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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Pa-ra-béns aos envolvidos!

Manchete de Ontem: Casal de fotógrafos recria cenas do cotidiano em buracos de rua.




O que é o mundo se não um aglomerado de defeitos, né? A sociedade não deu muito certo, e a civilização não é nada civilizada. O estado não cumpre o seu papel regulador, por isso está tudo desregulado. E até no Canadá, onde as coisas teoricamente são melhores do que na nossa pátria amada idolatrada, as coisas não são lindas e perfeitas, e também existem buracos no asfalto. Veja bem, nós do segundo ou terceiro mundo, não temos exclusividade nem nas mazelas! Absurdo!

E o pessoal do Canadá, aquela terra fria, também tem muita cuca no lance (momento saudades da escolinha do professor raimundo da última ou penúltima geração). Nada de boneco do fantástico, nada de plantar um galhinho ou colocar uma bananeira no buraco, nada de colocar uma simples plaquinha de pesque-pague do Humberto (um beijo pra minha querida Jataí!), nada disso! O negócio é mais sofisticado, mais cheio de frufru... Os caras fizeram um baita ensaio fotográfico, com a criatividade transbordando por todos os buracos, uma lindeza só!

Claro que acho as iniciativas brasileiras muito interessantes também... Mas essas fotos canadenses são de encher os olhos, de ficar pensando: “poxa, pode-se fazer uma coisa muito linda, a partir de uma coisa feia e inútil”!

Meu sonho é ter 1/10 dessa criatividade pra transformar as chatices e feiuras da vida em coisas bonitas! =)

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Nós, as cidades e as emoções


Antes que me acusem de bairrista e megalomaníaco (afinal, a mania de grandeza dos recifenses já é um folclore - cultivado, a propósito, o que não me agrade) a ideia dos espanhóis Angel Mestres e Tomás Guido, do paulista Ricardo Ribenboim e do pernambucano Edgar Andrade é bem legal e liga, inicialmente, Recife, Barcelona, São Paulo e Madri em um projeto que envolve muito mais do que os gestores oficiais para se pensar as cidades. O projeto, que terá um portal a partir do dia 15 do mês que vem, pretende fazer com que os habitantes destas cidades cadastrem seus perfis e comecem a opinar sobre variados assuntos, tais como diversidade, estilo de vida, habitação, sustentabilidade, trabalho, participação social e espaços públicos.
Acho a iniciativa fantástica, principalmente em época de eleição; embora, infelizmente, saibamos que a participação popular efetiva nas decisões das cidades seja quase nula. Afora aquela parcela da população suficientemente esclarecida e participativa que se interessa pela procura das soluções para os problemas urbanos, grande parte do povo - por omissão ou desleixo - preocupa-se em fugir de tais coisas (por crer que os gestores são competentes o suficiente para resolver a tudo ou por achar política muito cacete). A não ser que os problemas lhe afetem diretamente, como o bueiro vazando esgoto ou a buraqueira nas ruas. No mais, pensar a cidade é algo impraticável, até porque o envolvimento emocional é muito imediatista e restringe-se a essas pequenas situações. 
Por isso que apelar para o emocional possa ser algo bom para mudar tal panorama. A concepção em si não é nova, está presente na Teoria da Deriva, um dos pilares do pensamento dos situacionistas de Paris e convida as pessoas a olharem suas cidades com um olhar diferenciado. Afinal não é somente onde moramos, é onde vivemos e parece que a velocidade do nosso cotidiano faz-nos imaginar que apenas sobrevivemos e não deve ser assim.
A responsabilidade pelo lugar onde vivemos não deve ser somente delegada aos políticos que muitas vezes estão pouco se lixando para aquela praça degradada ou aquela rua que alaga sempre na época das chuvas. Estarmos sempre a reconstruir nossas impressões acerca do lugar onde habitam nossas recordações, onde crescemos como humanos e cidadãos vai muito, mais muito além do simples digitar o voto na urna. Não serão a especulação imobiliária, o comércio ou os órgãos públicos que  guardarão essas emoções, esses sentimentos. Muito pelo contrário, o pensamento deles acerca desses espaços nos quais nos movimentamos passa muito ao largo desse olhar que somente nós depositamos por onde passamos. As cidades não deixam de ser organismos pulsantes, cuja memória se une à nossa e constrói a nossa vida.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Pedicure de Estátua

Hoje foi o dia da Dai Andrade dar o bolo. Sorte nossa que a Karina anda super inspirada e escreveu mais um post pro Manchete! Leiam mais posts da Karina no blog Coca-Cola Quente.

