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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Qual será o Motivo?


Já tem alguns dias que li essa manchete e a guardei debaixo de meu travesseiro. Falam que o principal motivo dos brasileiros não estudarem em Harvard ou MIT é a falta de informação sobre a possibilidade de estudarem lá, mas será mesmo? 
O problema educacional do Brasil é percebido de longe, há muito tempo e em todas as partes do ensino, ou seja, vai desde o ensino básico até o, assim chamado, ensino superior. 
Recentemente decidiram tirar Portugal da lista de opções para intercâmbios através do Ciência sem Fronteiras. A justificativa para tal foi que os brasileiros precisam perder o medo e aprender outro idioma. Talvez os brasileiros aprenderiam outro idioma caso no ensino básico público existisse investimento e incentivo para que se aprenda outro idioma. Contudo, o que vemos são escolas oferecendo uma língua estrangeira onde a maioria dos alunos não conseguem aprender nem 15% de tudo que é "ensinado". Talvez seja por isso que Portugal seja o país mais concorrido numa lista de intercâmbio, talvez...
Será mesmo, então, que a falta de informação é a principal razão que faz com que os brasileiros não estudem em Harvard ou no MIT?

segunda-feira, 4 de março de 2013

O Manchete de Ontem quer saber...


Que o mundo inteiro é conivente, de certo modo, a situação de bloqueio econômico vivida em Cuba todos nós já sabemos. Afinal, tudo que é diferente é colocado a margem. O mendigo na rua, o colega de sala que tem um peso a mais e é sempre o último escolhido para entrar no time, o que tem pouca formação e mora na favela, o cigano que é tratado como ladrão. Quer dizer, tudo que não se encontra no pacote definido de forma verticalizada por alguém é deixado de lado. Nós começamos a crescer e, então, achar normal uma exclusão aqui e outra ali. Se eu excluo meu vizinho da confraternização do bairro só porque ele tem menos condição, o que tem um país que eu nem vivo não está no pacote de países em que o meu se encontra, né verdade?
Mas após o nosso incrível crescimento, perguntas críticas também deveriam entrar nos nossos debates, isto é, como pode um país tão "atrasado" econômico e tecnologicamente como cuba, ganhar disparado de nós na educação e na saúde? Deixemos a saúde para os médicos de plantão. Falemos da educação. Eu sei, isso aqui anda ficando chato, todos os meus textos são sobre a educação e blá blá blá. É que eu escrevo na esperança de registrar isso e poder daqui uns vinte anos ver que isso aqui era horrível, mas que no futuro...
Bom, a única explicação que existe para cuba ganhar de nós na educação é uma: eles acreditam na educação. Claro, se não acreditassem não teriam pós revolução (há quantos anos mesmo, hein Fidel?) terem feito um intensivo processo de alfabetização. E nós no mundo pós moderno definindo os vários tipo de alfabetização que assolam o nosso país. Qualé? Quem é o país desenvolvido nessa história?
Se eles acreditam na educação, permitem a valorização desta. Os estudantes do ensino básico são motivados a virarem estudantes no ensino superior nos cursos de licenciatura e aí está: acreditar, valorizar, motivar.... os tornam excelentes professores que, por suposto, sendo excelentes professores ajudam mais estudantes do ensino básico. Sabe aquilo de que o mundo é redondo? Então, é a cadeia alimentar. Ciclo vicioso.
Mas estamos preocupados demais em estudar as tecnologias, e não que elas não sejam importantes. Claro que são. Olha a gente aqui tendo esta conversa... O que nos falta é só (eu disse só?) investir na educação. O que não é muito difícil, ou é?

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Currículo Lattes: o facebook dos intelectuais?


Essa história de vida profissional persegue o indivíduo desde a escola. Ele cresce ouvindo que precisa estudar muito para entrar na Universidade e que quando entrar na Universidade ele precisa estudar muito para ser o melhor e que sendo o melhor ele terá emprego garantido num futuro aí. 
Trabalhando diariamente para esse futuro aí o indivíduo pós aprovação no vestibular, vive a vida de universitário com intensas articulações e construções que o faça durante o curso a criar um bom currículo para que depois ele consiga o tal excelente emprego. O currículo precisa ser cheio de revoluções acadêmicas, sobretudo, quando esse indivíduo quer fazer uma pós graduação e assim por diante.
Tecnicamente isso não seria ruim se o indivíduo soubesse exatamente o que tem feito, isto é, quais são os artigos que tem prontos para serem publicados ou o quão apaixonado ele é pelo estágio/área em que trabalha. O que acontece é que os alunos, de uma maneira geral, ficam tão obcecados com isso de ter o melhor currículo que começam a mudar SOMENTE os títulos de artigos para terem diversas publicações em diferentes lugares, começam a aceitar virar escravos de qualquer professor para conseguir em QI (quem indica) lá na frente, consideram os demais colegas inimigos de estado que poderam acionar uma bomba a qualquer momento para roubar suas ideias e seus projetos, assumem ideais de professores e brigas, esquecem de valorizar as aulas e cada vez mais ficam especialista durante a própria graduação. Devo, ainda, mencionar o fato que rechear o currículo lattes é o capitalismo intelectual? Claro, porque esse indivíduo que quer publicar, que quer frequentar evento científico precisa pagar por tal. O que mais uma vez confirma o quanto a democratização do ensino é pequena, visto que não existe uma maioria de alunos que possuem condições de arcar com tais gastos. Enfim: quando será que a mudança no sistema educacional começará a ser feita?

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Onde vou estudar?


