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domingo, 5 de maio de 2024

Acerca do Grupo racista armado que invadiu casa e agridiu imigrantes no Porto



Os pides e os filhos da pide que agora se acolitam nos partidos de extrema-direita, nunca foram "fofinhos" como alguns os querem apresentar.
Foram sempre violentos psicopatas e boçais energúmenos, torcionários e assassinos.
Os últimos acontecimentos registados no Porto, juntam-se aos assassinatos de Giovani Rodrigues em Bragança, de Ademir Araújo Moreno no Faial, de Gurpreet Singh em Setúbal, de José Carvalho, Alcindo Monteiro e Bruno Candé em Lisboa entre outros, aos raids anti imigração em várias cidades do país, às agressões a jovens estrangeiros durante a visita papal, aos incêndios de habitações com morte em Lisboa, às agressões em Olhão, à lucrativa escravatura aterorizadora em explorações agrícolas alentejanas, às ameaças de boicote aos eventos e manifestações comemorativas do 8 de Março, do 25 de Abril e do 1º de Maio e às milhares de queixas apresentadas à Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR).
A captura de um manipulador assassino nazi, as agressões bárbaras no Porto por parte de grupo de terroristas fascistas a imigrantes e o desplante com que estes últimos se dirigiram à esquadra da PSP para pedir explicações sobre um dos seus membros que entretanto tinha sido detido, mostram como estes biltres se movimentam, organizam e actuam à vontade até nas barbas das autoridades.
Não é de estranhar este à vontade quando estes criminosos xenófobos se poderão até sentir legitimados por discursos anti-imigração com ares de institucionais como os mais recentes de Ventura ou Passos Coelho.
Estas actuações demonstram ser necessário um maior combate às ideologias de ódio e mais investigação, prevenção e repressão sobre estas organizações, e imperiosa a aplicação de condenações exemplares a estes vis patifes.

Música do BioTerra

Palestra

Referências

1. «O jovem preparava tudo através da internet, na plataforma Discord, onde criou uma espécie de comunidade que instigava outros jovens a matar e ainda à "automutilação grave de jovens, mutilação e morte de animais e difusão de propaganda extremista nazi"» 



domingo, 28 de abril de 2024

Discurso de Rui Tavares na Sessão Solene dos 50 anos do 25 de Abril

A mais extraordinária homenagem ao 25 de Abril
A revolução dos cravos foi a mais bela e marcante do século XX. E mudou muita coisa, desde uma guerra colonial sem sentido à autodeterminação das mulheres, que finalmente puderam votar e deixarem de ter donos. Os detractores, porque os há - basta ver os que não bateram as palmas impossíveis -, convivem mal com este dia. São os que escrevem livros sobre a família tradicional e que dizem que o lugar das mulheres é de avental na cozinha, em suma, os mesmos que cristalizaram no 24 de Abril.
Rui Tavares deu uma aula de História ao vivo. Depois deste discurso, what else?

domingo, 10 de dezembro de 2023

Celebração dos 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou este domingo para a crescente ameaça que a desigualdade, o autoritarismo e os conflitos armados representam para os direitos e liberdades da população do planeta.


"O mundo está a perder o rumo", afirmou Guterres.
"Os conflitos estão a espalhar-se com virulência. A pobreza e a fome estão a aumentar. As desigualdades estão a tornar-se mais profundas, as alterações climáticas tornaram-se uma crise humanitária, o autoritarismo está a aumentar, o espaço civil está a diminuir, os meios de comunicação estão sitiados, a igualdade de género é um sonho distante e os direitos reprodutivos das mulheres estão a retroceder", lamentou o secretário-geral da ONU.
Todas estas crises ameaçam a Declaração Universal dos Direitos Humanos, segundo o responsável da ONU.
"Todos os seres humanos nascem livres e iguais na sua dignidade e direitos", referiu Guterres, acrescentando que este princípio deveria ser "o roteiro para acabar com as guerras, curar divisões e promover uma vida de paz e dignidade para todos".
"A Declaração Universal dos Direitos Humanos mostra-nos o caminho para resolver tensões, exercer valores comuns e criar a segurança e a estabilidade que o nosso mundo tanto anseia", afirmou o secretário-geral da ONU.
Neste sentido, Guterres apelou para que os Estados-membros da ONU "reforcem o seu compromisso com os valores intemporais" refletidos na Declaração, especialmente tendo em vista a Cimeira do Futuro, que se vai realizar em setembro de 2024, na qual os líderes mundiais discutirão novos aspetos sociais, culturais e económicos a seguir durante a próxima década.

O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, também afirmou este domingo a importância da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

"Agora, mais do que nunca, é a hora dos Direitos Humanos", observou, dizendo que a Declaração "não é apenas um documento histórico, mas um testemunho vivo" da humanidade que partilhamos, "um guia intemporal".

Na opinião do Alto-Comissário, o mundo sofre atualmente com níveis de conflitos violentos nunca vistos desde o final da II Guerra Mundial, com o agravamento das desigualdades, o aumento da discriminação e o discurso do ódio, da impunidade, do aumento das divisões e polarização, além da emergência climática.

"Isto realça ainda mais a necessidade de fazer um balanço, aprender lições e delinear em conjunto uma visão para o futuro baseada nos direitos humanos. A Declaração Universal oferece uma promessa de que todos nascemos em igualdade de direitos e dignidade e um plano de ação. Este ato constitui um momento de grande reflexão para buscarmos conjuntamente soluções comuns focadas nos direitos humanos", destacou Türk.

Saber mais:

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina


O Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina é assinalado anualmente a 29 de novembro. O seu objetivo é sensibilizar a comunidade internacional para o direito de autodeterminação do povo palestiniano, bem como reafirmar o compromisso e a solidariedade que a Organização das Nações Unidas tem para com este povo. Este dia foi implementado através da Resolução 32/40 B da Assembleia Geral da ONU.

A Questão da Palestina remonta a acontecimentos que tiveram lugar no fim da Primeira Guerra Mundial e que persistem até hoje. Apesar do recente reconhecimento da Palestina como «estado observador não-membro», através da Resolução 67/19 da Assembleia Geral da ONU, a questão dos colonatos israelitas é, ainda hoje, uma preocupação no que diz respeito aos direitos humanos, à manutenção da paz e do diálogo entre as partes.

Todos os anos têm lugar várias iniciativas e eventos dinamizados pela ONU e organizações da sociedade civil.

Documentos
Resolução 32/40 (A+B) da Assembleia Geral da ONU sobre a Questão da Palestina | Organização das Nações Unidas [en] DESCARREGAR

Resolução 67/19 da Assembleia Geral da ONU sobre o Estatuto da Palestina nas Nações Unidas | Organização das Nações Unidas [en] DESCARREGAR

Links relacionados


Discurso de Nelson Mandela, em 1990

Explicação de Noam Chomsky sobre antissemitismo e anti-zionismo

Entrevista ao Rabbi Yaakov Shapiro destroying Zionism's Antisemitism 

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Discurso completo de António Guterres. Parem de dizer que o Secretário da ONU "normalizou" o Hamas!


Discurso de António Guterres na reunião deste dia 24 de outubro: 
Excelências,
A situação no Oriente Médio está se tornando ainda mais terrível a cada hora. A guerra em Gaza está em andamento e corre o risco de se espalhar por toda a região. As divisões estão fragmentando as sociedades. As tensões ameaçam transbordar. Num momento crucial como este, é vital que os princípios sejam claros - a começar pelo princípio fundamental de respeitar e proteger civis. Condenei inequivocamente os horríveis e sem precedentes atos de terror do Hamas em Israel no dia 7 de outubro.
Nada pode justificar a morte, os ferimentos e o sequestro deliberados de civis - ou o lançamento de foguetes contra alvos civis. Todas as pessoas reféns devem ser tratadas com humanidade e liberadas imediatamente e sem condições. Observo respeitosamente a presença entre nós de membros de suas famílias.

Excelências,
É importante também reconhecer que os ataques do Hamas não aconteceram num vácuo. O povo palestino foi submetido a 56 anos de ocupação sufocante. Eles viram suas terras serem constantemente devoradas por assentamentos e assoladas pela violência; sua economia foi sufocada; seu povo foi deslocado e suas casas demolidas. Suas esperanças de uma solução política para sua situação estão desaparecendo. Mas as queixas do povo palestino não podem justificar os terríveis ataques do Hamas. E esses ataques terríveis não podem justificar a punição coletiva do povo palestino.