Manchete de Ontem: Bandeirante do Ibirapuera tem unhas pintadas de azul.


Quem já teve a oportunidade de viajar para algum país do grupo chamado Primeiro Mundo nota várias diferenças em relação ao nosso Brasilzão velho de guerra. Uma que sempre me chamou a atenção foi o fato de que, na maioria das cidades, lá fora, não há grades em prédios, monumentos e praças públicas, entre outros. Lá é tudo aberto. E mesmo assim dificilmente você vê estes bens sendo alvo de vandalismo. Aqui, se você der uma andadinha básica por São Paulo, verá prédios e grades em todos os lugares, e também pichações nos andares mais altos (juro que me pergunto como eles conseguem). Roubaram já não sei quantas vezes os óculos da estátua do Drummond no Rio, e agora pintaram as unhas do Monumento às Bandeiras, ali no Parque do Ibirapuera em São Paulo. Porque aqui há este desrespeito?
Desculpem se sou uma ogra desinformada, mas estes vandalismos, para mim, não são arte. Forma de expressão? Novamente, não capto a mensagem. Os rabiscos feitos, pintar as unhas de um Monumento, roubar óculos de estátuas, escrever frases de seu gangue grupo, olha, para mim isso é tudo uma forma de demonstrar o básico: continuamos mal educados, e não estou falando do diploma pendurado na parede.
Quando vejo o Brasil melhorando nos indicadores sócio-econômicos, alcançando a posição de sexta economia mundial, percebo o quanto falta para SERMOS esta posição, e não apenas ESTARMOS nela. Carregamos na veia muito ainda daquele pensamento tacanho de quando fomos (?) colônia. Quero me expressar? Dane-se o outro! Invado o espaço alheio? Problema do que teve o espaço invadido: se se incomodar, que se mude. Sou phodão deixando minha marca por ai? Cachorro também faz isto quando levanta a pata para fazer xixi em poste, sabia? Quero ser visto e conhecido e pertencer a um grupo. Quero protestar. Quero sair da mesmice, fazer os outros pensar. Não falo pelo mundo, falo por mim: te acho um desocupado que poderia muito bem estar carpindo campos e campos por ai. Ou fazendo trabalho voluntário. Tudo coisas bem revolucionárias, já que poucos os fazem...
Acho que já temos problemas o suficiente, daí vem gente e cria mais um. Ao pedicure do Monumento, imagino que deva estar rindo por ser notícia nos JN da vida. Aos que roubam placas de trânsito, são transgressores sujando a cidade e patrimônio alheio e público, como gostaria que vocês fossem pegos e tivessem que limpar a sujeira feita. Vejo estas coisas e penso: como podemos cobrar respeito, se nós mesmos não nos respeitamos?
Penso se não deveríamos então começar com o básico, e deixo então aqui uma dica: tente só fazer ao outro o que você gosta que façam com você. Quer ser O cara frente a seus amigos? Seja voluntário. E se eles te acharem um babaca, troque de amigos. É na verdade a melhor coisa que você poderia se fazer... 

domingo, 11 de dezembro de 2011

Divulgar é combater?

Cachorra perde parte do maxilar após ser espancada em SP
Cão que ficou 12 horas enterrado apresenta melhora


Não é muito difícil  ficar sabendo diariamente algo sobre maus tratos de animais. Sei que repetição demais pode causar apatia nas pessoas, mas creio que com os pets isso quase não acontece e nem deve.

