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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Certo, errado ou exagero?


Maldito
adj.
1. Que foi amaldiçoado.

2. Que exerce influência nefasta.

3. Mau, perverso.

4. Aborrecido, incômodo.


 A partir das definições acima é interessante analisar o intuito e o impacto que a propaganda mais falada dos últimos tempos tem causado em várias pessoas. A Nissan resolver deixar um pouco de lado os comerciais que ofendem claramente a concorrência (como a dos cowboys ou a dos rappers) e partiu para o lado mais, digamos, fofinho. O jingle dos pôneis malditos é grudendo, chatinho, mas a propaganda não deixa de ser divertida. Só tem gente que não sabe brincar e já foi reclamar ao Conar (o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) sobre o termo “malditos” na campanha.

O Conar recebeu até o fim de semana cerca de 30 reclamações (isso mesmo, trinta) a respeito do uso de tal terminologia em um comercial que contém pôneis bonitinhos e saltitantes. As pessoas consideraram o termo pesado demais e pode traumatizar as crianças por aí (viu?). É aí que começa o problema: a propaganda NÃO foi feita para crianças. Diferente de muitos comerciais que utilizam artifícios infantis para que os filhos chamem a atenção dos pais para a compra de um determinado produto, acredito que a equipe de marketing da Nissan utilizou a animação como forma sutil de ironizar os cavalos de potência da concorrência, colocando os pôneis e sua musiquinha chatinha. Deu certo, uma vez que só nos primeiros cinco dias de campanha o vídeo já tinha sido acessado mais de 5 milhões de vezes, isso sem contar as execuções da TV e os vídeos que não estão no canal oficial da marca, no Youtube.

Gostei da propaganda, achei divertida, criativa e foram espertos ao conseguir trabalhar bem a linguagem, comparando cavalos com pôneis, ironizando a concorrência, o que não deixa de ser uma estratégia de marketing e convencimento. As pessoas precisam desenvolver a malícia de que nem toda animação é voltada às crianças, que nem toda maldição pega. Pior do que os pôneis malditos são tantos comerciais que passam "despercebidos", são exaltados por tantas pessoas e dificilmente são denunciados ao Conar, como muitas propagandas de cerveja, por exemplo, ou a Xuxa tomando banho de Monange (não sou obrigada). É o politicamente correto que chega a cansar, mas está na moda e aparece até quando não há necessidade.







sexta-feira, 29 de julho de 2011

Raio cai no mesmo lugar 50x se quiser

Raio mata homem que perdeu pai da mesma maneira 48 anos antes

Acredito que na hora de as pessoas darem entrevista aproveitam para dar uma floreada, uma plus para o acontecimento beirar o fantástico. Não sei se, de fato, o cara falou que não queria morrer como o pai e tampouco que  um raio não cai no mesmo lugar, sei que quando li a entrevista há um tempinho, pensei sobre isso.

O nosso engano em acreditar que não seremos azarados o suficiente para nos ferrarmos da mesma forma duas vezes.  

Ah, não. Nos ferraremos sim, a despeito de qualquer esperteza que julgamos possuir. A vida tem um senso de humor inacreditável, não há recursos de humor que ela ignore, é repetição, exagero, quiproquó, jargões, tudo enfim que estiver ao seu alcance.

Essa morte estúpida, assim como foi a do pai, é o tipo de morte que não dá para culpar o morto, sim, porque até para morrermos agora somos culpados. Não deveríamos ter atravessado a rua, andado a noite, comido margarina, usado uma correntinha no pescoço ou um tênis de marca. Não devíamos ter bebido nem fumado. Não devíamos andar de carro ou moto, e nem a cavalo, se por acaso sofre-se um acidente. Não deve-se namorar caras com tendências estranhas e leia-se tendências estranhas como qualquer coisa que alguém vai apontar depois como indício caso alguma coisa dê errado. Não devíamos usar caixas eletrônicos e nem entrar na frente de um Porsche a  150 km/h.

Pois então, estava lá o cidadão fazendo piquenique com sua família, programa arriscadíssimo, quando um raio lhe cai na cabeça. Mas também, quem mandou ele ir fumar um cigarro? Todos sabemos que cigarros atraem mais raios que o próprio para-raio.