O tempo passa, mas algumas questões parecem sempre estar em pauta. Educação, saúde, transporte, drogas... enfim! Às vezes eu penso que algumas coisas não se resolvem porque, simplesmente, não querem que elas sejam resolvidas. Por que não pensar em uma palavra tão simples e que pode ser eficaz? Planejamento, companheiros. O seu José lá do campo sabe exatamente quando é que ele deve acordar para tirar o leite de suas vacas e todo o trabalho que ele deve fazer durante o dia, durante a semana, durante o mês para, assim, conseguir permanecer vivo e sustentar, quem sabe, a sua família. Quer dizer, será que as pessoas até hoje não sabem quando é que se começam as aulas, o ano letivo nas escolas de todo o país? Se até as crianças de sete, seis anos sabem quando é que voltam das férias para se preparem para a escola, por que é que quem comanda obras nas escolas não tomam conhecimento disso? 
É como a greve dos professores que pode existir. Porque tanto faz quem é que está lá nas Universidades e nas Escolas. Agora fechar qualquer estrada do país que tem circulação intensa por motivo de greve ou protesto, isso não pode. Isso não pode porque atrapalha na economia, isso não pode porque alguém está ficando sem enriquecer. E as crianças que não sabem onde vão estudar? Ou que serão transferidas para outros locais, o que pode gerar mais desconforto, mais gastos, mais problemas? Isso pode?

Talvez (eu disse TALVEZ?) seja por isso que estamos tão próximos dos países mais ricos economicamente e tão distantes dos mais ricos no sistema educacional!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Escola do Maracanã não será demolida em 2013

Manchete de Ontem: Será que em 2014 também não?

Antes de tudo, como é que vamos?
Espero que bem, bem.

A vida e suas mil revoluções quase fez com que uma escola - lugar do saber e outras coisas mais - fosse demolida. É, a copa do mundo não faz só com que pessoas fiquem desalojadas, sistemas de transportes mudem, capital circule e blá blá blá. Faz, também, com que escolas sumam do mapa. Bonito isso, Brasil? Sabe, às vezes eu fico pensando que é comum pensar em ações rápidas, mas que a longo prazo acabam sumindo, sendo esquecidas e, às vezes, pouco aproveitadas. Alguns estudiosos falam do que já vem imbricado dentro de cada um. Quem sabe é do Brasil fazer apostas contrárias ao, assim chamado, verdadeiro desenvolvimento? 
Em contra partida, ficamos contentes ao ver que, ainda, existem pessoas lutando. E quando eu digo pessoas, eu digo qualquer pessoa. Ela não precisa ser estudante de ensino básico, de ensino superior, ela não precisa ser graduada, ou viver com as mãos no cabo da enxada, ela não precisa ser filiada aos partidos políticos, ser deputado, prefeito, outros mais. Ela só precisa ter dentro dela a vontade de dizer: "é assim, mas pode mudar". Porque a única constância é a mudança. E é difícil aceitar mudanças pro pior, ou não? Dessas pessoas que vivem lutando não contra quem está no poder diretamente, mas, sim, contra as ações irracionais dessas pessoas que estão no poder, saiu a vitória - para 2013. A escola do Maracanã, que tem o quarto melhor IDEB (Índice de desenvolvimento de Educação Básica) da cidade do Rio de Janeiro, não vai ser demolida em 2013 para, o tal lindo projeto, que transformará o complexo esportivo do Maracanã em uma grande área de entretenimento. 
Eles querem acabar com uma escola por conta de copa do mundo, olimpíadas. A defesa sempre se faz afirmando que haverá a transferência da escola para outro local. Claro, e isso é um grande favor a ser feito. Acorda, Brasil. Copa do mundo, Olimpíadas. Isso tudo passa. Crianças com boa formação se manifestam em adultos com boa formação, em potencial de desenvolvimento futuro. Mas se tratando de um país que faz política de Governo e que só está preocupado com os seus quatro anos de poder, é notório que tanto faz derrubar uma escola aqui, outra acolá.

Um salve a galera que se juntou pra apoiar a permanência da escola.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

É sempre tempo de recomeçar

Manchete de Ontem: Das quadras para a sala de aula: meninas do Sesi voltam a estudar

Como sou de Araçatuba/SP, cidade que ultimamente respira vôlei, e não consegui deixar essa notícia passar em branco. 

Quantos atletas, que para defender nosso País, acabam deixando seus estudos em segundo plano. E quando estes conseguem uma medalha de bronze, ou então um quarto lugar, nós, brasileiros não damos valor algum.

O maior exemplo nessa reportagem é a Fabiana, bicampeã olímpica, que já defendeu o time de Araçatuba e saiu para defender o Sesi. Atual equipe que incentiva seus atletas a continuarem os estudos.

O brasileiro adora criticar, mas não sabe dar valor ao que nossos atletas passam, independente do esporte.  Eles abdicam de família, amigos, estudos e quantas outras coisas mais.

As atletas citadas na reportagem são exemplos que deram certo na carreira. Mas quantos outros esportistas abriram mão de tantas coisas e não conseguiram atingir este objetivo.

Sassá, Ana Beatriz e Fabiana atentas na aula de matemática (Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESPORTE.COM)

Parabéns às jogadoras do Sesi, por retornarem aos estudos e que elas sirvam de exemplo para muitos outros esportistas.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Quando tudo não é o bastante

Eike Batista defende filho envolvido em acidente no Twitter
("Infelizmente aconteceu um acidente fatal. Porém, a imprudência não foi de Thor")
Polícia encerra inquérito sobre denúncia de estupro na UFES
(''Meu caçula é o meu companheiro do dia a dia, e agora está na cadeia por algo que pode nem ser verdade'')
Brasileiro condenado a morte na Indonésia sera executado em julho
("As mães deles – mulheres sofridas, esperançosas e guerreiras – estão em campanha pela liberdade dos “garotos”, como elas e parte da imprensa tratam os dois barbados. Depois de gastarem os tubos com eles, estão raspando os cofres para resgatá-los. ")

'Meu filho tem índole', afirma mãe de músico suspeito de estupro na Bahia
'Faço tudo por ele, não é possível', lamenta pai


Nem todo criminoso é "favelado".  Nem todo criminoso é órfão de pai e mãe. Quando um filho é acusado de um crome, a tendência é que os pais entrem em algo similar ao Modelo de Kübler-Ross, e seus estágios do luto: primeiro eles negam, em seguida sentem raiva (não do rebento, mas do mundo que o acusa). Por último tentam negociar (quando entram os advogados). A maioria para por aí, mas alguns ficam deprimidos, e um número menor alcança a tal aceitação.