Excelências,
Até mesmo a guerra tem regras. Devemos exigir que todas as partes cumpram e respeitem suas obrigações de acordo com o direito internacional humanitário; tomem cuidado constante na condução de operações militares para poupar civis; respeitem e protejam os hospitais e respeitem a inviolabilidade das instalações da ONU, que hoje abrigam mais de 600.000 palestinos. O bombardeio implacável de Gaza pelas forças israelitas, o nível de vítimas civis e a destruição em massa de bairros continuam a aumentar e são profundamente alarmantes. Lamento e honro as dezenas de colegas da ONU que trabalhavam para a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) - infelizmente, pelo menos 35, e a contagem continua - foram mortos nos bombardeamentos em Gaza nas últimas duas semanas. Devo às suas famílias a minha condenação por essas e muitas outras mortes semelhantes. A proteção dos civis é fundamental em qualquer conflito armado. Proteger civis nunca pode significar usá-los como escudos humanos. Proteger civis não significa ordenar que mais de um milhão de pessoas sejam evacuadas para o sul, onde não há abrigo, comida, água, remédios ou combustível, e depois continuar bombardeando o próprio sul. Estou profundamente preocupado com as claras violações do direito internacional humanitário que estamos testemunhando em Gaza. Quero deixar claro: nenhuma parte num conflito armado está acima das leis humanitárias internacionais.

Excelências,
Felizmente, alguma ajuda humanitária está finalmente a chegar a Gaza. Mas é uma gota de ajuda em um oceano de necessidades. Além disso, nossos suprimentos de combustível da ONU em Gaza se esgotarão em questão de dias. Isso será outro desastre. Sem combustível, a ajuda não poderá ser fornecida, os hospitais não terão energia e a água potável não poderá ser purificada ou mesmo bombeada. A população de Gaza precisa de ajuda contínua em um nível que corresponda às enormes necessidades. Essa ajuda deve ser fornecida sem restrições. Saúdo os colegas da ONU e parceiros humanitários em Gaza que trabalham em condições perigosas e arriscam suas vidas para fornecer ajuda aos necessitados. Essas pessoas são uma inspiração. Para aliviar o sofrimento épico, tornar a entrega da ajuda mais fácil e segura e facilitar a libertação dos reféns, reitero meu apelo por um cessar-fogo humanitário imediato.

Excelências,
Mesmo neste momento de perigo grave e imediato, não podemos perder de vista a única base realista para uma paz e estabilidade verdadeiras: uma solução de dois Estados. Israelitas precisam ver materializadas as suas necessidades legítimas de segurança, e os palestinos precisam ver concretizadas suas aspirações legítimas por um Estado independente, de acordo com as resoluções das Nações Unidas, o direito internacional e os acordos anteriores. Por fim, devemos ser claros quanto ao princípio da defesa da dignidade humana. A polarização e a desumanização estão sendo alimentadas por um tsunami de desinformação. Devemos enfrentar as forças do antissemitismo, do fanatismo antimuçulmano e de todas as formas de ódio.

Sr. Presidente,
Excelências,
Hoje é o Dia das Nações Unidas, que marca os 78 anos da entrada em vigor da Carta das Nações Unidas. Essa Carta reflete nosso compromisso compartilhado de promover a paz, o desenvolvimento sustentável e os direitos humanos. Neste Dia da ONU, nesta hora crítica, apelo a todos para que se afastem da beira do abismo antes que a violência ceife ainda mais vidas e se espalhe ainda mais.
Muito obrigado.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Balanço final da COP 15 : acordo de Kunming-Montreal

Discurso de António Guterres no arranque da COP 15


Pequena tradução em Português aqui

Após mais de 190 Estados terem chegado esta segunda-feira a um acordo histórico em Montreal, no Canadá, para impedir a destruição da biodiversidade e os seus recursos, essenciais para a humanidade, o secretário-geral da ONU, António Guterres, também fez um balanço sobre o ano de 2022.

No final da Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para a Diversidade Biológica (COP15), António Guterres começou por dizer que "o nosso mundo enfrentou muitas provações e testes em 2022 - alguns familiares, outros que talvez não imaginássemos. Pode haver muitos motivos para desespero. As divisões geopolíticas tornaram a solução de problemas globais cada vez mais difícil - às vezes impossível".

Segundo Guterres, mantém-se "esperança" na resolução de diversos conflitos possibilitada pelo "renascimento da diplomacia" nos últimos meses, apesar dos "muitos motivos para desespero".

A guerra da Rússia na Ucrânia foi um dos exemplos que Guterres referiu para ilustrar "o poder da diplomacia determinada e discreta", nomeadamente com o desbloqueio de mais de 14 milhões de toneladas métricas de alimentos que estavam retidos nos portos ucranianos, através da Iniciativa de Cereais do Mar Negro, alcançada com Kyiv e Moscovo após a mediação da Turquia e da própria ONU. 

"Mas termino este ano com uma convicção primordial: Este não é um momento para ficar à margem, é um momento de resolução, determinação e - sim - até esperança. Porque, apesar das limitações e das longas adversidades, estamos a trabalhar para resistir ao desespero, lutar contra a desilusão e encontrar soluções reais. Não são soluções perfeitas - nem sempre soluções bonitas - mas soluções práticas que fazem uma diferença significativa na vida das pessoas", disse.

Num ano marcado por várias guerras em diversas zonas geográficas, o ex-primeiro-ministro português afirmou que o mundo viu "nos últimos meses um renascimento da diplomacia", que "ajudou a afastar da rutura vários conflitos".

"Mesmo na guerra brutal na Ucrânia, vimos o poder da diplomacia determinada e discreta para ajudar as pessoas e enfrentar níveis sem precedentes de insegurança alimentar global", frisou.

Isso inclui cerca de 380.000 toneladas métricas transportadas pelo Programa Alimentar Mundial para apoiar as operações humanitárias em andamento em países como o Afeganistão, Etiópia, Somália e Iémen, segundo o secretário-geral.

Esses movimentos alcançados pela "diplomacia discreta" permitiram, de acordo com a ONU, que o Índice de Preços de Alimentos da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) diminuísse ao longo de oito meses consecutivos - cerca de 15% - evitando que milhões de pessoas em todo o mundo caíssem na pobreza extrema.

"Mas resta-nos muito trabalho. Os preços dos alimentos ainda são muito altos e o acesso a fertilizantes ainda é muito limitado. (...) E não cederemos na busca pela paz na Ucrânia, de acordo com o direito internacional e a Carta das Nações Unidas", sublinhou Guterres.

Para o novo ano, o objetivo é "que seja um ano do paz e ação (...), um ano em que vamos lutar".

Questionado sobre se o facto de Putin estar de visita esta segunda-feira à Bielorrúsia poder aumentar a escala do conflito na Ucrânia, Guterres considera que "esse escalar da guerra já aconteceu quando foram atacadas as infraestruturas de energia essenciais à população". "Essa escalada está a acontecer", frisou.

"Os bombardeamentos em massa que estão a acontecer a infraestruturas são gravíssimos porque ameaçam as vidas humanas", relembrou o secretário-geral da ONU.

Na opinião de Guterres, "a guerra vai continuar" e não haverá nova troca de conversações, só se for no sentido de "se incrementar novas trocas de prisioneiros".

"A posição das Nações Unidas é muito clara no que diz respeito aos direitos humanos", esclareceu Guterres. "Não acredito numa solução militar para estes problemas", rematou.

Saber mais:

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Chen Miller - Toda a criança é capaz


Chen Miller é professora de educação especial em Israel. A sua história, no entanto, é mais inspiradora porque ela também foi aluna de turmas de educação especial. 
Miller revelou que não sabia ler ou escrever até ao 5º ano. Por causa disso, ela sentiu como se nunca fosse nada.
Agora que ela é professora, Miller explica como ela usa sua própria experiência para ajudar seus alunos, especialmente um menino que disse que todo mundo sabe que ele é “perturbado”.

Neste vídeo de uma conferência normal, tornou-se viral, quando partilhado pelo próprio Ministério de Educação de Israel, projectando mundialmente este lindo testemunho de Miller.

