Mostrando postagens com marcador política. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador política. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Mãe de bebê resgatado em cano de descarga diz que foi acidente

Manchete de Ontem: Há vida

Eu estou sabendo que hoje não é meu dia de postar algo por aqui. Mas vai lá, tem um tempo já que o manchete de ontem não segue a risco postagens de um ou outro colaborador. Pois achei que devia comentar sobre o caso do bebê que foi resgatado em um cano de descarga. E não, eu não quero falar se acho certo ou errado a política de controle de natalidade exercida na China o que causa muito abondono de recém nascidos. Eu estudo Geografia, mas não quero falar sobre isso. Prefiro dizer o quanto uma cena dessas emociona todos nós. Ao ver o bebê ali tão solitário e sobrevivendo. Um bebê só se comunica com seu choro e esse choro, às vezes, pode salvá-lo.


segunda-feira, 18 de março de 2013

Chávez será o primeiro morto a ganhar uma eleição presidencial?


Não quero começar esse texto dizendo que sou do partido x ou y. Não levanto nenhuma bandeira. Sou crítica quando preciso e, também, sei reconhecer as melhorias que uma política faz. Para isso, não é tudo que deve ser vangloriado ou jogado no lixo em qualquer situação que seja. Logo, acho justo dizer o quanto a política social do governo Chávez foi extremamente importante. Porque eu vejo pessoas adotando discursos midiáticos e colocando este homem como um grande ditador e só, ou vejo as pessoas reclamando do jeito que ele governava e isso ou aquilo. Sabe, eu vejo esse discurso partindo de pessoas com uma situação econômica boa e, assim, desvalorizando as ações sociais realizadas. Quem nunca passou fome ou sempre teve casa para morar, dinheiro para pagar planos de saúde não pode ficar dizendo para as pessoas que não tem condições básicas como é que elas deveriam pensar e, ainda, ficar apontando falhas num governo que priorizou isso. A questão não é o quanto esse homem era ditador ou não, a questão é o quanto ele mudou a vida diretamente de várias pessoas. Ele mudou a vida do povo. O problema é que o rico nunca se vê como o povo. Ele se acha demais para fazer parte da população. De certo, ele acha um absurdo o povo (tão distante dele) começar a ter condição melhor na vida. O que me impressiona não é a oposição de um governo x ou y manipular informações e enganar grande parte da população, o que me impressiona é pessoas que se dizem graduadas, entendidas, críticas adotarem discursos sem saber os fatos reais, sem conhecer realmente a realidade. 

OBS: política de cunho social é bem diferente de política de cunho assistencialista.

quinta-feira, 7 de março de 2013

A Esquerda, a Direita, e o que realmente importa

Manchete de Ontem: Morre Hugo Chávez
Manchete de Ontem: Yoani Sanchez enfrenta novos protestos na Bahia


Pessoas são realmente intrigantes.

Achei muito interessante os protestos contra Yoani Sanchéz, e como muita gente entrou no Facebook para falar sobre isso, como ela era uma traidora e quem discorda é desinformado sobre a realidade. Novamente, os ânimos na minha timeline se exacerbaram quando o venezuelano Hugo Chávez faleceu, conforme era de se prever. 

Acho particularmente curiosos os diversos casos de frequentadores de Tok&Stock, Outlet Premium, Dom Francisco e Saborella protestando com veemência e aparente convicção contra todos os porcos direitistas que supostamente estariam celebrando a morte de Chavéz, uma liderança carismática que graças às frágeis estruturas democráticas e maturidade política de seu país, conseguiu ser presidente por quatorze anos, e o seria por muito mais tempo se continuasse vivo. 

Particularmente, não torci contra ou a favor da vida do político. Não acredito em torcidas nesses casos, nem em termos de eficiência, ou por acreditar que o que representa um indivíduo morre com ele. Ideologias sobrevivem a "mártires", e muitas vezes se fortalecem após eles. É assim a séculos e séculos. 

Uma das coisas que nos separa dos macacos, é nossa capacidade gigantesca de criar rótulos. Gostamos de colocar pessoas em caixinhas, e esperar que elas fiquem sempre dentro delas. Quando alguém insiste em sair dessa caixinha, o imperativo coletivo insiste em colocá-lo dentro de outra caixa. 

Como se pessoas não pudessem circular livremente e inteligentemente entre correntes diversas de pensamento. Como se isso fosse um ato de rebeldia, e por si só, a fundação de uma nova corrente. Nós estabelecemos que o indivíduo não pode pensar individualmente ao observar o coletivo. Entendem o que quero dizer?

Aí chegamos a esse ponto: abraçamos uma ideologia teórica, e uma vida prática totalmente diferente. Nos tornamos hipócritas e recusamos a enxergar que, na verdade, existem acertos e erros por todos os lados. Nos recusamos a recusar as caixinhas, e padecemos com isso. Considero recriminável os discursos odiosos que enfrento cada vez que ouso discordar publicamente da obra política geral de Lula, apenas porque para mim a alegada "ruptura" que seus partidários (filiados ou não) afirmam ter existido, em minha opinião nunca existiu. Reconheço muitos acertos, mas não me nego a enxergar inúmeros erros, mesmo nos acertos.

Ao contrário do que muitos pensam, eu acredito no assistencialismo. Acredito de verdade. Sou favorável a cotas em universidades para egressos do ensino público, a programas como o Bolsa Família. Vejo no assistencialismo brasileiro, venezuelano, e mesmo americano (sim, existe por lá também) a melhor forma de amenizar imediatamente problemas sociais urgentes, muitas vezes crônicos. Entretanto, o assistencialismo sozinho não soluciona o problema ao longo dos anos. Assistencialismo não reduz curvas de aprendizagem, de inclusão social.

A sensibilidade, e não a postura ideológica, deveria levar todo ser humano a compreender a necessidade do assistencialismo. A inteligência, e não a postura ideológica, deveria nos levar a compreender que outras ações, como a mudança na forma de se pensar, gerir e fazer educação, política, saúde e infraestrutura nos libertaria a longo prazo de vários problemas sociais e econômicos.

Eu não consigo levar a sério pessoas que sempre tiveram "tudo" (não um lamborghini, mas educação, alimento, moradia e acesso a informação em geral), e não compreendem a necessidade de subsidiar o mínimo a quem é esmagado diariamente pela dinâmica do mercado, pela falta de oportunidades. 

Da mesma forma, não consigo levar a sério quem usufrui de todos os benefícios supérfluos e consumistas de uma economia livre, de um país democrático, que do alto de seus dispositivos Apple entram no Facebook para criticar a postura anti-governo uma ativista vinda de um país sem nenhum desses privilégios, ou para chamar qualquer um que não partilhe de sua visão romântica do Socialismo de "direitista".

Pessoas carecem de capacidade analítica. Seja para avaliar sua própria vivência, o histórico da humanidade, os resultados catastróficos de implementações práticas de teorias lindas, o que há de bom e útil em uma ou outra corrente de pensamento, e assim por diante. O que importa é brigar e até morrer por um núcleo sólido e falido decidimos num momento abraçar sem analisar todas as suas nuances, todas as suas implicações.

Enquanto prevalecermos assim, pode morrer Che Guevara, Chávez, Allende, Abraham Lincoln, Osama Bin Laden, Kadafi, Kennedy, e todos os 7 bilhões de habitantes desse planeta insignificante. 

