Num mundo perfeito, todos tínhamos pão, paz, educação, saúde e habitação (a ordem é alietória...), como diz o Sérgio, um dos nossos bons trovadores, numa das suas canções.
Só que além de estarmos cada vez mais longe do tal "mundo perfeito", vivemos num País que se orgulhava de ter a Constituição mais avançada (acho que também era do "mundo", mas já deve ter perdido esse "orgulho"...), mas que por ser tão "avançada", o que não faltam por lá são coisas que não se cumprem.
Uma delas é o direito à habitação. Mas acho que nesse artigo não se diz que o Estado tem de dar a cada português uma casa, gratuita, como é a exigência da gente, que até é capaz de viver uma vida inteira numa barraca, para que lhe dêem um lugar para habitarem, praticamente sem custos.
Como eu tive de comprar casa (tal como a maioria dos portugueses...), faz-me confusão a forma de pensar destas pessoas, que pertencem ao clube dos que só têm direitos, e deveres nada.
Só que o problema da habitação de hoje está longe de ser tão simples, e de se restringir a este "mundo dos pedinchas".
O que não falta por aí é gente que contribui para o país através dos seus impostos e que quer comprar ou arrendar casa. Mas quer fazê-lo a preços decentes, não neste mercado que faz cada vez mais concorrência com Paris, Londres ou Nova Iorque.
E só há uma forma de lutar contra esta especulação imobiliária, é a construção social (algo que deixou de ser preocupação governamental há pelo menos vinte anos), através dos governos central e local.
Mas é FAZER, não é ENTRETER, como parece ser a especialidade do Governo Socialista.
(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)