umas coisas giras, boas para usar nas campanhas eleitorais, que entretem outras pessoas e precisam de umas "esmolas". Mas que não podem, nem devem, ser levados muito a sério, até porque podem tornar-se "perigosos". É por isso que também dá jeito tratá-los como "tontinhos"...

É por isso que se aposta muito mais (como em quase tudo que não é lucrativo na sociedade mas pode "dar votos"...) na subsidiodependência que na autosuficiência. Os políticos gostam de "controlar" as pessoas e os grupos que fazem teatro, cinema, dança, pintura, música, etc., dando depois uns "doces" aos que consideram "seus" e uns "coices" a todos outros...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


segunda-feira, novembro 11, 2024

Fartos (e cansados) de perceber a parte do "não há dinheiro"...


Já escrevi vários textos sobre a vida difícil de quem tenta ser artista a tempo inteiro, viver apenas da sua arte, sem ter uma outra primeira actividade que chama segunda...

Talvez a teimosia maior resida em quem faz teatro e raramente recebe convites para  qualquer papel, grande ou pequeno nas telenovelas. Alguns fingem que não suportam a televisão, cada vez mais estupidificante, e acrescentam que nunca aceitariam fazer parte do elenco telenovelesco.

Dizem isto, mas contam os tostões até ao fim do mês, para sobreviverem com a dignidade possível (para alguns isso só acontece porque almoçam e jantam vezes demais na casa dos pais...). Comecei a contá-los e já ultrapassam os dedos das minhas duas mãos...

Olhando para a nossa realidade, só dois ou três "consagrados" é que se podem dar ao luxo de não fazer telenovelas. Mas para contrabalançar este "luxo", fazem publicidade, que normalmente dá mais dinheiro e menos trabalho, que as fitas por episódios que ocupam diariamente os serões televisivos portugueses.

Lá estou eu a querer dizer uma coisa e acabar por escrever sobre outra...

Eu só queria dizer que não há um actor português, das pequenas e grandes companhias de teatro, que não esteja farto e cansado, do disco riscado, que lhes é oferecido, quase todos os dias, de que "não há dinheiro" (quase sempre pelas autarquias...), porque é preciso alimentar as criancinhas nas escolas, sim a fome existe, em quase todo o lado; porque têm de fazer obras para realojar as pessoas; porque é preciso tapar os buracos da estrada, etc.. Ou seja, a cultura não consegue sair do último lugar das prioridades deste país, "cada vez mais de brincar"...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


segunda-feira, novembro 04, 2024

Nem nas catástrofes se esquece (ou esconde) a "partidarite"...


E triste perceber que nem em situações de catástrofe, com as pessoas a precisarem de toda a ajuda possível, com o máximo de urgência, os partidos políticos conseguem esquecer as diferenças e os interesses políticos existentes no seu seio.

Acredito que em Portugal (mesmo com muito menos meios...), era impossível acontecer o que se passou em Espanha, por não existirem as "regiões" (tão desejadas por vários caciques locais...), nem as "autonomias", que têm coisas positivas, e muitas outras negativas, como todos ficámos a perceber. 

Talvez a pior de todas seja a facilidade com que crescem os pequenos poderes, aqui e ali, alimentando uma "corte" interesseira, e sempre atenta, em volta de pequenos ditadores, capazes de comprarem sapatos de salto alto, para não andarem sempre em bicos de pés...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


sexta-feira, outubro 11, 2024

Coisas do corporativismo, quase sempre parvas...


Por ver menos televisão e por ler menos jornais, nem sempre estou a par do que se costuma chamar "a realidade".

Só ontem é que percebi que o que Luís Montenegro tinha dito sobre os jornalistas (a história das perguntas encomendadas "por sopro"...) tinha provocado uma "retaliação" por parte do respectivo sindicato, não em relação ao primeiro-ministro, mas a quem fez a entrevista televisiva no telejornal da noite da SIC.

Embora Maria João Avilez tenha uma carreira jornalística de quase meio século, foi colocada em causa por não possuir carteira profissional. Os responsáveis pelo sindicato falaram inclusive de crime e de usurpação de funções, por esta conceituada jornalista ter feita a dita entrevista.

De certeza que Maria João Avilez continua a sentir-se jornalista. Estou convencido que ter "carteira", ou não ter, mexe muito pouco com o que se sente em relação ao que se faz e se gosta de fazer (falo por mim, que estou nas mesmas condições).

