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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Mais uma de horror



Para quem ainda não está sabendo, o Estatuto do Nascituro define que: ” nascituro é o ser humano concebido, mas ainda não nascido”, incluindo os seres ”concebidos in vitro, mesmo antes da implantação no útero da mulher”, este projeto já foi aprovado pela Comissão de Seguridade Social e Família e agora estará sendo apreciado na Câmara dos Deputados no dia 07 de Novembro.

O projeto visa restringir o acesso das mulheres grávidas ao aborto em caso de estupro ou de risco a saúde, bem como a outros tratamentos de saúde, como por exemplo, uma simples cirurgia cardíaca. Não prioriza a mulher e criminalizará atitudes das gestantes que possam trazer supostos riscos para a integridade do embrião.

Traz como justificativa para o não abortamento em caso de estupro:

"Punir a criança com a morte por causa do estupro de seu pai é uma injustiça monstruosa. Mais monstruosa que o próprio estupro. Será justo que a mãe faça com o bebê o que nem o estuprador ousou fazer com ela: matá-la?"
(Sim, isso é nojento!)

Mais adiante no projeto, em seu art. 12 diz: É vedado ao Estado e aos particulares causar qualquer dano ao nascituro em razão de um ato delituoso cometido por algum de seus genitores.

Logo, caso seja aprovado o estatuto, a mulher não poderá abortar em nenhuma hipótese. Caso o nascituro seja fruto de um estupro, a mulher continuará com o dever de gerá-lo. O dispositivo legal que descriminaliza o aborto em caso de estupro será revogado. 
(Elas não terão direito de escolha!)

Com este estatuto aprovado a mulher ficará sem posse dos seus direitos humanos e reprodutivos, passará automaticamente a ser uma “incubadora” por uma decisão extremamente machista e agressiva... Sem ao menos ser levado em conta as altas taxas de mortalidade materna no Brasil que têm relação direta com a ilegalidade do aborto, nem os transtornos físicos e psicológicos e muito menos o risco para a vida dessas mulheres.

Por isso, vamos lá, precisamos inquietar esses infelizes que estão propondo esse abuso!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Eles nunca entendem...


Quando vi a primeira notícia sobre a Femen por estas paragens, vi logo que, para variar, o movimento das ucranianas seria visto como algo sensacionalista (para não dizer espalhafatoso) e figuraria quase sempre ao lado de notícias de fofocas ou das gostosas de carteirinha que batem ponto nos nossos grandes portais. Ainda que tenha visto uma entrevista delas há alguns dias no SporTV, na qual a presidente da organização explica a estrutura da sociedade ucraniana, tão ou mais opressora que a nossa em relação às mulheres, e por mais que tenha achado as palavras dela ótimas em suas colocações, é risível ver como o repórter da emissora, na edição, só tenha preocupado-se com a nudez delas.
Elas entendem que eles, os homens (vá lá, eu tenho de incluir-me a contragosto nesse rol), não entendem. A nudez é uma afronta aos homens, que permitem-se ficar sem camisa, mijar nas ruas, mas jamais podem admitir que uma mulher use a sua nudez para protestar. Afinal, é despropositado, quando elas poderiam estar engrossando o coro das desempregadas do Leste Europeu que se prostituem ou tornam-se atrizes pornôs. Afinal, elas compreendem que a Eurocopa (como a Copa do Mundo que acontecerá aqui) é um evento para poucos endinheirados - geralmente homens, claro - nos quais os aspectos culturais dos países visitados é algo dispensável. Por que eu iria visitar os campos de concentração de Auschwitz (a Eurocopa, pela terceira vez, será realizada em sedes duplas, neste caso Polônia e Ucrânia), ou os museus ucranianos que falam das atrocidades cometidas pelos nazistas em seu território durante a Segunda Guerra, quando posso estar ao lado de uma linda polonesa ou de um monte de jovens ucranianas que topariam tudo para ter uma graninha a mais? 
Segundo a presidente da Femen, as mulheres ucranianas são impelidas a casarem-se cedo, a não estudarem, a não terem uma carreira, para que sustentem a ideia do macho-provedor tão cara aos homens de lá. As que não se submetem isso têm de aceitar salários 30% menores do que os dos homens (parece um país que conhecemos, não?), sem contar as piadinhas e outros epítetos (vadia é um deles) lançados pelos caras de lá.
Elas entendem que os homens só compreendem o corpo feminino com um fetiche ambulante, e não duvido que elas escolheriam outro caminho (por mais livre que uma mulher seja, expor o corpo - e um corpo é só um corpo-, fugir da exposição a um monte de idiotas seria o ideal), mas quem iria prestar atenção a um monte de mulheres gritando vestidas? Se só há essa alternativa, que a usemos. 
O triste nisso tudo é que as ideias que elas passam acabam sendo deixadas para trás e o conceito de que muitos caras têm delas (até os "esclarecidos") é de apelonas, que aquilo é dispensável, etc etc etc. 
Eles nunca entendem... Até porque, no íntimo, estão mais preocupados em observar quem é que tem o rosto mais bonito, os seios mais durinhos... Perceber e topar a parada, sem preconceitos, é jogar fora todo o imaginário acerca do corpo feminino, algo que deve estar "disponível" apenas nos menus habituais, seja a cama, seja a revista masculina, seja na propaganda sensual ou no filme pornô. É complicado para um homem médio, que dirá os pequenos, imaginar aquele corpo como algo rigorosamente igual ao seu em seu estatuto de corpo. Por mais que seja diferente, é só um corpo, e a dona desse corpo tem o direito de fazer o que bem entender dele.
Não, eles nunca entenderão...

