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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Respeito é sexy, Machismo é brocha!

Manchete de ontem: Marcha das Vadias

Algumas coisas realmente merecem destaque. Digo, algumas coisas além de: pra qual time o Neymar vai nos próximos dias ou presidente Dilma insatisfeita com avião por conta de turbulência; etc. Claro, isso tudo tem uma importância infinita nas nossas vidas (só que não). Foco.
Então, existem diversas marchas pelo Brasil. E se tem uma que eu admiro muito é esta: a das Vadias. Sabe como é, num país que tem a sexta economia do mundo (é isso mesmo, produção?) as pessoas, ainda, vivem exibindo seus preconceitos contra tudo e todos e, neste caso, tratando as mulheres de forma violenta (violência não é só deixar a mulher com olho roxo, fica a dica). Não vou nem mencionar a deficiência na educação. Foco. Sendo assim, acho importante o protesto. E mais que isso: acho necessário. 
Quem vai às ruas exigir respeito, melhores condições de vida, de educação, igualdade social... sempre vai merecer o MEU respeito.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

As cidades mais violentas do Mundo




Parabéns Brasil!!!
Você conseguiu mais um grande ranking!!!
15 cidades brasileiras estão entre as 50 mais violentas do MUNDO TODO!
E daí eu fiz a conta 15/50 = 0,3 = 30 % das cidades mais violentas do mundo são brasileiras!!!


E você pensa "com certeza o Rio de Janeiro e São Paulo são as primeiras da lista".
Não elas não são sequer citadas...
Tem o pessoal da teoria da conspiração dizendo que não repassaram todos os dados ou que foram comprados números... 
Ok. Talvez. Eu já não coloco minha mão no fogo por ninguém mesmo.

Mas o que eu posso dizer sinceramente é a minha visão de Rio e São Paulo (como pessoa que visita por alguns dias duas vezes ao ano) é que eu adoro essas cidades. 
Coitado do Rio de Janeiro. A mazela do Rio não se chama favela, se chama REDE GLOBO. Se você peidar na Av. Brasil pronto, tem helicópteros e capa de revista mostrando AO MUNDO que alguém peidou. Com certeza é uma cidade grande com desigualdades sociais e todo aquele problema do trafico de drogas, mas eu nunca fui assaltada no Rio. E eu não fico pagando de turista não... Eu me hospedo na zona norte, volto de balada de madrugada pela linha vermelha dirigindo, pego ônibus, balsa, ando a pé pelo centro a noite... 
Em São Paulo a mesma coisa, fico hospedada há uns dois quarterões da cracolândia, bem no centro.
Chego tarde da noite de metrô e vou andando até o hotel, nunca nada me aconteceu. E nunca chegou nem perto de acontecer. E você deve estar lendo e pensando "ah ela deu sorte".

É claro que eu não fico dando bobeira, sabe porque?
Porque eu fui criada em Fortaleza!!!
Entre as TOP 15 estão Maceió, João Pessoa, Manaus, Fortaleza e Salvador.

Quem acha que a sua cidade é violenta não sabe o que é o nordeste brasileiro!!!
Não se vende carro sem ar condicionado, por que é calor?
Não!
Porque você não pode andar com os vidros do carro baixos nem as 10h da manhã!
Você não pode parar no semáforo muito próximo do carro da frente, porque eles fazem arrastões nos semáforos, porque eles fazem sequestros relâmpados e assaltos em plena luz do dia e você precisa dessa distância pra literalmente escapar!!!
A última vez que fui pra Fortaleza 3 anos atrás, a bandidagem estava fechando uma importante Av de Fortaleza em pleno horário de pico com metralhadoras!!! Todos os dias no mesmo horário por uma semana. E isso apareceu no Jornal Nacional? Não!!!!!
É o tipo de coisa que era assim quando eu morei lá 10 anos atras e só piora.

A verdade é que ninguém está nem aí pro nordeste.
Deixa morrer.

Mas esses nomes da lista já eram bem esperados por mim.
Agora Curitiba (42ª) e Brasília (49ª) esses são pra gente engolir seco mesmo!
Curitiba foi eleita uma das melhores cidades do mundo pra se viver uns 15 anos atrás.
Melhor cidade do mundo e agora 4 mandatos depois a 42ª mais violenta do mundo.
Brasília há 8 anos atrás tinha o melhor IDH do Brasil, dois mandatos depois tem uma taxa de 764 homicídios por ano. Ou seja, duas pessoas são assassinadas por dia!!! Mortes! Não estamos nem contando assalto, estupro... Mortes!

Isso só mostra o quanto um mandato pode acabar com uma cidade.
O quanto os governos das cidades estão despreparados para conter essa criminalidade e reduzi-la.
O quanto o governo brasileiro não consegue fazer um plano de medio-longo prazo para trazer mais cidadania e qualidade de vida ao povo brasileiro. 
Muito pelo contrario, consegue ainda estragar o que estava bom.

Parabéns Brasil.
Eu já não coloco minha mão no fogo por ninguém mesmo.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Você cegaria alguém?

Manchete de Ontem: Iraniana deformada ganha na Justiça direito de cegar agressor


Acredito que a maioria lembra-se desse caso, a iraniana Ameneh Bahrami recusa-se a casar com o jovem Majid e então ele a persegue, ameaça e por fim joga ácido em seu rosto. Ameneh fica transfigurada e cega.

O machismo está logo ali e aqui, não se enganem, cerca de 10 mulheres morrem por dia no Brasil vítimas de violência doméstica, número esse, inclusive, muito otimista, pois há muitas que não denunciam e outras que desaparecem. Enfim, mas o texto não se trata disso.