Quando existem tantos problemas no jornalismo, desde a exploração de quem exerce a profissão, a várias situações de publicidade encapotada, passando por "fretes" políticos, mais uma vez, à boa maneira portuguesa, ataca-se o elo mais fraco da questão e não quem colocou em causa a profissão, que por um mero acaso, é o chefe do Governo.

Lembrei-me logo dos problemas que tentaram criar a Ruben Amorim, por este não estar habilitado para treinar na primeira divisão, embora a sua qualidade técnica saltasse à vista de toda a gente.

Infelizmente, o corporativismo tem destas coisas, quase sempre parvas.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


terça-feira, setembro 24, 2024

Quatro mulheres, quatro formas diferentes de exercer o poder


O actual governo PSD/ CDS, dá-nos um bom retrato de quatro mulheres diferentes, que também exercem o poder nos seus ministérios, de forma completamente diferente.

A primeira impressão com que fico, é que elas não divergem assim tanto dos homens, como muitas vezes se diz por aí, quando se fala, por exemplo, da tão desejada sensibilidade feminina, para resolver alguns problemas. Claro que isso poderá acontecer, por estarem em minoria no Conselho de Ministros e como forma de defesa.

Curiosamente, ou não, duas delas, parecem dois "elefantes numa sala", dando a sensação de que são melhores a criar, que a resolver problemas. Falo da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho. Começaram logo o seu ministério com aquilo que no futebol é apelidado de "entradas a pés juntos". A primeira a Fernando Araújo, a segunda a Ana Jorge, que foram tratados de uma forma ofensiva, algo que é pouco normal entre nós, pelo menos a este nível da magistratura do poder.

As outras duas, demonstram ser mais competentes, e também mais ponderadas. Falo da ministra da Justiça, Rita Júdice, e da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco. Apesar de terem uma postura diferente, têm demonstrado estar à altura dos problemas graves que afectam as suas áreas de acção. 

Claro que se trata de uma opinião pessoal, de quem pensa que para a função ministerial (tanto feminina como masculina) o melhor mesmo, é não ser notícia, diariamente, e pelos piores motivos...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


quinta-feira, setembro 12, 2024

Quando a mentira parece ter o mesmo peso da verdade...


Depois do jantar já se ouviam ecos da entrevista do antigo presidente do Benfica (que qualquer benfiquista sabia, antecipadamente, que iria ser um ataque pessoal ao presidente actual do Clube, aproveitando as suas fragilidades e as deste Benfica...).

O meu filho perguntou-me se o Luís Filipe Vieira se se voltasse a candidatar, se iria ganhar as eleições no Benfica. Disse-lhe que não. Acrescentei de seguida que, Vieira, Pinto da Costa, Bruno de Carvalho, e outros que tais, não cabem no futebol actual, que terá de ser, forçosamente, mais sério e mais transparente.

Ao dizer isto, sabia que estava apenas a dar a minha opinião.

Voltando à entrevista, o pior de tudo isto, é a existência de um jornalismo de sarjeta, sem contraditório, que desce cada vez mais baixo, passando a maior parte do tempo a "levantar poeiras" e a provocar "incêndios", em todos os sectores da sociedade, como é o praticado pelo grupo do "CM".

Não tenho qualquer dúvida de que o mundo seria um lugar mais saudável sem as Laranjas, os Pintos, os Octávios e gente da mesma laia nas redacções. Para eles vale tudo, desde a criação de factos à exploração do que existe da mais rasca, no ser humano.

Claro que esta gente já existia antes de 2016, só aproveitou o "vale tudo", que cresceu, um pouco por todo o lado, após a eleição de Donald Trump, ao ponto de virar de pernas para o ar, a política, a justiça e o jornalismo, como se a mentira tivesse o mesmo peso da verdade... 

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, setembro 03, 2024

Parece que não chegam os "50 palhaços" que estão na Assembleia da República...


Embora seja importante descodificar estes "timings" que unem a justiça a alguma comunicação social, nos "tribunais populares", os factos falam por si, tal como o papel dos seus protagonistas...

