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sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Os crimes de Henry Kissinger


Vamos desenterrar Timor-Leste e outros crimes do Kissinger? Morreu um grande criminoso.
Este livro foi direitinho para o lixo. Porquê? Foi Kissinger que enviou Carlucci entre muitos outros para Portugal. Não temos muito por onde fugir. Ou CIA ou China ou uma Federação Europeia.


É chato, mas republicanos hipócritas, criminosos e ultra-liberais, por favor, poupem-me!!
Sobre uma possível invasão espanhola, afirma Frank Carlucci : "Sempre tentei contrariar essa ideia e falei com o embaixador de Madrid em Lisboa, que concordou comigo. Espanha devia ser o último país a intervir em Portugal. Seria desastroso. Enviei várias mensagens ao meu Governo para não tentar envolver Espanha, mas não sei se Henry Kissinger [então secretário de Estado] prestou alguma atenção ao que lhe disse".

A Argentina foi sempre vítima de Kissinger. Já vem muito detrás 👉 The Conversation.

Críticas e Condenações
As críticas a Kissinger foram e são severas. O obituário de Kissinger na revista Rolling Stone tem como título “War Criminal Beloved by America’s Ruling Class, Finally Dies” (Criminoso de guerra amado pela classe dominante americana, finalmente morre).

sexta-feira, 5 de maio de 2017

O Miguel que eu conheci


Tive o privilégio de conhecer o Miguel Portas no final dos anos 80, princípio dos 90. Era o tempo em que Reagan e Thatcher mandavam no mundo como se não houvesse amanhã e como se qualquer alternativa fosse impossível. Em Portugal, resistia-se à normalização imposta pela derrota da Revolução em 25 de Novembro de 1975.

O Miguel foi evidentemente daqueles que não se resignou. Contra a corrente, e para além da atividade partidária (no PCP), fundou revistas de debates de ideias, escrevia, fazia ativismo cultural. Era ativo, solidário, imaginativo e apaixonado.

Viajou muito, sobretudo pelo Mediterrâneo e no Médio Oriente, construindo pontes. Organizou várias viagens de visita ao Saara Ocidental onde foi dar apoio a Aminatou Haidar quando esta fazia greve de fome.

O Miguel trazia a Palestina no coração. Aliás transportava consigo toda/os a/os oprimida/os, qualquer que fosse a causa da sua opressão.

Em 1999, o Miguel foi uma das pessoas-chave da formação do Bloco de Esquerda, essa imensa esperança e ousadia de refundar a esquerda.

Nas legislativas de Outubro desse ano, o Miguel foi cabeça de lista pelo círculo eleitoral do Porto. Essa campanha marcou para sempre a forma de o Bloco fazer política.

Era também o momento das gigantescas mobilizações populares de solidariedade com o povo de Timor-Leste. Havia concentrações e manifestações todos os dias. Na Praça da Liberdade no Porto havia uma espécie de sit-in permanente, com cartazes, velas e gente. Sempre muita gente. O Miguel esteve presente horas a fio durante dias a fio. Fez um turno de 24h de greve da fome em que participaram umas 30 pessoas de cada vez. As pessoas conheciam-no, dirigiam-se a ele na rua e tratavam-no por tu, com uma familiaridade a que ele também correspondia.

Durante essa campanha, o Bloco “ocupou” literalmente os cafés da cidade do Porto, especialmente o “Piolho”, com debates abertos em que participaram como convidados personalidades como Maria de Lurdes Pintasilgo, Alexandre Quintanilha, Manuel António Pina (que era o mandatário distrital da campanha). O “Piolho” enchia e transbordava.

A preocupação do Miguel era o alargamento, era responder à pergunta: quem poderá ainda vir/ser chamada e que ainda não está? E sempre, sempre, não ceder à rotina, desafiar o impossível, fazer o que era mais difícil.

Relembro a história de Marco de Canavezes, cujo presidente da Câmara na altura era Avelino Ferreira Torres que, a par de muitas barbaridades, tinha feito um decreto municipal que proibia os munícipes de cantar ou fazer música na rua. A Associação de Amigos do Marco, gente cheia de coragem que se opunha visceralmente a Ferreira Torres, tinha convidado o Miguel para ir ao Marco, o que já tinha acontecido. Mas o Miguel não ficou por aí. Na tarde do último dia de campanha, fez o impossível acontecer: o Bloco organizou um enorme desfile de rua, com o Miguel na primeira fila, atrás de uma fanfarra. Gritaram-se palavras de ordem e cantou-se, num desafio ao poder de então e mostrando desobediência máxima. O Marco nunca mais foi o mesmo.

Foi este o Miguel que eu conheci: passava das gargalhadas às fúrias imensas. Vivia tudo com alegria, otimismo e paixão. Ensinou-nos a coragem e o valor da coragem.

Faz-nos muita, muita falta. Mas nós continuamos todos os seus combates. Até porque, como ele costumava dizer “os únicos realistas deste filme somos mesmo nós”.

Até já, Miguel, meu camarada, meu amigo.

Intervenção no Tributo "Building Bridges -- Construindo Pontes", que decorreu em Bruxelas no dia 2 de maio de 2017

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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Lusofalantes: onde mora o mundo


Onde Mora o Mundo - JP Simões & Afonso Pais 


 LUSOFALANTE

Países de língua portuguesa: Portugal, Brasil, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e parte da população de Goa, Damão e Macau na Ásia.

SINOPSE / RELEASE
O programa LUSOFALANTE pretende ser um ponto de encontro e de troca entre os países de língua portuguesa. Apresenta a diversidade cultural, lingüística e artística que se desenvolveu através de raízes comuns e em continentes ao mesmo tempo tão diversos e tão semelhantes.
O LUSOFALANTE reúne entrevistas, músicas, informações históricas e culturais sobre os diversos países Lusofalantes. As informações do programa interagem mesclando os locais de origem de cada entrevistado e as músicas apresentadas. Uma espécie de produto reciclado fruto das misturas e colagens da própria língua portuguesa que a torna tão rica, dinâmica e viva.
Estabelece trocas entre artistas, compositores, poetas, escritores, lingüístas e produtores culturais, Lusofalantes. Sublinha com a música, esta busca de conhecimento mútuo porque possibilita a apresentação de artistas que mesmo tão próximos em termos de vínculos musicais, culturais e lingüísticos, têm seus trabalhos pouco divulgados nos países de língua portuguesa. Aponta para as diversas cores, ritmos e falares destes países que de alguma forma se pertencem.
O LUSOFALANTE pretende colaborar para que o Brasil se olhe mais demoradamente no espelho e se veja na África, em Portugal e nos demais países da comunidade de língua portuguesa e que perceba o quanto a ponte precisa ser refeita. A música tem esse dom e, neste caso, a língua é um agente facilitador de aproximação.