Hoje, especificamente, minha pergunta é: você cegaria o Majid?

Ameneh ganhou o direito de aplicar a Lei de Talião (dente por dente, olho por olho) e Majid estava já no hospital para ser cegado, mas ela desistiu e não retribuiu.

Cegar o homem seria vingança ou justiça? Isso faz diferença?

Ameneh Bahrami pós ataque

Eu não sei, de verdade, se deixaria ele ser punido. Minha vontade é que ele sinta na pele o que causou à moça, mas é duro saber que esse castigo vem pelas próprias mão, não é? Se a "polícia" o pegasse, prendesse e a justiça decidisse essa punição sozinha, talvez eu pudesse dormir sem culpa e ao mesmo tempo aliviada, mas estando em meu poder decidir isso, acredito que não faria.

Ela teve muito caráter, seja como for. Agora ela pretende lançar um livro contando a sua história, que no final, podia ser a minha e a sua.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Lei da Palmada: pai é preso por desengasgar bebê.

Manchete de Ontem: Pai é preso por tentar desengasgar criança



Em 1989 a ONU sugeriu que os países que assinaram o Estatuto da Criança e do Adolescente, criassem leis contra os castigos físicos e palmadas usadas pelos pais para educação dos filhos.

Nos EUA essa lei já existe e por causa dela, o pai acima foi preso e está há 5 anos longe da família. Pois quando ainda era um bebê a filha engasgou e o pai tentou de tudo para faze-la respirar novamente: Sacudiu, colocou de cabeça pra baixo, bateu nas costas, enfiou o dedo na goela dela e UFA!! 
O pai herói salvou a menina.
Não, o pai bandido por bater em uma criança, foi preso!

É uma lei muito importante a Lei da Palmada.
Não queremos mais crianças sendo espancadas por pais alcoólatras ou desequilibrados, sendo amarradas no pé da cama, morando com verdadeiros monstros.

Chega de crianças complexadas, com problemas psicológicos, rebeldes fazendo chacinas.
Ok.

Mas será que a nossa justiça está realmente preparada pra julgar um caso assim?
Ou será mais um monte de inocentes presos e bandidos soltos?

Escutem por favor a opinião de quatro especialistas à favor e contra.
Eu comecei esse post há duas semanas atrás e ainda não consegui ter uma opinião formada pra concluir.


Até consigo imaginar o porque essa lei está no congresso há 9 anos. 
Não é realmente algo fácil de se levantar uma bandeira.
E você leitor, o que acha?

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Ensopado



Manchete de Ontem: Chef cozinha corpo da mulher

A gente tem uma mania de achar que essas coisas só acontecem no Brasil.
Que nos EUA isso não aconteceria.
Gente, louco é louco.
Não tem passaporte, nem classe social, nem sexo...

A mulher rica e brasileira matou o marido esquartejou e colocou em três malas para se livrar do corpo.

E nos EUA, o Chef de cozinha matou a esposa, cortou os pedaços e cozinhou vagarosamente por quatro dias. Desossou a carne e jogou fora junto com o lixo do restaurante onde trabalhava. Os ossos ele guardou de lembrança no porão da casa da mãe.

É não dá pra confiar na sogra mesmo.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Quando tudo não é o bastante

Eike Batista defende filho envolvido em acidente no Twitter
("Infelizmente aconteceu um acidente fatal. Porém, a imprudência não foi de Thor")
Polícia encerra inquérito sobre denúncia de estupro na UFES
(''Meu caçula é o meu companheiro do dia a dia, e agora está na cadeia por algo que pode nem ser verdade'')
Brasileiro condenado a morte na Indonésia sera executado em julho
("As mães deles – mulheres sofridas, esperançosas e guerreiras – estão em campanha pela liberdade dos “garotos”, como elas e parte da imprensa tratam os dois barbados. Depois de gastarem os tubos com eles, estão raspando os cofres para resgatá-los. ")

'Meu filho tem índole', afirma mãe de músico suspeito de estupro na Bahia
'Faço tudo por ele, não é possível', lamenta pai


Nem todo criminoso é "favelado".  Nem todo criminoso é órfão de pai e mãe. Quando um filho é acusado de um crome, a tendência é que os pais entrem em algo similar ao Modelo de Kübler-Ross, e seus estágios do luto: primeiro eles negam, em seguida sentem raiva (não do rebento, mas do mundo que o acusa). Por último tentam negociar (quando entram os advogados). A maioria para por aí, mas alguns ficam deprimidos, e um número menor alcança a tal aceitação.

Quando a criminalidade estava restrita aos "pobres", ninguém se importava em analisar suas causas: eles são pessoas sem instrução que vivem em meio às drogas e prostituição. No fundo era esse o pensamento da imaculada sociedade de classe média brasileira. 

Hoje eles alegam não entender porque tanta violência e se assustam com a escalada da criminalidade em todas as classes sociais. Sociólogos dizem que vivemos uma "crise de valores", religiosos dizem que "falta Deus" em nossas vidas. Eu acho que falta é educação familiar mesmo.

Enquanto no passado famílias apelavam até ao trabalho infantil para garantir a subsistência familiar, muitos dos pais modernos sentenciaram: "darei a meu filho tudo que não pude ter". Isso vai de colégios particulares  a coca-cola todos os dias, kinderovo de sobremesa, casa da barbie, video game e TV a cabo no quarto. Uma vida de privilégios, providenciada por pais que tiveram uma vida de privações: dois opostos. Soma-se a isso a distorção por vários pais do papel da escola na vida dos filhos: lá existem professores de português, matemática, história, e muitas outras coisas, mas não há professores de comportamento em sociedade. Isso ainda é tarefa para os pais.