Continuaremos perdidos e vítimas de nossa própria ignorância e intransigência.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Escola do Maracanã não será demolida em 2013

Manchete de Ontem: Será que em 2014 também não?

Antes de tudo, como é que vamos?
Espero que bem, bem.

A vida e suas mil revoluções quase fez com que uma escola - lugar do saber e outras coisas mais - fosse demolida. É, a copa do mundo não faz só com que pessoas fiquem desalojadas, sistemas de transportes mudem, capital circule e blá blá blá. Faz, também, com que escolas sumam do mapa. Bonito isso, Brasil? Sabe, às vezes eu fico pensando que é comum pensar em ações rápidas, mas que a longo prazo acabam sumindo, sendo esquecidas e, às vezes, pouco aproveitadas. Alguns estudiosos falam do que já vem imbricado dentro de cada um. Quem sabe é do Brasil fazer apostas contrárias ao, assim chamado, verdadeiro desenvolvimento? 
Em contra partida, ficamos contentes ao ver que, ainda, existem pessoas lutando. E quando eu digo pessoas, eu digo qualquer pessoa. Ela não precisa ser estudante de ensino básico, de ensino superior, ela não precisa ser graduada, ou viver com as mãos no cabo da enxada, ela não precisa ser filiada aos partidos políticos, ser deputado, prefeito, outros mais. Ela só precisa ter dentro dela a vontade de dizer: "é assim, mas pode mudar". Porque a única constância é a mudança. E é difícil aceitar mudanças pro pior, ou não? Dessas pessoas que vivem lutando não contra quem está no poder diretamente, mas, sim, contra as ações irracionais dessas pessoas que estão no poder, saiu a vitória - para 2013. A escola do Maracanã, que tem o quarto melhor IDEB (Índice de desenvolvimento de Educação Básica) da cidade do Rio de Janeiro, não vai ser demolida em 2013 para, o tal lindo projeto, que transformará o complexo esportivo do Maracanã em uma grande área de entretenimento. 
Eles querem acabar com uma escola por conta de copa do mundo, olimpíadas. A defesa sempre se faz afirmando que haverá a transferência da escola para outro local. Claro, e isso é um grande favor a ser feito. Acorda, Brasil. Copa do mundo, Olimpíadas. Isso tudo passa. Crianças com boa formação se manifestam em adultos com boa formação, em potencial de desenvolvimento futuro. Mas se tratando de um país que faz política de Governo e que só está preocupado com os seus quatro anos de poder, é notório que tanto faz derrubar uma escola aqui, outra acolá.

Um salve a galera que se juntou pra apoiar a permanência da escola.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Os amigos da amiga

Rosemary Noronha é indiciada pela PF por formação de quadrilha
Rose e a sedução do poder

A moça se apresentava por aí como "a namorada de Lula". A moça viajava em todas as viagens oficiais das quais a Primeira Dama de ausentava, sendo a única com acesso aos aposentos presidenciais. A moça nomeou o ex-marido conselheiro da Brasilprev (para tal feito, até mesmo forjou um diploma de curso superior para atender a uma exigência da empresa), e conseguiu um contrato milionário sem licitação para o atual marido junto à Cobra Tecnologia, além de um cargo na Infraero. Nomeou dois irmãos, seus amigos, diretores da ANA e ANAC. A moça confrontou a diretoria da Codesp que ousou demitir uma outra amiga, porque ela saía se gabando nos corredores da empresa de ter sido contratada por ser "amiga da namorada do Lula". A moça também pediu que pagassem a mobília do apartamento de sua filha Mirelle: um sofá e uma estante, pela bagatela de R$ 5.000,00. Mirelle também virou contratada da ANAC.

Quem saiu por aí dizendo que Rosemary era namorada de Lula, não fui eu. Nem foi a Época. Foi a própria "namorada", de acordo com o inquérito. Quem disse que a moça nomeou diretores de agências reguladoras e do Banco do Brasil, não fui eu, nem a Época, foi a Polícia Federal.  Já as testemunhas, dizem que a moça não fazia questão de esconder sua relação íntima com o "PR" de ninguém, muito pelo contrário. Dizem ainda por aí que, portando mala diplomática (!), Rosemary desembarcou com 25 milhões de Euros em Portugal, declarando no formulário de seguro do carro forte que o levou ao Banco do Espírito Santo, que o dono da quantia era Lula. 

Mais uma vez, partidários alegam que o "PIG" está atacando gratuitamente a imagem do eterno "PR", não importando quantos e-mails de Rosemary já tenham sido reproduzidos, ou quanto do inquérito policial tenha se tornado público. Assim como no já julgado Mensalão, a não ser que vejam uma foto de Rosemary com o malote de 25 mi de Euros, sentada no colo de Lula, tudo não passará de uma conspiração de falsas testemunhas aliadas aos meios de comunicação para denegrir o filho do Brasil.

Há defensores de partido dizendo que ninguém nada tem a ver com a vida extra-conjugal de Lula. De fato, se era ou não peguete presidencial, pouco me importa, isoladamente.  Me importa a interferência na gestão do país. Determinados  cargos públicos são, sim, cargos de confiança, mas em que moldes essa confiança é forjada? 

O que dizer, então, da confiança do eleitorado em um presidente que delega a uma amiga ou a um caso decisões sensíveis de seu mandato público?

