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terça-feira, 8 de maio de 2012

O que te interessa?

Manchetes de Ontem: 

Hoje não comentarei de uma notícia em sí, mas da dinâmica do que é veiculado, seja na televisão, seja na internet. 

Talvez por otimismo e ingenuidade, geralmente eu atribuo o desinteresse do brasileiro mediano pela política ao fato de sermos uma democracia relativamente recente, e consequentemente imatura. No período da ditadura, a alienação política era até mesmo uma maneira de manter-se vivo e longe de problemas, e talvez ainda estamos em uma fase de transição.

Vejo, principalmente, o destaque dado à desgraça alheia, seja ela intencionalmente provocada ou acidental. De qualquer forma, notamos que a maioria da população cria dentro da mídia um nicho de mercado asqueroso: o do escárnio. Chegamos ao limite do mau gosto, a ponto de confundi-lo até mesmo com humor. 

Há anos eu desliguei minha TV, com o firme propósito de me manter distante de toda e qualquer programação veiculada através dela. Ultimamente, ando pensando se devo também desligar minhas redes sociais, ou mesmo meu computador, de uma forma geral. Afinal, abro o jornal para saber se há algo relevante acontecendo com o mundo, e quando não há a exploração desumana do estado de saúde do tal Pedro filho do Leonardo, o que a maioria dos portais de "notícia" me dão informações prolixas sobre o processo que a Caroline Dieckmann move contra um oportunista imoral, ou sobre a ferrari sem placa de Thor Batista, ou ainda sobre os degolados de Doverlândia. 

Enquanto isso, nem mesmo no rodapé, tem-se notícia das fotos de Cabral e Cavendish, porque para o público geral as tentativas de Dieckmann de reaver sua privacidade (e aproveitar-se da situação enquanto ela não o consegue) são mais relevantes que as relações suspeitas entre o governador do Rio de Janeiro e o emprenteiro que só naquele Estado abocanhou quase 1,5 bilhão em contratos públicos.

Notando tudo isso, um desânimo toma conta de mim, e percebo que, na verdade, não é por falta de se habituar à democracia, mas por uma pobreza de espírito incalculável que seguimos à deriva, vítimas de homens que brindam na Europa nosso interesse na indecência e desgraça alheia, quando nos falta olhar com um pouco mais de atenção o que realmente importa.


"It's a violent pornography Choking chicks and sodomy The kinda shit you get on your TV" - System Of a Down

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

E agora, São Tomé?

Essa postagem não tem links das manchetes-de-ontem. Ainda não consegui formar uma opinião sobre a importância de certos links, talvez pelo fato de alguns deles, aos quais me refiro, especificamente, terem me causado sensações nada boas, uma grande tristeza e aquela inevitável descrença no ser humano.

Não preciso ver para crer em tudo o que as pessoas são capazes. Mas o tal dito de São Tomé parece ter virado regra e as mídias sociais viraram a vitrine da desgraça, da carnificina exposta, um convite ao choque, um teste aos valores e tantas vezes um fermento para alguns instintos que até desconhecíamos. Têm colocado "no chinelo" os folhetins mais sensacionalistas e sangrentos. Aqueles programas policiais que tantos criticaram, agora acontecem o tempo todo, brotam de cliques de todos os lados.

Há duas semanas fiquei em choque após ver, mesmo que por pouquíssimo tempo, afinal vinha através de uma mensagem de "luto" propagada por alguns de meus ex-alunos, um vídeo de um acidente automobilístico bem perto de Fortaleza, onde um carro com 4 passageiros que vinha a 140km/h se chocou contra um poste e se dividiu em dois. Recuso-me a dar detalhes. Basta-me aquilo que não vou conseguir esquecer.

Na semana passada, a vez da brutalidade da enfermeira que espancou o yorkshire até a morte bem diante da filha de 2 anos. Mesmo me recusando ver, ao assistir uma matéria sobre a mulher na TV, várias cenas foram mostradas. Uma violência que em nada difere dos outros casos de babás que espancaram idosos ou crianças. Sempre uma estupidez diante de um ser indefeso. E lá estavam as câmeras a vigiar, registrar e mostrar para quem não acredita que isso seja possível. Enquanto do outro lado, os desejos de morte, e gifs de pitbulls raivosos para efetivar a "vingança popular".