No vídeo, Miller prova que as palavras realmente importam – elas moldam como uma criança percebe a si mesma. Como professor reformado, posso dizer com certeza, sem dúvida, que um pouco de encorajamento ajuda muito. Embora possa parecer senso comum, é especialmente importante durante as experiências formativas, pois as crianças e adolescentes ainda estão a formar suas identidades, portanto, ouvir que eles se destacam em certas coisas (como escrever ou ouvir) ajuda a incentivá-los. 

Concluindo, pode demorar 3-7 semanas mas o que me ensinou a ser professor é a pedagogia do afecto. Estes miúdos/miúdas só precisam de um(a) professor(a) que construa o amor universal.

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Bloomberg diz que Lula virou herói global na COP27

"Lula atraiu uma das multidões mais animadas nas negociações climáticas patrocinadas pela ONU no resort egípcio de Sharm el-Sheikh", diz a agência de notícias sobre Lula na COP27.

A agência de notícias Bloomberg destacou nesta quarta-feira (16) o discurso do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva durante a COP27. Segundo a agência, o brasileiro foi recebido com boas-vindas de "herói" pela comunidade internacional com o seu discurso em defesa da Amazônia.

Na reportagem, agência norte-americana de notícias disse que "Lula atraiu uma das multidões mais animadas nas negociações climáticas patrocinadas pela ONU". Confira aqui a chamada da Bloomberg e a reportagem sobre o discurso em Sharm El-Sheikh, Egito.

O Jornal britânico The Guardian destaca Lula em três reportagens. “Brasil de volta ao cenário mundial", diz BBC de Londres.  Também o New York Times não foi indiferente e fez manchete dizendo que Lula foi exuberante na COP 27. Todos os recortes na imprensa aqui.

O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se ofereceu para sediar as negociações climáticas da ONU na Amazônia em 2025, dizendo que o país priorizará a preservação da maior floresta tropical do mundo.

Lula, como é conhecido o político, faz sua primeira viagem internacional desde que derrotou o presidente Jair Bolsonaro nas eleições do mês passado. Em contraste com a posição de Lula, Bolsonaro enfraqueceu a proteção da maior floresta tropical do mundo em favor do desenvolvimento económico.
“Estou aqui na frente de todos vocês para dizer que o Brasil está de volta”, disse ele em discurso nas negociações da COP27 em Sharm El-Sheikh, Egito, entre governadores dos estados amazônicos do Brasil e diante de um multidão entusiástica que entoava seu nome. “O Brasil não pode ficar isolado como esteve nos últimos quatro anos.”

Sob a saída de Bolsonaro, as taxas de desmatamento na Amazônia atingiram níveis recordes. Pelo menos algumas partes dele pararam de capturar gases de efeito estufa e agora contribuem para o aquecimento global, de acordo com pesquisas científicas . Em seu discurso na COP27, Lula prometeu reverter um pouco disso.

“Vamos lutar fortemente contra o desmatamento ilegal”, afirmou. “Vamos criar o Ministério dos Povos Indígenas para que eles não sejam tratados como criminosos pelas indústrias – esteja preparado para isso.”

Lula atraiu uma das multidões mais animadas nas negociações climáticas patrocinadas pela ONU no resort egípcio de Sharm el-Sheikh, com centenas não apenas de jornalistas e ativistas, mas também de indígenas vestidos com roupas tradicionais esperando por até três horas pelo presidente -chegada do eleito. Quando ele entrou na sala, eles entoaram ao som de cânticos de futebol: “Olé, Olé, Olé, Lula Lula!”

No entanto, apesar das boas-vindas entusiásticas, impedir o desmatamento da Amazônia não será fácil para Lula, dados os desafios geográficos de uma terra enorme e isolada - cerca de metade do tamanho dos EUA - difícil de policiar e cheia de gangues violentas com um governo enfrentando restrições fiscais.

Noutro discurso feito no final do dia na COP27, Lula prometeu fazer da luta contra a mudança climática uma questão central dentro de seu governo, incluindo o combate ao desmatamento e crimes ambientais. O novo governo vai reinstituir instituições que monitoram o desmatamento e estudam a Amazônia, mas foram desmanteladas durante o governo Bolsonaro.

O presidente eleito disse que também conversará com o secretário-geral da ONU, António Guterres, para indicar o Brasil como país-sede para as negociações da COP30 em 2025. A cúpula deve ocorrer em um estado da Amazônia, disse ele.

“As pessoas que defendem o clima deveriam conhecer de perto o que é aquela região”, afirmou. “Devemos mudar a forma como as pessoas discutem a Amazônia a partir de uma realidade concreta e não apenas dos livros.”

O Brasil fará da agenda climática uma das prioridades do Grupo dos 20 em 2024, quando o país assumir a presidência, afirmou. Lula pretende levantar com os países ricos questões que foram aprovadas em COPs anteriores, mas nunca foram implementadas.

O presidente eleito também expressou apoio à posição dos países em desenvolvimento no que é possivelmente o assunto mais controverso debatido na COP27 - perdas e danos, ou o direito dos países pobres de obter compensação pelos impactos do aquecimento global que eles estão sofrimento, mas não causou.

“Precisamos com muita urgência de mecanismos financeiros para resolver as perdas e danos causados ​​pelas mudanças climáticas”, afirmou. “Não podemos continuar atrasando este debate – não temos mais tempo a perder.”

O presidente eleito do Brasil, Lula da Silva, reúne nesta quinta-feira 17 no Egito com representantes dos governos da Alemanha e da Noruega. Os dois países são os principais financiadores do Fundo Amazónia, mecanismo criado para colaborar no combate ao desmatamento, e que foi desmontado desde o governo Bolsonaro.

Em seus discursos, Lula tem enfatizado que o financiamento de outros países para a proteção da Amazónia não abre espaço para interferências na soberania brasileira sobre o bioma.

A primeira reunião será com o ministro do Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide, afirma Jamil Chade, do portal de notícias brasileiro UOL. “Há quantias significativas congeladas em uma conta no Brasil no Fundo Amazónia, que podem ser desembolsadas rapidamente”, disse o ministro norueguês.

De seguida, o presidente eleito se encontra com a ministra de Relações Exteriores alemã, Annelena Baerbock, que também já sinalizou com o retorno dos recursos da Alemanha ao mecanismo de combate ao desmatamento.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

José Saramago- centenário

Se estivesse vivo, Saramago faria 100 anos.
Assinala-se esta quarta-feira o centenário do nascimento de José Saramago (1922-2010), o primeiro e único Nobel da Literatura português (e da língua portuguesa), um militante construtor de alegorias políticas que foi, no seu próprio país, tão polémico quanto reverenciado.

A que estamos obrigados para connosco mesmos e para com aqueles que nos sobreviverão, os sujeitos e as organizações do nosso tempo? Além de afirmar os seus inegáveis direitos, o que devem fazer os grupos económico-empresariais, as associações civis, as comunidades religiosas, os meios de comunicação, os partidos políticos ou os indivíduos concretos que habitam a Terra? Para lá de desesperanças e possibilidades individuais de realização, a que deveríamos, cada um de nós, estar obrigados, em função das nossas circunstâncias, capacidades e possibilidades, para connosco, os outros, a nossa comunidade, o nosso sistema de governo ou o espaço em que habitamos? O facto de uma ou muitas pessoas o saberem não é suficiente para encetar acções na direcção correcta. É necessário dizê-lo, afirmá-lo, comprometermo-nos, para que as coisas comecem a caminhar nessa direcção. Tal como há anos se vem apregoando a necessidade de que cada um se reconheça como sujeito pleno de direitos e seja capaz de compreendê-los e exercê-los, também é necessário que, através de um exercício de educação cívica, se discutam os deveres e as obrigações que tais titularidades implicam.
Este é, finalmente, o objecto desta proposta: ajudar-nos a tomar consciência de que a nossa condição humana passa, desde logo, pela plena titularidade dos direitos que admitimos como inatos a todos os seres humanos, mas também pela aceitação de deveres, obrigações e responsabilidades para connosco e para com os outros. Como expressado por José Saramago num dos discursos que pronunciou aquando da entrega do Prémio Nobel de Literatura em 1998, fazendo referência ao 50.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
"Foi-nos proposta uma Declaração Universal de Direitos Humanos, e com isso julgámos ter tudo, sem repararmos que nenhuns direitos poderão subsistir sem a simetria dos deveres que lhes correspondem, o primeiro dos quais será exigir que esses direitos sejam não só reconhecidos, mas também respeitados e satisfeitos. Não é de esperar que os Governos façam nos próximos cinquenta anos o que não fizeram nestes que comemoramos. Tomemos então, nós, cidadãos comuns, a palavra e a iniciativa. Com a mesma veemência e a mesma força com que reivindicarmos os nossos direitos, reivindiquemos também o dever dos nossos deveres. Talvez o mundo possa começar a tornar-se um pouco melhor." in Carta dos Deveres e das Obrigações dos Seres Humanos

Para saber mais

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Herman Daly, who brought economy and ecology together, dies at 84


American economist Herman Daly, who received the 1996 Right Livelihood Award for his groundbreaking synthesis of the relationship between economy, ecology and ethics, has died. He passed away on October 28, 2022, at the age of 84.