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A Anistia e seus imbróglios


A família do deputado Rubens Paiva, desaparecido político da ditadura militar há 40 anos, em vão espera a oportunidade de ao menos poder enterrar o ente querido, provavelmente morto pelo aparato repressor do Estado, este mesmo Estado Brasileiro que negou que tivesse-o preso, mas que agora se sabe que ele esteve em poder do de tão tristes lembranças DOI-CODI. 
Movida pelo desejo, compreensível, de justiça, a filha de Rubens Paiva, Maria Beatriz Paiva Keller sugere que se faça um plebiscito para que a sociedade brasileira se manifeste por alterações da Lei da Anistia  que possibilitem a punição de elementos do regime que torturaram, mataram, perseguiram em nome do Estado todos aqueles que não concordavam com o regime de exceção que vigorou até 1985.
E aí que está o problema. A Lei da Anistia, promulgada por João Figueiredo, pareceu durante muito tempo um "acordo de cavalheiros", que em nome do bem comum, comprometiam-se a "esquecer" uns os pecados dos outros. Há muita gente que enxergue a misericórdia por parte dos militares aí, mas o fato é que essa mesma lei, como foi feita livrou (supostamente) a parte mais violenta da história do golpe de ser julgada pelos seus crimes, como agora vem sendo julgados seus pares na Argentina, no Chile e no Uruguai. 
Os defensores (infelizmente ainda os temos) de página tão suja da nossa História afirma que alterar a Lei da Anistia é de um revanchismo mesquinho e retrucam com aquele velho lenga lenga cansativo de que se os militares e civis aliados praticaram violência, os guerrilheiros, ativistas de esquerda também cometeram crimes, assaltos, sequestros, torturas na esperança de implementarem uma ditadura nos moldes comunistas e a Anistia faz com que tudo fique elas por elas.
E daí que está o problema de um plebiscito. O brasileiro médio não passa de mero reprodutor das opiniões veiculadas pela mídia. É o cara que se reclama do aumento das passagens dos ônibus também é o primeiro a dizer que os estudantes que estão protestando nas ruas para que o preço abaixe ou continuem os mesmos são uns vagabundos e que merecem porrada. É a moça que vê uma outra que foi estuprada que diz que ela tinha de "se valorizar e se vestir melhor" para não ter sido violentada. É o adolescente que sofre bullying na escola por ser gordo, baixo, magro, não ter franja, mas que vai para o twitter dizer que nordestinos são todos uns horrorosos e que não merecem fazer parte do Brasil. Então, um debate público que exija um nível intelectual acima da capacidade da maioria, (inclusive dos políticos que andam por aí pregando um conservadorismo barato), porque antes de um plebiscito deve haver uma propaganda em rádio e TV dos que são a favor e dos que são contra a revisão... Se por um lado faria as máscaras de muita gente, principalmente dos militares caírem - e o Exército é hoje uma das instituições de maior credibilidade no Brasil , daria alimento para que grande parte da mídia endossasse a tese do revanchismo, exigindo também que as vítimas - guerrilheiros entre outros, já tão massacrados moral e psicologicamente - acabassem sendo transformadas em algozes, merecendo até - pasmem - a prisão. Novamente.
A necessidade da época, de votar-se uma anistia "ampla, geral e irrestrita", e ainda pelas mãos dos generalecos de plantão, foi uma dura necessidade que acabou acobertando quem mais cometeu delitos ao longo de quase vinte e um anos de ditadura. A Justiça Federal hoje - e as jurisprudências que vêm sendo criadas em relação ao tema - parece ser o único caminho viável para se levar à cadeia aqueles que se declararam defensores da Pátria, e que se cercaram de elementos tão desprezíveis quanto eles para efetuarem o serviço sujo (quem já assistiu ao filme argentino "O segredo dos seus olhos" sabe muito bem que aquilo também aconteceu por aqui) quando não eles próprios o fizeram e ainda permitiram-se andar por aí, altivos, de "consciência limpa" e disseminando suas ideias da Idade da Pedra.
O Brasil, que adora vangloriar-se de seu posto de defensor dos Direitos Humanos na ONU e entre outra organizações internacionais faz questão de não enxergar que o dever de casa ainda não foi feito corretamente e só quando nos equipararmos aos nossos irmãos chilenos, uruguaios e argentinos, que frequentemente vem mandando para cadeia os espoliadores do Estado que se apoiaram em seus cargos e seu "senso de dever patriótico" para cometer as atrocidades mais vis, é que poderemos olhar a nós próprios com o devido respeito que achamos que merecemos.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

PRESIDENTE 'MAIS POBRE DO MUNDO' DIRIGE UM FUSCA E DOA 90% DO SALÁRIO



Manchete de Ontem: Luxo pra que?

José Mujica, presidente do Uruguai, com seu fusca 87 (Foto: Reprodução)



O que eu li foi a história
de um sistema
que desde sempre
disse que precisávamos
de alguém que pudesse 
nos representar
Mas que a representação
devolveria para
estes representantes
um poder
do qual muitos poderiam
até invejar.
E que diante do
primeiro poder
o desejo de muitos
outros começaria,
então, a aparecer.
Isso seria 
a marca do mundo
que no presente
vemos no passado
e que tenderá
a acontecer, também,
no futuro.
Ou não,
vai saber.
Mas do sistema
outras questões
foram, ainda, colocadas
dessas que nem toda
regra é regra
que não se pode 
ter a generalização
Então, é possível acreditar
que existem outros
que podemos confiar
Esses são aqueles
que não se corrompem
e que nos lembram
todos os dias
o quanto podemos
acreditar
que ainda há tempo
para algo.


"Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas possa mudar o mundo. De fato, sempre foi assim que o mundo mudou". Margaret Mead. 
E que fique claro que não falo sobre o país ser ou não uma grande potência, eu falo sobre não ser corrompido pelo poder, que sempre parece ser a maior preciosidade do mundo.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O dia em que Gramsci se contorceu em sua tumba...

Manchete de Ontem: PT vai atacar 'politização' de julgamento

Esses dias no Facebook num grupo tinha um senhor declarado socialista reclamando de um administrador de outro grupo, porque esse administrador pediu que o bolchevique publicasse seus textos e comentários esquerdistas apenas uma vez (esse cara tem mania de repetir o mesmo post várias vezes se ninguém comenta ou "curte" o que escreveu )... Então, o socialista chamou o  administrador de "milico golpista metido a democrata", porque diante da reclamação sobre o pedido, o administrador perdeu a paciência e expulsou o mesmo do grupo. Para fazer sua reclamação, dessa vez no meu grupo, novamente ele publicou o que havia escrito lá no outro, duas vezes. 

Entre elogios a Hugo Chaves e Castro (sim, ele elogiou Hugo Chavez), haviam comentários chamando o STF de cara de pau, dizendo que os Ministros não tiveram respeito a nada, que aquilo foi "pura perseguição por ministros covardes completamente apavorados pela opinião falsificada pela mídia amestrada anti-popular". Disse também que Lenin concluiu que a revolução socialista armada mundial nunca seria possível, e que nos tornaríamos socialistas apenas depois de o capitalismo entrasse em contradição (eu acho que ele quis dizer colapso, mas tudo bem). Continuando, ele afirmou que Gramsci disse que os socialistas deveriam "usar de todas perfídias do capitalismo para desenvolver a sociedade e adiantar a contradição", e que "foi exatamente isso que José Dirceu e tantos outros fizeram e estão fazendo". - Exatamente assim. 

Mais uns blablás de mídia vendida entreguista depois, o senhor disparou: "José Dirceu é um herói", para então  citar a "Carta ao Povo Brasileiro", na qual José Dirceu jura inocência e relembra seus tempos de militante e presidente da UNE.

Aí eu respirei fundo, contei até dez, abri o jornal, e me deparei com a manchete de ontem: PT vai atacar a 'politização' de julgamento.
O PT considera seus condenados "presos políticos", julgados por um "tribunal de exceção sob pressão dos grandes meios de comunicação" , e embora o estatuto determine que filiados devem ser expulsos quando condenados por "crime infamante ou por práticas administrativas ilícitas, com sentença transitada em julgado",  todos seguirão no partido.  O presidente do partido disse esperar que eles não sejam condenados a penas privativas de liberdade, afinal, todos tem "serviços prestados ao País."

Eu acho estranha a hipótese de "tribunal de exceção".  É difícil crer numa perseguição da opinião pública a um partido há dez anos na Presidência da República, com índices de aprovação popular sempre superiores a 50%. É difícil crer em perseguições políticas contra um partido com coligações que garantem-lhe maioria na Câmara e Senado Federal, e que acaba de se eleger para a principal Prefeitura Municipal brasileira.  Acho estranho o STF, que não cedeu a pressões sobre dois temas muito mais controversos e sensíveis para a sociedade conservadora brasileira (a união estável entre homossexuais e  o aborto de anencéfalos), se mobilizar e conspirar pela condenação do partido que formou a maioria desse mesmo tribunal: dos dez Magistrados, sete foram nomeados e empossados por Lula e Dilma. Ainda assim, eles afirmam que os Ministros do STF usam "dois pesos e duas medidas" - quando o mensalão do PT foi o primeiro julgado pelo Tribunal em questão.