Infelizmente, ano após ano, não conseguimos sair deste registo. A falta de sentido de Estado é notória na maior parte dos políticos que estão envolvidos em processos de privatização, com os privados a fazerem sempre o papel de "espertos" e os representantes do Governo de "parvos". Muitos, de parvos não têm nada (Miguel Relvas é um bom exemplo...), outros "assinam" em branco, sem terem percebido muito bem onde estão metidos (por impreparação e incompetência, talvez seja este o papel de Pinto Luz na privatização da TAP...).

O mais grave é esta gente do "bloco central" (há poucas diferenças entre PS e PSD nestas negociatas...) ainda não ter entendido a mensagem que lhes foi dada, por uma parte do povo português, quando quase gritou, "Já chega!", e abriu a porta a "50 palhaços" na Assembleia da República...

É triste esta gente não perceber que o mundo real fica ligeiramente ao lado do mundo onde vivem...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sábado, julho 06, 2024

A dificuldade que as pessoas têm em sair no momento certo...


Eu sei que é muito difícil sair no tempo certo. E isso tanto acontece com quem exercesse cargos de poder, como nas carreiras profissionais. 

Joe Biden deverá ser o exemplo maior, de quem já não tem as condições que se exigem a um presidente de qualquer País, devido ao peso natural da idade (mas o senhor não desiste...). 

Os anos não perdoam. Basta olharmos à nossa volta para sentirmos que poucas pessoas percebem que o seu tempo já passou...

Posso dizer o mesmo sobre Cristiano Ronaldo. Provavelmente vai insistir em continuar na Selecção até ao próximo Mundial. Mas este era o tempo certo para ele abandonar a "Equipa de todos Nós", pelos quase quarenta anos, mas sobretudo pela sua prestação neste Europeu do nosso descontentamento (mesmo que não tenhamos sido em nada inferiores aos franceses...).

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)


sábado, junho 22, 2024

Contradições que escapam à compreensão de quem tem dois dedos de testa


Eu sei que os políticos e a sua prática diária - cada vez com mais contradições - está longe de fazer parte da compreensão da maior parte dos portugueses.

Mas quando se começa a entrar no jogo do "vale tudo", 

Como é que se pode compreender, que a mesma pessoa que é boa para ser candidata ao cargo da presidência do Conselho Europeu, com o apoio do PSD, possa ser envolvida num caso em que não teve qualquer interferência (caso das gémeas...), apenas por ter recebido um e-mail (provavelmente de informação e que deve ter o mesmo destino de uma boa parte da correspondência electrónica...), com os votos dessa mesma força política.

São todas estas coisas, no mínimo, esquisitas, que afastam cada vez mais as pessoas do mundo da política e das eleições...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sábado, junho 01, 2024

Dois exemplos da "cegueira pelo poder"...


Sei que hoje devia ser dia para falar de crianças e não de "criancices", mas os meus filhos cresceram e...

Não me lembro de ver um líder de um partido (PS), depois de perder as eleições (de uma forma notória...) na ilha da Madeira, achar que tem a mesma legitimidade para ser poder que o vencedor das eleições, Miguel Albuquerque, do PSD. 

Talvez o senhor Cafôfo pense que o melhor é acabar-se, primeiro com as eleições e depois com a democracia...

Também não me lembro de ver gente tão agarrada ao poder como o antigo presidente do FC Porto, depois de 42 anos de presidência do clube (foi muito difícil tirá-lo do "poleiro") e agora o treinador da equipa principal de futebol, Sérgio Conceição. Apesar da sua "ambiguidade" (nunca assumiu de uma forma directa a sua saída, embora o seu apoio ao presidente derrotado e a assinatura de um contrato a dois dias das eleições digam tudo da personagem...), é óbvio que ele não quer continuar como treinador. Mas também não quer que seja o seu antigo adjunto, como se este fosse apenas um seu "lacaio", não tivesse valor ou vontade própria.

São dois exemplos do que faz a "cegueira pelo poder", com esta gente a prejudicar de uma forma inqualificável as instituições que dizem "amar até à morte"...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


segunda-feira, maio 20, 2024

Já chega de dar atenção a "palhaços" que brincam com a democracia (e com todos nós)


Não tinha pensado escrever uma linha sobre o episódio na Assembleia da República entre o presidente e os partidos, por causa do "palhaço" do costume.

