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terça-feira, 26 de abril de 2011

Desliguem os video games e os computadores e assistam Rede Record.

Atirador de Realengo  jogava games violentos
Opinião de Renato Bueno no Kotaku BR sobre o link acima
Jogos violentos ajudam a reduzir stress e depressão (inglês)

Recentemente foi lançada no twitter a tag #videogamemata, em resposta às insinuações que surgiram sobre jogos e comportamentos desajustados. Lembro de jogar Prince Of Persia (1989), apresentado por meu pai. Quando morria ou matava o vilão, aparecia sangue em 8bits, bem vermelhinho.

Call Of Duty - Black Ops se tornou a maior arrecadação em vendas da indústria do entretenimento, seguido pelo filme Avatar, que trata da invasão de um planeta bonitinho por humanos. Todo mundo no cinema torceu pela aniquilação dos humanos colonizadores.
Poucos livros conseguem ser tão violentos quanto o mais vendido do mundo, a Bíblia Sagrada: Deus brigou com um rei, e decidiu matar seu primogênito, o primogênito do padeiro do rei, e  do ferreiro, do cocheiro, do vizinho...

A violência é, de certa forma, inerente à natureza e história humana. Em minha concepção, sua presença de forma tão realista em jogos permite apenas que canalizemos as tendências homicidas que o meio  nos provoca em um ambiente virtual. Assim como as artes marciais.

Brinquei com vários jogos violentos ao longo de meus mais de 20 anos de convívio com games. Em casa, nunca me faltou educação, e presença dos pais. Não há televisão e video game desligados que segurem a falta de ensinamentos sobre ética, sobre retidão. Até hoje jogo todos os dias, tenho 26 anos, trabalho na mesma empresa fazem 7 anos, e dizem que sou uma pessoa criativa, inteligente, tranquila, bem humorada. Um amor de pessoa. :)

Meus filhos viram Kratos decepar a cabeça de Hélio, cortar as pernas de Hermes e furar os olhos de Poseidon em God Of War III. Quando peguei Modern Warfare 2, o mais novo, disse todo meloso: "posso zogar aquele zogo muuuito violento do peyteyxon teis?" - como lhe negar? Rapidamente tive que lhe apresentar a expressão "headshot" - o garoto tem uma mira ímpar. Ainda assim, ambos imitam miados e ronronados quando os abraçamos, beijamos e fazemos cafuné - e eles pedem por isso. Tratam muito bem seus colegas de escola e os cinco gatos de estimação, que não cansam de pegar no colo, esfregar no nariz e alisar. São crianças amorosas, doces, nunca tiram notas baixas, se esquivam de suas responsabilidades escolares ou faltam com o respeito em casa.

O video game para eles, assim como foi para mim e para qualquer pessoa normal, é um brinquedo.
A educação, a moral e a educação  vem de outro lugar.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sem lápide.

Duas semanas depois do massacre, atirador de Realengo é enterrado no Rio como corpo não-reclamado

Quinze dias se passaram desde a tragédia. A história ainda está fresca em nossa memória. Videos e fotos apareceram, e-mail, depoimentos, nenhum deles foi capaz de justificar tal atitude. 

Esse massacre representa mais um de nossos paradoxos. É algo que a gente quer esquecer, e de certa forma é preciso. E por outro lado é algo que a gente não pode esquecer. A gente não pode esquecer tantas mortes. A gente não pode esquecer que atitudes impensadas e cruéis podem criar marcas em outras pessoas e o resultado aparecer apenas muito tempo depois. A gente não pode se esquecer que por mais que tenhamos sofrido, a vingança não é justificada. Sobretudo contra aqueles que não te oprimiram, contra inocentes.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Mortes de crianças em escola no Realengo

Manchete de Ontem: Ex-aluno mata 12 estudantes, na pior tragédia em escolas do país.

A escolha da notícia não podia ser mais óbvia, claro.

Mas como falar em outro assunto? Teve outro tremor no Japão gerando mais vazamento nas usinas, a deputadada Jaqueline Roriz passa mal (mas não o bastante para um infarto), tem gente desde quinta acampado para o show do U2... muitas coisas acontecendo, mas, por agora, o que nos importa tanto, nós, brasileiros?

Esse rapaz entrou lá e matou essas crianças, agora fala-se em segurança e  etc., alguém ou alguma coisa terá que ser culpado. Mas o que acontece é que ele era conhecido, o que acontece é que ele conversou com professoras, o que acontece é que ninguém espera por algo assim. 

No pior estilo de Criminal Mind, todos querem desvendar os motivos, sondar a mente do assassino, querem decifrar na escrita de sua assinatura os motivos que o levaram a isso. Já apostam em bullyng, que hoje é coringa para tudo. Alguns falam em Islamismo, ignorando completamente a citação de "Jesus" na carta. Outros aproveitam para vender. Assim que a notícia saiu ontem, por exemplo, podia-se comprar, na página principal da Livraria da Folha, um exemplar do livro 501 crimes mas notórios do mundo. Ontem o Datena nem precisou falar no engarrafamento em São Paulo. Ontem os jornais principais do país colocam a foto do assassino morto na escada. A troco de que?

Nem eu, e possivelmente você, podemos dimensionar o que foi aquilo. O que tentamos fazer é ter  solidariedade na dor dos outros. A mídia não parece seguir muito por esse caminho: noticia e noticia sem dados, ontem o número de mortos aumentavam e subiam em um mesmo texto (9 mortos, 12, 15..). Falam o que ainda não sabem, banalizam a notícia, o horror e a dor de quem está passando por essas perdas. 

Saber os motivos que levaram o assassino a ter essa atitude talvez conforte as famílias, não sei. Mas sei que é papel da polícia investigar e não a mídia ficar fazendo essa espécie de bolão levando até médicos a falar sobre a possível psicopatia aliada ao extremismo religioso. Sem dados, o que é isso senão chutomêtro especializado?