Desde que os desdobramentos do julgamento ficaram mais ou menos claro, acompanhamos um ataque direto do Partido dos Trabalhadores ao STF. Citando exemplo específico, Genoíno chamou o julgamento de "tirania", mas toda sorte de adjetivo negativo foi atribuído ao STF por partidários. Não sei o que é mais grave: o ataque à figura do STF ou especificamente aos Ministros que "ousaram" votar contra o PT. 

Ao mesmo tempo, André Vargas, Secretário de Comunicação do PT, disse não se conformar com o julgamento, e tomou as dores de Lewandowski: "O ministro que deu voto diferente dessa posição passou a ser achincalhado na rua. É um escândalo e um acinte um ministro ter sido tratado assim quando foi votar". Então, o PT ataca a imagem do STF como um todo, ou especificamente os Ministros que condenaram membros do partid. O PT instituição, enquanto partido inserido na política brasileira. Chamar o mais alto tribunal brasileiro de "vendido a pressões" é permitido. Isso não é acinte ou escândalo. Escândalo é a manifestação popular, nunca a partidária. Quem tem dois pesos mesmo?

Sobre o que o cara do Facebook disse, nenhuma "biografia" passada dá direito a qualquer um de extraviar dinheiro público. Aliás, o mínimo que espero de uma figura pública, é que honre sua vida pregressa.  Dirceu e o PT entenderam Gramsci equivocadamente. "Usar as perfídias do capitalismo" não incluía fazer uso da corrupção. Capitalista ou socialista, o que Dirceu e "tantos outros fizeram e estão fazendo" é errado. É corrupção, prevaricação, roubo. 

Felizmente não estamos na China, onde bloqueia-se até o acesso ao New York Times, se ele fala do estranho enriquecimento do Primeiro Ministro Wen Jiabao e sua família. Assim como o PT, o Partido Comunista da China afirmou que a reportagem é falsa, e as acusações caluniosas. 

Felizmente, por mais que partidos lamentem (em breve será a vez do PSDB e seu "mensalão mineiro"), apropriação de dinheiro público ainda é crime no Brasil. Engole o choro, minha gente... Engole o choro...

domingo, 21 de outubro de 2012

O que te preocupa?

"O povo não está preocupado com isso. Está preocupado em saber se o Palmeiras vai cair e se o Haddad vai ganhar" - Luis Inácio Lula da Silva

Diga-me, brasileiro: com o que você realmente se preocupa?

Em diversos fóruns, Facebook a dentro e a fora, vi sindicalistas furiosos com a decisão da justiça de suspender a publicação do jornal de sindicato com texto a favor do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo.  Alguns usaram inclusive o termo "censura" para definir a decisão judicial. Eu, particularmente, considero muito pertinente a proibição de colaboração de entidades sindicais em campanhas políticas. 

Uma líder sindical se manifestou em certo fórum: "quer dizer que direção não pode declarar voto?".  Como todo cidadão, um sindicalista, indivíduo, pode se engajar na campanha política do candidato que considerar pertinente, e pode declarar voto.  Considero a declaração de voto de sindicalistas tão relevante quanto a de intelectuais ou qualquer outro tipo de formador de opinião. Entretanto, o jornal sindical, impresso com recursos provenientes da contribuição de sindicalizados com os mais diversos posicionamentos políticos, não é meio adequado para isso. Que o sindicalista faça como todos os demais: encha seu carro de adesivos, suba no palanque se julgar pertinente, diga suas opiniões em seu Facebook, Twitter, Blog.

Como foi possível observar na longa e abafada campanha salarial dos servidores das universidades federais, somos um país no qual movimentos trabalhistas são fracos, não tem apoio público, e são ignorados sempre que possível pela outra parte envolvida na negociação. Inclusive por isso, entidades sindicais devem ser protegidas de interesses alheios a seu propósito inicial: defender a causa dos trabalhadores.  Ainda que a negociação política seja uma das muitas ferramentas que podem ser utilizadas por um sindicato, o seu envolvimento direto em campanhas desvirtua seu propósito.  É evidente desde a eleição de Lula à Presidência da República o crescimento da presença de pessoas oriundas das entidades sindicais em cargos eletivos.  Hoje, muitas vezes observamos sindicatos sendo utilizados como ferramentas política: mesmo sem conseguir alcançar seus objetivos junto às mais diversas classes trabalhistas, de professores a servidores dos correios, bancários e metalúrgicos. Hoje temos um ex-professor no segundo turno da disputa pela Prefeitura Municipal de São Paulo,  um ex-bancário Deputado Federal, e um metalúrgico ex-Presidente da República. 

Ainda assim, muitos trabalhadores não se sentem representados por seus sindicatos, deixam negociações insatisfeitos não apenas com o resultado, mas com o posicionamento das entidades sindicais. Qual é a razão?

Hoje um colega me contou que o está havendo uma gigantesca mobilização no Facebook para desmoralizar alguém aí (não entendo de futebol) que suspendeu Ronaldinho Gaúcho por um jogo, enquanto um vídeo no qual são mostrados os custos de um Deputado para o Brasil padece com pouca divulgação.  Eu particularmente fiquei perplexa com a honestidade de Lula ao revelar seus pensamentos sobre o tal "povo" e suas prioridades, mas infelizmente imagino que ele tenha razão sobre a primeira preocupação: o futebol. Tanto deve ser, que o Banco Itaú apostou forte na sua campanha publicitária "Vamos Jogar Bola", assim como a Brahma com sua "Pessimistas, pensem bem", que se não fosse uma propaganda de cerveja, certamente seria do governo.

Somos um povo de prioridades equivocadas. Contando que não falte cerveja, o churrasquinho, e o futebol ou qualquer outra válvula de escape, pouco importa se políticos são culpados, se sindicatos são desvirtuados, se faltam leitos nos hospitais ou se professores apanham de alunos na escola.

O Brasil padece pelo descaso do brasileiro.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Santinhos do Pau Oco



Eleições, a festa da democracia, o carnaval povo. E como todo bom carnaval, confete não faltou. 50 TONELADAS.

CINQUENTA TONELADAS DE PAPEL. Sabem quanto é isso realmente ? Pois acompanhem meu raciocínio.

Tenho aqui em casa os três primeiros livros de As Crônicas de Gelo e Fogo, que juntos dão 2,5 Kg aproximadamente. Usando a matemática básica temos 50 toneladas ou 50000 Kg divididos pelos 2,5 Kg dos 3 livros, são 20 mil vezes o peso. Vamos utilizar essa métrica de 1 para 3 uma vez que o papel utilizado no santinhos e bem inferior a de um livro.

Mesmo assim 50 toneladas de santinhos, geraram 20 mil livros. VINTE MIL, apostilas para as escolas. VINTE MIL livros para as bibliotecas, VINTE MIL cadernos para que precisam, ou , na ultima opção, o equivalente em arvores para que esses VINTE MIL "livros" continuassem a ser árvores.

Sei que minha "revolta escrita" não leva a muita coisa, mas esse desperdício é enorme. Se em Santos foram 50 toneladas, imaginem as outras grandes cidades ?

Pois bem, os senhores que estampam as caras desses santinhos ficam desesperados pelos votos, não medem economia, nem noções de higienes e desperdício para isso. Pois então eu sou a favor do "contra voto", através do santinho.