Mas não consigo deixar de concordar com a postura de Aguiar Branco, nesta situação e noutras (em banalizar e desvalorizar os "espectáculos" que os fascistas com assento parlamentar, gostam de dar...). 

Grave foi o que o "palhaço" disse em Espanha, dizendo que os governos socialistas de Espanha e de Portugal eram os mais corruptos da Europa. Tal como também já tinha sido muito grave a sua acusação ao Presidente da República de "traição à pátria".

Faz-me confusão que os partidos políticos não percebam que o que o "palhaço" quer é atenção e que reajam exactamente como ele quer (das televisões não falo, porque o que elas querem é "palhaçadas" diárias...).

(Fotografia de Luís Eme - Caldas da Rainha)


quarta-feira, maio 08, 2024

(se conseguirem, digam ao governo que destruir é o contrário de construir)


Não sei o que vai na cabeça destes "governantes de meia tijela", que já nem sequer vão ao engano, dizem logo através da sua prática diária, que estão aqui sobretudo para "destruir".

Na saúde pediram um relatório com patins ao então director-geral do SNS. Ele fez-lhes a vontade, mas saindo pelo próprio pé, por outra porta. Na Santa Casa da Misericórdia tentaram embrulhar a provedora em papel de jornal já rançoso e amarelado, ao mesmo tempo que lhe chamavam tudo menos Alice. Vamos ver o que vai acontecer nesta e na próxima semana... Na defesa, com a falta de soldados e marinheiros, o ministro pensou que talvez não fosse má ideia mandar para lá os rapazes mal comportados (dando-lhe ainda como bónus, armas...). Toda a gente percebeu que era uma "ideia de caca", menos os doutores Nuno e  Margarida... Mas tudo indica que a "missa" ainda só vai a metade. Nem o chefe da PSP conseguiu escapar a este "vendaval" das demissões e de novas nomeações. Parece que o comandante é bom rapaz e dono do seu nariz, nada que seja da conveniência desta gente estranha que está apostada em "deitar abaixo o castelo"...

Deixo para o fim as finanças, que devem ter um ministro do mais "forreta" que existe, que antes que se veja obrigado a dar o que foi prometido durante a campanha eleitoral, aos médicos, professores, polícias, e demais descontentes, já lançou o alerta que não há dinheiro. Culpa os malvados "xocialistas" de o terem gasto "até ao último cêntimo"...

Com esta gente nada parece estar seguro, em cima ou debaixo da mesa...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sábado, maio 04, 2024

Nunca foi tão visível que o povo português "só serve para votar"


Nunca se viveu uma experiência governativa tão surrealista como esta, da AD de Montenegro, com o governo a fingir que tem maioria absoluta pode usar a premissa do "quero, mando e posso" em relação ao parlamento e afins. Quase em "sintonia" está a oposição, que finge que é governo, pois sabe que se há alguém que tem maioria, é ela.

Parece que não há mais mundo, para lá de São Bento. 

Noutros tempos ainda fingiam que tínhamos alguma importância. Agora, brincam de tal maneira com todos nós, que nunca foi tão visível que só servimos para votar.

Sim, não brincam apenas com as forças de segurança, os professores, médicos, enfermeiros ou os oficiais de justiça. Brincam com todos nós.


Passados 50 anos depois de Abril, apetece-me desabafar que, a democracia tem de ser muito mais que isto.

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


quinta-feira, maio 02, 2024

«Que gente é esta?»


O Carlos cada vez se parece mais com um "perigoso comunista" (desses que comiam "crianças ao pequeno almoço", segundo os padres e a malta que agora quer ser dona do "outro 25", mais para os lados de S. Martinho...), ele que sempre defendeu as democracias dos países das louras grandes e bonitas.

Quando estou uns dias sem falar com ele, faz-me quase um resumo da "semanada". Como raramente falamos de futebol ou de credos religiosos, a política e os políticos acabam por se sentar sempre a nosso lado (sem se darem ao trabalho de pedir licença). 

O mais curioso, é que acabamos a rir com coisas que nos deviam fazer era "chorar"...

Se nunca gostou do Marcelo comentador, menos gosta do político, que está agora na idade perigosa, em que pensa que tudo lhe é permitido, até apelidar primeiros-ministros e ex, de coisas que não são, ou querer ainda ser o "justiceiro das áfricas e brasis" (também raramente consegue largar a capa de "super-herói").