Ultimamente anda rolando quase um massacre visual de fotos e mais fotos de animais sendo maltratados, ser protetor online do animais nunca esteve tão em alta como agora nas redes sociais, mas o que não vejo são esses compartilhadores de fotos bizarras fazendo algo para realmente melhorar tais situações. É fácil chocar as pessoas com fotos, o difícil é você ficar pedindo ajuda para essas mesmas pessoas e fazê-las compartilharem ajudas realmente eficazes.

Vamos analisar umas coisinhas... 

Do que adiantaria caso sua vizinha tenha uma filhinha recém-nascida e com problemas de saúde e está sem dinheiro para comprar leite, você então vai até a casa dela, tira uma foto da neném bem magrinha(por conta dos problemas) e posta no seu perfil de alguma rede social ou no seu blog e faz um discurso sobre a miséria no seu país? 

Do que adiantaria você escutar os gritos diariamente de um senhor de idade que é espancado pela enfermeira, ficar indignado, contar para todos seus amigos e não fazer uma denúncia?

Por isso te pergunto, o que adianta apenas jogar o "lixo no ventilador"? Quando as pessoas olham todas as fotos dos animais que sofreram algum tipo de agressão aquilo "fede" e incomoda num primeiro momento, mas logo as pessoas se acostumam com aquele cheiro e não levantam para descobrir como é que acaba com ele.

Então, caso realmente você se importe com os animaizinhos, procure uma associação protetora dos animais para ajudar de alguma forma ou assuma a responsabilidade de ajudar adotando alguns desses animais.

Choque a sociedade mostrando para ela o tanto que ela pode fazer e não faz e não pelo o tanto que ela ainda pode destruir.

Caso se interesse por ajudar ou conhecer trabalhos que realmente fazem a diferença, seguem alguns links:



terça-feira, 13 de setembro de 2011

Nua e crua


Confesso que sou um entusiasta do Google e até questionei seriamente um movimento que nos desafia a ficar um dia sem usar os serviços da gigante de Mountain View, o que, na minha tosca cabecinha é algo praticamente impossível. Depois reconsiderei minha posição ao lembrar que uso o Tweetdeck, por exemplo, para usar o Twitter. 
Mas, ainda assim, convenhamos, é complicado. Quem ainda usa o Cadê??
O Google Street View, serviço que pretende fotografar as ruas das principais cidades do mundo, já flagrou centenas de micos - sem contar o pessoal que força a barra deliberadamente - inclusive gerando processos incômodos pra superpotência da web. Justamente porque, nessas épocas de superexposição da imagem - e de todo o culto ao redor dela -, há ainda as pessoas que defendam a sua privacidade.
Mesmo na rua, um espaço público, o direito à imagem é inalienável ou pode-se sair fotografando sem pedir a autorização das pessoas? Tanto que a lógica do Google é sair borrando os rostos das pessoas, só pra se prevenir. Mas, ainda assim, é estranho ver o desprendimento das pessoas, como a cidadã que estava lá em Miami e foi flagrada com um galão de leite tomando um delicioso banho no quintal, nua em pelo (claro que antes do Google embaçar a foto, a galera já tinha dado print...
Fiquei considerando cá comigo mesmo algumas possibilidades, dentre as quais, faltou água (ou ela não pagou a conta), o banheiro estava em reforma e ela não tinha onde tomar o banho, ela é naturista e estava descontraindo, sensualizando com o vizinho da frente na hora em que o carro com a câmera passou... 
Por isso que eu não tenho vocação alguma pra papagaio de pirata. Ao ver uma câmera, me escondo. Não sou nada fotogênico.

quinta-feira, 24 de março de 2011

O sujeito tem que reagir?


Eu sei, a vida é injusta, o mundo é cruel, nós vivemos presos enquanto os bandidos estão soltos, blá blá blá...

“A criminalidade toma conta da cidade”, já diria nosso antigo conhecido, Gabriel o Pensador, e agora, o que fazer? Devíamos cobrar as autoridades, não é mesmo?  Mas é complicado...