Simples assim, já que da um trabalho do cão limpar a cidade toda depois, então vamos "trabalhar" direito.Que tal que, pra cada santinho de um candidato, um voto do mesmo é descontado ? Aposto que podemos aumentar para cem santinhos que ainda vai ter muito candidato devendo voto !

Agora me deem licença que ainda tenho pelos menos  1 tonelada de santinhos, digo, algumas páginas dos meus livros parar ler


Essa agora foi demais. Uma vida ! Sério mesmo tanta sujeira vale uma VIDA !!
Quero ver quem vai ser o politico honesto (sic) que vai assumir essa responsabilidade, ou melhor esse CRIME !!


domingo, 26 de agosto de 2012

"Campanha, campanha, educação à parte." - provérbio político brasileiro

"Não há como no Brasil se fazer qualidade da educação sem pagar bem o professor. (...) O professor, pra ser valorizado, ele precisa de ganhar bem, e mais: ele precisa ter formação continuada. Não se pode, também, estabelecer com o professor uma relação de atrito quando o professor pede melhores salários: recebê-los com cacetete, ou interromper o diálogo". 
- Dilma Rousseff, Candidata à Eleição Presidencial 2010, durante o último debate entre candidatos, realizado pela Rede Globo (2:55 do vídeo).

Manchete de Ontem: Governo diz que não negocia novos reajustes salariais com grevistas

Dizem que quando presidente, Fernando Henrique disse sobre seus livros "esqueçam tudo o que eu escrevi". Ele diz que jamais proferiu tal sentença, e não há realmente registros de que o tenha feito. Ainda assim, as palavras foram assimiladas de forma irreversível pela população brasileira. 

Por quê?  Porque é muito normal, no Brasil que a pessoa seja uma durante a campanha e sua vida pregressa, e outra totalmente diferente depois de eleita. É "normal" que um político, a cada projeto de lei votado ou sancionado, a cada ato de governo, grite em nossa cara "esqueça tudo que eu disse", e dê uma risada maligna depois. 

Em 1932, o educador mineiro Fernando de Azevedo redigiu um documento, entitulado "Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova: A Reconstrução Educacional no Brasil - Ao Povo e Ao Governo". O manifesto foi assinado por alguns educadores e intelectuais brasileiros da época, inclusive Cecília Meireles. Oitenta anos se passaram desde então, e infelizmente, o documento segue mais atual do que qualquer cidadão brasileiro gostaria. 

Eu temo pelo futuro dos brasileiros. Pelos próximos 80 anos, pelo menos. Porque a Candidata Dilma, assim como Fernando de Azevedo, tem razão: não há como construir uma educação de qualidade sem valorizar os educadores, e não há como progredir de verdade se não através da educação. 

Pela falta de educação de qualidade, o brasileiro é indiferente aos movimentos trabalhistas e questões governistas: é impensável uma greve geral aqui como a que se deu na França recentemente. O ápice de nosso engajamento em prol de causas coletivas se deu na Marcha Contra a Corrupção, que já esfriou, como todos os políticos esperavam. 

Não temos fôlego ou tempo para protestos, estamos muito ocupados em nossas conchas para pensar "no povo brasileiro". Não percebemos que no final das contas, o tal "povo brasileiro" somos nós mesmos, nossos amigos, a família de todos nós, os amigos dessas famílias, e assim por diante. 

Por falta de educação, somos um povo tão vazio de empatia e preocupação com esse coletivo, tão insensíveis às necessidades das classes trabalhadoras e minorias que não fazem parte de nossos círculos cotidianos de relacionamento, que nas rodas de conversas chamamos aqueles que buscam seus direitos através do movimento grevista de "vagabundos". 
Consideramos absurdo que uma babá receba R$ 1.500,00, aquela à qual confiamos nossos frágeis filhos pequenos, e ainda reclamamos quando ela não pode comparecer ao trabalho porque perdeu 7 horas na fila do SUS levando seus próprios filhos ao médico. 

Por excesso de ignorância, o Brasil está preso em algum lugar antes de 1850: aqueles que nos servem, deveriam fazê-lo de graça e levar chibatadas no caso de recusa.  Em nossa ignorância, somos incapazes de perceber que nossos filhos serão vítimas futuras do descaso com a educação promovido hoje, e que isso não está relacionado à escola na qual ele estuda hoje, mas com a sociedade na qual ele viverá daqui a alguns anos.

A "Presidenta" Dilma sabe o mesmo que a Candidata Dilma sobre a educação: a ignorância e alienação é resultado da má educação.  Pela escola que tivemos no passado, não estamos preocupados com os professores de hoje. Ela sabe: é irrelevante o que tenha dito durante a campanha. Não importa o que ela faça com os professores hoje. 

Nós não nos importamos, e não nos manifestaremos por eles. 



*Nós, o coletivo, a "população em geral". 
Eu, individualmente, dou total apoio à luta dos professores por condições dignas de trabalho. Assim como a toda classe trabalhadora.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Não quis política no meu facebook e me ferrei

Redes sociais são trunfo para campanha, dizem senadores

E agora o povo se ferra por mais um canal. Existe uma regulamentação do TRE em relação ao uso de mídias sociais, o que não quer dizer que os políticos usem de maneira correta, da mesma forma que existe regulamentação do próprio FB para as empresas e muitas não seguem.



As pessoas postam sobre futebol, novela e religião no Facebook, entre outras coisas. Na final da Libertadores, a timeline parecia um portal de notícias sobre Esporte, dado o número de fotos e etc. Torcedores discutem com toda a seriedade do mundo sobre jogadores, posicionamentos, treinadores, fazem e refazem contas da pontuação. Sabem todos os pormenores de cada campeonato. Listam todos os nomes de cada formação de time desde 68 mas não se lembram em quem votaram na eleição passada.

As redes sociais são um lugar para interação, para compartilhamentos e diálogo. Elas são formadas por pessoas e por seus interesses. Por que as marcas têm usado as redes sociais como um canal de 'comunicação? Porque as pessoas estão lá. Por que os políticos querem usar esses canais? Pelo mesmo motivo. Já vi algumas vezes posts dizendo "Não quero política em meu facebook". Primeiro, o facebook não é seu, ele é uma plataforma proprietária cujo dono está ganhando muito bem, o Facebook é do Markzinho.



Segundo, enquanto as pessoas se recusarem a discutir política, os políticos farão o que bem entender. Em vez de nos recusarmos a ver os posts de políticos, por que não os questionamos? O cara posta lá uma coisa, você vai lá e comenta: "e aquela coisa que você disse que faria"? Ou então, "já que você tocou nesse assunto, o que fará em relação a esse ponto especificamente"? Compartilhar posts dos candidatos e comentar: ele está falando isso mas na eleição passada prometeu aquilo e não cumpriu.

