Gosto muito deste óleo de Andrew Wieth.
Por estes dias ando em paisagens com estas tonalidades...
Noto que cada vez mais nos limitamos a assistir, serenamente, via televisão, ao que se está a passar na Líbia - e já se passou noutros países das arábias. Começa por ser uma guerra contra um ditador, mas depois é contra todos os seus habitantes. Além de provocar a morte de milhares de inocentes, destrói quase tudo nesses países.
Uma das coisas que me irrita quando apanho o metro até ao Campo Pequeno, é ter de mudar de linha duas vezes, apesar do percurso ser relativamente curto.
Nos últimos cinco anos a divida madeirense duplicou, por culpa de José Sócrates, segundo a versão do seu "excelentíssimo dinosaurio", Alberto Jardim.
Não me lembrava do teu nome, apenas do teu rosto, do teu olhar feliz, capaz de acalmar a minha rebeldia de adolescente tardio.
Embora se diga que o segundo de qualquer competição, é o primeiro derrotado, essa frase não serve nem se ajusta à nossa equipa de juniores, finalista vencida no Campeonato do Mundo de sub-20, disputado na Colômbia, ganho pelo Brasil após prolongamento. Um Brasil recheado de vedetas (como um tal Danilo, defesa lateral, alvo de mais uma "guerra" entre Pinto de Costa e Filipe Viera, ganha pelos 13 milhões do FCPorto, segundo os jornais...).
Estávamos entretidos na conversa à mesa do café, quando o Vitinha surgiu à entrada, com o cabelo esbranquiçado, quase todo de pé. Olhou para todos os lados, já com o saco do almoço na mão, o habitual cozido, encomenda da "patroa", até nos encontrar.
Podia ser uma, duas, ou três, mas não, todas as mulheres com quem me cruzei naquela festa tinham uma cor e um ar estranho. Pensei que tinham saído de um filme barato americano, onde tudo era exagerado, desde o penteado, a cor do cabelo, a maquilhagem, a cor do bâton, as calças e as blusas, de modelos e cores espampanantes, o calçado, sandálias, altas e modernistas.
Ao pensar na fotografia, só me ocorre dizer: «as coisas que temos inventado, para nos lembrarmos de ontem...»
Estive a remexer em papeis e descobri a fotografia de uma das actrizes mais populares do teatro e cinema da primeira metade do século passado.
Ao passar pelo "Delito de Opinião", li a notícia que o Pedro escreveu sobre Marta Caires, uma jornalista que não se assustou, nem ligou às ameaças, insultos e "ordens" de Alberto João Jardim.
Normalmente já nem passo os olhos pelo suplemento "Inimigo Público", por achar que aquilo não é humor, é outra coisa qualquer que está um ou dois escalões abaixo (pelo menos para o meu gosto). Mas achei esta capa de 5 de Agosto soberba e bastante esclarecedora sobre esta gente que nos governa (não deixem de reparar no nadador salvador...).
Passámos estes fim de semana com feriado nas Caldas da Rainha.
Escutava-o embebecido, pela forma pormenorizada com que relatava cada uma das suas histórias de amor impossíveis.
Já fizera um pouco de tudo, mas nunca estivera assim, em exposição para o mundo. Nos primeiros dias achou tudo aquilo agradável, por ser novidade e por ter tanto tempo para olhar, pensar e sonhar acordado.
Adorava sentir o vento a entrar e a sair pelas suas roupas largas, cheias de "respiradores".
Divertia-se ao perceber que a sua figura era assustadora, principalmente para os pássaros, que nunca se aproximavam muito da área cultivada.
Pouco tempo depois quis entender a razão deste "respeito". Pensou que era da sua posição, quase de Cristo na cruz, com os braços bem abertos, com pedaços de palha a saírem das mangas do casaco, que ainda por cima soltavam sons quase musicais, quando o vento soprava mais forte.
Foi por isso que no dia seguinte decidiu baixar os braços. Alguns pássaros mais corajosos entenderam o gesto e aproximaram-se, sem sentir qualquer animosidade. Surpreendidos e satisfeitos, voltaram à sua ladainha diária, penicando os frutos e as plantas apetitosas, da melhor horta das redondezas.
Quem não gostou daquele baixar de braços foi o patrão. Desceu imediatamente do seu pedestal e sem pedir explicações, despediu-o.
Ele não se importou muito. Ao princípio achou graça, mas depois percebeu que era demasiado triste a vida de espantalho...
O óleo é de Andrea Kowch.
Encontrei nas ruas de Lisboa um dos meus mestres do jornalismo, o "Lola". Gostei muito de o ver, de o abraçar, de sentir que continua rebelde e sem dono, apesar de receber uma reforma curta, que mesmo assim não lhe rouba o prazer de uma boa comezaina nem da cachimbadela depois da refeição. E como gostei de sentir o cheiro único do tabaco de cachimbo, algo quase inexistente nas nossas urbes.
Em Londres, ardem sobretudo os nossos sonhos.
Depois de ter despejado o lixo resolvi dar uma volta pelo quarteirão. Passava das vinte e três horas e um grupo de "putos" cujas idades deviam andar entre os 10 e os 15, brincavam na rua, num misto de apanhada e escondidas.
Não sou muito bom em inglês, preciso quase sempre de tradutor quando falo com gente de fora ou passeio pelo Mundo. Mas ontem à noite nem foi preciso, num jantar onde esteve presente um casal que vive por cá, ele norueguês ela italiana.
Pensava que os polícias já não andavam atrás das ciganas que vendiam roupa na rua, nem de outros vendedores ambulantes. Pensava... mas estava enganado.
Além de "La Coca", li mais dois romances, "O Coração dos Homens", de Hugo Gonçalves e o "Hotel Memória", de João Tordo (que já tinha viajado para o Sul e acabou por regressar sem ser lido). Como sou o mais rápido a ler cá de casa e costumamos partilhar os livros nas férias, acabei por ficar "sem livro", o que fez com que comprássemos, "Histórias Daqui e Dali", de Luís Sepúlveda, na Feira do Livro de Tavira.
Durante as férias consegui ler quatro livros.
A chuva que cai um pouco por todo o país, provoca sensações diferentes: irrita quem entrou de férias, faz sorrir quem começou a trabalhar.