Quando a criminalidade estava restrita aos "pobres", ninguém se importava em analisar suas causas: eles são pessoas sem instrução que vivem em meio às drogas e prostituição. No fundo era esse o pensamento da imaculada sociedade de classe média brasileira. 

Hoje eles alegam não entender porque tanta violência e se assustam com a escalada da criminalidade em todas as classes sociais. Sociólogos dizem que vivemos uma "crise de valores", religiosos dizem que "falta Deus" em nossas vidas. Eu acho que falta é educação familiar mesmo.

Enquanto no passado famílias apelavam até ao trabalho infantil para garantir a subsistência familiar, muitos dos pais modernos sentenciaram: "darei a meu filho tudo que não pude ter". Isso vai de colégios particulares  a coca-cola todos os dias, kinderovo de sobremesa, casa da barbie, video game e TV a cabo no quarto. Uma vida de privilégios, providenciada por pais que tiveram uma vida de privações: dois opostos. Soma-se a isso a distorção por vários pais do papel da escola na vida dos filhos: lá existem professores de português, matemática, história, e muitas outras coisas, mas não há professores de comportamento em sociedade. Isso ainda é tarefa para os pais.

Muitos filhos são acostumados, por toda a vida, a ter não apenas "do bom e do melhor", mas na hora que solicita. Porque assim evita-se a fadiga daquele menino dando birra, fazendo o pai passar vergonha. Esse pai se esquece que quando filho não envergonhava os seus progenitores, porque aprendeu respeito, e significado de palavras como "não", e frases como "não posso comprar isso para você hoje".  

Muitos filhos vivem hoje com a idéia de que o mundo é seu, suas vontades importam mais que qualquer outra coisa, e tudo o que quiser é garantidamente seu, e tem suas ferramentas para isso: quando criança, ele grita, dá verdadeiros chiliques e acessos de raiva, chora; quando adulto e incapaz de obter o que quer por meios legais, ele é capaz de roubar, violentar.

Então surgem os pais em negação, dizendo em defesa de si mesmos e da prole que lhes deram tudo, sem notar que tudo, de verdade, vai além da coca-cola, kinderovo, video game e carro zero quando se passa no vestibular. Tudo inclui ensinar a lidar com a privação, a respeitar o outro, entender que nem todas as suas vontades podem ser satisfeitas, que nem tudo é seu. 

Tudo, de verdade, inclui respeito, ética, empatia. 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Acho que as próximas férias escolares vão demorar !




Manchete de Ontem: Reposição de aulas em universidade pode ir até 2015

Todo mundo que fez faculdade sabe do momento único que é "se formar". A sensação única de receber o diploma e fazer questão de olha-lo de cima pra baixa, ao contrário, ler, reler e ver que você finalmente conseguiu. Imagine que linda cena, finda do ano de 2015, você de beca, recebendo o grande diploma, todos os seus pais e amigos, você olha para  ver seu diploma e lê com orgulho "Formando em <insira seu curso aqui> de 2012".


Pois é, sei que greve é um direito tanto do professor quanto do aluno, sei que o ensino anda sucateado, sei que o governo deve (e tem meios de) corrigir todos os erros que existem na educação. Mas veja você, uma greve que durou quase cinco meses vai prejudicar muitas pessoas em anos. Quantos alunos não perderam oportunidades por causa dessas greves ? Quantas empresas deixaram de investir em estágios e projetos ?

Pois bem, quando eu ainda fazia faculdade vi algumas greves, poucas mas vi.Estudava em campus de tecnologia e, interessantemente, era um dos poucos campus a aderir totalmente a greve. Talvez pelas matérias difíceis, algumas vezes por não concordar com a ideologia, mas, o que fazia mais sentido, muitas vezes para o instituto ou grupo não perder a bolsa de uma grande empresa que patrocinava o projeto de pesquisa, pois uma vez em greve não tem pesquisa, sem pesquisa não tem resultado, sem resultado a empresa não paga e ainda rescinde o contrato, sem contrato não tem dinheiro para manter o super computador ligado.

Obviamente que as partes que aderiam a greve muitas vezes não tinham o apoio de um capital externo tinham a ideologia que essas empresas "compravam" os estudantes que não era certo eles continuarem estudando e não apoiarem a greve. Lembro que em umas dessas greves um representante dos estudantes pediu para falar em uma aula, e veio com a historia de que nos alunos deveríamos apoiar os professores e "aderir" a greve , uma vez que os alunos também deveriam ajudar a pleitear melhores condições.

Pois ele foi questionado sobre faltas e a perda de aula, o mesmo prontamente disse que ninguém iria ter faltas e não seria reprovado. Questionamos o professor da aula ele simplesmente disse que não estava de greve e aluno fora da sala era falta e reprovava sim.  Pressionado de novo o representante não soube dizer como proceder, uma vez que, se existe o direito a greve, existe o direito a não adesão a greve. Acabamos por não dar ouvidos a ele, e até fazendo graça, que só iriamos aderir a greve nas aulas fáceis ou chatas.

Hoje, pensando nisso, questiono quantos estudantes foram prejudicados indiretamente, quantos vão ter que refazer uma materia porque os "colegas" não o deixaram entrar na aula e o professor o reprovou. Pergunto quantos desses estudantes e professores realmente fizeram valer essas greve. Pois sinceramente, ao meu ver, o máximo que conseguiram foi atrasar as férias de muita gente pelos próximos anos. Agora fiquei curioso pra saber se aquele representante dos alunos já conseguiu o diploma, ou ainda está em greve...