“Herman Daly redefined economics, forging a way forward that does not include the destruction of our environment for economic gain,” said Ole von Uexkull, Executive Director of Right Livelihood. “He sought to demote the notion of growth as the most important economic driver and replace it with a model that respects the limits of our natural resources. It is now our imperative to implement his contributions and ensure sustainable life on our planet.”

Daly made a masterly synthesis of the application of classical concepts of capital and income to resources and the environment, the laws of thermodynamics, and the insights of ecology. With the latter, he incorporated the concepts of flows of materials and energy through economic systems.

This synthesis has resulted in a leap in understanding why dominating economic systems are destroying the environment. Daly’s insights have deeply influenced the debate about what should be done about this question.

“What happens, according to ecological economics, is that the economy grows mainly by transforming its environment (natural capital) into itself (manmade capital). This process of transformation takes place within a total environment that is finite, non-growing, and materially closed,” Daly said in his Right Livelihood Award acceptance speech.

“But if manmade and natural capital are complements rather than substitutes, as ecological economics claims, then expansion of the economic subsystem would be much more stringently limited by that complementarity. There would be no point in transforming natural capital into manmade capital beyond the capacity of remaining natural capital to complement and sustain it.”

In 1989, Daly was one of the key figures in the founding of the International Society for Ecological Economics (ISEE). ISEE is a leading forum linking economists and ecologists, as well as academics and activists. Daly was active within the network of Right Livelihood Laureates and was seen and heard in lectures, podcasts, and articles until very recently. Up to his death, Daly was also a professor emeritus at the University of Maryland School of Public Policy.

He received the Right Livelihood Award for “defining a path of ecological economics that integrates the key elements of ethics, quality of life, environment and community.”

Daly’s work is among the most frequently cited sources in all of the scholarly literature about sustainable development, as evidenced by the October, 2011 publication of References, authors, journals and scientific disciplines underlying the sustainable development literature.


P.S. Pls read an excellent festschrift edited by Joshua Farley, a sweeping biography by Peter Victor

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Carl Sagan testifying before Congress in 1985 on climate change



Transcript
Senator David Durenberger

Alright, our next witness is Dr. Carl Sagan of Cornell University, a man who needs no introduction. He comes to us today from the Center for Radio Physics and Space Sciences. We welcome you, and we’re very pleased that you would take the time out of your schedule to come to a place like Washington where everything seems to be living in today and not in tomorrow to share with us your particular view of how our past and our present may well affect our future. Carl, thank you very much.

Carl Sagan

Thanks very much. Senator [David] Durenberger, Senator [Al] Gore, Senator [Quentin] Burdick, I’m glad to be here. As I understand, my function is to give some sense of what the greenhouse effect is, to try to say something about the greenhouse effect on other planets, and to again underscore that this is a real phenomenon. And then perhaps I can take the liberty to say a few remarks about what to do about it.

The power of human beings to affect control and change the environment is growing as our technology grows, and at the present time, we clearly have reached the stage where we are capable, both intentionally and inadvertently, to make significant changes in the global climate and in the global ecosystem. And we’ve probably been doing on a smaller scale things like that for a very long period of time. For example, slash and burn agriculture, which has been with us for tens of thousands of years, probably, changes the climate to some extent by changing the albedo, the reflectivity of the Earth.

That massive changes have occurred is clear from the historical record. For example, Egypt was once the breadbasket of the Roman Empire. It may be the same role as the American Midwest plays today. That is certainly no longer the case. It’s not a greenhouse effect issue. It may be an overgrazing issue, but it is an example of how humans are perfectly capable of making these unexpected and inadvertent changes.

Because the effects occupy more than a human generation, there is a tendency to say that they are not our problem. Of course, then they are nobody’s problem, not on my tour of duty, not on my term of office. It’s something for the next century. Let the next century worry about it. But the problem is that there are effects, and the greenhouse effect is one of them which have long time constants. If you don’t worry about it now, it’s too late later on. And so in this issue, as in so many other issues, we are passing on extremely grave problems for our children when the time to solve the problems, if they can be solved at all, is now.

If you ask, what determines the Earth’s climate? Clearly, the main thing that determines it is sunlight. Sunlight is what heats the Earth. Not all the light that arrives at the Earth from the Sun goes to heating the Earth. Some of it is reflected back. It’s just the part that is absorbed and what happens is there’s a certain rate at which sunlight is absorbed by the Earth’s surface. And there’s a certain rate at which the Earth’s surface radiates to space.

What comes from the Sun is in the ordinary visible part of the spectrum that our eyes are sensitive to. What the Earth radiates into space is in the infrared part of the spectrum. Longer waves than red that our eyes are not sensitive to. But it’s as legitimate, a form of light as the kind that we’re used to.

Now, if you calculate what the temperature of the Earth ought to be from how much sunlight is being absorbed, equaling how much infrared radiation would be radiated to space, you find that the Earth’s temperature, by this simple calculation, is too low. It’s about 30 centigrade degrees, too low. And why is it too low? It’s too low because something was left out of the calculation. What was left out of the calculation? The greenhouse effect.

The air between us is transparent, except in Los Angeles and places of that sort. In the ordinary visible part of the spectrum, we can see each other. But if our eyes were sensitive at, say, 15 microns in the infrared, we could not see each other. The air would be black between us. And that’s because, in this case, carbon dioxide. Carbon dioxide is very strongly absorbing at 15 microns. And other wavelengths in the infrared. Likewise, there are parts of the infrared spectrum where water vapour absorbs, where we could not see each other if we were only as far apart as we are in this room.

If you add these infrared absorbing gases to a planet, then what happens is the sunlight comes in as before. But when the surface tries to radiate the space in the infrared, it is blocked. It is impeded by the absorbing gasses. And so, the surface temperature has to rise so that there is an equilibrium between what comes in and what goes out. So this is the greenhouse effect. It is a misnomer for more reasons than one. It’s a misnomer in particular because that’s not how a florist greenhouse works, but that’s a very minor point.

There are other gases which absorb in the infrared, all of them, many of which have been mentioned already,: nitrous oxide, methane, the halocarbons. And these are products partly of agriculture. It’s fertilizers, refrigeration, aerosol spray cans, and so on, all products of our technology. We don’t generate much water into the atmosphere, but we certainly do generate a great deal of carbon dioxide through the burning of wood and fossil fuels and apparently benign activity. Who could object to humans burning oil and coal, gas and wood?

I’d like to stress that the greenhouse effect makes life on Earth possible. If there were not a greenhouse effect, the temperature would, as I say, be 30 centigrade degrees or so colder. And that’s well below the freezing point of water everywhere on the planet. The oceans would be solid after a while.

A little greenhouse effect is a good thing, but there is a delicate balance of these invisible gases, and too much or too little greenhouse effect can mean too high or too low a temperature. And here we are pouring enormous quantities of CO2 and these other gasses into the atmosphere every year, with hardly any concern about its long-term and global consequences.

Now, certainly, not all aspects of how increased CO2 and other gasses into the atmosphere affect the climate are known. There are still many uncertainties, although the overall picture is, I think, quite clear and quite widely understood and accepted.

But there are questions about aerosols and about clouds. You heat up the Earth. How much increase or decrease in cloudiness is there? How does that change the albedo or reflectivity of the Earth? There’s questions about the ocean and its response time to an increase in CO2. There are feedback effects, and therefore it is certainly worthwhile to spend some additional money on further research on the subject.

