Mostrar mensagens com a etiqueta Surrealismos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Surrealismos. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, abril 15, 2024

Eu sei que a palavra "incomoda-me" é forte de mais...


A palavra "incomoda-me" é forte de mais. Mas acho estranho que de um momento para o outro, tenham crescido tantos comentadores e comentadoras de guerra, em todos os canais televisivos. São mais que os cogumelos...

E agora vem a parte sexista... Acho ainda mais estranho ver tantas mulheres a comentarem guerra, a falarem de armas e de tácticas militares, como se fossem autênticas peritas.

E até podem ser, mas...

Imagino que toda esta "sapiência" tem mais a ver com o "negócio", que com outra coisa. 

É provável que tenham pensado: "esta guerra é capaz de ser uma boa oportunidade para ganhar uns cobres." E depois devem ter ido ainda mais longe: "dizer o que o Milhazes e o Rogeiro dizem, é mais fácil que comentar futebol".

Eu sei que com as guerras não se deve brincar, mas de certa forma, é o que se passa nas nossas televisões, com o "desfile" diário de gente que adora dizer banalidades e falar de "marcianos"...

(Fotografia de Luís Eme - Sobreda)


sexta-feira, abril 12, 2024

O "silêncio ensurdecedor" das mulheres portuguesas (as "esquerdistas" do costume não contam...)


Estava à espera de assistir a reacções mais contundentes das mulheres portuguesas sobre o que alguns homens escreveram (num livro) e disseram (na apresentação e depois). Sim, alguns não se sentiram completamente realizados na sua tarefa da defesa da "família tradicional" e já vieram com propostas ainda mais "interessantes", como a do "estatuto da dona de casa".

Não frequento as redes sociais, pelo que não sei se estou completamente certo, sobre este "silêncio ensurdecedor" das mulheres portuguesas (tanto as antigas como as modernas).

E há ainda outra questão: até podem haver por aí muitas mulheres que querem que se volte ao tempo em que elas se limitavam a ser mães e donas de casa... Só que isso só poderá ser garantido a uma minoria de mulheres (as esposas dos "empresários" e dos "políticos"  bem sucedidos do nosso país...), pelo menos com um nível de vida economicamente aceitável.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


domingo, março 24, 2024

A importância (ou não) dos títulos


Nem sempre percebemos o porquê dos títulos dos livros e dos filmes, porque nem toda a gente tem jeito para essas coisas, nem escreve primeiro o nome e depois a obra, como fazia o nosso José Saramago.

A prosa é quase sempre mais simples de apelidar, porque normalmente não se mete em bicos de pés a ver se toca na lua. Também não costumamos questioná-los, mesmo que nos pareçam estranhos.

Nem nos nos lembramos que há pessoas capazes de escolher títulos esquisitos, só para nos verem a torcer o pescoço ou a pegar no livro de várias formas, para ver se sim, faz sentido. Sim, o mundo das artes e letras está infestado de provocadores, gente que ama a diferença, mesmo que ela seja a negação de tudo o que faz sentido.

Pensei nisto ao ler um conto, "A Galinha que não dava ovos", que não tinha lá dentro nenhuma galinha, nem sequer falava dos campos ou de aviários. Havia ali muito surrealismo. Embora não tenha encontrado a "galinha", sei que ela podia ser tantas coisas, até a televisão avariada, que continuava no mesmo lugar, onde antes falava e fazia companhia à avó.

Claro que quando estiver com a Carolina, vou perguntar-lhe duas ou três coisas, sem falar logo da galinha, que pode estar ali apenas para nos baralhar as ideias...

(Fotografia de Luís Eme - Beira Baixa)


terça-feira, março 12, 2024

O primeiro episódio das "conversas que se dizem quase ao ouvido"


Talvez por eu não o tratar como um maluquinho, muito menos me preocupar muito onde começava e acabava a ficção que se misturava com as suas memórias, ele não parou de me contar as suas inquietações.

Não sei porquê, mas fixei-me nessa palavra bonita que é a liberdade, enquanto ele me falava das suas duas "casas" na Capital:

«Sei que devo estar a sonhar ou a imaginar coisas, mas penso muitas vezes que a barraca que construi e fui viver depois de casar, e onde nasceu o meu primeiro filho, era melhor que esta casa de cimento.