Muitos filhos são acostumados, por toda a vida, a ter não apenas "do bom e do melhor", mas na hora que solicita. Porque assim evita-se a fadiga daquele menino dando birra, fazendo o pai passar vergonha. Esse pai se esquece que quando filho não envergonhava os seus progenitores, porque aprendeu respeito, e significado de palavras como "não", e frases como "não posso comprar isso para você hoje".  

Muitos filhos vivem hoje com a idéia de que o mundo é seu, suas vontades importam mais que qualquer outra coisa, e tudo o que quiser é garantidamente seu, e tem suas ferramentas para isso: quando criança, ele grita, dá verdadeiros chiliques e acessos de raiva, chora; quando adulto e incapaz de obter o que quer por meios legais, ele é capaz de roubar, violentar.

Então surgem os pais em negação, dizendo em defesa de si mesmos e da prole que lhes deram tudo, sem notar que tudo, de verdade, vai além da coca-cola, kinderovo, video game e carro zero quando se passa no vestibular. Tudo inclui ensinar a lidar com a privação, a respeitar o outro, entender que nem todas as suas vontades podem ser satisfeitas, que nem tudo é seu. 

Tudo, de verdade, inclui respeito, ética, empatia. 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Com as próprias mãos

Mais um idoso reage a assalto e acaba matando bandido no interior de São Paulo


Está aparecendo todos os dias nos jornais notícias de idosos que estão reagindo contra criminosos:

Primeiro, a velhinha que disparou tiros no bandido que invadiu sua casa.
Depois, o senhor que deu golpes de bengala quando foi surpreendido por um bandido que deu voz de assalto.
Agora, um senhor de 72 anos que não só se defendeu como retirou a arma do bandido e atirou contra ele.

A sociedade está cansada, caro colega.
Cansada de esperar que o governo faça alguma coisa em relação a nossa segurança.

É bonito isso tudo? Não! Tem gente por aí aplaudindo os velhinhos. Ok! Eu também achei ótimo, mas não é tempo de aplausos. E se nenhum dos três obtivessem êxito em sua tentativa de se proteger? Seriam mais três vidas que teriam ido embora! Alguém enxerga isso?

Alguém por favor está enxergando as campanhas de desarmamento da população mas continua vendo a polícia com agentes insuficientes para nos assegurar, incapacitados para nos proteger? Alguém por favor está notando que o governo está pegando o nosso dinheiro e rindo da nossa cara dentro de carros blindados, pouco se importando com a situação do povo brasileiro?

Agora me parece que é tempo de revidar. Principalmente contra os ladrões que usam ternos e gravatas. Que as urnas sejam como as armas dos velhinhos. Vamos revidar escolhendo melhor os nossos representantes nas próximas eleições. Ou alguém mais não consegue enxergar que o voto põe também em risco a nossa vida?

Sim, o discurso de "vamos escolher melhor nossos representantes" é batido. Infelizmente.


sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sobre o Mal e a (su)realidade


Sabe aqueles dias nos quais você vive encerrado em sua própria realidade, resolvendo seus problemas e mal tem tempo para ler com atenção as notícias? E quando consegue parar dá de cara com uma daquelas que parece ficção? Pois bem, foi mais ou menos o que aconteceu comigo ontem quando vi a notícia do trio (um homem e duas mulheres, que mantinham um triângulo amoroso) que mora em Garanhuns, cidade do Agreste pernambucano, acusados de matar pelo menos três mulheres (o número pode chegar a oito ou a mais do que isso), esquartejá-las e praticar atos de canibalismo e atentado à saúde pública (vender alimentos que continham carne humana). Eu próprio, há muitos anos já havia topado com um caso parecido (um cara que trabalhava no IML daqui retirava as vísceras dos mortos para fazer dobradinha), mas nada tão tétrico, mas absurdamente real quanto isso.
O caso, que conta com requintes de crueldade (afinal eles se dizem membros de uma seite mundial, antissemita e eugenista, mantinham em cárcere privado a filha de uma das vítimas, que foi obrigada a comer a carne da própria mãe, segundo a Polícia...), com registros minuciosos de como se dava a violência (e a perícia da Polícia simplesmente não recolheu, populares acharam na casa que foi incendiada e repassaram à Imprensa) e até já tinham uma desculpa na ponta da língua ao serem presos "Somos esquizofrênicos".
 Aí fatalmente nos perguntamos sobre o Mal, como ele age e o quanto ele assume formas das mais inesperadas e o quanto o ser humano se compraz em ser violento, destacando o prazer que sente em praticar atos cruéis.
Resta saber se eles, como psicopatas que são, fantasiaram acerca dessa seita de caráter mundial, que prega o controle populacional, matando mulheres com mais de dois filhos, entre outras sandices que foram escritas pelo homem do grupo, ou se isso tem lá seu fundo de verdade. Para tornar tudo ainda mais absurdo e tenebroso.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Tantos Galdinos



Aconteceu novamente. Causou espanto e revolta. Novamente. E novamente esfriará nas memórias do povo, da justiça, da discussão política e da educação, até que um novo atear de fogo venha esquentar a memória.

A lógica “saneante” de limpar os problemas das cidades, as mazelas da sociedade, povoa os dias, mesmo que não queiramos. Como resolver o problema da população de rua? Onde “esconder” os sem-teto que maculam o cenário turístico das metrópoles, quando se sabe que não há lugar para eles? Gestores resolvem com remoções. Violam o direito à cidade que cada indivíduo tem. Eles não ficam bonitos na praça, não cabem nos postais. São retirados e amontoados nas periferias, nas favelas, até que passe a alta estação e se espere da população nativa a aceitação de olhos fechados para aquilo que não quer ver.