Another point is that the significant temperature changes on the Earth between ice ages and out of ice ages, glacial and interglacial time periods, seem to be connected with quite small changes in the amount of sunlight that reaches the Earth due to changes in the Earth’s orbital properties. And that is a suggestion that the Earth’s climate system may be very delicately dependent on the sorts of factors that we’re talking about here. And that’s why it makes sense to study past climatic changes on the Earth in an attempt to obtain some calibration.

Another source of calibration is the other planets. Every planet with an atmosphere has some degree of a greenhouse effect. The most spectacular case by far is the greenhouse effect of Venus. It’s the nearest planet about the same mass-radius density as the Earth. But it is spectacularly different in several respects, one of which is that the surface temperature is about 470 degrees centigrade, 900 fahrenheit. And that enormous temperature is not due to it being closer to the Sun, because Venus is surrounded by bright clouds, and, in fact, because it reflects so much light back to space, if that’s all that was happening, it would be cooler, not warmer than the Earth.

The reason for this absurdly high temperature on the surface of Venus, which is well understood, I mean, Soviet spacecrafts have landed on Venus and, in effect, stuck out a thermometer. There’s no doubt that the surface temperature is very high, and later U.S. spacecrafts have as well. The reason is a massive greenhouse effect in which carbon dioxide plays a major role.

Now, the amount of CO2 in the Venus atmosphere is much larger than here. The atmosphere is almost entirely carbon dioxide, and there’s 90 times more of it there than here. But it is an indication of what can happen in an extreme case.

You look at Mars or Jupiter or Titan, the big moon of Saturn, and you have additional examples of greenhouse effects, different gases, different amounts of sunlight reaching the surface, different planetary albedoes and cloudiness. And in all those cases, there is also a greenhouse effect.

In addition, it has been possible to calculate those greenhouse effects fairly accurately, so that the kind of theoretical armamentarium which is used to calculate the greenhouse effect. Greenhouse effect changes on the Earth is also used for other planets and therefore can be calibrated to some extent against those other planets. If we keep coming up with the right answer in all those different cases, we probably understand fairly well how greenhouse effects work.

It would, however, be worthwhile along the lines that Senator Gore was talking about to have an increased program through NASA to understand the greenhouse effects on other planets. This might be a very practical application of planetary exploration.

As you’ve heard, the best estimates, they certainly have some uncertainty attached to them, are that at the present rate the burning of fossil fuels, the present rate of increase of minor infrared absorbing gases in the Earth’s atmosphere, that there will be a several centigrade degree temperature increase on the Earth’s global average by the middle to the end of the next century. And that has a variety of consequences, including redistribution of local climates and, through the melting of glaciers, an increase in global sea level. There is concern on a somewhat longer time scale about the collapse of the West Antarctic ice sheet and a general rise of many meters in sea level.

So we have a kind of handwriting on the wall. Certainly, there’s more research to be done, but as I say, there is a consensus. What can be done about it? The idea that we should immediately stop burning fossil fuel has such severe economic consequences that no one, of course, will take it seriously. But there are many other things that can be done. One has to do with subsidies for fossil fuels. More efficient use could be encouraged by fewer government subsidies.

Secondly, there are alternative energy sources, some of which are useful, at least locally. Solar power is certainly one that might be of more general use—safe fission power plants which are in principle possible. And then on a longer time scale, the prospect of fusion power, fission and fusion power plants in principle vent no infrared active gases, and therefore whatever other problems they may provide, they do not provide a greenhouse problem.

I’d like to close by just saying a few words on the kind of perspective that this problem, as related problems, pose to us. Here is a problem that transcends our particular generation. It is an intergenerational problem if we don’t do the right thing now, there are very serious problems that our children and grandchildren will have to face. It is also a global problem.

It is no good if just one or two major industrial nations take major steps to prevent a major increase. Still further in CO2 and other greenhouse gases because other nations may, through their industrial development, cause the problem by themselves.

And not to say that this is inevitable, but just to give an example, the largest coal reserves on the planet are the United States, Soviet Union and China. China is undergoing a very major industrial development, and the burning of coal is certainly something that must be very attractive for the Chinese looking into the future.

I would say that there is no way to solve this problem even if the United States and the Soviet Union were to come to a perfectly good accord on this issue without involving China and many other nations that will be developing rapidly in the time period we’re talking about.

So here is a sense in which the nations who deal with this problem have to make a change from their traditional concern about themselves and not about the planet and the species—a change from the traditional short-term objectives to longer-term objectives. And we have to bear in mind that in problems like this, the initial stages of global temperature increase, one region of the planet might benefit while other regions of the planet suffer, and there has to be a kind of trading off of benefits and suffering, and that requires a degree of international amity which certainly doesn’t exist today.

I think that what is essential for this problem is a global consciousness, a view that transcends our exclusive identifications with the generational and political groupings into which, by accident, we have been born. The solution to these problems requires a perspective that embraces the planet and the future because we are all in this greenhouse together. Thank you, Mr. Chairman.

Senator David Durenberger

Thank you very much. Just a —.

quinta-feira, 17 de março de 2022

Da minha boca soltam-se pássaros

Dom-Fafe (Pyrrhula pyrrhula)

Da minha boca soltam-se pássaros
Saltitam nos estuários e arvoredos
Da minha boca soltam-se flores
Terapia de todas as angústias
de uma espécie que se diz sábia
E no entanto não compreende a Natureza
Da minha boca soltam-se grilos e pirilampos
À espera que nos enchem de luz e nos obriguem a caminhar
corretamente para a sustentabilidade
O abismo é um abcesso que se transformou em cancro
Estamos doentes provocado pelos nosso actos.

João Soares, 17/03/2021

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Prince Charles Speaks at World Leaders Event: Action on Forests & Land-use



Your excellencies, ladies and gentlemen, the COVID-19 pandemic has shown us just how devastating a global cross border threat can be. Climate change and biodiversity loss are no different. In fact, they pose an even greater existential threat to the extent that we have to put ourselves on what might be called a war like footing. Having myself had the opportunity of consulting many of you over these past 18 months, I know you all carry a heavy burden on your shoulders and you do not need me to tell you that the eyes and hopes of the world are upon you to act with all dispatch and decisively because time has quite literally run out. The recent IPCC Report gave us a clear diagnosis of a scale of the problem. We know what we must do. With a growing global population creating ever increasing demand on the planet’s finite resources, we have to reduce emissions urgently and take action to tackle the carbon already in the atmosphere, including from coal fired power stations.

Prince Charles: (01:27)
Putting a value on carbon, thus making carbon capture solutions more economical, is therefore absolutely critical. Similarly, after billions of years of evolution, nature is our best teacher. In this regard, restoring natural capital, accelerating nature based solutions, and leveraging the circular bio economy will be vital to our efforts. As we tackle this crisis, our efforts cannot be a series of independent initiatives running in parallel. The scale and scope of the threat we face call for a global systems level solution based on radically transforming our current fossil fuel based economy to one that is genuinely renewable and sustainable. So ladies and gentleman, my plea today is for countries to come together to create the environment that enables every sector of industry to take the action required. We know this will take trillions, not billions of dollars.

Prince Charles: (02:40)
We also know that countries, many of whom are burdened by growing levels of debt, simply cannot afford to go green. Here we need a vast military style campaign to marsh the strength of the global private sector, with trillions at his disposal far beyond global GDP, and with the greatest respect, beyond even the governments of the world’s leaders. It offers the only real prospect of achieving fundamental economic transition. So how do we do it? First, how do we get the private sector all pulling in the same direction? After nearly two years now of consultation, CEOs have told me that we need to bring together global industries to map out in very practical terms what it will take to make the transition. We know from the pandemic that the private sector can speed up timelines dramatically when everyone agrees on the urgency and the direction. So each sector needs a clear strategy to speed up the process of getting innovations to market.