Esqueço-me do frio, do calor, da falta de luz eléctrica e de água canalizada, e de tantas outras coisas, que eram tão más e feias, que apaguei-as mesmo da minha cabeça.

A única coisa que me ficou foi a sensação de liberdade que existia. Acho que por não ser uma casa a sério, tornava tudo mais fácil. E também sabia que era difícil viver pior. E sorria com isso... É por isso que às vezes penso que devo estar a amalucar.»

Expliquei-me que não. Provavelmente ele foi feliz naquela barraca, mesmo que fosse tudo demasiado pobre e miserável. E só se lembrava dessa sensação, que há distância de 40 e muitos anos, lhe parecia uma outra coisa...

Nota: Vou chamar a estas conversas, "Coisas que se dizem quase ao ouvido", que nascem do diálogo que tenho com algumas pessoas que gostam de falar sem "travões" e nos contam toda a história da sua vida, mesmo sem lhe pedirmos...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quarta-feira, julho 26, 2023

Se antes já se ganhava dinheiro a mais no futebol, o que dizer agora?


Penso muitas vezes que o futebol é um desporto único, com uma capacidade de resistência invulgar, ultrapassando toda a espécie de ataques, altos ou baixos.

O mais provável é que, com esta "febre do ouro" (ou do petróleo...), das arábias, ele leve um abanão, daqueles grandes. Mas no final, mais uma vez, acabará por resistir...

O mesmo não poderei dizer de alguns clubes, que ao ficarem sem os seus melhores jogadores, podem ver os seus adeptos a virar costas aos estádios, em ruptura com todo o "negócio", ao mesmo tempo que os investidores "batem asas", deixando-os nas "ruas da amargura"...

Embora seja cedo para se fazerem contas ou lançar para a mesa prognósticos, ninguém duvida que tudo isto é surreal. Se antes já se ganhava dinheiro a mais no futebol, o que dizer agora?

E o mais grave, é que nem se pode dizer que se trata de um investimento, trata-se apenas de "gastar dinheiro" quase por vaidade e arrogância, para se poder ter os melhores jogadores no campeonato da Arábia Saudita.

Quando há quem veja nesta "loucura", uma boa novidade global, eu olho-a apenas como mais um ataque ao futebol e até à economia europeia e mundial.

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)


sábado, julho 08, 2023

"Não é... Mas podia ser..."


Esta expressão que não diz quase nada do mundo, diz alguma coisa da natureza humana.

Quem a costuma utilizar é um amigo poeta, talvez para se distanciar, para deixar bem vincado que gosta de ir à Lua e voltar.

Um dia falei-lhe sobre o pouco sentido da "frase-expressão", ele começou a sorrir e disse-me que devia andar mais atento ao mundo.

Depois explicou-me que eram muito mais os que queriam passar por espertos que os que não se chateavam nada de passar por parvos nesta bola pouco cristalina... mas ambos estavam a enganar-nos.

Mas depois acabou por me dizer, «não leves a sério a frase, é apenas poesia. Não te esqueças que na poesia pode-se tudo, até arrancar olhos.»

Só podia sorrir com uma resposta destas. 

E fiquei a pensar que podia muito bem ter ficado calado, não querer saber, nem dar sentido, ao que "Não é... Mas podia ser..."

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


domingo, dezembro 18, 2022

Fingir Desconhecer a Palavra Civismo...


Nestes dias que antecedem o Natal é normal existir mais confusão de trânsito que no resto do ano. Mesmo com a inflacção, a correria tonta à procura de prendas é a mesma de sempre.

E foi por causa das compras, que eu estava ali parado, dentro do carro, bem estacionado, porque entretanto alguém deixara um lugar vago. Esperava e desesperava para que "ela chegasse" com as mãos cheias de sacos...

Quase a meu lado uma mulher jovem buzinava há já um par de minutos, porque alguém a encurralara com o carro e fora às compras, com a maior desfaçatez. Algum tempo antes houve outro alguém que também me tentou "prender", mas eu buzinei, e ele lá foi "tapar outro carro" nas redondezas, de preferência sem condutor...

