Maldito
1. Que foi amaldiçoado.
2. Que exerce influência nefasta.
3. Mau, perverso.
4. Aborrecido, incômodo .
A partir das definições acima é interessante analisar o intuito e o impacto que a propaganda mais falada dos últimos tempos tem causado em várias pessoas. A Nissan resolver deixar um pouco de lado os comerciais que ofendem claramente a concorrência (como a dos cowboys ou a dos rappers) e partiu para o lado mais, digamos, fofinho. O jingle dos pôneis malditos é grudendo, chatinho, mas a propaganda não deixa de ser divertida. Só tem gente que não sabe brincar e já foi reclamar ao Conar (o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) sobre o termo “malditos” na campanha.
O Conar recebeu até o fim de semana cerca de 30 reclamações (isso mesmo, trinta) a respeito do uso de tal terminologia em um comercial que contém pôneis bonitinhos e saltitantes. As pessoas consideraram o termo pesado demais e pode traumatizar as crianças por aí (viu?). É aí que começa o problema: a propaganda NÃO foi feita para crianças. Diferente de muitos comerciais que utilizam artifícios infantis para que os filhos chamem a atenção dos pais para a compra de um determinado produto, acredito que a equipe de marketing da Nissan utilizou a animação como forma sutil de ironizar os cavalos de potência da concorrência, colocando os pôneis e sua musiquinha chatinha. Deu certo, uma vez que só nos primeiros cinco dias de campanha o vídeo já tinha sido acessado mais de 5 milhões de vezes, isso sem contar as execuções da TV e os vídeos que não estão no canal oficial da marca, no Youtube.
Gostei da propaganda, achei divertida, criativa e foram espertos ao conseguir trabalhar bem a linguagem, comparando cavalos com pôneis, ironizando a concorrência, o que não deixa de ser uma estratégia de marketing e convencimento. As pessoas precisam desenvolver a malícia de que nem toda animação é voltada às crianças, que nem toda maldição pega. Pior do que os pôneis malditos são tantos comerciais que passam "despercebidos", são exaltados por tantas pessoas e dificilmente são denunciados ao Conar, como muitas propagandas de cerveja, por exemplo, ou a Xuxa tomando banho de Monange (não sou obrigada). É o politicamente correto que chega a cansar, mas está na moda e aparece até quando não há necessidade.