Emboras reconheça que Montenegro é tudo menos um "saloio", sabe que ele não presta. Bastou vê-lo encostar-se ao "agraciador de pides", para lhe tirar a pinta. Também fala pouco, gosta de criar tabus e de "sanear" quem não se curva à sua passagem ou lhe oferece sorrisos (mesmo que sejam de "judas"). O jeitoso esqueceu-se foi de um pormenor: é mais difícil do que parece, transformar um competente em incompetente...

Para compor o ramalhete só faltava o Presidente da Câmara de Lisboa, vir a público dizer que a culpa do resultado negativo do seu exercício é do PS. Ele que está no poder há mais de dois anos e meio...

Olhei para o relógio e disse que tinha de ir. Não dei tempo ao Carlos de me falar das "últimas" da dona Inês, a alcaide do nosso burgo. 

Fica para a nossa próxima conversa de café.

Enquanto caminhava, ecoava na minha cabeça a sua questão, repetida duas ou três vezes: «Que gente é esta?»

Pois... São os eleitos pelo nosso povo.

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


domingo, abril 28, 2024

O que encontro de mais parecido com este tempo erróneo...


Este tempo anda de tal forma baralhado e enigmático, que farta-se de "trocar as voltas" aos meteorologistas.

Aquilo que encontro de mais parecido, por aqui, na Terra, são os políticos (de todos os continentes e quadrantes...). O que mais nos oferecem é instabilidade, errando com demasiada facilidade nas suas previsões e esquecendo as promessas feitas antes dos votos.

É um mal geral, não é apenas dos nossos: do "saloio", do "lento", do "mentiroso", do "chico-esperto" ou do "fala-barato"...

É caso para dizer que até a Chuva e o Sol, nos andam a tramar...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


sexta-feira, abril 26, 2024

Com amigos destes...


Acho curioso (mas não devia...) que os comentários mais cínicos sobre a escolha do nosso novo Sebastião, sejam de comentadores de direita (pois é, são a maioria, pelo menos nas televisões...), que não se esquecem de referir: "eu sou amigo dele, mas..." (há muito  por aí quem defenda que amigo não empata amigo, até na cobiça da namorada alheia...).

Temos a mania de que a célebre "dor de cotovelo" é mais portuguesa que universal. Manias... O que não há dúvida é que alguns comentadores com mais uns anitos que Bugalho, a escrever e a falar, aqui e ali, acham que também já deviam ter a oportunidade para dar o "salto" e encher os bolsos (ainda por cima este dinheiro é "europeu", vale mais...).

Mas a realidade é outra coisa. E posso dar um exemplo familiar: o único comentador de quem a minha mãe me falou nos últimos tempos é do "rapaz penteadinho e bem vestidinho", que é capaz de dizer as maiores barbaridades, com o ar mais sério do mundo (ela é socialista e continua a ter uma "adoração" pelo Costa...).

O mais curioso é a atenção que tem sido dada à "agricultura" nestes dias pouco pardacentos. Não se trata apenas do Marcelo ter chamado a Montenegro de "saloio" (mesmo que ele seja mais urbano e moderno do que o que o presidente pensa, esta escolha fala por si...), há também vários comentadores que foram buscar os "melões" (coitados, não tiveram um avô que lhes ensinasse a escolhê-los e devem comprar demasiados "pepinos" em forma oval...), para dizer que o jovem é uma "incógnita".

Sem cinismos, eu acho que se trata de uma boa escolha, pelo menos para quem quer ser segundo nas eleições...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


sábado, março 30, 2024

Duas boas notícias dentro de uma (se as coisas correrem bem...)


Ainda a pensar nos Museus, a primeira boa notícia na constituição do novo Governo é a manutenção do Ministério da Cultura, algo a que o PSD costumava torcer o nariz (nunca percebi porquê).

A outra boa notícia, que acaba por estar dentro da primeira, é a escolha do ministro, aliás ministra, Dalila Rodrigues, que por onde passou deixou um rasto de competência e de vontade de mudar as coisas para melhor (foi ela que "revolucionou" e deu a importância que o Museu de Arte Antiga sempre teve, mas que se fingia não perceber...). Acabou por sair, aparentemente em conflito com os responsáveis políticos pela Cultura, por defender algo que deveria ser normal em todas as instituições, haver uma gestão própria, inclusive do orçamento.