Entretanto o homem chegou e em vez de pedir desculpa à jovem pelo incómodo, começou a insultá-la, por esta ter demonstrado o seu desagrado, educadamente, por ter de ficar ali presa, há já uns bons cinco minutos. 

Eu achei tudo aquilo surrealista, embora fosse mais normal do que poderia parecer, vindo de quem vinha o insulto.  O sujeito era de etnia cigana e devia passar o tempo fingir que desconhecia o significado da palavra civismo, quando circulava pelas ruas da cidade.

Acabei por ficar a pensar, que ainda bem que era uma mulher que estava ali, a afastar-se com o carro. Ela não só não voltou a dirigir a palavra ao "selvagem", como foi capaz de fingir que ele não existia. 

Se fosse um homem não ia reagir assim e acabaria por haver confusão, com toda a certeza pouco natalícia...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


segunda-feira, dezembro 05, 2022

«Tu que nem sequer vais aos jogos, como é que tens a lata de estar a discutir futebol comigo?»


Quando as pessoas começam a não ter argumentos nas conversas, tentam fazer "jogo rasteiro", pondo em causa o outro, usando palavras que nem sequer deviam ser chamadas para a conversa.

Quando ouvi o Nicolau a dizer, quase aos gritos, ao meu sobrinho, esta "pérola": «Tu que nem sequer vais aos jogos, como é que tens a lata de estar a discutir futebol comigo?», meti-me na conversa e disse que ele estava certo, acrescentando que só pessoas inflamadas pela clubite e alienadas pela estupidez futebolística, é que deviam falar sobre o jogo do "pontapé na bola".

As minhas palavras acertaram mesmo no alvo e ele tentou virar os argumentos maliciosos para mim, dizendo que o futebol não era para "pretensos intelectuais", mas sim para o "povo".

Ofereci-lhe um sorriso e desmontei algumas das patetices que ele teimava em dizer, em relação ao Cristiano Ronaldo e a outros jogadores que não eram (ou tinham sido...) do "seu Benfica". Claro que nunca o convenci, nem queria. O mais importante era defender os argumentos válidos do meu sobrinho, sem ponta de "clubite". Estas pessoas que gostam de dar "cacetada" aos outros, como qualquer defesa de terceira categoria, adoram fingir que estão sempre certas...

O que nos vale é que se o Cristiano marcar um ou dois golos aos suiços, põe fim a esta "Caça ao Ronaldo" e ele volta a saltar, num ápice, de "besta a bestial".

É por estas e por outras que se percebe que este futebol dos estádios (portugueses) não é mesmo para todos. É sobretudo para os espertalhaços que são adeptos das "vitórias a qualquer preço" e idolatram gentes com a qualidade de um pintinho, um bruno ou um vieira...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, novembro 23, 2021

O Surrealismo é Outra Coisa...


A entrevista ao "fugitivo" mais badalado do nosso país (mesmo que esta não tenha tido nada de espectacular, o espertalhaço nem sequer precisou de correr ou disparar para o ar. Bastou-lhe apenas comprar bilhete de avião para Londres e partir, sem que alguém o incomodasse, antes de ser lida a sentença que o iria condenar a prisão efectiva), foi o grande "furo jornalístico" da estreia da nossa CNN.

Embora não ache muita piada à "publicidade" extra que se dá a esta gente rasteira, acabei por perceber que foi importante ouvir as "piadas" que ele tinha para nos dizer, com o ar mais sério do mundo.

Explicou que só volta ao nosso país se for ilibado dos crimes que cometeu ou com um indulto presidencial. Marcelo como de costume não deixou para amanhã o que podia dizer hoje e respondeu muito bem, sem fugir do registo telenovelesco, dizendo-lhe que "já era tarde para amar", pois já tinham sido ultrapassados todos os prazos para fazer o pedido...

Mas faltava a parte melhor: o pulha está a ponderar pedir de um indeminização ao Estado (já tem um valor e tudo, 40 milhões...), pelo anos que o seu caso se arrastou nos tribunais, como se não fosse ele a utilizar todos os recursos possíveis para adiar a sentença. E o rombo de 700 milhões do seu BPP?