Os olhos civis têm visto pela mesma lógica de limpeza do poder público. Com o diferencial da violência desinstitucionalizada, a agressão à vida, o apelo irracional, o ato que faz duvidar o pertencimento àquilo que se chama humanidade.

Outros Galdinos foram queimados. E são, cotidianamente, quando ignorados, invisibilizados, escondidos embaixo do tapete, de um banco de praça, de folhas de jornal: índios, moradores de rua, sem-teto, dependentes químicos, crianças de rua. Todos prestes à combustão diante dos olhos de uma sociedade que se nega a enxergar.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Ó quarta-feira ingrata


Muito longe de toda alegria e beleza das animadas festa de carnaval pelo Brasil, o saldo vergonhoso de violência é quase inversamente proporcional a tanta animação.

Felizmente, desta vez, essa palhaçada na apuração do resultado das escolas de samba de São Paulo, que só serviu para instalar o caos no Anhembi, que se tornou uma verdadeira praça de guerra, não ofuscou o brilho da Escola campeã, a Mocidade Alegre. Pelo menos isso!

(Nota: Meus sinceros agradecimentos a Rosenildo Canto, Telma Xavier e Flávio Nascimento. Sem eles essa postagem não seria possível)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ajudar não dói (?)


Lembro-me de que havia um desenho animado, chamado Eek, The Cat, no qual, em um dos episódios, o dito gato, vendo um amigo em apuros vai ajudá-lo. Questionado pela namoradinha que diz que poderia ser perigoso ele solta a frase "Ajudar não dói!". E se ferra.
Em uma sociedade em que o cooperativismo só presta, forçosamente, se der lucro, o virar o rosto premido por aquela velha crença de que "se não é problema meu, por que me preocupar?", atitudes solidárias frequentemente são chamadas de "loucuras", "falta do que fazer", etc., etc.
Não me refiro àquela solidariedade midiática, de sorriso envernizado e que parece dizer, com um sorriso falsamente tímido "ah, que não queria aparecer, mas já que é pra aparecer, né?". Não que toda solidariedade que ganha publicidade seja falsa ou puro marketing, longe de mim, é sabido de iniciativas louváveis, mas quantas atitudes silenciosas passam despercebidas (ou não) a nós?
Dessa forma, se alguém apoiar os desabrigados de Pinheirinho está ajudando criminosos que estão tirando vantagem da situação  gente oportunista que tem casas e estão ali de enxeridos, é um idealista de quinta categoria, bem como apoiar os estudantes contra o aumento das passagens do transporte público em Recife, Vitória ou Teresina é um desocupado de carteirinha.
O mais insólito disso tudo é ver o outro lado da moeda. As pessoas já não ajudam não ajudando e, não satisfeitas, estribadas na crença do "tudo é permitido e ninguém se importará" fazem coisas horrendas, pior, sempre em grupo, e, num país como o nosso, cientes da impunidade.
Já deixei de discutir na rua com gente que fura a fila, por exemplo. Um dia, sentindo-me tremendamente ofendido por ver um engraçadinho ter feito isso, reclamei, ao que o valentão puxou um estilete e disse que se eu estivesse muito incomodado, poderia tentar tirar da mão dele. Depois que deixei o rapaz ir embora no ônibus que chegara, ouvi das pessoas da fila que não ficaram "Pois é, a gente deveria reclamar mais, para evitar que gente assim se achasse" ao que eu perguntei "E por que não reclamaram AGORA, junto comigo?"
Pois é.
Essa certeza de que a sociedade deixa passar coisas tão "banais" é que faz com que criminosos pintem e bordem. Como no caso do Vítor Suarez, lá no Rio. Vendo um grupo de jovens (provavelmente do mesmo naipe dos filhinhos de papai que jogam ovos da sacada para atingir os transeuntes, atiram impropérios e spray de pimenta no rosto das prostitutas do calçadão e socam mendigos na rua - quando não tocam fogo neles) perturbando um morador de rua, ele foi defendê-lo e por pouco não morre, ficando com fraturas múltiplas na face. 
Por mais que um dos bandidos tenha se entregado à polícia, imagino a frustração do Vitor ao imaginar que sua tentativa de persuasão (algo que definitivamente não consta do vocabulário dos idiotas, entre tantas outras palavras) frente ao ato que não conseguiu evitar. Porque, por mais que a notícia ganhe repercursão, sempre haverá gente estúpida o suficiente para ter pena somente dele, não do mendigo. "Ora, vejam só, isso é que dá tentar defender vagabundo". Como se o "vagabundo", já bastante ferido em sua dignidade, não importa se ele fume crack, se resolveu morar na rua por opção, entre outras hipóteses, não fosse um ser humano, que necessita de amparo e de atenção. Imagino que esses jovens que ficam em grupo procurando crimes para cometer é nada menos do que a materialização do pensamento de uma parcela da população que depois de domesticar os mendigos com esmolas (afinal é somente isso que podemos dar, o Governo que faça o resto), sente-se ofendida com o contínuo peditório deles, (afinal o Governo não faz nada, então resta aqueles que nos dão esmolas) e, pela lógica (deles), extirpar "gente" assim do mundo é o ideal. Higienização necessária, como as rampas anti-mendigo de São Paulo, por exemplo.
Afinal a própria reação dessa parte da sociedade que só aceita caridade de televisão que esquece-se de que há maiores carentes (não são crianças rechonchudas, mas são tão desamparadas quanto) parece nos dizer "Nem tente ajudar. Ajudar dói."
E muito.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

E agora, São Tomé?