É bem mais trabalhoso que comentar sobre a Carminha e a Nina, eu sei, mas a longo prazo, vai trazer muito mais retorno. Paremos de ser acomodados, política tem a ver com a nossa vida.



sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Nós, as cidades e as emoções


Antes que me acusem de bairrista e megalomaníaco (afinal, a mania de grandeza dos recifenses já é um folclore - cultivado, a propósito, o que não me agrade) a ideia dos espanhóis Angel Mestres e Tomás Guido, do paulista Ricardo Ribenboim e do pernambucano Edgar Andrade é bem legal e liga, inicialmente, Recife, Barcelona, São Paulo e Madri em um projeto que envolve muito mais do que os gestores oficiais para se pensar as cidades. O projeto, que terá um portal a partir do dia 15 do mês que vem, pretende fazer com que os habitantes destas cidades cadastrem seus perfis e comecem a opinar sobre variados assuntos, tais como diversidade, estilo de vida, habitação, sustentabilidade, trabalho, participação social e espaços públicos.
Acho a iniciativa fantástica, principalmente em época de eleição; embora, infelizmente, saibamos que a participação popular efetiva nas decisões das cidades seja quase nula. Afora aquela parcela da população suficientemente esclarecida e participativa que se interessa pela procura das soluções para os problemas urbanos, grande parte do povo - por omissão ou desleixo - preocupa-se em fugir de tais coisas (por crer que os gestores são competentes o suficiente para resolver a tudo ou por achar política muito cacete). A não ser que os problemas lhe afetem diretamente, como o bueiro vazando esgoto ou a buraqueira nas ruas. No mais, pensar a cidade é algo impraticável, até porque o envolvimento emocional é muito imediatista e restringe-se a essas pequenas situações. 
Por isso que apelar para o emocional possa ser algo bom para mudar tal panorama. A concepção em si não é nova, está presente na Teoria da Deriva, um dos pilares do pensamento dos situacionistas de Paris e convida as pessoas a olharem suas cidades com um olhar diferenciado. Afinal não é somente onde moramos, é onde vivemos e parece que a velocidade do nosso cotidiano faz-nos imaginar que apenas sobrevivemos e não deve ser assim.
A responsabilidade pelo lugar onde vivemos não deve ser somente delegada aos políticos que muitas vezes estão pouco se lixando para aquela praça degradada ou aquela rua que alaga sempre na época das chuvas. Estarmos sempre a reconstruir nossas impressões acerca do lugar onde habitam nossas recordações, onde crescemos como humanos e cidadãos vai muito, mais muito além do simples digitar o voto na urna. Não serão a especulação imobiliária, o comércio ou os órgãos públicos que  guardarão essas emoções, esses sentimentos. Muito pelo contrário, o pensamento deles acerca desses espaços nos quais nos movimentamos passa muito ao largo desse olhar que somente nós depositamos por onde passamos. As cidades não deixam de ser organismos pulsantes, cuja memória se une à nossa e constrói a nossa vida.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Proibir, proibir


Não moro em São Paulo, mas sempre que posso passo por lá. É lá que eu tenho pessoas muito queridas, que às vezes estão mais presentes em minha vida do que muita gente com quem convivo. Gosto da atmosfera da cidade, dessa sensação legal de estar em um lugar cosmopolita (não que o Recife não seja, mas em São Paulo, convenhamos, é muito mais amplificado). Não sei se moraria lá, até porque o custo de vida é bem mais alto e as oportunidades, escassas. Depois, chega um momento da vida em que a vontade é ficar onde se tem raízes mesmo.
Já há algum tempo ouço amigos reclamando de determinadas posturas, não somente do próprio Poder Público, essa entidade que de alguma forma representa o pensamento do povo (ou pelo menos de parte que conseguiu eleger os seus representantes), mas também por parte da sociedade paulista. Posturas políticas e sociais conservadoras, muitas vezes até fascista, mesmo, algo muito em contradição quando se trata de uma cidade que evoca sempre o novo, o avançado.
Há no eleitorado paulista um estranho pendor para algumas escolhas estranhas. Se foi vanguarda em ter eleito Erundina numa época em que o preconceito contra a mulher era ainda mais agudo, já conseguiu ter como gestores outros políticos tão bizarros quanto ladrões (não sou eu quem diz, mas a Interpol) como Jânio Quadros (o bizarro) e o Maluf ( o ladrão).
Kassab pode não figurar entre o segundo caso (ainda), mas com certeza figura com louvor na categoria de bizarros. E tal bizarrice, para um político até outrora obscuro até para os paulistanos, é respaldada em uma série de medidas - chamemo-as de higienistas, mesmo - que atingem somente aqueles para os quais o Poder Público é praticamente ausente, e da pior forma.
Assim temos, na gestão Kassab, a proibição de fumar nas áreas dos toldos de bares(que corresponde a uma área externa - vá lá, até eu que não sou fumante acho estranho), proibiu artistas de rua, colocou paralelepípedos nos vãos dos viadutos para evitar que moradores de rua se abriguem e anteparos que impedem de mendigos de dormirem nos bancos... Se fosse pelo bem deles, como tanto afirma, beleza, seria até louvável, mas é uma medida que atende tão somente a parcela da sociedade que não querem a cidade feia. E a querem sempre limpinha para poderem brincar de New York dos trópicos.
Da proibição que foi cogitada ontem, a da distribuição gratuita de sopa, por mais que ele afirme que as tais nove tendas de "atenção social" (ou seja lá que nome for) de fato auxilie (o que não acredito, dado o tratamento já efetuado em prejudicar ostensivamente quem more na rua - que também tem o direito de não querer ir a um albergue) o estrago às iniciativas particulares de assistência já estaria feito. Primeiro em dizer que o alimento distribuído pelas ONGs seria "insalubre". Imagino que em SP, como aqui, o cuidado de quem se propõe a ajudar ao outro atinge também a cozinha, e ninguém vai dar comida estragada a quem quer que seja. "Ah, mas os mendigos sujam as ruas"... isso é uma balela, porque muito mauricinho joga lixo da janela do seu carro... depois, ao menos quando eu distribuía sopa nas ruas do Recife, além de simplesmente dar a comida, conversávamos com os moradores de rua acerca de um monte de coisas. Alguns não gostam de conversar sobre religião, por exemplo (o que motiva uma certa má vontade de pessoas de Pastorais ou grupos evangélicos que enxergam na distribuição de comida uma oportunidade para evangelizar), mas gostam de conversar sobre a vida (sobre pontos positivos, poucos falam dos motivos que os levaram às ruas).
A proibição, se for efetivada, também atinge a própria cultura de paz e da generosidade. Se o Poder Público chama para si a responsabilidade da distribuição da sopa (e como ele já falha em tantas coisas mais primárias, por que esperar-se-ia competência numa área em que já transparece uma notória má vontade?), que eco pais, educadores, por exemplo, encontrariam em crianças e adolescentes chamadas a cooperar na distribuição de comida e cobertores, em um justo aprendizado de humanidade. Por que, afinal, é muito fácil entregar tudo aos gestores e se eximir de culpa e de responsabilidade, sem praticar a aproximação com os menos afortunados, e com isso compreendê-los e extinguir preconceitos tolos que só a ignorância sobre o outro sustenta.
Espero que os paulistanos sensatos consigam a derrubada dessa proibição. São Paulo é muito bonita para ser tachada como a capital menos generosa do mundo.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Quid Pro Cuo, Clarice


Por mais que o senhor Luiz Inácio sempre tenha tomado atitudes que me causem arrepios, sinceramente, nem dele eu esperava algo do tipo.