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Terror pode deixar de ser aterrorizante


Nos meus vinte e poucos anos de vida eu nunca vi ninguém dizer que não gosta de música. Claro que cada pessoa tem sua preferência: do axé ao metal, do metal ao samba, do samba as músicas regionais, das músicas regionais ao sertanejo de raiz, do sertanejo de raiz ao universitário, e por aí vamos. As pessoas defendem seus gostos musicais como se estes fossem uma ideologia da qual o gosto delas é o que salva, ao ponto de repudiarem outros gêneros (eu mesma não gosto de uma porção de estilo, tenho que admitir: enfim). Gostos a parte, é possível fazer música, qual que seja, para o ensinar. Se nós somos capazes de decorar essas músicas de politicagem que ficam rodando pelos bairros, cidades... somos, também, capazes de decorar outras músicas

Não é de hoje que tenho visto professores apostarem em rimas para que os alunos possam aprender com mais facilidade. Mas cuidado, aprender é diferente de decorar. Não basta o exercício de decoreba, é preciso que o aluno faça a construção do conhecimento (falei igual na minha apresentação de artigo, haha). Palavras chaves nas músicas podem ser o pontapé para que o aluno consiga desenvolver todo o raciocínio necessário para entender sobre tal assunto. Eu sei que estamos falando de uma geração de alunos que quer tudo muito rápido e que não quer ter que pensar muito, mas, também, estamos falando da geração de alunos que já está cansada dessas aulas de copiar o que tem no quadro ou fazer exercícios dos livros. Então, vale a pena pegar algo tão legal - MÚSICA - e atrelá-la a algo que é fundamental: ESTUDAR.


Tenha uma boa semana com música!


domingo, 26 de agosto de 2012

"Campanha, campanha, educação à parte." - provérbio político brasileiro

"Não há como no Brasil se fazer qualidade da educação sem pagar bem o professor. (...) O professor, pra ser valorizado, ele precisa de ganhar bem, e mais: ele precisa ter formação continuada. Não se pode, também, estabelecer com o professor uma relação de atrito quando o professor pede melhores salários: recebê-los com cacetete, ou interromper o diálogo". 
- Dilma Rousseff, Candidata à Eleição Presidencial 2010, durante o último debate entre candidatos, realizado pela Rede Globo (2:55 do vídeo).

Manchete de Ontem: Governo diz que não negocia novos reajustes salariais com grevistas

Dizem que quando presidente, Fernando Henrique disse sobre seus livros "esqueçam tudo o que eu escrevi". Ele diz que jamais proferiu tal sentença, e não há realmente registros de que o tenha feito. Ainda assim, as palavras foram assimiladas de forma irreversível pela população brasileira. 

Por quê?  Porque é muito normal, no Brasil que a pessoa seja uma durante a campanha e sua vida pregressa, e outra totalmente diferente depois de eleita. É "normal" que um político, a cada projeto de lei votado ou sancionado, a cada ato de governo, grite em nossa cara "esqueça tudo que eu disse", e dê uma risada maligna depois. 

Em 1932, o educador mineiro Fernando de Azevedo redigiu um documento, entitulado "Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova: A Reconstrução Educacional no Brasil - Ao Povo e Ao Governo". O manifesto foi assinado por alguns educadores e intelectuais brasileiros da época, inclusive Cecília Meireles. Oitenta anos se passaram desde então, e infelizmente, o documento segue mais atual do que qualquer cidadão brasileiro gostaria. 

Eu temo pelo futuro dos brasileiros. Pelos próximos 80 anos, pelo menos. Porque a Candidata Dilma, assim como Fernando de Azevedo, tem razão: não há como construir uma educação de qualidade sem valorizar os educadores, e não há como progredir de verdade se não através da educação. 

Pela falta de educação de qualidade, o brasileiro é indiferente aos movimentos trabalhistas e questões governistas: é impensável uma greve geral aqui como a que se deu na França recentemente. O ápice de nosso engajamento em prol de causas coletivas se deu na Marcha Contra a Corrupção, que já esfriou, como todos os políticos esperavam. 

Não temos fôlego ou tempo para protestos, estamos muito ocupados em nossas conchas para pensar "no povo brasileiro". Não percebemos que no final das contas, o tal "povo brasileiro" somos nós mesmos, nossos amigos, a família de todos nós, os amigos dessas famílias, e assim por diante. 

Por falta de educação, somos um povo tão vazio de empatia e preocupação com esse coletivo, tão insensíveis às necessidades das classes trabalhadoras e minorias que não fazem parte de nossos círculos cotidianos de relacionamento, que nas rodas de conversas chamamos aqueles que buscam seus direitos através do movimento grevista de "vagabundos". 
Consideramos absurdo que uma babá receba R$ 1.500,00, aquela à qual confiamos nossos frágeis filhos pequenos, e ainda reclamamos quando ela não pode comparecer ao trabalho porque perdeu 7 horas na fila do SUS levando seus próprios filhos ao médico. 

Por excesso de ignorância, o Brasil está preso em algum lugar antes de 1850: aqueles que nos servem, deveriam fazê-lo de graça e levar chibatadas no caso de recusa.  Em nossa ignorância, somos incapazes de perceber que nossos filhos serão vítimas futuras do descaso com a educação promovido hoje, e que isso não está relacionado à escola na qual ele estuda hoje, mas com a sociedade na qual ele viverá daqui a alguns anos.

A "Presidenta" Dilma sabe o mesmo que a Candidata Dilma sobre a educação: a ignorância e alienação é resultado da má educação.  Pela escola que tivemos no passado, não estamos preocupados com os professores de hoje. Ela sabe: é irrelevante o que tenha dito durante a campanha. Não importa o que ela faça com os professores hoje. 

Nós não nos importamos, e não nos manifestaremos por eles. 



*Nós, o coletivo, a "população em geral". 
Eu, individualmente, dou total apoio à luta dos professores por condições dignas de trabalho. Assim como a toda classe trabalhadora.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Um minuto de sensatez.


Muita gente talvez não vai compartilhar da mesma opinião que eu mas digo com toda convicção: o currículo escolar brasileiro é uma papagaiada.
Não me assusto quando me pedem para que corrija um texto, quando leio redações de colegas da faculdade e percebo o quanto não sabem expressar suas ideias num papel, quando saio pelas ruas e leio "concertos" e "consertos" usados de forma equivocada...