Nos últimos anos foi a responsável pelo Mosteiro dos Jerónimos e pela Torre de Belém, onde também se verificaram algumas mudanças positivas (até por serem dos espaços culturais mais visitados de Lisboa...).

Provavelmente, não é uma pessoa fácil e maleável, para lidar com o mundo da política, onde existem sempre demasiados jogos de bastidores e hipocrisias. Mas a sua experiência (já deve ter engolido um número considerável de "sapos"...), competência e saber, são um sinal de esperança, para todas as pessoas que, de alguma forma, estão ligadas à Cultura no nosso País.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


segunda-feira, fevereiro 26, 2024

Mentiras, descontentamentos e dúvidas...


Não sei muito bem bem onde começa a realidade e acaba a ficção, nos números que nos são oferecidos diariamente como o "retrato eleitoral" do partido da extrema-direita.

Isso acontece por todo este movimento - tal como o seu líder - usarem como principal fundamento a mentira. Não há um facto que não seja manobrado e tenha uma leitura muito própria, quase sempre distante do que realmente aconteceu (os "rateres" transformados em tiros são apenas uma pequena amostra...). Até foram capazes de inventar uma sondagem cujo resultado lhes oferecia um "empates técnico" com as duas maiores forças políticas portuguesas...

É por isso que me faz alguma confusão que possam existir pessoas tão "parvas" no nosso país, ao ponto de andarem atrás de um "vendedor de banha da cobra", que é capaz de dizer uma coisa de manhã e o seu contrário da parte da tarde. 

Se o que está em causa é o descontentamento político, existem forças políticas democráticas mais que suficientes (tanto à esquerda, ao centro como à direita) para receberem todas as pessoas insatisfeitas, em vez de se virarem para uma "mentira partidária e política". 

Embora saiba que basta mais um voto, para quem cantem vitória, gostava muito que esta gente desonesta recebesse uma lição de democracia, no dia 10 de Março. 

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


segunda-feira, fevereiro 19, 2024

A transformação de um debate num "Benfica-Sporting"...



Sem fugir do tema de ontem, hoje foi dia de "derby" (não há grandes hipóteses de escapar à "futebolização", graças às televisões e aos seus comentadores...). 

Foi um "Benfica-Sporting" (sei que Montenegro é portista, mas não há jogo que gere tantas paixões como este, entre os grandes de Lisboa...), com uma vitória clara do socialista, que me apetece "colar" ao Benfica, por razões pouco racionais.

Após o debate, nem mesmo os comentadores que usam mais a mão e o braço direito, foram capazes de "puxar" o líder da AD para cima, porque ele além de não responder a questões essenciais, quis "interromper", mais vezes do que devia o adversário político, usando a táctica (ainda que mais tímida...) do homem que já o apelidou de "prostituta"...

Não sei se este debate foi bom para os indecisos. Provavelmente ficaram ainda mais baralhados. Muitos estão fartos de saber que o PS não merece o seu voto (os últimos três anos deixaram muito a desejar), mas com a prestação do candidato da AD, as dúvidas em vez de diminuírem cresceram...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


domingo, fevereiro 18, 2024

Jornalistas-moderadores preferem o acessório e popularucho à verdade e aos factos nos debates


Tem sido demasiado pobre o espectáculo dado por alguns dos jornalistas que têm moderado os debates eleitorais nas televisões.

Já se percebeu que o tempo é demasiado curto, pelo que era evitável que passassem o tempo a interromper os candidatos, quando estão a tentar dizer algo de útil. Preferem fazer perguntas sobre o que é acessório, deixando o que é importante, para depois.

Uma moderadora da SIC até se deu ao luxo de começar um dos debates com a candidata do BE a falar da sua avó.... como se isso é que fosse realmente importante para as eleições (deve ser por força do hábito televisivo de fazer "telenovelas" com quase tudo...).

Também não percebo porque razão não desligam o microfone do candidato do Chega, deixando-o sistematicamente a tentar interromper os adversários políticos. Ou talvez se perceba. Talvez pensem que dá mais audiências e é melhor para o "espectáculo"...

Dos comentadores da "hora seguinte" nem falo, porque não há um único que não apareça armado "em júri de debates", vestido com as camisolas do "Benfica", do "Sporting" ou do "Porto"...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)