Em outra fotografia que também me causou náuseas, o momento que entrou para a história deste país trazia Lula visitando Sarney em um hospital, um com cara de compadecido, outro com um semblante de pobre criatura que parecia renegar seus anos de coronelismo no nordeste. Pareciam duas pessoas frágeis, humanas, e não dois dos mais sagazes predadores da política nacional. Agora Lula aperta a mão de Maluf, como quem cumprimenta um velho amigo. Sorriem um para o outro, ou sorriem ambos de nós todos?

Nunca antes na história desse país a política foi tão transparente quanto à cara de pau de uns e outros: não mais se finge princípios, preceitos e ideais partidários. Escancara-se que amigo ou inimigo é uma mera questão de conveniência, e para eleger um determinado pupilo, vale tudo.

Sobre isso, Maluf simplifica:  "Política é como futebol. Quem é palmeirense não gosta do Corinthians, quem é corintiano não gosta do Palmeiras e pode alguém não gostar de mim. Mas ninguém pode dizer que Paulo Maluf como ex-governador e ex-prefeito não conhece como ninguém os problemas da cidade de São Paulo". Claro! Conhece até porque foi responsável por boa parte desses problemas, e quem tem memória curta é eleitor, não político. 

Já ouvi dizer que quem fala de si mesmo em terceira pessoa é egocêntrico, e o senhor dos frangos (talvez daí tenha lembrado do futebol) superfaturados, me parece um caso grave e irreversível de egocentrismo, assim como seu novo amigo, que patrolou seu partido para emplacar o candidato que a princípio apenas ele mesmo queria.

Com uma mistura de revolta, incredulidade e desesperança, observei a foto ontem em todos os jornais da internet, me lembrando de Hannibal Lecter: "quid pro cuo, Clarice". As mãos dos políticos lavam umas as outras, enquanto nos sobra a sujeira de seus arranjos....

sábado, 9 de junho de 2012

Por que não antes?


O Brasil em seus eternos paradoxos consegue ser uma das poucas nações do mundo que tem uma presidenta, mas ainda assim a participação feminina no Executivo e no Parlamento como um todo consegue ser o segundo pior do globo. A despeito de a maioria da população ser de mulheres, parece que a eleição de Dilma, foi muito mais uma "concessão", uma chance dada como aquelas chances que se dá em quem não confia muito. Ao menor sinal de equívoco, generaliza-se e pronto, acabou a "festa".

No entanto, é importante anotar que o fato de ser de um sexo diferente, ainda que esculachadas como as mulheres são no Brasil, o simples fato de ser mulher não a livra da pior(?) parte, que é ser humano. Se @s brasileir@s como um todo não mudarem suas práticas políticas, enxergar uma candidatura feminina (nem adianta dizer que candidaturas feministas não emplacam em um país pobre de ideias e de pensamento crítico - elas sempre serão enxergadas como as malucas descompensadas e sequeladas), será mais do mesmo, até porque as gatas pingadas (salvo raras exceções) acabam reproduzindo o modus operandi dos políticos, vide a Jaqueline Roriz, no DF, entre tantas outras mulheres que, como seres humanos, acabam fazendo justamente as mesmas coisas dos políticos, inclusive na perpetuação de discursos absurdos. Vide as deputadas evangélicas, católicas, etc.

Política como um todo, além do debate, envolve propostas. E, infelizmente, por mais que as mulheres apresentem propostas infinitamente superiores às dos homens, vivemos numa sociedade tacanha e medíocre, em que, muitas vezes as próprias mulheres, como mães, tratam de incutir nos filhos uma ideia errônea do papel do sexo feminino dentro da sociedade. E daí vêm as piadinhas, as desconfianças, o desprezo... Ainda acho que o estudioso que disse que a igualdade na política só será alcançada daqui a 170 anos está sendo tremendamente otimista. Com essa educação que nós temos, se conseguirmos tal igualdade daqui a 170 séculos, ainda será uma previsão razoável, porque o Brasil e o seu gosto por contradições, não consegue rimar desenvolvimento econômico com desenvolvimento social. A nossa cultura de massas industrializada acaba atrapalhando os poucos espaços que poderíamos ter para alterar esse panorama, a partir do momento em que continua restringindo o papel da mulher àqueles espaços costumeiros, restando àquelas que se sobressaem um local onde elas serão reconhecidas como vencedoras, mas não como exemplos de que outras podem chegar aonde elas chegaram. É como se dissesse "sou única, sou distante, você só pode sonhar em estar no meu lugar".

A batalha da mulher por algo mais do que uma mera previsão de 170 anos para a igualdade em alguma coisa é diária, mas, no afã de protegerem-se, quase sempre têm de se conformar em lidar - e não combater - com o discurso patriarcal e machista. A minoria que estudou, que conhece mais amplamente as conquistas históricas da mulher (não aquele que é apresentado como somente o gritador e pitoresco, mas o que trabalha efetivamente para as conquistas) é a que segura a onda e mantém o debate aceso, topando, como bucha de canhão, com gente imbecil (como alguns dos comentaristas da matéria do Portal Terra), e que muitas vezes sequer recebe a gratidão de suas companheiras.

terça-feira, 8 de maio de 2012

O que te interessa?

Manchetes de Ontem: 

Hoje não comentarei de uma notícia em sí, mas da dinâmica do que é veiculado, seja na televisão, seja na internet. 

Talvez por otimismo e ingenuidade, geralmente eu atribuo o desinteresse do brasileiro mediano pela política ao fato de sermos uma democracia relativamente recente, e consequentemente imatura. No período da ditadura, a alienação política era até mesmo uma maneira de manter-se vivo e longe de problemas, e talvez ainda estamos em uma fase de transição.

Vejo, principalmente, o destaque dado à desgraça alheia, seja ela intencionalmente provocada ou acidental. De qualquer forma, notamos que a maioria da população cria dentro da mídia um nicho de mercado asqueroso: o do escárnio. Chegamos ao limite do mau gosto, a ponto de confundi-lo até mesmo com humor. 

Há anos eu desliguei minha TV, com o firme propósito de me manter distante de toda e qualquer programação veiculada através dela. Ultimamente, ando pensando se devo também desligar minhas redes sociais, ou mesmo meu computador, de uma forma geral. Afinal, abro o jornal para saber se há algo relevante acontecendo com o mundo, e quando não há a exploração desumana do estado de saúde do tal Pedro filho do Leonardo, o que a maioria dos portais de "notícia" me dão informações prolixas sobre o processo que a Caroline Dieckmann move contra um oportunista imoral, ou sobre a ferrari sem placa de Thor Batista, ou ainda sobre os degolados de Doverlândia. 

Enquanto isso, nem mesmo no rodapé, tem-se notícia das fotos de Cabral e Cavendish, porque para o público geral as tentativas de Dieckmann de reaver sua privacidade (e aproveitar-se da situação enquanto ela não o consegue) são mais relevantes que as relações suspeitas entre o governador do Rio de Janeiro e o emprenteiro que só naquele Estado abocanhou quase 1,5 bilhão em contratos públicos.

Notando tudo isso, um desânimo toma conta de mim, e percebo que, na verdade, não é por falta de se habituar à democracia, mas por uma pobreza de espírito incalculável que seguimos à deriva, vítimas de homens que brindam na Europa nosso interesse na indecência e desgraça alheia, quando nos falta olhar com um pouco mais de atenção o que realmente importa.


"It's a violent pornography Choking chicks and sodomy The kinda shit you get on your TV" - System Of a Down

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Levo o guarda-chuva ou nem vai precisar?