Sinto muito, mas acho que esse negócio de enfiar tudo quanto é matéria no currículo uma palhaçada. Desde o ensino fundamental até o ensino médio. O currículo deve ter menos matérias para se ter mais tempo de aprendê-las. Um bom português, uma boa matemática, uma boa ciência.

E lá vai sobrar tempo para um bom português quando se tem um monte de matérias no currículo?

Eu já sou contra de química e física para todo mundo (eu nunca usei nada dessas matérias em toda a minha vida - sou advogada e caso precise saber algo que esteja nesse contexto é necessário, de toda forma, um perito, ainda que eu entenda e saiba resolver um problema que venha a surgir, por exemplo).

Eu nem vou falar nada do ensino público porque não preciso falar nada. É só dar uma olhada na escola pública perto da sua casa. E percebendo o nível dos alunos da rede pública, acho que essa iniciativa é uma iniciativa válida. Mercadante, em um minuto de sensatez, constatou: "É uma sobrecarga muito grande. Não contribui para formar melhor o aluno." Ora, são 13 matérias.

É como se fizesse uma lista de "ah, o aluno tem que saber isso, aquilo, isto daqui também" e pronto. Jogar o conteúdo em cima e seguir em frente... Porém, a educação não é isso. Como você vai dar 13 matérias se os estudantes mal estão sabendo o português e a matemática?

Encher um currículo é hipocrisia. 
Esvaziá-lo é sensato.

Primeiro o básico, depois a gente vai vendo o resto.



sábado, 23 de junho de 2012

Repetir o prato




Martha Payne,

Hoje quando fui procurar uma notícia para dividir aqui no blog, caí justamente na notícia que mudaria pelo menos meu espírito desiludido da vida hoje, então ao invés de comentar a reportagem que por sinal foi bem escrita e está cheia de todos os detalhes da sua brilhante ideia/história, gostaria que te confessar que seus nove aninhos talvez já tenham sido bem mais uteis do que os meus vinte e tantos, você é realmente uma inspiração para o mundo. Devo confessar que é bem comovente tal iniciativa, mas eu prefiro ainda chamá-la de inteligente, educativa e exemplar. Pode ser que depois que você cresça você desista de ser “jornalista” (se você fosse do Brasil penderia bastante pra isso), mas espero que você nunca desista de fazer a sua diferença. Além de você já ter conseguido arrecadar mais do que o previsto, pode ter certeza que deu também em muitos marmanjos (tipo eu) um banho de inspiração. Então está aí, ninguém realmente deve dizer que não pode fazer um pouco de diferença, pois se alguém ainda tem dúvidas disso precisa conhecer o NeverSeconds e ter  a oportunidade de enxergar o mais importante dessa história toda, que são esses sorrisos das crianças que agora podem comer pelo menos na escola.



segunda-feira, 28 de maio de 2012

A minha UNIVERSIDADE está sem aulas por causa de um GOVERNO que não valoriza a EDUCAÇÃO no Brasil




Expansão e fragmentação. Políticas televisionadas e a grande população se enganando. Alienação?! Cuidado. Estamos vivendo a era das tecnologias desbocadas. Estamos escrevendo para uma porção de leitores, fazendo com que eles acreditem nas nossas palavras e buscando convencê-los que estamos bem. Não estamos, mano. Estamos mal, bem mal das pernas. No ano passado o Governo criou um pacote (posso falar assim?) de bolsas que iria garantir os melhores alunos nas melhores universidades do mundo. Se liga: ciências sem fronteiras. Faz uma busca rápida com essa tecnologia que você tem aí pra saber o que é. Tá, eu sei que você já sabe. Mas... sabe mesmo, né? Então, é certo que você esteja sabendo que o Governo está tirando com a sua cara. Só pode! Tomando como foco as áreas de tecnologias e exatas, mas uma vez ficamos a ver navios. Digo, nós pobre estudantes dos cursos de humanas e tem como piorar, vai conversar com um sujeito que é de humanas e que faz licenciatura. Depois me parece que a coisa ficou meio democrática, ou não? Porque eu mesma não achei vaga nenhuma para Geografia. Mas o problema é meu, eu que vá prestar outro vestibular para ter a chance de ir estudar em uma das melhores universidade do mundo, é isso mesmo Tia Dilma? É, parece que é isso. Afinal, não faz sentido que os senhores cuidem da minha educação.
Só que o buraco é mais embaixo. Não basta fazer o investimento errado. Há de ferrar com tudo de uma vez só, que daí da menos trabalho. Eu já sei que o Governo não quer investimento em Educação. Vai que todas as pessoas recebem direito a essa educação libertadora e comecem a questionar as merdas que são feitas por esses políticos que cuidam da educação em ano eleitoral. Quando cuidam. E eu me pergunto o que tem o ciência sem fronteira a ver com a porção de universidades que estão ou já aderiram a greve. Simples, Tia Dilma. Você que é uma senhora bem letrada deveria repensar que investindo em educação da básica a superior teria como resultado uma possível igualdade em todas as áreas. Não me interessa o que a senhora comeu no seu café da manhã, ou o que a senhora vai comprar de presente para quem é quer seja. Eu só quero que a senhora seja capaz de entender que um país que investe em educação tem um retorno muito mais alto que um país que só investe em ciências sem fronteiras. Caralho, será que a senhora ainda não viu o salário porco que os professores recebem? E a senhora ainda tem a cara de pau de deixar correr uma propaganda que diz que o governo investiu com uma puta qualidade nas universidades, que o REUNI é acesso democratizado. Acho que estamos em outro Brasil. Então, é simples: eu te dou a chance de me mostrar em qual Brasil que a senhora está e eu te mostro o Brasil que eu estou.
Pra isso, vou buscar meu fôlego. Porque a senhora sabe. Eu estou fadada a ter que correr e me esforçar muito. É que eu estou na parte marginalizada da academia. Eu sou alvo de chacota até da família por fazer licenciatura. Porque todo mundo já está bem careca de saber que a educação que o Brasil quer dar é essa: onde os professores de ensino básico precisam aguentar salas lotadas, falta de estrutura declarada, ensino hierarquizado e salário baixo (eu disse baixo? eu quis dizer: miserável). Enquanto os professores de ensino superior precisam gastar uns dez a treze anos estudando, para ter um doutorado para ganhar o dinheiro que não é justo pela quantidade de tempo de estudo. Como é que nós vamos fazer? A senhora vai resolver isso pra gente? Se sim, aproveita para resolver, direito, a questão do código florestal. Agora se a senhora não resolver nada disso, eu vou tentar entender. Vou repensar e analizar qual é que foi a educação que a senhora recebeu. Se foi essa que a senhora está querendo manter: reprodução e nada de problematização. Porque assim, se foi essa que a senhora teve, até parece compreensível entender o prosseguimento da bagunça. E desculpa eu falar só para a senhora, mas é que a senhora colocou a sua cara a tapa quando quis governar o país, então eu já vou logo falando para a que se diz ser a máxima autoridade, que daí eu coloco a minha fé na resolução do problema.