Dia desses, um conhecido viu dois caras carregando móveis a 1:00 da manhã, aí  resolveu cumprir seu papel de cidadão e ligou pra polícia:

A:- Dois indivíduos estão carregando móveis na rua, acho que roubaram uma casa.
Sr. Polícia: - Mas o senhor tem certeza de que não é mudança?
A: - Olha, eu não sei, mas acho que não.
Sr. Polícia: - É que os ladrões não costumam roubar a essa hora, o senhor poderia averiguar?
A: - tu, tu, tu...

O cidadão que precisa averiguar, afinal, ronda policial é só nome de programa de televisão.  Mas enfim, não é porque a polícia está com preguiça que o cidadão precisa perder o bom senso. O meu conhecido não seguiu a instrução do policial, e não foi verificar se era mudança ou furto, acho que foi a atitude mais adequada; melhor que isso seria anotar o nome do policial e fazer uma reclamação junto à secretaria de segurança pública, algo assim. De qualquer forma, não era ele quem estava sendo furtado, por isso foi mais fácil simplesmente deixar para lá.

O fato é que muitas pessoas são influenciadas pelos filmes, ou muito apegadas aos bens materiais, e tem essa mania de reagir a assaltos. Não sei se mania é a palavra correta, visto que muita gente tem a chance de reagir apenas uma vez, perdendo a vida, e também os bens materiais que planejava proteger. Tenho um tio de 65 anos que reagiu a um assalto, sobreviveu e não perdeu a sua Kombi, mas desde quando uma Kombi vale o risco? E  minha mãe perdeu uma prima, jovem, linda, jornalista, que reagiu a um assalto, no Rio de Janeiro, na década de 70, por conta dessa história, desde pequena fui ensinada a deixar levarem tudo, caso algum dia eu venha a passar por uma situação parecida.

É triste, é chato, a gente passa a vida trabalhando e blábláblá. Mas se você passa a vida juntando coisas e não vivendo, alguma coisa está errada com você. Talvez eu reagiria, se o assaltante quisesse levar uma amiga minha, isso sim é um bem precioso, que eu pretendo levar pela vida toda. Mas meu carro e meu notebook (acho que são as únicas coisas materiais que posso chamar de minhas) podem levar. As coisas não são mais importantes que todo o resto, e se você acha que são, você deveria ligar pro SAC da vida e perguntar se é possível levar alguma coisa quando se morre, porque se não for, é melhor você parar de investir em coisas e passar a investir em uma fonte da vida eterna, não?

Enfim, eu tive um professor de geografia que costumava dizer às pessoas inertes: “O sujeito tem que reagir! Reage, sujeito! Reage!”, mas eu gostaria de contrapô-lo, e dizer que, em caso de assalto, o sujeito não tem que reagir e não deve reagir.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Apologia ao crime ou realidade?



Não vivem falando por aí que o professor deve procurar meios de tornar a aula interessante para o aluno? Aproximar-se ao cotidiano do estudante? Pois então...
Tá, pode ser que o tema abordado nos problemas de matemática nem tenha sido assim tão próximo do cotidiano dos estudantes, tanto que, se fosse, não teria causado estranhamento/indignação nos pais de uma aluna.  Mas...
Minha tia é professora em uma escola na periferia hardcore de Campinas, SP. Ela dá aula para crianças, entre 8 e 12 anos, que em geral sonham em ser ladrões ou traficantes. Como estimulá-los a estudar? Além disso, a maioria dessas crianças já está habituada a lidar com a morte, com espancamentos, etc e tal. Uma criança de 8 anos contou, sem remorso, que tinha mostrado ao pai a mulher que o havia dedurado a polícia, o que resultou na morte da mulher, afinal “quem mandou ela se meter?”.
Essa é a realidade deles, e eu não culparia um professor que aplicasse testes chocantes, mas que atraíssem a atenção dos alunos. Pode ser que não seja o caso de Santos, pode ser que seja realmente um caso de apologia ao crime, mas não podemos ignorar o fato de que a criminalidade que assusta uma parte da população é uma realidade pra algumas crianças, e por isso já não é tão assustadora para elas.
Não quer dizer que atitudes como a do professor de Santos devem ser ignoradas, mas que é hipocrisia condená-las a primeira vista. Ao invés de ficar chocada com um professor que aplica provas com conteúdo “criminoso”, a sociedade devia se chocar com a realidade que impõe a determinadas crianças, que crescem na marginalidade, aprendendo que tráfico e violência são práticas normais.
Para encerrar, vou dividir a com vocês a historinha da aluninha que aprende desde cedo que quem ama bate/apanha (se você lê o No Lipstick, talvez já conheça):