É inegável que os registros têm o seu valor. Servem de provas. Mas o que me falta é estar convencida de que, além das autoridades, com poder de julgamento, alguém mais deva estar exposto a isso. O que isso nos causa além de choque, tristeza, desilusão e motivar mais ódio? No caso do vídeo do acidente, percebi essa discussão nos comentários do youtube. Alguns falando da violência das imagens, do desrespeito às famílias, da invasão, etc. Outros diziam que era a maneira mais eficaz de conscientizar, já que as campanhas não o faziam e a prova estava bem ali. Que aquilo, por mais doloroso que fosse, era um choque necessário e que muitas posturas seriam mudadas com as visualizações.
Enfim, esse é um texto sem opinião. Apenas chocado e lançado para as ponderações de vocês. É preciso ver para crer?

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Manchetes que me cansam...


Sinceramente, para onde estamos indo?

Não, não vou falar da limpeza dos ministérios brasileiros... nem vou falar da volta de Two and a half man com Ashton Kutcher estrelando... nem da USP, nem de nada dessas coisas. Eu vou falar de um tipo de notícia que está me cansando mais do que os eventos do fim do mundo (lançamento do evento foi dia 21 de maio deste ano, com a "pré-fest" em 11/11/11 e com o fim agora, na virada para 2012).

Vamos lá...

O homem é um ser muito desleixado: como se não bastasse sujar a Terra, envia seus lixos para o espaço. E depois o jornal vem trazendo notícias como essa, de que alguma coisa poderá cair na sua cabeça quando você estiver andando na rua. Alguma coisa que provavelmente custou milhões de dólares mas teve a sua finalidade frustrada por causa de algum erro ou algum fator imprevisível.

Francamente!

Temos milhares de pessoas passando fome e o homem está criando engenhocas para descobrir o que há além da Terra? Ora, que criasse vergonha na cara. Não ando muito interessada na origem do Sistema Solar, eu estou mais interessada em resolver os problemas daqui da Terra.

Uma missão para uma sonda visitar a maior lua de MARTE? E por que diabos não enviam o homem na nossa luazinha outra vez? Porque foi tudo uma mentira? Tem que ver isso aí. Não aguento mais ler isso no jornal. Não aguento essas sondas e toda essa fascinação (e gastos!) pelo que há fora da Terra... sendo que tem tanta coisa interessante para explorar aqui. Para consertar aqui.

Pode ser que hoje eu esteja naqueles dias de revolta com o mundo, tudo bem. Mas que há um cansaço extremo quando eu começo a ler que lixos algo vai cair sobre a Terra, ahhh isso há!

Pensem nisso. E coloquem seus capacetes ao sair de casa.


* Este é o primeiro post de uma série de posts que escreverei sobre notícias que me cansam...

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sustenta algo que seja útil para nós?


Lindo. Fico até emocionada quando leio algo a respeito. Tem gente pensando em algo, tem gente querendo fazer algo, diz aí se não é de se render e da os parabéns. Pequenas ideias que se tornam grandes, vão ganhando espaço, até virarem notícia, e não basta só virar notícia, tem que virar notícia na rede Globo. Isso, realmente, é legal. Não, eu não estou sendo sarcástica. Pareço? Sinto muito, mas nem sinto nada.

Ah, é que são nessas horas que eu fico me perguntando. Como pode? Como pode ter tanta gente pensando em algo produtivo, mas que no final não vai produzir nada? Tá, pode até produzir alguma coisa, mas em escala insignificante. Não é discurso de gente que não olha pelo lado positivo. Claro, é melhor pensar em sustentabilidade, a estar na esquina roubando, participando de arrastões, ou detonando com a própria vida usando uma droga, népria vida usando uma droga, npando de arrast em algo produtivo, mas que no final n? É bem melhor mesmo. Nisso, até podemos concordar.

Mas é que ao ler que a obra é rápida e limpa e que a quantidade de resíduos fica perto de zero é esbarrar em uma construção irônica e utópica.
Brasil, o país do futuro. Ops, futuro que é presente. Brasil, o país que cresce, em demasiada proporção, não tem suporte para viver de obra rápida e limpa. Quer uma verdade, amigão? A maior parte da população, que da um pontapé todos os dias para o crescimento do país, é a população menos favorecida. É ela quem pega e paga três conduções de ônibus para chegar ao trabalho. É ela quem compra fogão, geladeira em tantas vezes sem juros. Logo, é ela quem busca um tijolo aqui e outro ali aonde for mais em conta e constroi o seu puxadinho.
Daí, você acha mesmo que essa população vai ter acesso a sua ecologia? Daí, você acha mesmo que essa população vai ter tempo para entender qual é o melhor posicionamento de uma janela para uma melhor circulação de ar? E não é que essa população é incapaz não. Porque para construir um 'puxadinho', com uma vida sofrida - porque é assim que a maioria vive -, de pouca oportunidade, tem de ser ter muita capacidade. Ou nisso aí, nós não vamos poder concordar?

