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sexta-feira, 30 de agosto de 2024

58º aniversário

"As gaivotas" por Sarah Jane Szikora

Nasci a 30 de Agosto de 1966. Cresci no campo. Vi a gratidão da Natureza, mas também as pragas que infestam as culturas e os prejuízos económicos disso, bem como de geadas, granizo e campos inundados. Aos 13 anos já sabia que queria ser: Biólogo. E a vida foi correndo, umas com muitas alegrias, outras muito trágicas: a perda do meu pai aos 11 anos; no auge da faculdade a perda da minha irmã mais velha, tinha eu 21 anos. Mais tarde, a perda do meu irmão mais velho; dois anos depois a morte da minha mãe e ainda não tinha feito 50 anos, a maior perda de todas: a minha mulher, Teresa, que se suicidou (era doente bipolar). Seis anos depois a morte do meu irmão mais novo. Entretanto também fui perdendo amigos por falecimento. 
Vivi em 10 casas: a primeira foi no Porto, até aos 4 anos. Depois passei a viver numa aldeia, do lado de Gaia, Lamaçães (Pedroso). Fiz a primária até ao 7º ano. Aos 14 mudei-me para Coimbrões e inscrevi-me no Liceu de Gaia. Havia partilhas e o ambiente em Pedroso não era bom. Vivi na casa da minha irmã mais velha, até aos 17 anos. Como compramos uma moradia, fomos viver para Lavadores, entre os 18 e os 23 anos. A moradia dava muito trabalho, a minha irmã mais velha vivia por cima de nós e como faleceu, eu e a minha mãe entrámos numa grande depressão e resolvemos comprar um T2 em Coimbrões. Lá vivi até aos 28 anos. Casei com 29 anos e fomos viver para Areosa, um T2, durante 5 anos. Encontramos um excelente apartamento em Matosinhos, um T4, perto do mar. Aí vivi entre os 34 e os 49 anos, ano 2016, em que ocorreu a trágica morte da minha mulher. Fomos procurar novos apartamentos e encontramos um T3 muito bom e bem localizado (perto do centro da Maia), arrendado, até aos meus 56 anos. Por motivos do casamento do filho do senhorio, tive que mudar para um T2 no Castêlo da Maia, onde vivo atualmente.

Agora estou com 58 anos. Vamos a ver o que a minha vida ditará.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

April 25, 1974 - April 25, 2024


Celebration of the 50th anniversary of the Carnation Revolution. The defining moment. The birth of Portuguese democracy
.
✍ "Neither pleasure, nor glory, nor power: freedom, just freedom." - Bernardo Soares

🎨 Marta Nunes

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

A Clock In The Forest


In his studio on the east coast of Vancouver Island, the master clockmaker Phil Abernethy is crafting a timepiece that will be calibrated in a manner that no horologist has ever attempted. It won’t show the minutes and hours of an ordinary human day. Instead, his clock will display time as experienced by some of the oldest trees on the planet.

Using techniques he’s honed over a lifetime, Abernethy will machine the gears by hand in traditional materials such as steel and brass. But the pendulum will respond to the forest: When trees grow quickly, the hours will advance more rapidly; more lethargic growth will result in a slower tempo. Over centuries, the long-term fate of the canopy will be registered on a calendar that may deviate from the Gregorian date by decades or more.

Abernethy has been commissioned to fabricate the arboreal clock by the Nevada Museum of Art. Standing 12 feet tall, the clock will be the first physical manifestation of an environmental timekeeping project I have been developing over the past decade. Some of the clocks in the project respond to rivers; Abernethy’s enlists a stand of bristlecone pine trees in Nevada’s Great Basin as living timekeepers.

Fluctuations in the bristlecones’ growth rate, affected by environmental conditions ranging from local rainfall to planetary climate change, will be measured by analyzing the thickness of tree rings in microcores retrieved from the mountain each year. These data will be used to determine the center of gravity for the pendulum, which will swing slower or faster depending on the tree ring thickness. Though the clock face will display time in the usual way, it won’t serve as a mechanism for human planning — a technology to impose order on the environment for our convenience — but rather to pace our lives to match the lived reality of other organisms.