Seja lá qual for a sua capacidade de prever coisas, eu espero, intensamente, que seja melhor que o senhor que fala do clima todos os dias. É uma mistura de mapas com essas nuvens que dizem: não vai chover e a temperatura vai permanecer alta. Ou algo do tipo. Então, a chuva rompe com tudo, molha a minha toalha que eu esqueci de colocar na coberta, molha eu mesma porque sabia lá eu que iria chover e me deixa com a voz rouca, o corpo ruim e a vontade, interminável, de tomar mais café e mais chá para me esquentar. Em contra partida os maiores, e que se dizem melhores, canais de comunicação nos alertam que seja lá qual for a nossa vida, é preciso que nos certifiquemos da presença do aquecimento global. Engraçado, não? Deixa eu te contar que eu faço Universidade a noite (preciso falar que estudo geografia? não, não preciso, né?) e que meu campus é meio que fora da cidade em uma planície propensa a ser alagada e a receber um vento intenso. Isso porque estamos praticamente de frente para um rio e uma serra. Quando saio da aula para ir embora para casa e tomar meu café, eu penso: cadê a droga desse aquecimento global que eles falam desde meus tempos de mera estudante de ensino básico?
Não fui pra Universidade de Geografia pra saber se existe aquecimento global, era glacial, resfriamento ou qualquer coisa do tipo. Sério? Não estou nem aí para isso. E podem me chamar de alienada por isso. Não estou nem aí. Por que? Porque como diz o Aureliano, amigo (do cem anos de solidão), é inútil fazer guerra por coisas que não tocamos. Portanto, considero inútil eu me preocupar em quantos graus a temperatura vai subir. Para mim o plano era descobrir se eu deveria sair, ou não, com o meu guarda-chuva. Mas pelo visto. Pelo visto isso é só detalhe. Como se a temperatura fosse mesmo subir. Qualé, amigos? Não estou dizendo para vocês que devemos foder com o meio ambiente e tal e coisa. Claro que não. Podemos viver bem. Podemos viver bem sem acreditar nas histórias contadas pela rede globo e demais cientistas publicitários, não?
Vou aproveitar o que escrevi no meu outro blog: 'Estamos tão preocupados em descobrir se existe vida em outro planeta, que esquecemos das regras básicas para viver a nossa vida. Estamos tão preocupados para qual as mãos irá o próximo poder, que esquecemos o poder que temos de assegurar a nossa paz. Estamos famintos pela ascensão social, econômica, cultura (e o caralho), que não sabemos o que é atravessar a ponte apreciando a paisagem'. Estamos tão preocupados, que esquecemos qual é o verdadeiro problema, ou pelo que estamos preocupados.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O fetiche mais bizarro do mundo


Que o ser humano poderia ser chamado simplesmente de curioso creio que é ponto pacífico. Afinal a curiosidade é parente da necessidade que é a mãe da invenção. Mas a curiosidade também é a irmã da imprudência e faz o hominídeo se ferrar muitas vezes desde os tempos primevos. Que o digam Adão e Eva (brincadeirinha).

É essa curiosidade cabulosa que faz o ser humano buscar experimentar das coisas mais toscas. Desde comer taturana ou mesmo uma cobra verde, como já falei por aqui, ou até mesmo entrar na torcida adversária com a camisa do maior rival. Exemplo clichê, eu sei, mas é impossível não imaginar a bordoada comendo no centro por conta do maluco impetuoso.

No que diz ao sexo, (ah, o sexo...), a curiosidade ou também, a criatividade humana parece não ter limites. O fetiche, essa mania de querer experimentar o sexo sempre de uma forma diferente, faz os seres humanos passarem em quatro paredes aquilo que, em público, os fariam facilmente serem chamados de doentinhos. Dia desses vi uma propaganda de motel aqui do Recife em que se anunciava a "sensacional suíte árabe". Sei que há gosto pra tudo, mas tenho de confessar que não me entra na cabeça ver alguma namorada minha num quarto, vestida de odalisca, tentando fazer algum movimento da dança do ventre e vibrando a língua como fundamentalista islâmica na Faixa de Gaza ao som do Khaled, destilando seu ódio sensual contra as minhas raízes judaicas.

Como também é complicado vê-la vestida de enfermeira sem esperar que ela surte e queira aferir minha temperatura com um termômetro retal ou, vestida de batgirl, venha me chamar de "meu Coringa" e me chame pra combater o crime em alguma bat caverna imaginária.

Há gosto pra tudo.

Porém, por mais que digamos que gosto não se discute, quando olhamos a figura bizarra do Berlusconi, o ex-primeiro-ministro italiano, é inegável que olhemos para ele e digamos "Cara, tu tem 'pobrema'..."

Não bastasse ser fascista e falastrão, ao ponto de chamar o Obama de "bronzeado", e de passar vergonha em cúpula de chefes de Estado, ao ponto de levar um pito da sempre sisuda Elizabeth II, o cara se envolve com prostitutas adolescentes, em festas malucas que ele chama de bunga bunga, e pior, faz com as garotas se fantasiem de RONALDINHO GAÚCHO (que jogou no Milan, time que ele comprou há alguns anos) para "apimentar a festa". 

Verdade que aqui mesmo no Brasil temos notícias de que alguns jogadores de futebol - e o caso mais conhecido é o do goleiro-presidiário Bruno - fazem festas nas quais há prostitutas, anões, jumentos e até cabras (não consigo imaginar que tipos de combinações possíveis eles fazem). Mas, apesar do bizarro extremo que tais imagens evoquem, é complicado imaginar uma adolescente, vestida com a camisa do Milan e com uma máscara do dentuço baladeiro falando  BUNGA BUNGA. 

A idade do tiozinho? 75 anos.

Haja viagra e cara de pau.

domingo, 22 de abril de 2012

Roberto Jefferson receberá homenagem da Assembleia

Novamente, temos uma convidada no blog, a Karol Albuquerque. Leiam outros textos dela no blog Literatura Pop.

Manchete de ontem: 


Afinal, pessoas, por que não homenagearmos esse mártir, homem íntegro de nossa política, exemplo para nossas crianças, benção de uma geração?

Fico imaginando o que raios Roberto Jefferson fez de tão magnífico para merecer tal honra lá no Tocantins, ele que é natural do Rio de Janeiro e pelo Rio exercia seu mandato. Mas, claro, nosso magnânimo Brasil não tem divisas. Não há motivos para que tão nobre ex-parlamentar deixe de ser homenageado por seus feitos, afinal, denunciar o mensalão foi uma atitude digna de todos os clamores. Pena que perdeu o mandato, não é? Coitado.

Responda-me você, caro colega tocantinense, Roberto Jefferson já esteve aí? Você o viu na rua? Aposto que ele abraçou e beijou seu filhinho caçula. Rolou um doce de amendoim também, não rolou? E sua sogra? Ele conseguiu marcar o clínico geral para ela no SUS? Tenho certeza que tentou. Exala dignidade esse homem. Luto contra minhas lágrimas ao imaginar cena tão emocionante.
Volta para o trabalho agora, amigão, que Vossa Excelência, o nobre Deputado José Geraldo, está lá no Tocantins, legislando em favor do povo e distribuindo merecidíssimas homenagens a seus nobres pares, homens que levam no peito o nome desse país.