Prince Charles: (03:58)
Second, who pays and how? We need to align private investment behind these industry strategies to help finance the transition efforts, which means building the confidence of investors so that the financial risk is reduced. Crucially, investment is needed to help transition from coal to clean energy. If we can develop a pipeline of many more sustainable and bankable projects at a sufficient scale, it will attract greater investment. Third, which switches do we flick to enable these objectives? More than 300 of the world’s leading CEOs and institutional investors have told me that alongside the promises countries have made, their nationally determined contributions, they need clear market signals, agree globally so that they have the confidence to invest without the goal posts suddenly moving. This is the framework I’ve offered in the Terra Carta Roadmap, created by my Sustainable Markets Initiative, with nearly 100 specific actions for acceleration.

Prince Charles: (05:23)
Together, we are working to drive trillions of dollars in support of transition across 10 of the most emitting and polluting industries. They include energy, agriculture, transportation, health systems, and fashion. The reality of today’s global supply chains means that industry transition will affect every country and every producer in the world. There is absolutely no doubt in my mind that the private sector is ready to play its part and to work with governments to find a way forward. Your excellencies, ladies and gentlemen, many of your countries I know are already feeling the devastating impact of climate change through ever increasing droughts, mudslides, floods, hurricanes, cyclones, and wildfires, as we’ve just seen on that terrifying film.

Prince Charles: (06:26)
Any leader who has had to confront such life threatening challenges knows that the cost of inaction is far greater than the cost of prevention. So I could only urge you as the world’s decision makers to find practical ways of overcoming differences so we can all get down to work together to rescue this precious planet and save the threatened future of our young people. Thank you.

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

The Queen’s speech at the COP26


Thank you, Prime Minister Holness, for your kind words of introduction.

I am delighted to welcome you all to the 26th United Nations Climate Change Conference; and it is perhaps fitting that you have come together in Glasgow, once a heartland of the industrial revolution, but now a place to address climate change.

This is a duty I am especially happy to discharge, as the impact of the environment on human progress was a subject close to the heart of my dear late husband, Prince Philip, The Duke of Edinburgh.

I remember well that in 1969, he told an academic gathering:

“If the world pollution situation is not critical at the moment, it is as certain as anything can be, that the situation will become increasingly intolerable within a very short time … If we fail to cope with this challenge, all the other problems will pale into insignificance.”

It is a source of great pride to me that the leading role my husband played in encouraging people to protect our fragile planet, lives on through the work of our eldest son Charles and his eldest son William. I could not be more proud of them.

Indeed, I have drawn great comfort and inspiration from the relentless enthusiasm of people of all ages – especially the young – in calling for everyone to play their part.

In the coming days, the world has the chance to join in the shared objective of creating a safer, stabler future for our people and for the planet on which we depend.

None of us underestimates the challenges ahead: but history has shown that when nations come together in common cause, there is always room for hope. Working side by side, we have the ability to solve the most insurmountable problems and to triumph over the greatest of adversities.

For more than seventy years, I have been lucky to meet and to know many of the world’s great leaders. And I have perhaps come to understand a little about what made them special.

It has sometimes been observed that what leaders do for their people today is government and politics. But what they do for the people of tomorrow — that is statesmanship.

I, for one, hope that this conference will be one of those rare occasions where everyone will have the chance to rise above the politics of the moment, and achieve true statesmanship.

It is the hope of many that the legacy of this summit – written in history books yet to be printed – will describe you as the leaders who did not pass up the opportunity; and that you answered the call of those future generations. That you left this conference as a community of nations with a determination, a desire, and a plan, to address the impact of climate change; and to recognise that the time for words has now moved to the time for action.

Of course, the benefits of such actions will not be there to enjoy for all of us here today: we none of us will live forever. But we are doing this not for ourselves but for our children and our children’s children, and those who will follow in their footsteps.

And so, I wish you every good fortune in this significant endeavour.

Saber  mais:
Queen tells Scottish parliament it has 'key role' in tackling climate crisis 
Who’s who at Cop26: the leaders who hold the world’s future in their hands

Watch Sir David Attenborough's full COP26 speech

terça-feira, 17 de novembro de 2020

“A pressa em mostrar que não se é pobre é, em si mesma, um atestado de pobreza”, por Mia Couto


Trecho de discurso proferido por Mia Couto na abertura do ano letivo do Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique:

“A pressa em mostrar que não se é pobre é, em si mesma, um atestado de pobreza. A nossa pobreza não pode ser motivo de ocultação. Quem deve sentir vergonha não é o pobre mas quem cria pobreza.

Vivemos hoje uma atabalhoada preocupação em exibirmos falsos sinais de riqueza. Criou-se a ideia que o estatuto do cidadão nasce dos sinais que o diferenciam dos mais pobres.

Recordo-me que certa vez entendi comprar uma viatura em Maputo. Quando o vendedor reparou no carro que eu tinha escolhido quase lhe deu um ataque. “Mas esse, senhor Mia, o senhor necessita de uma viatura compatível”. O termo é curioso: “compatível”.

Estamos vivendo num palco de teatro e de representações: uma viatura já é não um objecto funcional. É um passaporte para um estatuto de importância, uma fonte de vaidades. O carro converteu-se num motivo de idolatria, numa espécie de santuário, numa verdadeira obsessão promocional.

Esta doença, esta religião que se podia chamar viaturolatria atacou desde o dirigente do Estado ao menino da rua. Um miúdo que não sabe ler é capaz de conhecer a marca e os detalhes todos dos modelos de viaturas. É triste que o horizonte de ambições seja tão vazio e se reduza ao brilho de uma marca de automóvel.

É urgente que as nossas escolas exaltem a humildade e a simplicidade como valores positivos.

A arrogância e o exibicionismo não são, como se pretende, emanações de alguma essência da cultura africana do poder. São emanações de quem toma a embalagem pelo conteúdo.”

Este discurso fora integralmente publicado na obra “E se Obama fosse africano?”

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Veja o discurso completo em português de Greta Thunberg na COP 25


Há um ano e meio, eu não falava com ninguém, a menos que realmente precisasse. Mas depois encontrei um motivo para falar. Desde então, dei muitos discursos e aprendi que, quando você fala em público, começa com algo pessoal ou emocional para atrair a atenção de todos.

Diga coisas como “nossa casa está pegando fogo”, “quero que você entre em pânico” e “como se atreve”. Mas hoje não vou fazer isso, porque as pessoas apenas se concentram nessas frases. Elas não se lembram dos fatos, o motivo pelo qual eu falo.

Não temos tempo para ignorar a ciência. No último ano, falei constantemente sobre o rápido declínio dos limites de emissão de carbono. Mas como continua sendo ignorado, continuarei repetindo.

No capítulo 2, na página 108, no relatório SR1.5 do Ipcc, publicado no ano passado, diz que, em 1º de janeiro de 2018, para termos uma chance de 67% de limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC, tínhamos 420 Gigatons de CO2 restantes. Esse número, claro, é muito menor hoje, e emitimos 420 Gigatons todos os anos, incluindo o uso da terra.

O verdadeiro perigo é quando políticos e diretores de empresas fazem parecer que uma ação real está acontecendo quando, na verdade, quase nada está sendo feito além de contabilidade inteligente e propagandas criativas.

Com os níveis de emissões atuais, o limite será esgotado em cerca de 8 anos. Esses números não são opiniões de ninguém ou opiniões políticas, é a melhor ciência atualmente disponível. Embora muitos cientistas digam que esses números são demasiado moderados, são os que foram aceitos pelo Ipcc.

Por favor, observe que esses números são globais. Não há nada a dizer sobre o aspecto da igualdade, que é absolutamente essencial para fazer o Acordo de Paris funcionar em escala global.

Isso significa que os países mais ricos precisam fazer a sua parte, reduzir as emissões muito mais rapidamente e, em seguida, ajudar os países mais pobres a fazer o mesmo. Assim, as pessoas nas partes menos afortunadas do mundo podem elevar seus padrões de vida.

Esses números também não incluem a maioria dos loops de feedback, pontos não lineares ou aquecimento adicional oculto pela poluição tóxica do ar. A maioria dos modelos pressupõe, no entanto, que as gerações futuras serão capazes de eliminar centenas de biliões de toneladas de CO2 do ar com tecnologias que ainda não existem na escala necessária e talvez nunca venham a existir.

O limite de 67% é aquele com as maiores chances dadas pelo Ipcc. E agora temos menos de 340 giga toneladas de CO2 para emitir, que deve ser compartilhado de forma justa.