Essa postagem não tem links das manchetes-de-ontem. Ainda não consegui formar uma opinião sobre a importância de certos links, talvez pelo fato de alguns deles, aos quais me refiro, especificamente, terem me causado sensações nada boas, uma grande tristeza e aquela inevitável descrença no ser humano.

Não preciso ver para crer em tudo o que as pessoas são capazes. Mas o tal dito de São Tomé parece ter virado regra e as mídias sociais viraram a vitrine da desgraça, da carnificina exposta, um convite ao choque, um teste aos valores e tantas vezes um fermento para alguns instintos que até desconhecíamos. Têm colocado "no chinelo" os folhetins mais sensacionalistas e sangrentos. Aqueles programas policiais que tantos criticaram, agora acontecem o tempo todo, brotam de cliques de todos os lados.

Há duas semanas fiquei em choque após ver, mesmo que por pouquíssimo tempo, afinal vinha através de uma mensagem de "luto" propagada por alguns de meus ex-alunos, um vídeo de um acidente automobilístico bem perto de Fortaleza, onde um carro com 4 passageiros que vinha a 140km/h se chocou contra um poste e se dividiu em dois. Recuso-me a dar detalhes. Basta-me aquilo que não vou conseguir esquecer.

Na semana passada, a vez da brutalidade da enfermeira que espancou o yorkshire até a morte bem diante da filha de 2 anos. Mesmo me recusando ver, ao assistir uma matéria sobre a mulher na TV, várias cenas foram mostradas. Uma violência que em nada difere dos outros casos de babás que espancaram idosos ou crianças. Sempre uma estupidez diante de um ser indefeso. E lá estavam as câmeras a vigiar, registrar e mostrar para quem não acredita que isso seja possível. Enquanto do outro lado, os desejos de morte, e gifs de pitbulls raivosos para efetivar a "vingança popular".

É inegável que os registros têm o seu valor. Servem de provas. Mas o que me falta é estar convencida de que, além das autoridades, com poder de julgamento, alguém mais deva estar exposto a isso. O que isso nos causa além de choque, tristeza, desilusão e motivar mais ódio? No caso do vídeo do acidente, percebi essa discussão nos comentários do youtube. Alguns falando da violência das imagens, do desrespeito às famílias, da invasão, etc. Outros diziam que era a maneira mais eficaz de conscientizar, já que as campanhas não o faziam e a prova estava bem ali. Que aquilo, por mais doloroso que fosse, era um choque necessário e que muitas posturas seriam mudadas com as visualizações.
Enfim, esse é um texto sem opinião. Apenas chocado e lançado para as ponderações de vocês. É preciso ver para crer?

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Blitzkrieg


Há uma expressão aqui em Pernambuco usada para se referir àqueles homens teimosos, que agem como crianças caprichosas, sempre donas da razão e manhosas até quando fazem besteira. Chamamos de "meninos buchudos" (às vezes "meninos buchudos criados por vó", dependendo da gravidade do caso) esses rapazes que são petulantes, creem não dever dar satisfações às leis e às autoridades e vivem a vida a fazer bobagens na vã esperança de nunca serem repreendidos por conta delas. Obviamente que deve haver a cota de "meninas amarelas" (é o termo referente às meninas desse tipo), mas acho que no trânsito a irresponsabilidade parece ser um atributo masculino.
Acho sintomática essa atitude de menino buchudo quando (e acho que foi a Ana Laura quem postou algo do Facebook aludindo a isso) um monte deles lança perfil no Twitter para alertar os comparsas (só consigo imaginá-los assim) dos locais onde a PM faz blitze para combater álcool e direção. 
É a glorificação do "jeitinho brasileiro", e uma sutil apologia à violência que tá pouco se lixando para a vida, o direito dos outros e à lei. É como se dissesse em alto e bom som "Sim, e daí? A lei foi feita mesmo para ser descumprida! O que eu tenho a ver com os outros?".  
E, principalmente, achar que acidentes, daqueles graves só acontecem com os outros. É um pensamento que transforma - ainda que vestido com as cores do humor - o "amigo da vez" em "otário da vez", como se fosse incapaz e tremendamente incômodo (e praticamente impossível) alguém se divertir sem precisar do álcool.
Por mais que se faça propagandas das mais chocantes sobre a violência no trânsito, o mais complicado, para mim, é mudar a mentalidade "I'm the best, fuck the rest", que parece-me ser algo que passa de pai pra filho, principalmente, que pode ser percebida nas atitudes dos afoitos quando são pegos pela polícia e são expostos às câmeras de tevê. 

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Não tem glamour


O mau gosto para buscar os holofotes continua. De um lado, um salão canadense com a campanha "Look Good In All You Do" - algo como "fique bem em tudo o que você faz" - e de outro, um fotógrafo (que já se envolveu em polêmicas anteriormente) pega uma mocinha de um seriado famoso e faz fotos chocantes. As duas campanhas têm um 'tema' em comum: violência doméstica.

O fotógrafo Tyler Shields usou a atriz Heather Morris, do seriado Glee, como modelo para seu editorial nomeado "Até mesmo a Barbie se machuca" e nele a moça aparece com o olho roxo, remetendo, sim, a alguma pancada. O salão canadense Fluid mostra uma mulher também com olho roxo, mas um homem próximo com um colar , provavelmente para presenteá-la. A ideia de que ambas foram violentadas é gritante, uma das primeiras coisas que se pode pensar ao ver as fotos.