Abernethy’s arboreal clock, in other words, upsets more than just the standards of horology. The environmental calamity known as the Anthropocene is a consequence of a worldview in which all that is not human is construed as a resource — even time itself. Other life forms are going extinct at an unprecedented rate, laid waste at a pace set by the world economy. Factory farming and logging, fossil fuel and plastics production, mining, human construction and infrastructure — all disregard the timing with which nonhuman systems emerge, ebb and flow. The globalized logic of industry, with its planetary supply chain, must keep up with human demand, turning civilization itself into a manifestation of logistics.

Our mastery of the world is a mastery of time. And as every industrialist knows, mastery of time requires the precision of a master clock to provide a temporal standard against which everything can be measured and controlled. Whether regulated by the swing of a pendulum or the oscillations of a strontium atom — as the most advanced atomic clocks are today — the master clock operates without an external feedback mechanism. The clock has become the ultimate authority. To question it would be tantamount to questioning modernity.

The design of Abernethy’s arboreal clock may be novel, but the underlying ideas are ancient. They predate pendulums and gearwork, originating in an era when people observed time in relation to other beings in order for all to flourish together. Ancient but mostly forgotten, these ideas are urgently needed today. Whatever practical use it might have, the arboreal clock is intended primarily to serve as a philosophical instrument.

“Anthropocene is a consequence of a worldview in which all that is not human is construed as a resource — even time itself.”

Artigo completo aqui

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Música do BioTerra: Dean Blunt - Pressed



[Verse]
Cool down your pace
You gotta cool down some way
Slow down your pace
I'll be cool

Don't play
You know I've been waiting on you, seven
Earthly days
I won't come running straight away
So cool down your pace

Biografia e discografia
Dean Blunt

Página Oficial
Dean Blunt

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

William Blake - Augúrios de inocência


Ver um mundo num grão de areia,
E um céu numa flor do campo,
Capturar o infinito na palma da mão
E a eternidade numa hora

Um tordo rubro engaiolado
deixa o céu inteiro irado
Um cão com dono e esfaimado
prediz a ruína do estado
Ao grito da lebre caçada
da mente, uma fibra é arrancada
Ferida na asa a cotovia,
um querubim, seu canto silencia....
....Toda noite e toda manhã linda,
uns nascem para o doce gozo ainda
outros nascem numa noite infinda
Passamos na mentira a acreditar
qdo não vemos através do olhar
que uma noite nos traz e outra deduz,
quando a alma dorme mergulhada em luz
Deus aparece e Deus é luz amada
para aqueles que na noite têm morada
E na forma humana se anuncia,
para aqueles que vivem nas regiões do dia.

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Anja Rozen - Os humanos tecem juntos

Anja Rožen, uma menina de 13 anos de Ravne na Koroškem, Eslovénia, tem uma visão de como é a paz. Anja deu vida a essa visão por meio de sua arte, ganhando o grande prémio no Concurso de Cartaz sobre a Paz do Lions Clubs International. Concurso Internacional Placat MIRU

O poster vencedor foi selecionado pela sua originalidade, mérito artístico e representação do tema do concurso, "Estamos Todos Conectados". O Lions Clube Slovenj Gradec patrocinou o concurso local que deu a Anja a oportunidade de participar deste evento global e partilhar a sua visão com o mundo.



Este desenho é de Anja Rozen, uma estudante da escola primária de 13 anos na Eslovénia, ela foi a vencedora do concurso internacional Plakat Miru.

Anja foi escolhida entre 600.000 crianças de todo o mundo. Veja a sua explicação:

"O meu desenho representa a terra que nos conecta e nos une. Os humanos tecem juntos. Se um desiste, outros caem. Estamos todos ligados ao nosso planeta e uns aos outros, mas infelizmente temos pouco conhecimento disso. Estamos tecidos um no outro. Outros tecem ao meu lado a minha própria história; e eu teço a deles."

This drawing is by Anja Rozen, a 13 year old primary school student in Slovenia. She was chosen from 600.000 children around the world to create a piece of art to show what peace looks like. She is the winner of the international Plakat Miru competition.