E quanto aos alienados que gostam de nos chamar de bardeneiros por fazer manifestação, fiquem com isso: http://degraudalinha14.blogspot.com.br/2012/05/sem-mais.html

sexta-feira, 23 de março de 2012

Você e seu uniforme inteligente.

Já tem um tempo que falar de educação no Brasil me cansa. Assim, como falar de copa do mundo, saúde, igualdade, política. Tudo? Não, não sejamos pessimistas. Até porque os debates são demasiadamente importantes. Crescemos com eles, né verdade?
Mas a realidade da educação é dura, companheiros. E me sinto a vontade para falar desse assunto, visto que sou estudante de licenciatura e o que eu mais escuto e vejo são absurdos.
Agora tem mais esse absurdo escancarado: estudantes usam uniformes inteligentes. Sério, tenho tanta preguiça de ler coisas do tipo.
O Governo manda computador, mas não manda técnico para ajudar com a instalação ou alguém que fique por conta de auxiliar os alunos. A escola tem laboratório, mas fecha as portas do mesmo e os alunos não tem oportunidade de ter uma aula diferente. Os alunos usam uniforme inteligente, porque é mais importante eles estarem na escola, de qualquer forma, que estarem por vontade própria e apreenderem os saberes.
Enquanto estamos preocupados em manter os alunos nas escolas, a coréia do sul ensina aos alunos que estudar é importante e, de tal modo, os alunos não se sentem obrigados e frequentam às escolas. Para quem não sabe, no dia da principal prova – que parece um enem – o governo sul coreano fecha todos os aeroportos para não atrapalharem os alunos a se concentrar, os comércios abrem mais tarde para que não exista trânsito e os alunos mais novos ficam nas portas dos locais de prova para incetivar os mais velhos. Claro, não vou tirar com a cara de ninguém. São realidades diferentes. Mas se não comerçamos a ensinar as pequenas crianças a importância do estudo, o sistema continuará investindo em bobagens e não em utilidades.
Acho que já passou de hora de sermos. Porque, até agora, eu só vi a reprodução de. Não a construção para e com. E eu só me pergunto: Para onde estamos indo? E espero que não seja para o mundo do aquecimento global profetizado pela mídia. Porque se nós não sabemos nem se vai chover, como é que vamos prever o aquecimento de mundo para os próximos anos? Vamos lá, ajudem-me. Eu não quero perder a pouca fé que eu tenho.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Só para lembrar

MG: Atriz faz propaganda do governo e se dá mal

Escrevo de Minas Gerais, a terra do pão de queijo. São serras, rios, cidades grandes e pequenas, cidades históricas cheias de histórias, campo e edifícios, verde e cinza. Muita tranquilidade e agitação. Sotaque esquisito e carregado pelas demais regiões. As pessoas do norte, falam como os baianos. As do sul como os paulistas. E tem cidade composta por pessoas que mais parecem ser do estado do rio de janeiro que das próprias minas gerais. Mas como é que pode ter tanta diversidade e riqueza e ter um ralo sujo quando o assunto é educação? 

Não quero atrapalhar ninguém com a sua jornada, mas a estrada (que esbanjava os diamantes nos tempos de Zé Silvério) anda com muita neblina. Mas isso (neblina) deve ser coisa do aquecimento global, assim como a educação deve ser conversa para boi dormir ou para ser falsificada nas propagandas de televisão.


Parece que a nossa querida atriz não teve uma boa educação,
não uma suficiente para fazê-la questionar o quanto essa propaganda acabaria com a reputação dela.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Questão de prioridade

Manchete de "Ontem": MEC quer tablets nas escolas, mas programa anterior que entregou laptops chegou a menos de 2% dos alunos
Laptops ficam guardados sem uso em escola de Brasília por falta de infraestrutura


A notícia não é necessariamente de ontem, mas vale ser discutida. Em um país no qual muitas escolas lidam com depredação, falta de livros, bibliotecas, professores com salários miseráveis e carga horária sufocante, surge a ideia de dar tablets para os alunos. Tão eficiente quanto o tal programa Um Computador por Aluno, também desenvolvido pelo governo.

Quando vejo esse tipo de notícia lembro de mim e da escola na qual estudava. Tinha uma biblioteca, mas no horário de aula não havia tempo para visitá-la e não podia levar os livros pra casa, era só para enfeite. O mesmo acontecia com o laboratório de informática que vivia trancado com correntes e cadeados, nunca entrei lá, aliás. Sei que essa situação também acontecia  na escola do meu irmão e acredito não ser muito diferente em várias partes do país.

Não sou contra utilizar a tecnologia para aprimorar o aprendizado, mas nesse caso é questão de prioridade. Há muito mais a ser feito, as escolas precisam de dinheiro para resolver outros problemas bem mais sérios do que doar tablets ou netbooks aos alunos. Está tudo errado.  