Mais uma vez, os produtores das campanhas alegaram que essa não era a intenção. E qual seria? O que queriam passar com essas imagens? Que sensação queriam causar? Pois eu fico muito incomodada e não consigo ver glamour ou graça alguma nisso. Se ali a moça está penteadinha, ganhando um colar de diamantes, a Maria no bairro aqui do lado está sofrendo realmente de violência doméstica e não tem ninguém pra levar um colarzinho de miçanga pra ela depois. Pior: Maria não vai aparecer na mídia, não tem ninguém por ela e tem medo de denunciar o que José faz com ela há tanto tempo. Ela não fica bonita em tudo o que faz, desculpa aí, pessoal do Fluid.
A dona do salão canadense reconhece a polêmica, a ousadia do anúncio,  mas acha que ele tem a intenção de colocar um olhar satírico (oi?) em situações da vida real, até para incentivar a conversação e o debate. Hum, sei... Já no caso das fotos com Heather Morris, o fotógrafo disse que as imagens serão leiloadas e toda renda será enviada a alguma instituição que cuida de mulheres vítimas de violência doméstica. Você daria um lance?

domingo, 24 de julho de 2011

Quem é bandido?


Eu não quero julgar o cara, porque imagino o arrependimento, e também porque seria hipocrisia minha  dizer que é um absurdo dirigir a 150km/hr porque já o fiz, ainda que não tenha sido em perímetro urbano.  Além disso, sempre me lembro de um colega de trabalho do meu primeiro emprego... Ele atropelou uma menininha chamada Laura, que morreu. Laura estava atravessando uma rodovia, após uma curva, e tinha apenas 11 anos.  Meu colega não foi indiciado, porque ele estava na velocidade permitida por lei, prestou socorro, e o acidente foi realmente uma fatalidade, não foi causado por uma imprudência dele. Apesar disso, ele não deixava de se sentir culpado, quando o conheci, haviam passado mais de 10 anos desde o acidente, e ele ainda imaginava como seria a vidada da menininha se o acidente não tivesse acontecido.

Mas não quero falar da consciência daqueles que se envolvem ou foram envolvidos em acidentes de transito, mas devanear  sobre a frase “Não sou bandido”. Se você for levar a intenção ao pé da letra, a intenção de ferir alguém, de lesar alguém, você poderia inocentar muitos bandidos, contudo, não se resume a isso.  Na verdade, está muito mais relacionado a não medir as consequências das próprias ações, de não avaliar o impacto de suas ações na vida de terceiros, ou, ainda fazendo tal análise, optar pelo que lhe convém.

O estelionatário muitas vezes não pensa em prejudicar pessoas, e sim em ganhar dinheiro fácil. O traficante não pensa em destruir a vida de jovens, mas sim em lucrar com a venda de drogas. Os políticos não pensam em deixar os pobres jogados às traças, mas sim em aumentar seu patrimônio. E ainda que a intenção não seja cruel, a consequência pode ser.

Enfim, há uma série de circunstâncias que levam alguém a infringir a lei,  a tirar a vida de alguém, a praticar um crime, havendo ou não intenção.  É fácil, pertencendo a uma classe favorecida, se sentir inocentado pela intenção. Quero ver inocentar os que roubaram porque estavam com fome, os que mataram porque assim foram ensinados desde que eram crianças, e todos os que se tornaram bandidos porque era a única forma de sobreviver. 

P.S.: Troquei de dia com a Laila Mirella, mas só essa semana. ;)

terça-feira, 19 de julho de 2011

Uma questão de comportamento



Eu nunca fui a uma parada gay. Isso ocorre porque concordo muito com Reinaldo Azevedo: hoje em dia as ONG's GLBTX(X = coloque aqui a letra que você quiser) represantam os homoafetivos e afins tanto quanto a CUT representa os trabalhadores. Minha opinião também não é nada lisongeira com relação às proeminentes lideranças religiosas que se firmam em nosso país - ou mesmo ao redor do mundo.

Ao longo dos anos, por tudo que vejo, em todos os meios, a conclusão a que chego é que praticamente toda militância é formada por um bando de fanfarrões, que aglutinam em torno de si uma massa desmiolada com a desculpa de defender uma causa, mas com o real intuito de advogar em causa própria, seja ela qual for - via de regra o auto-enriquecimento.

Isso não ocorre somente com os gays. Edir Macedo e Silas Malafaia são exemplos fortes do outro lado da corda: ambos se dizem defensores de Deus, mas saem por aí aliciando ignorantes enquanto fortalecem cada vez mais suas finanças e seu braço político. Em minha concepção, Deus não tem nada a ver com isso, nem com Myriam Rios, Anthony Garotinho, Leonardo Prudente e outro monte de corruptos  ou apenas idiotas que se dizem homens de Deus.

 Passei pela Paulista na noite que antecedeu a parada gay, e já vimos alguns cartazes de modelos sarados:  "Nem santo te protege"..  Ali no carro mesmo comentei com as pessoas o quanto achei aquilo tudo errado e desrespeitoso para com a fé alheia. Acredito que se alguém quer ser levado a sério e ser respeitado, deve primeiramente agir de maneira respeitosa, ética, correta. 

Essa briga estúpida entre religiosos e homossexuais nada faz por quem diz defender, seja a preservação da heterossexualidade (responsável pela entrega à adoção de dois recém-nascidos por semana em SP), e que conforme link acima já se encontra agredida pela ignorância alheia, seja da homossexualidade, que, sinceramente, muitas vezes não faz sua parte para ter respeito da sociedade mais conservadora.

Aí alguns dos desmiolados (aliciados pelos fanfarrões gays) bradam: "queremos que se lixem os conservadores!", sem notar que escandalizar o mundo não é, nunca foi, e jamais será o melhor caminho para se chegar a qualquer lugar diferente da berlinda.

