Se li o livro, não me lembro dele nem do senhor Ventura. O Mário disse que se tratava da história de um emigrante, um português mais perto do nosso Fernão Mendes Pinto que do comum emigrante dos arrabaldes de Paris, pois era bastante curioso e não tinha medo do mundo.
A existência deste livro fez com que o Jorge mantivesse a sua vontade de nos provocar, por causa desse grande mentiroso, que lidera a extrema-direita, que até foi capaz de inventar uma história de resistência e de fuga à guerra colonial de um nosso emigrante que partiu a salto para França, em 1976, eleito agora deputado pelo círculo da Europa.
E lá cometemos o erro mais comum dos jornalistas e comentadores: começámos a falar deste pequeno caso, de mais uma mentirinha do outro senhor Ventura. O Jorge queria saber se as pessoas tinham noção de que aquele sujeito tinha dificuldade em dizer uma frase sem mentir. A maior parte de nós, achámos que essa característica era secundária na vida política, só passaria a importante se ele alguma vez fosse primeiro-ministro, defraudando as espectativas dos seus seguidores como está a acontecer na Argentina, por exemplo.
(Fotografia de Luís Eme - Almada)