“My drawing represents the land that binds us and unites us.” Humans are woven together. If someone gives up, others fall. We are all connected to our planet and to each other, but unfortunately we are little aware of it. We are woven together. Other people weave alongside me my own story; and I weave theirs," said the young designer

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Ebulição Global


Está a ocorrer um aquecimento inesperado da Terra. A média geral de sua temperatura é de 15 º C. Estamos  chegar como se nota na Europa agora, até mais de 40 graus com mortes de muitas crianças e idosos.

Que cenários poderemos enfrentar? São todos sombrios, caso não ocorrer um salto da consciência coletiva que defina outro caminho e outro destino para o sistema-vida e o sistema-Terra. Não se pode negar que o planeta, dia após dia, está se aquecendo. Os órgãos da ONU que acompanham a evolução deste evento desastroso nos alertam que entre os anos 2025-2027 teremos ultrapassado o acréscimo de 1,5 º C, previstos para 2030 pelo acordo de Paris em 2015. Tudo se antecipou e nesta data, entre 2025-2027, chegaremos ao que está ocorrendo atualmente na Europa: um clima que poderá se estabilizar acima de 35 graus, chegando a 38-40 graus nalgumas regiões do planeta.

Milhões deverão emigrar por não poderem mais viver em suas pátrias queridas e safras serão totalmente perdidas. O Brasil, atualmente,um dos maiores exportadores de alimentos, verá a sua produção profundamente reduzida. Segundo James Lovelock, (Veja, Paginas Amarelas de 25 de outubro de 2006), o Brasil, por causa de sua vasta extensão ensolarada, será um dos mais atingidos pelo aquecimento global e pelas mudanças climáticas.

Os do agronegócio deveriam estar atentos a estas advertências, pois como escreveu o Papa Francisco na encíclica "Laudato Si: como cuidar da Casa Comum", dirigida a toda a humanidade e não apenas aos cristãos: “As previsões catastróficas já não se podem olhar com desprezo e ironia; deixaríamos para as próximas gerações demasiadas ruínas, desertos e lixo”(n.161).

É o que ninguém quer para seus filhos e netos. Mas para isso devemos nos munir de coragem e de ousadia para mudar de rumo. Só uma radical mudança ecológica nos poderá salvar, equilibrando o clima suportável para nós e para os demais seres vivos.

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

José Afonso - A morte saiu à rua


"A Morte Saiu à Rua" faixa de abertura do disco "Eu Vou Ser Como a Toupeira" (1972), é uma homenagem ao artista plástico José Dias Coelho, militante do PCP assassinado a tiro pela PIDE numa rua de Lisboa, em 19 de Dezembro de 1961. Não estás esquecido.



A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai

O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu

Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou

Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação


Biografia e Discografia
UHF

Página Oficial
UHF

segunda-feira, 10 de julho de 2023

terça-feira, 13 de junho de 2023

135 anos. Parabéns, Fernando Pessoa

Põe-me as mãos nos ombros...
"Põe-me as mãos nos ombros...
Beija-me na fronte...
Minha vida é escombros,
A minha alma insonte.
Eu não sei porquê,
Meu desde onde venho,
Sou o ser que vê,
E vê tudo estranho.
Põe a tua mão
Sobre o meu cabelo...
Tudo é ilusão.
Sonhar é sabê-lo."
in Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995).  - 100.
1ª publ. in Athena, nº 3. Lisboa: Dez. 1924.


A Verdadeira Filosofia de Vida
Trabalhar com nobreza, esperar com sinceridade, sentir as pessoas com ternura, esta é a verdadeira filosofia. 
1 - Não tenhas opiniões firmes, nem creias demasiadamente no valor das tuas opiniões. 
2 - Sê tolerante, porque não tens certeza de nada. 
3 - Não julgues ninguém, porque não vês os motivos, mas sim os actos. 
4 - Espera o melhor e prepara-te para o pior. 
5 - Não mates nem estragues, porque não sabes o que é a vida, excepto que é um mistério. 
6 - Não queiras reformar nada, porque não sabes a que leis as coisas obedecem. 
7 - Faz por agir como os outros e pensar diferentemente deles. 