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Ainda é insuficiente


Como profissional da Educação acompanho atentamente, pelo menos desde 1996, quando a Lei 9394, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, sancionada por FHC entrou em vigor. O projeto original, concebido por Darcy Ribeiro e que recebeu diversas contribuições da comunidade acadêmica, profissionais de educação em geral, foi totalmente mutilado pelo então ministro da Educação, Paulo Renato, que privilegiou um modelo inspirado no sistema espanhol. Tal modelo, principalmente no que diz respeito ao Ensino Superior, por exemplo, retirou das Universidades Federais recursos importantes, carreando-os para o "boom" das universidades particulares em prol de uma suposta democratização do terceiro grau, mas o que ocorreu foi o surgimento desenfreado de inúmeras faculdades de qualidade duvidosa, que aumentaram o número de matrículas (que obviamente não seria alcançado se dependesse do ingresso nas universidades públicas), apenas para atender aos padrões estatísticos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e do Banco Mundial. Resultado: um verdadeiro êxodo dos melhores pesquisadores para o Exterior, sucateamento do sistema federal de ensino (principalmente dos cursos de licenciaturas e de Ciências Humanas), falta de incentivo à pesquisa na graduação e na pós-graduação e desvalorização dos docentes em todos os níveis.

Desde 2003, entretanto, a situação começou-se a alterar-se, muito embora programas como o PROUNI e o aumento de crédito do FIES ainda sustentem o sistema particular de Ensino Superior, mas a interiorização das federais e o aumento do número de campi, também dos Institutos Federais de Tecnologia, os programas de qualificação e aperfeiçoamento de pessoal da área (aumento das bolsas de mestrado e doutorado) de certa forma melhoraram o ensino. Mas falta mais. Principalmente porque o investimento na Educação Básica, via Fundeb (Fundo da Educação Básica), com o Piso Nacional dos Professores é ainda alvo de críticas por conta da maneira como é distribuída, por meio da municipalização e da estadualização dos recursos, o que dá margem aos conhecidos desvios, e a falta de vontade política dos governadores, como Cid Gomes, do Ceará, que acha que professor deve trabalhar por amor, em implementar o que a lei manda, apresenta resultados exíguos.

E tais resultados ínfimos são apresentados pelos governos como verdadeiras conquistas, na velha tática de desviar o foco. Por isso que o clamor popular desde o começo do ano em dar uma reviravolta, por meio da votação do novo Plano Nacional da Educação, que pode ser sentido pelo número de emendas apresentadas a ele (três mil emendas, recorde no Congresso desde a elaboração da Constituição de 1988), em elevar a percentagem do PIB que é usada em investimentos na área (que deve girar em torno de 6%, atualmente) em até 10%. Ter Educação como prioridade é a tônica em qualquer nação que se diz civilizada e eu me lembro de um amigo japonês que espantou-se ao saber que eu sou professor, e ele, que já me tratava respeitosamente, passou a me tratar ainda mais, porque lá os professores são encarados como pessoas super-especiais e merecedoras de uma atenção especial. E ficou ainda mais espantado ao saber quanto eu recebia...

Há quem possa dizer que chegar aos 8% é um avanço. Paliativos nunca são avanços. Para se avançar é necessária vontade política que parece algo que passa longe aos nossos parlamentares. E até ao próprio governo, que no projeto inicial propôs apenas 7%. Se formos relembrar o PROER (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro) uma espécie de "bolsa-família" para banqueiro criado por FHC (que Lula manteve diga-se de passagem), apenas em uma operação da compra de um banco semiliquidado pela Caixa, destinou quase dois bilhões de reais. Apenas para a Caixa, uma vez que o Banco do Brasil também efetuou operações desse tipo, que ultrapassam em muito o total de muitas verbas destinadas à Educação.

Por isso que apesar de ser um aumento "substancial" não deve ser comemorado. A priorização da Educação, sim, espero que um dia possa ser base de um governo. Aí eu comemorarei.

sábado, 26 de novembro de 2011

Educa e a ação?

Senador defende em livro a federalização do ensino básico

A notícia de hoje traz a proposta do senador Cristovam Buarque a respeito da federalizção da educação. Segundo ele, com este projeto será possível implementar um salário para professores, que por sua vez serão concursados, de 9 mil reais além do plano de carreira. Além de aumentar os gastos (ou melhor, investimentos), com os alunos.

Só uma dúvida paira pelo ar: por que é que ainda não fizeram isso se é possível?

Quando vai-se dividindo responsabilidades, é necessário comprometimento. Quando o governo passa uma verba, por exemplo, para uma escola municipal, quem garantirá que este investimento chegará no almoço das crianças ou invés dos bolsos de prefeitos e vereadores?

Além do mais, não convém investir na educação: com um povo que sabe pensar e assume seus pensamentos, quem se atreveria roubar?

A população não sabe a força que tem, e nem vai saber enquanto se mantiver calada, ao ponto de não saber se ouvir.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Está aí.



E está aí: algo simples e bonito de se ver e que não te ofende, não te suga, e não exige nada de você.

Eu poderia começar dizendo que determinadas ações sociais não me faz acreditar que o mundo pode mudar e que depois vamos todos ser felizes e fazer uma roda e comemorar e se caso algo não sair do jeito que fora planejado, vamos, também, fazer uma roda e um minuto de silêncio para quem lutou tanto para tal ação. Não. Eu não acredito em papai noel, embora tenha um vizinho muito parecido com a definição de papai noel que eu conheço. Enfim.

Gente bonita, de todo o Brasil. Estamos em um período onde ditadores são arrancados de seus governos e mortos. Grande parte de nós, ou das pessoas que nós convivemos acham bonito, justificável e aplicável: resolvemos os problemas como tem que ser resolvido, e se for preciso matar, fazer exposição do corpo e qualquer outra coisa, faremos e ainda colocaremos um samba para tocar. Sério, não acreditem no que eu falo. Minha visão tende sempre a ser a visão dessa pessoa pouco direcionada e muito, muito alienada.