Eu, individualmente, posso dizer seguramente que tenho minha sexualidade respeitada. No meu trabalho, na minha família, entre meus amigos, e isso inclui a maioria absoluta dos evangélicos que conheço - alguns deles bastante conservadores. Isso ocorre porque eu não afronto símbolos da religiosidade alheia, não ofendo, e sou civilizada. Lógico que também ocorre pela cabeça sadia de todas essas pessoas.

Já o conjunto, que me prejudica inclusive no que diz respeito aos meus direitos civis, enquanto continuar imerso na barbárie (e digo isso tanto dos favoráveis quanto dos contrários a qualquer causa), não irá muito além do que vemos hoje: insensatez fomentando a ignorância generalizada.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Marcha das Vagabundas.



Conheço pelo menos umas 5 mulheres que já se assustaram nas ruas da vida, voltando da faculdade ou da casa de alguma amiga, seja domingo, seja dia, seja noite. Estavam completamente vestidas, e isso não inibiu um tarado ou outro de se exibir, de correr atrás delas e tudo mais. A roupa não é segurança absoluta, isso é fato.

Contudo, polêmicas a parte, não podemos deixar o “oba oba” em torno do protesto nos faça achar que é recomendável andar por aí de espartilho e mini saia, em qualquer lugar aonde se vá...

É preciso ter cuidado quando se anda em lugares desertos, quando se vai a lugares estranhos, quando se está sozinha por aí... Toda aquela conversa que ouvimos das nossas mães, avós, e tias desde pequenas.

Afinal, se podemos diminuir as chances de um infortúnio, porque vamos aumentá-las?

Ainda que eu acredite que a roupa não é segurança, ainda que eu apóie a causa da “marcha das vagabundas” e ache um absurdo responsabilizar as vítimas pela violência sexual que sofrem...  Sou obrigada a repetir um dos ditados que mais ouvimos nas nossas vidinhas: “prevenir é melhor do que remediar”.

Bunda e peitos a mostra chamam a atenção masculina, mas não só do macho com o qual você quer acasalar, pense nisso! Sim, existem outras taras que atraem criminosos sexuais, mas esta é a mais tradicional, não custa tomar algum cuidado.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Desliguem os video games e os computadores e assistam Rede Record.

Atirador de Realengo  jogava games violentos
Opinião de Renato Bueno no Kotaku BR sobre o link acima
Jogos violentos ajudam a reduzir stress e depressão (inglês)

Recentemente foi lançada no twitter a tag #videogamemata, em resposta às insinuações que surgiram sobre jogos e comportamentos desajustados. Lembro de jogar Prince Of Persia (1989), apresentado por meu pai. Quando morria ou matava o vilão, aparecia sangue em 8bits, bem vermelhinho.

Call Of Duty - Black Ops se tornou a maior arrecadação em vendas da indústria do entretenimento, seguido pelo filme Avatar, que trata da invasão de um planeta bonitinho por humanos. Todo mundo no cinema torceu pela aniquilação dos humanos colonizadores.
Poucos livros conseguem ser tão violentos quanto o mais vendido do mundo, a Bíblia Sagrada: Deus brigou com um rei, e decidiu matar seu primogênito, o primogênito do padeiro do rei, e  do ferreiro, do cocheiro, do vizinho...

A violência é, de certa forma, inerente à natureza e história humana. Em minha concepção, sua presença de forma tão realista em jogos permite apenas que canalizemos as tendências homicidas que o meio  nos provoca em um ambiente virtual. Assim como as artes marciais.

Brinquei com vários jogos violentos ao longo de meus mais de 20 anos de convívio com games. Em casa, nunca me faltou educação, e presença dos pais. Não há televisão e video game desligados que segurem a falta de ensinamentos sobre ética, sobre retidão. Até hoje jogo todos os dias, tenho 26 anos, trabalho na mesma empresa fazem 7 anos, e dizem que sou uma pessoa criativa, inteligente, tranquila, bem humorada. Um amor de pessoa. :)

Meus filhos viram Kratos decepar a cabeça de Hélio, cortar as pernas de Hermes e furar os olhos de Poseidon em God Of War III. Quando peguei Modern Warfare 2, o mais novo, disse todo meloso: "posso zogar aquele zogo muuuito violento do peyteyxon teis?" - como lhe negar? Rapidamente tive que lhe apresentar a expressão "headshot" - o garoto tem uma mira ímpar. Ainda assim, ambos imitam miados e ronronados quando os abraçamos, beijamos e fazemos cafuné - e eles pedem por isso. Tratam muito bem seus colegas de escola e os cinco gatos de estimação, que não cansam de pegar no colo, esfregar no nariz e alisar. São crianças amorosas, doces, nunca tiram notas baixas, se esquivam de suas responsabilidades escolares ou faltam com o respeito em casa.

O video game para eles, assim como foi para mim e para qualquer pessoa normal, é um brinquedo.
A educação, a moral e a educação  vem de outro lugar.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Anormal assassino mata namorada da irmã.


Não faz muito tempo, em uma mesa de bar cheia de ex-colegas de faculdade, uma menina, que até então eu julgava esclarecida, despejou suas opiniões cheias de preconceito em cima da minha cerveja, enquanto se dizia uma pessoa livre dos mesmos... Han? Ela se considera normal (posso chamar de normal quem não tem preconceitos e de anormal quem tem?) por respeitar o seu amigo gay, mas na despedida do mesmo, em um bar gay, se referiu a todas as mulheres homossexuais presentes como “caminhãozinho” e achou que 90% delas estava encarando-a com segundas intenções, o que, para mim, é paranóia.