E por que é tão importante manter o aumento a 1,5ºC graus? Porque mesmo com 1ºC, as pessoas estão morrendo devido à crise climática. Porque é isso que os cientistas pedem para evitar desestabilizar o clima, para que tenhamos a melhor chance possível de evitar reações irreversíveis em cadeia, como geleiras derretidas e derretimento de zonas permanentemente geladas.

Cada fração de grau é importante. Então, aí está novamente. Esta é a minha mensagem. É nisso que eu quero me concentrar. Então, por favor, diga-me como reage a esses números sem sentir pelo menos algum nível de pânico? Como reage ao fato de que basicamente nada está sendo feito sem sentir o mínimo de raiva? E como falar sobre isso sem parecer alarmista? Eu realmente gostaria de saber.

Desde o Acordo de Paris, os bancos globais investiram US$ 1,9 trilião em combustíveis fósseis. 100 empresas são responsáveis ​​por 71% das emissões globais. Os países do G20 representam quase 80% do total de emissões. Os 10% mais ricos da população do mundo produzem metade de nossas emissões de CO2, enquanto os 50% mais pobres representam apenas um décimo.

De fato, temos algum trabalho a fazer, mas alguns mais que outros.

Recentemente, alguns países ricos se comprometeram a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em aproximadamente tantos porcento nessa ou naquela data. Ou tornar-se neutro em termos de clima e com emissão líquida zero em tantos e tantos anos.

Isso pode parecer impressionante à primeira vista, mas mesmo que as intenções possam ser boas, isso não é liderança. Isso não é liderar, isso é enganar. Porque a maioria dessas promessas não inclui aviação, transporte marítimo, importação e exportação de bens e consumo. No entanto, incluem a possibilidade dos países compensarem suas emissões em outros lugares.

Essas promessas não incluem as taxas de reduções imediatas anuais, nem para os países ricos, que são necessárias para permanecer dentro do limite existente. Zero em 2050 não significa nada se as altas emissões continuarem mesmo por poucos anos. Até lá, o limite restante se esgotará.

Sem ver o cenário completo, não resolveremos esta crise. Encontrar soluções holísticas é o objetivo da COP, mas, pelo contrário, parece ter dado algum tipo de oportunidade para os países negociarem brechas e evitarem aumentar sua ambição.

Os países estão encontrando maneiras inteligentes para não tomar medidas reais, como contar em dobro as reduções de emissões, mudar suas emissões para o exterior, voltar atrás em suas promessas de aumentar as ambições ou recusar-se a pagar por soluções, perdas e danos. Isso tem que parar.

O que precisamos é de cortes drásticos nas emissões na fonte. Mas é claro que apenas reduzir as emissões não é suficiente. Nossas emissões de gases de efeito estufa precisam parar. Para estabilizar em 1,5ºC, precisamos ser neutrais nas emissões de carbono. Apenas estabelecer datas distantes e dizer coisas que dão a impressão de que a ação está em andamento causará mais mal do que bem, porque as mudanças necessárias ainda não estão à vista. As políticas necessárias não existem hoje, apesar do que você possa ouvir dos líderes mundiais.

E ainda acredito que o maior perigo não é a inação. O verdadeiro perigo é quando políticos e diretores de empresas fazem parecer que uma ação real está acontecendo quando, na verdade, quase nada está sendo feito além de contabilidade inteligente e propagandas criativas.

Tive a sorte de poder viajar pelo mundo e, na minha experiência, a falta de consciência é a mesma em todos os lugares. Não menos presente entre os que foram eleitos para nos liderar. Nunca existe um senso de urgência. Nossos líderes não estão se comportando como se estivéssemos numa emergência.

Em caso de emergência, você muda seu comportamento.

Se houver uma criança parada no meio da estrada e os carros se aproximando com velocidade total, você não desviará o olhar porque é muito desconfortável. Você sai imediatamente e resgata a criança.

Sem esse senso de urgência, como podemos fazer as pessoas entender que estamos enfrentando uma crise real. E se as pessoas não estiverem totalmente conscientes do que está acontecendo, não pressionarão as pessoas no poder para agir.

E sem a pressão do povo, nossos líderes podem ficar impunes sem fazer basicamente nada, que é onde estamos agora. E isso acontece de novo e de novo.

Em apenas três semanas entraremos numa nova década. Uma década que definirá o nosso futuro. No momento, estamos desesperados por qualquer sinal de esperança.

Bem, estou lhe dizendo que há esperança. Eu já vi isso. Mas não vem dos governos ou corporações, vem do povo. As pessoas que desconheciam estão começando a acordar. E uma vez que tomamos consciência, mudamos. As pessoas podem mudar. E as pessoas estão prontas para a mudança. E essa é a esperança, porque temos democracia. E a democracia está acontecendo o tempo todo. Não apenas no dia das eleições, mas a cada segundo e a cada hora. É a opinião pública que governa o mundo livre. De fato, todas as grandes mudanças em nossa história vieram do povo. Não precisamos esperar. Podemos começar a mudança agora mesmo. Nós, as pessoas.

Obrigada.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

The Prince of Wales delivers a speech at the Our Ocean Conference in Malta


Prime Minister, Your Serene Highness, Commissioner Vella, Commissioner Mogherini, Your Excellencies, Ladies and Gentlemen, I was enormously touched and flattered to have been asked by Commissioner Vella and the Prime Minister to be with you here today at the 2017 Our Ocean Summit and finally able to speak to you in person instead of via the rather disembodied medium of a video message!  In fact I've come to the conclusion  that I'm much more affective as a video message, but unfortunately you've ended up with me in person! So many of you, I know, have contributed so much to the task of sustaining the ocean, upon which all of life on Earth depends, that I would like to start by acknowledging and thanking you for all that you do.
 
I would also like to offer particular thanks and appreciation to John Kerry for his leadership in establishing this forum and also to Commissioner Karmenu Vella and the Prime Minister of Malta, Joseph Muscat, for bringing this much-needed conversation to this part of the world.
 
Needless to say, it is a great joy to be back in Malta again so soon after being here during the Commonwealth Heads of Government Meeting two years ago.  I share with my parents a deep affection for Malta and its people, together with countless happy memories of times spent here as a child, as an under-graduate from Cambridge and while in the Royal Navy.
 
Now I know, ladies and gentlemen, that many of you, like me, have been involved with some of the matters being considered at this summit for more years than I suspect you would care to remember.  My interest in the Ocean, and its ecosystems and crucial resources, was probably initiated by my time in the Royal Navy, and this was more than forty years ago, and has only deepened over the intervening years – which I am now slightly alarmed to realize, amount to more than four decades!  And if I may, Ladies and Gentlemen, perhaps I could share with you a few reflections derived from that interest and, hopefully, leave you with a sense of what I see as the possibility for positive change and the bold action required?
 
There is now, at last, an increased awareness of the plight of the Ocean, its intimate connection to us and our survival and the enormous amount that needs to be done.  Even ten years ago, tackling the many and mounting pressures on the marine environment was still a relatively unusual endeavour, certainly when compared with the efforts geared to protecting life on land.  This meeting and the undertakings that it highlights, is a testament to the extent that that has changed.
 
It is at least heartening that there now exists a large number of collaborative processes and initiatives in relation to, among other things, sustaining and rebuilding fish stocks, the steps towards tackling the problem of the progressive, and increasingly omnipresent, pollution of the ocean with plastic debris and the establishment of marine protected areas – some of them absolutely vast.  And here, in this respect, I must acknowledge the extraordinary achievements of Dr. Enric Sala and his Pristine Seas programme, as well as Pew, Oceans 5 and the Bertarelli Foundation.  And I would also particularly like to thank Prince Albert of Monaco for all he has done over so many years to stimulate and encourage genuine movement on these issues.  And I can only congratulate a leading country such as Chile, which is now fully protecting over one million square kilometres of its marine waters in four massive marine parks.
 
The trouble, ladies and gentlemen, is that the problems we face are not only enormous; they are also systemic and interrelated.  Their remedy can only be found by building a consensus across a wide range of stakeholders and communities.  Given this, the progress being made via multi-sector collaborations, including between countries, the finance sector, multilateral agencies, scientists, major companies, N.G.O.s and campaign groups could not be more welcome.
 