Seria bom se a Universidade Tecnológica fizesse algo para a população menos favorecida, já que o país do futuro que é presente, não faz nada.

Nada contra a sustentabilidade - menos ainda contra a Universidade Tecnológica -, mas em um país onde para sobreviver o sujeito não tem tempo e nem dinheiro para se portar de tecnologia 'sustentável', é preciso um sustento sustentável mais real e menos ilusório.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Escudo para a ignorância



E foi depois da Marcha para Jesus, da fala de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini (bispo da diocese de Guarulhos) sobre o estupro de mulheres e do discurso de Myrian Rios que equivocadamente relacionou pedofilia e homossexualidade, que parei para pensar no que estava acontecendo.

São três situações diferentes, que envolvem pessoas distintas, no entanto, há algumas características semelhantes e que muito me preocupam. A intenção desse texto não é “julgar” a orientação sexual ou religiosa de ninguém, deixemos esse assunto para outro dia, quem sabe. Quero apenas discutir ou levantar alguns pontos que me intrigam, como o discurso pautado na religiosidade velando preconceitos e ideias equivocadas. Até onde demonstrar e defender o que você acredita não ultrapassa aquela faixinha de respeito que não pode ultrapassar a liberdade de outro? Questiono.

No último dia 23 ocorreu a marcha para Jesus. Segundo os organizadores do evento essa teve como objetivo a difusão da paz, o amor, a solidariedade, o respeito, a tolerância. Bonito, né? Mas não foi isso que se viu, necessariamente. Além daqueles fieis que estavam ali claramente PARA Jesus, alguns resolveram falar sobre união homoafetiva (que muitos veem como anormalidade) e até maconha (devido à legalização da marcha da maconha). Curioso foi ver a fala de Silas Malafaia, que  atacou a decisão do STF de liberar as marchas do tipo no Brasil: "Amanhã se alguém quiser fazer uma marcha em favor da pedofilia, do crack ou da cocaína vai poder fazer. Nós, em nome de Deus, dizemos não". Olha o extremismo da pessoa, a figura pública e formadora de opinião transmitindo exageros aos seus seguidores.

Assim como Eliane Brum, eu sequer sabia que a Miryan Rios era deputada estadual do Rio de Janeiro e só vim saber depois desse bafafá todo, de verdade. Achei muito estranha a declaração dela, alegando que não contrataria uma pessoa devido à orientação sexual desta, uma vez que seus filhos poderiam ser vítimas de pedofilia. Myriam Rios utilizou tais ideias para argumentar contra a regulamentação da PEC 23. Depois de toda a repercussão, disse que foi mal interpretada e que não é de forma alguma preconceituosa. Ora, se não é intolerante, não discrimina, suponho que seja, no mínimo, muito mal informada. E a pergunta que eu faço: Quem votou em Myrian Rios?

Dom Luiz Gonzaga Bergonzini apresentou uma visão distorcida e apelativa em relação ao estupro, dando a entender que a mulher que sofre o abuso nem sempre é tão abusada assim. Tal discurso é pertinente a uma figura que exerce tamanha influência entre seus fiéis?

As três figuras públicas não estão proibidas de demonstrar o que pensam. Isso seria ir contra a liberdade de expressão e, como a maioria das pessoas sabe, isso é inconstitucional. Mas ao ver algumas essas “expressões de autoridade”  fica a impressão de que aquele que devia amar e provocar a união está servindo como  ponte para a expansão da intolerância e também da ignorância. Que coisa mais feia! Isso muito me entristece.

Em nome de Deus... Acho bonito isso dos outros falaram que em nome de Deus isso, em nome de Deus aquilo... "Deus não gosta de briga, deus não gosta que você tome manga com leite." Olha, não acho que as coisas funcionam assim. Myriam Rios foi uma das que se levantou para dizer que defendia aquilo que estava no Gênesis. A fé pode cegar. Mas esse discurso cristão segregacionista e pouco instrutivo me assusta.

Assusto-me principalmente com a exposição de ideias equivocadas e por vezes dotadas de preconceito, vindas de pessoas públicas que deveriam pregar a paz, aproveitar a notoriedade para informar e espalhar a tolerância. A deputada e as demais figuras religiosas podem dizer o que bem entendem, claro, é um direito. O problema está em expressar essas informações de maneira distorcida e o pior: muitos acreditarem e validarem esse tipo de discurso.