Se você se sente assediado por todos os homossexuais do teu sexo mas não se sente assediado por todos os heterossexuais do sexo oposto, você é preconceituoso e paranóico. Veja bem, a minha ex-colega não é a Angelina Jolie, nem a Megan Fox, trata-se de uma mulher bonita, mas da maneira mediana das mulheres normais, então, assim como a maioria dos homens não caem aos pés dela, também a maioria das mulheres não cairia. Supondo que ela fosse mesmo essa coca cola toda, claro que existem homossexuais mais atiradas, mas o mesmo acontece com os heterossexuais. Então, olha que bacana, falar não para uma cantada homossexual é igual a falar não para uma cantada heterossexual, não há mistérios! Ela não precisa fazer uma cena drama Queen por causa disso!

Outro dia, outra amiga (momento Scar: “estou cercada de idiotas!”) estava me dizendo que não confia em homossexuais quando estes dizem que fulano é gay, pois eles vêem homossexualidade em tudo. Oi? Oi? Oi? Isso não é um pouco generalista e preconceituoso? Colocar palavras na boca de todos os homossexuais? De minha parte, tenho me esforçado para não ter preconceito contra heterossexuais preconceituosos, porque ô racinha difícil para se levar uma conversa. Despejam aquele monte de opiniões indigestas, sem se importarem se você está comendo, bebendo ou dirigindo (nesse último caso me dá vontade de deixar o carro ser atingido por um caminhão no lado do passageiro).

Relacionamentos entre casais de sexo oposto já são difíceis sem a sociedade inteira torcer contra. Imagina correndo o risco de apanhar de um retardado preconceituoso desses que brotam pelas esquinas? Imagina correndo o risco de ser assassinada pelo irmão da namorada? Imagina, imagina, imagina....

É difícil enumerar todos os obstáculos que os preconceituosos impõem para a vida dos homossexuais, é difícil ter uma expectativa positiva de que um dia tudo isso vai acabar, é difícil abrir os jornais e ver que uma garota foi morta com apenas 16 anos porque estava namorando; sim, ela apenas estava namorando. A vítima era uma garota normal, que ainda acreditava em relacionamentos e por isso teve a coragem de engatar um namoro (é muito difícil namorar hoje em dia). O assassino é um garoto anormal, que não foi capaz de aceitar a irmã, mas teve coragem para matar a namorada dela. O cenário? Um mundo tosco, que ensina um jovem de 16 anos, nascido nos anos 90, que não tem problema matar, se for um homossexual, em pleno século XXI.

quinta-feira, 24 de março de 2011

O sujeito tem que reagir?


Eu sei, a vida é injusta, o mundo é cruel, nós vivemos presos enquanto os bandidos estão soltos, blá blá blá...

“A criminalidade toma conta da cidade”, já diria nosso antigo conhecido, Gabriel o Pensador, e agora, o que fazer? Devíamos cobrar as autoridades, não é mesmo?  Mas é complicado...

Dia desses, um conhecido viu dois caras carregando móveis a 1:00 da manhã, aí  resolveu cumprir seu papel de cidadão e ligou pra polícia:

A:- Dois indivíduos estão carregando móveis na rua, acho que roubaram uma casa.
Sr. Polícia: - Mas o senhor tem certeza de que não é mudança?
A: - Olha, eu não sei, mas acho que não.
Sr. Polícia: - É que os ladrões não costumam roubar a essa hora, o senhor poderia averiguar?
A: - tu, tu, tu...

O cidadão que precisa averiguar, afinal, ronda policial é só nome de programa de televisão.  Mas enfim, não é porque a polícia está com preguiça que o cidadão precisa perder o bom senso. O meu conhecido não seguiu a instrução do policial, e não foi verificar se era mudança ou furto, acho que foi a atitude mais adequada; melhor que isso seria anotar o nome do policial e fazer uma reclamação junto à secretaria de segurança pública, algo assim. De qualquer forma, não era ele quem estava sendo furtado, por isso foi mais fácil simplesmente deixar para lá.

O fato é que muitas pessoas são influenciadas pelos filmes, ou muito apegadas aos bens materiais, e tem essa mania de reagir a assaltos. Não sei se mania é a palavra correta, visto que muita gente tem a chance de reagir apenas uma vez, perdendo a vida, e também os bens materiais que planejava proteger. Tenho um tio de 65 anos que reagiu a um assalto, sobreviveu e não perdeu a sua Kombi, mas desde quando uma Kombi vale o risco? E  minha mãe perdeu uma prima, jovem, linda, jornalista, que reagiu a um assalto, no Rio de Janeiro, na década de 70, por conta dessa história, desde pequena fui ensinada a deixar levarem tudo, caso algum dia eu venha a passar por uma situação parecida.

É triste, é chato, a gente passa a vida trabalhando e blábláblá. Mas se você passa a vida juntando coisas e não vivendo, alguma coisa está errada com você. Talvez eu reagiria, se o assaltante quisesse levar uma amiga minha, isso sim é um bem precioso, que eu pretendo levar pela vida toda. Mas meu carro e meu notebook (acho que são as únicas coisas materiais que posso chamar de minhas) podem levar. As coisas não são mais importantes que todo o resto, e se você acha que são, você deveria ligar pro SAC da vida e perguntar se é possível levar alguma coisa quando se morre, porque se não for, é melhor você parar de investir em coisas e passar a investir em uma fonte da vida eterna, não?

Enfim, eu tive um professor de geografia que costumava dizer às pessoas inertes: “O sujeito tem que reagir! Reage, sujeito! Reage!”, mas eu gostaria de contrapô-lo, e dizer que, em caso de assalto, o sujeito não tem que reagir e não deve reagir.