But along with knowledge and partnerships, decisive action is required.  An example of this is the difficult decision Canada took twenty-five years ago to protect the Northern cod stocks on the Grand Banks by closing a fishery that had all but collapsed due to mismanagement and overfishing.  This ended more than 400 years of fishing tradition and put over 30,000 people out of work over-night.  But, while this decision was unimaginably painful at the time, it has worked and the cod stocks are slowly increasing and this demonstrates that given a chance, and with some brave decisions, the Ocean can recover its health and by doing so generate employment and economic growth.  Surely we must take equally far-sighted steps to deal with plastic pollution or illegal and over exploitative fishing, or, indeed, ocean acidification, especially as our ability to fine-tune and accurately monitor implementation has been hugely enhanced by advances in satellite capability?
 
It does seem that this combination of increasing awareness and the availability of new tools has led to a clearer determination to act, both within countries and globally.  On the world stage the adoption of the Paris Agreement on Climate Change and the Sustainable Development Goals has created new platforms against which our efforts can at least be judged, while at the same time encouraging an integrated approach to problem-solving.
 
Yet while we should be relieved that the health of the Ocean is now understood, alongside rainforests, to be one of the essential prerequisites for our physical and economic survival, and I'm afraid I really do wonder if the Ocean’s fragility is yet truly grasped and how susceptible it is to the impacts of our economic activities?
 
As many of you know so well, the eight million tonnes of plastic that enter the sea every year - through our own doing I might add - is now almost ubiquitous.  As the Prime Minister said, f or all the plastic that we have produced since the 1950's that has ended up in the ocean is still with us in one form or another, so that wherever you swim there are particles of plastic near you and we are very close to reaching the point when whatever wild-caught fish you eat will contain plastic.  Plastic is indeed now on the menu!  Faced with such damaging effects on the ocean from plastic waste from the throw-away, convenience lifestyles of many around the world, it is, I believe, utterly crucial that we transition to a circular economy.  A circular economy allows plastic (along with many other substances) to be recovered, recycled and reused instead of created, used and then thrown away.  On our increasingly crowded planet this economic approach has to be a critical part of establishing a more harmonious relationship between humankind and the ocean that sustains us all and also provides a mechanism for the benefits of a sustainable Blue Economy to be reaped.
 
For the Blue Economy is not only what happens in or on the sea, it is in reality all the economic growth that is derived from or affected by the sea, its ecosystems, its coastline and the coastal hinterland.  The fact that the "Blue Economy" has entered the development lexicon and is leading countries, companies and communities to look towards the ocean for economic development and income generation should be welcomed.  However, we must never mistake it for a new frontier for endless economic exploitation, but rather remember that it is the ecosystem that ensures our survival. 
 
As we have just seen, ladies and gentlemen, in that amazing, if stark, film, coral reefs are perhaps the clearest litmus tests we have to gauge progress relative to the impact of an unsustainable Blue Economy.  These incredible ecosystems host about two-fifths of all marine species on just two per cent of the seabed, they protect many vulnerable coasts from storms, are nurseries for the young of commercially valuable fish and provide food and livelihoods for more than one billion people.
 
Coral reefs’ economic value is, then, truly vast, at least while they are still intact.  The fact that we seem to have catastrophically underestimated their vulnerability to climate change, acidification and pollution and that significant portions of the Great Barrier Reef off Australia's Eastern coast have been severely degraded or lost over the last few years is both a tragedy and also, I would have thought, a very serious wake-up call.  Are we really going to allow ourselves the dismal comfort of accepting that in the long run we will only be left with a tiny fraction of them?
 
And so it is absolutely vital, it seems to me, that we create sustainable Blue Economy agendas that take truly integrated approaches to improve ocean and therefore planetary health as part of strategies that also seek to meet the overwhelming challenges of poverty reduction, population growth, food and water security, the circular economy based on resource-efficiency and the huge elephant in the room of accelerating climate change.  Although there is some movement in this direction - and even in the poorest countries, beset by so many challenges, the practical, social and economic case for sustaining ocean health is being successfully made - arguably the sense of urgency needed to tackle these issues is still lacking.  If the unprecedented ferocity of recent catastrophic hurricanes is not the supreme wake-up call that it needs to be in order to address the vast and accumulating threat of climate change and ocean warming, then we – let alone the global insurance and financial sectors – can surely no longer consider ourselves as part of a rational, sensible civilization.
 
Being confronted by all these issues, surely, ladies and gentlemen, the time is long overdue for taking a thorough, global look at perverse fisheries subsidies and their effects – particularly where they appear to contribute to overfishing, overcapacity and to illegal, unreported and unregulated fishing?  I realize I am far from the first to ask this question.  Indeed, it forms one of the targets of Sustainable Development Goal 14, which deals with the vital importance of protecting our Ocean.  Can it be right though to argue on the one hand that our Ocean must be protected whilst, on the other, activities that cause harm to the Ocean should be subsidised?  The fact that the World Trade Organization is seeking to identify and eliminate the inconsistencies of fisheries subsidies is, in itself, at least encouraging and I look forward to seeing the results that flow from the W.T.O. Ministerial conference this December.
 
Now I realize that new initiatives to move things forward will be highlighted at this meeting and, with this in mind, I am delighted that my International Sustainability Unit and the World Resources Institute are establishing a Blue Economy Initiative - and here I must again thank Prince Albert and his Foundation for their support.  The Initiative's purpose will be to help facilitate a collaborative effort to ensure that the Blue Economy builds Ocean resilience and reverses the cycle of decline, while encouraging ocean-related investments and policies to support sustainable development. 
 
My International Sustainability Unit has already been working with the European Commission and W.W.F. to develop Financing Principles for the Blue Economy and I was delighted to hear from Commissioner Vella just now that the recent meeting in Brussels has led to the establishment of a working group of banks, insurance companies and N.G.O.s to take this forward. 
 
I know that these meetings have been a celebration of what is happening that is positive, along with the many exciting new technologies, partnerships and instruments that are being developed.  It is of course excellent that this forum will meet again in Indonesia in 2018 and Norway in 2019 and I wish those meetings every success - but what, dare I ask, ladies and gentlemen, will success actually look like?
 
Will, for instance, a substantial amount of the world’s ocean be protected by then?  Will illegal, unreported and unregulated fishing have been halted?  Will there have been the investment needed to reduce and stop plastic entering the Ocean?  Will a significant percentage of "impact investing" and "green finance" have been targeted on the Blue Economy?  Will there be proper benchmarking for sustainability; will fiduciary responsibility be an incentive for investment that embraces a sustainable future and revolves around genuinely ecosystem-based approaches to management?  And will there, at last, be a realization that this small, beautiful blue dot of a planet may have been misnamed?  It is not earth, it is actually mostly sea and we are utterly reliant upon it.  There is no "green or blue economy" for there is but one blue ocean planet in our solar system and the economic system that we engineer must protect it.  And at present it most certainly doesn't.
 
Ladies and gentlemen, you may forgive me, perhaps, for experiencing a sense of mounting despair after all these years of trying – along with others – to draw attention to the immense planetary crisis we have been engineering for so long, seemingly driven by some strange, ideological urge to test the world to destruction, that we now face becoming the victims of history and our own human nature, which I feared from the start.  I have long worried deeply that the imperative for action to re-balance the way we do things to reflect Nature's own essential economy and underlying striving for harmony will only arise when ever more catastrophic natural disasters, dysfunction and human tragedy on a vast scale finally bring us to our senses in a state of collective panic.
 
But, ladies and gentlemen, so many of you here in this room are the ones who could make the urgently needed changes that are required and to forge the partnerships that are needed to ensure that it is not too late in the day.  Indeed, as I look around now I can see in front of me the people who are already making an enormous difference and who may be able to turn the tide.   Here in this room on this historic Island at this finely balanced point in our civilisation, we all understand the situation and we must act now.   How, otherwise, how, will future generations ever forgive us for destroying the viability of the natural world that is our ultimate sustainer?
 
I gather, ladies and gentlemen, that during the course of these two days it is customary for governments and organizations to commit themselves to courses of endeavour.  Mine is not a new commitment, but perhaps you will allow me to restate my determination to join you in continuing to do whatever I can, for as long as I can, to maintain not only the health and vitality of the ocean and all that depends upon it, but also the viability of that greatest and most unique of living organisms – Nature herself.