Fernando Pessoa, 'Anotações de Fernando Pessoa (sem data)'


Estudos indicam que Fernando Pessoa assinou textos com cerca de 70 nomes diferentes. Há quem considere que todos eles são heterónimos de Pessoa.
"A minha arte é ser eu. Eu sou muitos."

Ilustração- Caricatura:  Ivan Mata Tamayo

Poema em linha recta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado,
Para fora da possiblidade do soco;
Eu que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu que verifico que não tenho par nisto neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo,
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu um enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana,
Quem confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Quem contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde há gente no mundo?
Então só eu que é vil e erróneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza”

in Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993).  - 312.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Uma Importante Iniciativa Europeia Contra a Desflorestação Global

 Ruth Evans  -  Rooted / Enraizada

As florestas asseguram um vasto conjunto de bens e serviços, sendo essenciais para proteger a biodiversidade e o solo, manter as reservas de água doce, regular o clima, e promover a resiliência e o bem-estar das comunidades humanas. Mas a acelerada degradação dos ecossistema florestais ameaça a sustentabilidade dos serviços que providenciam, num tempo em que sobrevém uma crescente desvinculação entre as pessoas e a floresta, em especial porque diminui a população rural que dela beneficia diretamente, e cresce a população urbana que apenas indiretamente beneficia dos bens florestais. 
As frentes de desflorestação multiplicam-se em todo o mundo. Segundo dados da organização não-governamental WWF, entre 2004 e 2017 desapareceram cerca de 43 milhões de hectares em 24 regiões do mundo, sendo que as florestas tropicais estão particularmente ameaçadas. De acordo com esta mesma organização, a União Europeia é o segundo maior importador de bens  promotores de desflorestação (a seguir à China), sendo responsável por 16% da desflorestação associada ao comércio internacional. O reconhecimento desta responsabilidade, conduziu a uma importante iniciativa europeia com vista a travar a desflorestação global, introduzindo novas regras para assegurar que quem compra os bens não contribui para degradar os ecossistemas florestais. 
No início deste mês, a tempo de inspirar a COP15, os 27 estados-membros da UE acordaram numa iniciativa legislativa com vista a combater a degradação das florestas e travar a desflorestação global; o Conselho Europeu e o Parlamento Europeu firmaram um acordo provisório visando garantir que as empresas que pretendem vender no mercado europeu sete produtos e seus derivados, não são responsáveis pela desflorestação nem pela degradação das florestas por via da sua produção. Os produtos incluídos no novo regulamento europeu são: óleo de palma, cacau, café, borracha, gado, madeira e soja, bem como os seus derivados, entre outros, carne de vaca, couro ou produtos de papel impressos, cosméticos ou chocolate. Esta lista será revista e atualizada, tendo em conta novos dados, tais como alterações nos padrões de desflorestação. Quem explora estes produtos e quer comercializá-los na UE, deve fazê-lo com recurso a um rótulo que verifique se estes bens foram produzidos em terras que não sofrem desflorestação desde 31 de dezembro de 2020, cumprindo ainda toda a legislação afim no país de produção. Além disso, devem recolher informação geográfica precisa sobre a origem e produção dos bens, permitindo verificar o cumprimento de todas as normas.
Os 27 estados-membros responsabilizam-se pela aplicação de sanções firmes e dissuasoras a quem não cumprir as regras.  Bruxelas está confiante que o impacto desta iniciativa será global, embora o grupo europeu seja um dos maiores consumidores destes bens. A lista de produtos sujeitos às novas regras deverá ser alargada. Foi incluída uma disposição que permitirá à Comissão avaliar - o mais tardar um ano após a entrada em vigor do regulamento, caso se alarguem as regras a outras zonas florestais. E dentro de dois anos será ponderada uma eventual extensão a outros ecossistemas, incluindo territórios com elevada biodiversidade ou com interesse para o sequestro de carbono. 

