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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Mãe de bebê resgatado em cano de descarga diz que foi acidente

Manchete de Ontem: Há vida

Eu estou sabendo que hoje não é meu dia de postar algo por aqui. Mas vai lá, tem um tempo já que o manchete de ontem não segue a risco postagens de um ou outro colaborador. Pois achei que devia comentar sobre o caso do bebê que foi resgatado em um cano de descarga. E não, eu não quero falar se acho certo ou errado a política de controle de natalidade exercida na China o que causa muito abondono de recém nascidos. Eu estudo Geografia, mas não quero falar sobre isso. Prefiro dizer o quanto uma cena dessas emociona todos nós. Ao ver o bebê ali tão solitário e sobrevivendo. Um bebê só se comunica com seu choro e esse choro, às vezes, pode salvá-lo.


sábado, 2 de março de 2013

Nudez emocional



Acho que Girls, série de Lena Dunhan, está causando toda essa inquietação e tantos comentários por ser uma série real e tão crua sobre a vida de garotas de vinte e poucos anos. Sempre que assisto Girls, ganho um nó na garganta ou um calor no coração por me reconhecer em uma das quatro personagens principais. Acho que esse é o grande trunfo de Girls - e que vai, para as garotas, além de onde Sex and The City conseguiu chegar - a capacidade de fazer com que as garotas verdadeiras, de carne e osso, se identifiquem em algum momento com alguma situação vivida pela personagens.

Em uma primeira impressão, Girls pode parecer crua e agressiva demais, principalmente quando o assunto é nudez. Mas a série tem uma carga emocional tão grande, que a nudez que chocou há momentos atrás é rapidamente esquecida. Girls, certamente, não é uma série para quem quer esquecer dos problemas da vida ou para quem quer ter a sensação de viver outra realidade através da televisão. Girls está aí para colocar o dedo na ferida, para lembrar que sim, vez ou outra nos metemos em relacionamentos estranhos e que nos deixam confusas, ou que as pessoas que amamos podem ser irritantes ao ponto de nos fazer querer gritar até que eles entendam o que queremos dizer. Acho que Girls desglamouriza a juventude e a coloca como ela é. Cheia de momentos incríveis e cheia de momentos de merda também. Momentos de desgaste emocional e de total incerteza sobre um futuro prospero, em qualquer sentido que seja. Girls para mim, soa como o grito dos jovens que cansaram de ouvir que são o futuro da sociedade, o futuro do mundo. Não, estamos aqui, cheios de problemas também, e achar que somos o futuro ou a luz de uma geração é colocar mais peso, que por sinal, não precisamos, nas nossas costas.

E aí, que o que Allison Williams disse, faz todo o sentido para mim: para muitos, a facilidade com que lidamos com a nudez hoje é um grande fator de choque. Para mim, a nudez física não é nada comparada a nudez emocional, que vez ou outra, somos obrigados a encarar e fixar o olhar, por mais que doa. A nudez emocional, por mais difícil que possa ser de encarar em um primeiro momento, é o que nos habilita e nos fortalece para que, talvez, consigamos entender tudo isso que envolve ser jovem e ter zilhões de expectativas em cima de você significa.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A felicidade obrigatória



Desde pequena eu sentia obrigação de ser feliz. Na verdade, sempre tive a impressão de que todos ao redor viviam imensamente felizes, e eu era apática ou estava infeliz. Depois, ao perceber mais a fundo as pessoas, pude perceber que todos têm seus problemas e que, na maioria das vezes, a felicidade é apenas um estado passageiro que temos em algumas horas e em outras não.

Me incomoda demais a exibição extremada da felicidade das pessoas nas redes sociais. É incrível: parece que todo mundo está tendo seu melhor dia, todos têm o melhor relacionamento, os melhores filhos, os melhores amigos. E nos sabemos bem que não é nada disso. É preciso entender que teremos momentos infelizes ao longo da vida, e entender que isso faz parte do processo de construção humana. Analisando racionalmente, percebo que os momentos infelizes aos quais estive exposta na vida foram imensamente importantes na construção do ser humano que sou hoje e principalmente, são importantes nos momentos em que eu atinjo a felicidade. Como eu poderia sorrir pelo relacionamento amoroso incrível que tenho nos dias de hoje se não tivesse passado pelos erros e decepções amorosas do passado? Tristeza, erros e tropeços são importantes no processo de construção, desconstrução e formação de quem a gente quer ser.

Nós não somos obrigados a nada. Não somos obrigados a sermos felizes ou triste, devemos apenas seguir o que nosso íntimo diz. É importante não se sentir pressionado pela sociedade que dita e regulamenta a felicidade. É bom saber que sua felicidade é você que constrói e ponto final.

Vivo meus momentos tristes e felizes com a certeza de que eles não são eternos e de que o que importa é  viver intensamente aquilo que eu tenho neste momento específico. A partir daí, vou formulando minha vida e vivendo o hoje, que passa tão rápido e é tão importante.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A dor de ver sua geração morrer


                                                                                          Adriano Vizoni/Folhapress


Aguardo o momento da minha vida em que vou lidar tão bem com a velhice como Fernanda Montenegro. Ainda tenho 20 anos, mas vez e outra me remexo e me inquieto com a passagem dos anos e os efeitos que eles deixam sobre mim. Não que eu ache a passagem do tempo algo extremamente negativo, não é isso, mas eu não consigo lidar com os aspectos ruins que a passagem dos anos traz. E não é tristeza pelo corpo que muda nem pela vida que não é vivida, mas é aquela sensação de lutar sempre para ser o melhor, para se chegar "naquele" lugar que específico - que eu não sei bem qual é -. No final das contas, vamos vivendo e passando os anos com qual objetivo? Estudar e se matar de trabalhar pra se chegar no topo? É só isso mesmo? Não tem mais nada? Eu não sei, mas ainda me encontro naquela fase da vida em que só me resta o sacrifício e o esforço, nada de colher os bons frutos, por enquanto. 

Lidar com a velhice é tão difícil para mim, que mal consigo formular coerentemente um texto sobre como eu me sinto em relação a isso. Mas me incomoda ver que nada é como era há alguns anos atrás. As coisas mudaram para melhor, eu sei, mas...é aquela inquietação de se perceber fora do controle do que ocorre comigo e com o mundo. Hoje, aos 20, tenho uma saudade incontrolável dos últimos anos de escola e das amigas que eu poderia ver todos os dias. Estou em outra situação, claro. Ainda tenho as amigas - não posso vê-las todo dia, infelizmente -, estudo uma área escolhida por mim e já tenho um amor pra chamar de meu - e tudo isso é o que eu mais queria na época dos 17. Mas hoje, dá aquela saudade e aquela dificuldade em deixar o passado para trás. Acho que é como se fossemos feitos de camadas que vão se perdendo com o passar do tempo. Como se trocássemos de muda em cada ano que se passa. Acredito que, em mim, as mudas vão ficando aos poucos, não se soltando completamente, e vez ou outra se juntam às novas e me fazem tropeçar, só com o objetivo de afirmar que um pouco delas ainda está ali.

De um jeito ou de outro, eu não tenho solução a não ser me aquietar com tudo. Vou vivendo enquanto posso e como posso, e espero encontrar a serenidade e a tranquilidade de Fernanda Montenegro com o passar dos anos. Espero estar pronta para os tropeços e rasteiras que levarei daqui pra frente. Inclusive o de ver minha geração morrer.