E ainda conseguiu dizer que não há lesados do seu antigo banco e lançar as suspeitas sobre o advogado me relação à fuga. E esta?

Tenho de dar razão ao Vitinha, quando diz: «Ele só é bandido porque o deixaram ser. Toda a gente sabe que a maneira mais fácil de roubar um banco é ser o dono.  Qual fuga? Assim também eu. Sem qualquer polícia à perna e com o dinheiro que o gajo deve ter escondido dentro das meias, até conseguia ir para um lugar mais fixe que Belize.»

E sim, isto não tem nada de surrealismo. Parece tudo mais brincadeira de carnaval. O surrealismo é outra coisa, muito mais séria...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, outubro 12, 2021

«Não ligues, são novos e só olham para fora. Gostam de fingir que não têm "dentro", que são ocos»


Estive por ali, dois ou três minutos. Depois virei costas a toda aquela gente, irritada com o vulcão que nunca mais aparece, para virar a cidade de pernas para o ar. 

Não me lembrava de ver tantos dedos apontadores, tanta gente chateada porque nunca mais chove. 

Vim-me embora, nem me dei ao cudado de fingir que vinha fumar um cigarro à porta do salão.

Já na rua acabei por sorrir, porque estava por ali um amigo, que fumava mesmo um cigarro. Ele estava à espera de companhia para descer até ao centro da cidade.

Enquanto caminhávamos de regresso ao nosso bairro, percebemos o quanto estávamos velhos, Era uma tarefa quase impossível entender aqueles jovens rebeldes, estávamos mesmo fora deste tempo. No nosso tempo, éramos diferentes, nunca quisemos agarrar a lua sem no mínimo saltar.

O que estranhámos mais foi não haver qualquer possibilidade de diálogo. Foi quando o Pedro me disse, sem conter o riso: «Não ligues são novos e só olham para fora. Gostam de fingir que não têm "dentro", que são ocos.»

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sexta-feira, outubro 08, 2021

O Futebol e as "Pinceladas" Surrealistas...


O futebol há muito tempo que é um mundo estranho e mal frequentado, por ser um negócio cada vez mais apetecível. Mas não são só os milhões que atraem gente do piorio, é também a facilidade com que se consegue colocar dinheiro nas várias "máquinas" que lavam mais branco, mesmo sem "skip"...

É também este "vale tudo" que lhe oferece uma carga pitoresca e humorística (para quem o olha à distância...). Aparece sempre um ou outro artista que lhe oferece umas "pinceladas" surrealistas, que o aproximam dos espectáculos mais fantásticos do mundo, onde quase tudo é possível.

Talvez isso ajude a explicar o porquê do presidente do Barcelona dizer que estava esperançado que Lionel Messi lhe dissesse que jogava de graça no clube, que o amor falasse mais alto que os milhões... Só pode ser uma brincadeira, mesmo dita com o ar mais sério do mundo por Laporta. 

Sei que a memória das pessoas é curta, mas a dos amantes do futebol ainda consegue ser mais "curtinha"... Até parece que não lhe fizeram a "vida negra", no seu último ano e meio de contrato,  para no final ele acabar por deixar o clube a custo zero...

E cá no nosso burgo, também não deixa de ser curioso, ouvirmos o presidente que se diz diferente dos outros, afirmar que na sua profissão como médico, ganhava mais dinheiro que como dirigente do Sporting (para justificar o pedido de aumento da administração do futebol profissional...). Até parece que alguém lhe apontou "uma pistola" para ele se candidatar à presidência do clube leonino, ou que uma das premissas da sua eleição era ganhar um ordenado idêntico, ou superior, ao que ganhava na sua profissão...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


domingo, julho 11, 2021

Regras (quase) Surrealistas


Se fosse dono de um restaurante sem esplanada, ficava sem saber muito bem o que fazer, com as novas regras de funcionamento dos restaurantes ao fim de semana.

É quase como afirmar: "Podem continuar abertos, mas têm de contribuir para o negócio dos testes rápidos..."

Não sei se acontece de forma voluntária, mas que há uma grande vontade de complicar a vida - que já está difícil -, a quem vive da restauração, não existem muitas dúvidas... 

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)