E assim, o que eu tenho para contar para vocês é: estou estudando Geografia. Prazer, Anna Cristina, não mais 19 anos e sim 20. E agora? Agora fudeu. E fudeu porque eu decidi ler livros com diferentes visões daquilo que habitamos. E vocês hão de me dizer: ‘já vem ela falar da Terra, daqui a pouco começa a fazer do Aquecimento Global’. Não não, podem ficar tranquilos. Aquecimento Global é para os fracos e quando digo o que habitamos, digo puramente o nosso espaço. E, por conseguinte, nosso espaço faz parte de uma escala da qual podemos perceber o quando a Geografia por si só é uma das ciências mais bonitas (eu tinha que fazer minha propaganda, não é? Afinal, estamos no país da propaganda, onde o sujeito é capaz de vender sua alma para comprar o que se passa ao vivo e a cores, com símbolos e adiante frases e sinais encantadores).

Bom, é melhor eu focar no que eu quero dizer. Se nosso espaço faz parte de uma escala local, regional, nacional e por fim, global, nós precisamos acreditar que algo que acontecerá no Global vai atingir nosso local, certo? É assim com o pão da padaria e o preço que pagamos por ele, um dia sobe e no outro também. Vemos aí, aquela história conhecida de dólar, crise, inflação, valorização e taxa de câmbio e por aí vai. E muitos de nós não entendemos nada do que fala pelos jornais, porque é tanto número (que nós das Humanas achamos aterrorizantes) e gráficos que fica difícil mesmo de entender. Até irmos à padaria e comprar o nosso pão e sair do nosso bolso um número de dinheiro a mais, pronto. Poderemos então entender que algo está errado e por consequência, o nosso pão está mais caro. Eu estou dizendo, viva a Geografia por traduzir tudo para a gente.

E aí que acontece o seguinte. Existiu um sujeito por umas bandas anteriores a nossa chamado de Paulo Freire (guardem esse nome), que Alfabetizava alunos por método de associação, interagindo direto com o lugar (de referência e vivência) do aluno, para assim ele entender como é que se escreve CASA , por exemplo. E é o que é, realmente, útil: tornar real o que estudamos para isso não sair do nosso cérebro, porque já basta o que sai do cérebro dessas pessoas que manipulam, ou tentam manipular todo mundo.

E enquanto tem esses programas sociais de grande destaque e sabe-se lá se com grandes ações, tem um programa de alfabetização antigo dando certo e mudando a realidade do país. Eu sempre digo que o ser humano é capaz de tudo (de vender o cérebro ou construir um conhecimento para o mesmo) e quando ele quer, ele é capaz de dar uma banana pro Governo e agir por conta própria. Enfim, achei algo produtivo e queria compartilhar com todos vocês, e, também, eu não estava afim de ficar escrevendo algo sobre o Enem, por exemplo.
Um abraço para vocês!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Cabe em nossas cabeças???

Manchete de Ontem: CRM da Paraíba apura denúncias de uso de furadeira em cirurgias de crânio


Nesse universo de piadas prontas, de imediato poderia falar do povo “cabeça dura”, das insistências históricas, daquilo que não muda, da tal ordem “natural” das coisas, do cristalizado, enfim. Mas há algo mais forte como pano de fundo. Há o serviço público como mote da piada, e mais que isso, na saúde, onde a corrida deveria ser pelas melhores condições para salvar, onde nada, absolutamente nada, poderia servir de motivo para piada.

Mas independente da manchete, das justificativas dadas pela equipe, das negativas, enfim, o que eu queria chamar a atenção mesmo era para a intervenção individual, humana, dos “CPFs” que participam dos processos e que tantas vezes fazem com que os sistemas pensados sejam alvos de críticas, de insatisfações e por que não, de piadas.

O “Ronda do Quarteirão”, por exemplo, sistema de polícia comunitária que atua aqui em Fortaleza, é um modelo exitoso copiado do Japão e do Canadá.  Uma polícia chamada “cidadã”, que deveria ser amiga e conhecida da comunidade, já que atua com um raio restrito, então, com condições de constituir vínculos de confiança. Mas não é bem assim. O “Ronda”, como sistema, não funciona ao apertar de um botão, fazendo tudo acontecer “à japonesa” ou “à canadense”. O Ronda, como qualquer outro sistema, é feito por pessoas, por gente, que carrega a sua bagagem de vida, suas querelas, seus traumas, além de suas habilidades e inclinações – ou não - para o trabalho.

Não é à toa que atos arbitrários, violentos, desregrados são registrados contra a equipe que compõe o “Ronda”. Instituir tal corporação, certamente, demanda uma intensa formação para que a atuação seja de acordo com o modelo pensado. E isso ainda não é garantia de que dê certo. O sistema é feito de gente, a coisa é humana, é corruptível, até certo ponto imprevisível e pode surpreender, ora para o bem, e outras tantas, infelizmente, para o mal.

Não diferente é o que acontece no campo das compras públicas, das licitações, quando as obras, as aquisições são pensadas de uma forma e acabam sendo executadas ou adquiridas de outra. Os projetos são bonitos e parecem atender às necessidades da população, mas de novo o elemento humano burla aquilo que parecia ser retilíneo, óbvio, correto e que conduziria a um ato eficaz.

Em suma, não adianta escolas bem equipadas com professores que não respeitam os alunos, transporte público moderno, onde os motoristas não respeitam as limitações de idosos e deficientes físicos, hospitais com tecnologias de ponta, onde os pacientes são ‘des’tratados. Bem como não há como manter tudo isso com qualidade se tais profissionais não têm o seu valor garantido, seus direitos respeitados.

Analisar qualquer questão dessas por um único ângulo denuncia nossa limitação em compreender o todo, em enxergar além da fumaça. Nada funciona automaticamente e a responsabilização também não pode ser automática.

A teia é densa, grandiosa e intensa e ver de fora, atirar pedras e militar no conforto de nossas cadeiras diante do computador pode não dar conta. Agir assim pode ser irresponsável, pode ser tiro no pé, pode ser “Bosh” na cabeça...