Usar a fé como escudo para disseminar informações tantas vezes inverossímeis deveria sim, ser proibido. Não tem a ver com o veto da expansão das crenças das pessoas, mas com o impedimento da expansão da ignorância.

Fica aqui minha sugestão: antes de subir em um palanque, em um púlpito, ou se colocar em frente às câmeras para dizer o que se pensa, seria interessante que não só eles, como tantos outros formadores de opinião se informassem, estudassem um pouco sobre aquilo que querem pregar e convencer, para o bem dos outros. É pedir demais?

E concordo sim, com o que Eliane Brum disse: “É preciso se despir da vaidade das certezas para alcançar a dor do outro – movimento imprescindível para o amor.”.





domingo, 12 de junho de 2011

Um amor, um banheiro público e um moedor de carne

Romântico presenteia a mulher com banheiro público



Joana achava estranha a mania de seu marido Oscar sempre lhe presentear exoticamente.

Quando Joana completou um ano de namoro com Oscar, ela comprou uma carteira e uma lingerie nova para presenteá-lo, Oscar lhe presenteou com um moedor de carne.

Quando Oscar completou um ano de casado com Joana, ele ganhou de Joana o livro: “E agora, como ser o pai?” e o resto do presente, cujo nome era Joca, Joana carregava ainda dentro da barriga. Oscar presenteou Joana com seu espermatozoide vencedor mais um porco-espinho com gravata azul.

Joana achava que o moedor de carne tinha sido o presente mais estranho que recebera na vida, até nascer seu filho que tinha a cara da querida sogra.

Joana estava com medo de completar o segundo ano de casado com Oscar, o próximo presente poderia ser fatal, o porco-espinho temeroso pela vida de sua querida dona não parava de exibir seus espinhos. Faltava então dois dias para o próximo presente...

Eis então que Joana pensou... Pensou... Pensou... E pensando bem ela percebeu que por mas que tivessem sido presentes estranhos, no final das contas ela arrumou uma utilidade de cão de guarda  para o porco-espinho e Joca a faz sorrir e amar o papel de pai exercido pelo seu presenteador terrorista.

E se pôs a pensar em um presente absurdo, que caso Oscar ousasse lhe presentear com tal, não caberia perdão:

- Ah, já sei, não perdoaria Oscar caso ele me presenteasse com um banheiro público. Onde já se viu isso? Caso isso aconteça já pensei em uma utilidade para o moedor de carne.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Sobre meu cansaço, sobre as notícias importantes e sobre as notícias irrelevantes.


Estamos tão tensos essa semana, né?
Aliás, esse ano...

Bin Laden morreu, um monte de crianças morreram em uma escola, Obama veio ao Brasil, as enchentes mataram e soterraram, o Japão veio abaixo, houve praticamente um desastre nuclear, a inflação está aí,  o príncipe casou, etc e tal.

E estou muito cansada de tudo isso, muito mesmo. Aí hoje abri o jornal (o site do jornal) e nada me interessou, nada mesmo, principalmente as notícias do topo, que já estão bem desgastadas. E "que poxa!", não tenho opiniões formadas, não quero formar opiniões. Acho que tudo não passa de um teatro, em que todos se sentem na obrigação de encenar um personagem entendido de todos os assuntos, de todas as tragédias, de todos os fatos. Quero um pouco de descanso.

Aí, pra descansar, nada melhor do que amenidades, meteorologia, notícias do reino animal/vegetal (exceto casos de extinção), aquilo que está em cartaz no cinema e as páginas de cultura, o que geralmente se encontra no fim da página...

Lá eu encontrei o desabafo do ex da Sandra Bullock, e foi pulando das amenidades para as  banalidades, que percebi que não consigo conter o ímpeto de interpretar o personagem das opiniões formadas, e o personagem discursa:

“Como assim trair é um modo de se sentir livre? Se sentir livre é não assumir um compromisso. Se sentir livre não inclui ‘aprisionar’ alguém, sob o pretexto de que você é prisioneiro também, quando na verdade você não é.”

Aí me lembrei que estou cansada de interpretar o personagem das opiniões, que não me interesso pela vida da Sandra Bullock e que, se não fosse o blog, talvez nem teria pensado em jornais no dia de hoje. Aí fiz o post e encerrei minha relação com os jornais, pelo menos até amanhã...