C: - Não tem ninguém na sua casa?
N: - Tem sim, meu padrasto está em casa.
C: - Mas ele não trabalha?
N: - Ele está em casa porque minha mãe furou o olho dele com a tesoura.
C: - Mas o que ele fez pra sua mãe fazer isso?
N: - Ele cortou a perna dela com a faca.
C: - Mas se brigam tanto porque não separam?
N (com cara de sonhadora): - Ah tia, porque eles se amam!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Eles merecem

Noticia: http://migre.me/3QlyJ
Número de mortos por chuva na região serrana do Rio chega a 880
Um jovem vê essa noticia. Não fica triste, é a vida. Vai para a internet comentar em seu mundinho cibernético o que pensa. Que essas pessoas tiveram o que mereceram.

Foi essa a imagem que várias pessoas passaram na internet, e em conversas com amigos, sobre as tragédias naturais. Seus argumentos costumam pender para o mesmo lado: ninguém mandou construir casa no morro ou perto da água.

Muito bem, eu retorno a pergunta: essas pessoas são sim culpadas por ter construído suas casas nesses locais. Muitos deles na ilegalidade. Mas se eles não construírem suas casas lá onde construiriam?

Veja bem, não apoio a construção em morros ou em áreas de mananciais, mas a culpa não é só deles. A culpa também não é só, e somente só, do governo. O governo sim deve dar apoio, procurar áreas dignas para legalizar a urbanização, proporcionar os alicerces. Mas não é só culpa do governo. A culpa é do crescimento desgovernado da população.

Você já deve ter estudado na escola o crescimento populacional. Há milhares de anos, a população humana vivia em abundancia. A população foi crescendo, crescendo, e os recursos naturais foram se tornando insuficientes para tanta gente. As pessoas foram pegando terras para construir suas casas, suas fazendas, suas empresas, e sobrando pouco espaço para tanta gente.

Temos sorte de viver no Brasil. Países como o Japão, que é super lotado, têm problemas graves com moradia. Amigos moram juntos, pois não podem comprar suas casas. Algumas pessoas não têm onde morar e vão toda noite para um hotel, ou casa de amigos. O preço da moradia é absurdo.

Você então imagina "temos muito espaço no Brasil. Por que não derrubamos umas florestas e deixamos elas lá?". Não é tão simples. Precisamos das poucas áreas verdes que nos restam. E então você vai ter a grande idéia "construa mais apartamentos ao invés de casas". Só na minha cidade há dezenas de prédios sendo construídos. Mas as pessoas que moram no morro não têm dinheiro para pagar essas construções.

O problema não é só das pessoas mais humildes. No centro da minha cidade alaga muitas vezes. Quando digo centro da cidade estou incluindo a prefeitura. Já apareceram na televisão os funcionários da prefeitura em cima de mesas boiando...
Por que construíram a prefeitura em um lugar que alaga? Não sei explicar o porque, mas muito tempo atrás aquela área era um rio ou coisa do tipo, e toda a área em volta é mais alta, a água escore para lá. Creio que isso ocorreu pelo mesmo motivo que levaram algumas pessoas a morar perto de rios: o crescimento da população de forma desordenada, sem planejamento urbano, sem planejar quais eram as melhores áreas para construção. A população foi crescendo sem ter para onde ir morar, construindo suas casas em lugares inapropriados por falta de planejamento.
Bom, você já pode pensar melhor antes de dizer que “essas pessoas mereceram” a tragédia.