Helena Freitas, Diário de Coimbra, 20.12.2022

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Encontros Improváveis: Franklin Booth e Paul Claudel

Franklin Booth (American, 1874-1948) Autumn Leaves. 1911

As Musas, por Paul Claudel

As Nove Musas e, no meio, Terpsícore!
Eu te reconheço, Bacante! Eu te reconheço, Sibila! Não espero em tua mão nenhuma taça e nem mesmo teu seio
Convulsivamente em tuas unhas, ó Cumana no turbilhão de folhas douradas!
Mas essa grande flauta crivada de bocas entre os teus dedos mostra bem
Que uni-la não precisas mais ao sopro que te enche
E que acaba de pôr-te, ó virgem, de pé!

Contorção não há: do colo nada rompe as belas dobras do vestido até os pés por ele ocultos!
Mas bem sei o que querem dizer essa cabeça para o lado, o semblante cerrado e ébrio, esse rosto a escutar, a fulgurar com a jubilação orquestral!
Só um braço não pudeste conter! Ele se levanta, ele se crispa,
Impaciente no furor de dar o compasso inicial!
Secreta vogal! animação da palavra nascente! Modulação da qual é consoante todo o espírito!

Terpsícore, que descobriste a dança! que seria do coro sem a dança? quem mais cativaria juntas
As oito irmãs arredias para a vindima do hino jorrante, inventando a figura inextricável?
Em quem, se antes te plantando bem no centro do seu espírito, virgem vibrante,
Não lhe fizesses perder a razão grosseira e baixa a tudo inflamando com a asa da tua cólera no sal do fogo que estala,
Consentiriam entrar as castas irmãs?

As Nove Musas! Para mim, nenhuma está a mais!
Vejo neste mármore a inteira novena! À tua direita, Polímnia! e à esquerda do altar em que te apoias!
As altas virgens iguais, a fileira das irmãs eloquentes.
Quero dizer de que maneira as vi pararem e como uma à outra engrinaldavam-se
Por algo distinto do que cada mão
Vai colher dos dedos que se lhe estendem.

E eu te reconheci primeiro, Talia!
Reconheci do mesmo lado Clio, reconheci Mnemósine, eu te reconheci, Talia!
Eu vos reconheci, ó conselho completo das nove Ninfas interiores!

domingo, 23 de outubro de 2022

Os direitos das mulheres são direitos humanos


Proteger as mulheres


Exponho estas encíclicas:
São textos bonitos, mas têm algumas armadilhas católicas: a mulher não pode abortar; a mulher estéril vive em pecado; a mulher serve o marido e filhos e está vedada o acesso a presidir uma Missa.

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

A Banda Desenhada está de regresso à Amadora

De 20 a 30 de Outubro, o maior Festival de Banda Desenhada em Portugal está de regresso à cidade da Amadora. A edição deste ano do Amadora BD inclui 13 exposições e terá, como uma das grandes atracções, a presença da dupla Régis Loisel e Jean-Louis Tripp, autores da série Armazém Central (editada em Portugal pela Arte de Autor). Destaque ainda para a exposição comemorativa dos 60 anos do Homem-Aranha, que traz a Portugal um dos mais prestigiados ilustradores da Marvel: Bob McLeod. Toda a programação poderá ser encontrada no site oficial.

Amadora BD, Deus Me Livro

60 Anos do Homem-Aranha

A exposição que cobre as 6 décadas de história do herói, destaca os principais autores que trabalharam o personagem e os momentos mais marcantes da vida de uma das figuras de banda-desenhada mais emblemáticas de sempre. Com uma atenção especial ao trabalho desenvolvido em Portugal com o Homem-Aranha, serão destacadas as várias editoras e as séries de televisão que por cá foram passando. A exposição traz a Portugal um dos mais prestigiados ilustradores da Marvel: Bob McLeod.

Balada para Sophie, de Filipe Melo e Juan Cavia

A obra de Filipe Melo e Juan Cavia – premiada em 2021 nos Prémios de Banda Desenhada da Amadora (PBDA) como a Melhor Obra de Banda Desenhada de Autor Português – Balada para Sophie, conquista um lugar de destaque no Amadora BD 2022. A obra conta-nos a história de Julien Dubois, um pianista em fim de vida, que amargurado e atormentado por um sucesso que não pretendia, acede a contar a história da sua vida a uma inesperada jornalista que aparece na sua mansão. Mas sob uma condição: o artigo não deve ser sobre ele. A história que tem para contar é a de François Samson, o invisível filho do responsável da limpeza do teatro, que encontrou, em 1993, num concurso local. Nessa noite, um deles venceu. Filipe Melo e Juan Cavia já confirmaram a sua presença no Amadora BD 2022.

4 Quartos (e são nossos!)

Entre Lyon e a Amadora, esta exposição junta quatro autoras em torno da visibilidade feminina, dos
direitos das mulheres, das muitas questões que cruzam estas e outras lutas. Em 1928, Virginia Woolf demandou para as mulheres “um quarto que seja seu”. Joana Mosi, Patrícia Guimarães, Elléa Bird e Blanche Sabbah reclamam esse quarto simbólico e de lá contam as suas histórias. As quatro autoras estarão presentes no Amadora BD 2022, acompanhando a exposição patente no Núcleo Central.

Os Portugueses, de Olivier Afonso & Chico

Aos dezoito anos, Mário fugiu de Portugal na mala de um carro velho. Deixado pelo contrabandista condutor na fronteira franco-espanhola, conhece Nel, jovem compatriota com quem vai descobrir a vida aventureira dos emigrantes num bairro de lata nos arredores de Paris: trabalhos nas obras, noites regadas a vinho verde, conversas, esquemas… Uma história de amizade singular que reflecte o destino de milhares de Portugueses que, nos anos 70, fugiram da ditadura de Salazar e tentaram, cada um à sua maneira, reconstruir as suas vidas. A acompanhar a sua exposição, Olivier Afonso & Chico marcam também presença no Amadora BD 2022.

Armazém Central, de Régis Loisel, Jean-Louis Tripp

A série Armazém Central (editora belga Casterman) é escrita e desenhada por Régis Loisel e Jean-Louis Tripp, ambos a marcar presença no Amadora BD 2022. A acção desta obra decorre numa aldeia rural perdida na imensidão do Quebeque, nos anos 20 do século XX, e relata a vida (aparentemente simples e banal) dos habitantes da pequena paróquia de Notre-Dame-des-Lacs. Aos protagonistas, Marie (dona da única loja – o Armazém Central – num raio de muitos quilómetros) e Serge (forasteiro que chega à aldeia e revoluciona o modo de estar e de pensar de muitos dos seus habitantes, reavivando em Marie sentimentos que ela pensava há muito perdidos) junta-se uma rica galeria de personagens que, ao longo de nove volumes, levam os leitores a pensarem no sentido e simplicidade da vida, desejando o regresso às coisas mais autênticas.

domingo, 16 de outubro de 2022

Citação da Semana - Mosleh al-Din Saadi Shirazi

Saadi in a Rose Garden

"Human beings are all members of one body.
They are created from the same essence.
When one member is in pain,
The others cannot rest.
If you do not care about the pain of others,
You do not deserve to be called a human being."

Mosleh al-Din Saadi Shirazi
(13th century Persian poet, from Shiraz)


Golestan

The sons of Adam are limbs of a frame,
for in creation, from one soul they came.
If hard times cause one member to feel pain,
at ease and rest, the others can’t remain.
If a limb’s in pain and you do not care,
the title ‘human being’ you can’t share!”
― Saadi Shirazi

Biografia
Wiki [en]

quarta-feira, 2 de março de 2022

Bem vindo, Março. Welcome March

Ann Dinah Ovenden

Ann Dinah Ovenden, nascida Gilmore, é uma artista britânica nascida em 1945 em Amersham, Buckinghamshire, Reino Unido e membro fundadora da Brotherhood of Ruralists. Ela é uma artista figurativa. A. Ovenden foi educada na Royal Wanstead School e desde 1961 estudou na High Wycombe School of Art.
Ela trabalhou como designer gráfica e pintora em Londres, antes de se mudar para a Cornualha com o seu então marido, Graham Ovenden, em 1973.


Biografia