domingo, 12 de fevereiro de 2012

“Um problema de índole social” (?)




Bom, não sei se é do conhecimento de todos, mas dia 06 de fevereiro foi/é o Dia Internacional Contra a Mutilação Genital Feminina, mesmo sendo um assunto muito cruel, é uma luta ainda com poucos holofotes voltados para ela, mesmo com tantos dados significativos de muita violência, citarei alguns:

- Pesquisas contabilizam que cerca de 150 MILHÕES de mulheres e meninas (principalmente entre os dois e quinze anos de idade) foram submetidas à mutilação genital feminina em todo o mundo;

- Cerca de três MILHÕES de meninas se tornam vítimas dessa prática a cada ano;

- A mutilação tem como principais vítimas as mulheres do sul do Saara e de 28 países africanos. Embora essa prática seja também bastante comum nos países árabes, e na Europa e na América do Norte os imigrantes regressam para seus países de origem para mandar mutilar suas filhas;

- A mutilação genital feminina (MGF) pode tanto consistir na remoção total quanto parcial de partes dos órgãos sexuais femininos;

- A infibulação: consiste na costura dos lábios vaginais e do clitóris, deixando apenas uma pequena abertura para a urina e a menstruação;

- A excisão: extirpação do clitóris acompanhada da eliminação de parte ou de todo o lábio vaginal;

- Estas mutilações acarretam uma série de conseqüências físicas e psicológicas gravíssimas, tendo seu começo com o sofrimento e a dor da mutilação, depois com o processo de cicatrização, sem contar o risco de infecções por conta dos instrumentos rudimentares de corte utilizados que podem estar contaminados (hepatite B e C, HIV), podendo ocasionar também incontinência urinária, infertilidade, complicações durante o parto e em vários casos a morte.

E alguém vem e diz: Faz parte da cultura! Realmente faz parte... Só que as culturas não podem e nem devem violar elementares princípios de direitos humanos e da dignidade humana, direito à saúde, direito do livre desenvolvimento da personalidade, direito à integridade física e mental, direito a não discriminação, do direito à vida e do direito a não ser sujeito a tortura ou qualquer outro tipo de tratamento degradante... Concordo com um argumento que li que estes casos ficam parecendo muito mais com "violações e crimes do que com tradições culturais", não é?

Todo mundo quer ser respeitado dentro da sua cultura, só que isso não parece estar longe de ser apenas uma tradição diferente? "A ideia de respeito cultural não pode atropelar o direito humano, que é absoluto e inviolável". 

E o que fica escondido (não tanto) atrás da MGF? O machismo! 

Por isso, assim como o dia 8 de março é importante, o dia 6 de fevereiro também é uma data de luta importante e que deve ser lembrada, divulgada e discutida.  Ajudem a ligar mais holofotes!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Os discípulos de Magda


Não assisto CQC. Quando o programa começou, eu tentei, mas acabava optando por ver as partes mais interessantes no youtube. Depois esqueci que o programa existia, mas continuei acompanhando os carinhas no twitter, até que os tweets também perderam a graça. Mas não é sobre a minha relação com o programa e seus integrantes que quero falar, vamos em frente...

Me pergunto onde está a proposta de autenticidade do programa quando os dois integrantes mais polêmicos (ou seriam ignorantes?) manifestam suas opiniões preconceituosas, machistas, etc e tal. Afinal, desde quando a ignorância é autenticidade?

Pelo que me consta, é muito comum encontrar gente tosca e insensível por aí. Aliás, essas notícias que temos visto na internet, das big bobagens ditas por Danilo Gentili e Rafinha Bastos, mais me lembram o comportamento daqueles grupinhos adolescentes que infernizavam a vida dos amiguinhos na escola. Não me parece “humor irreverente”, só por ser “politicamente incorreto”, na verdade, me parece pateticamente desagradável.

Até onde sei, essas polêmicas não eram comuns no começo do programa, embora eu me lembre de algo envolvendo o Danilo Gentili e uma piada racista com macacos no meio.  Se eu gostasse, não deixaria de assistir o CQC por isso, mas fico refletindo sobre o que passa na mente dos dois jornalistas/comediantes/seres indefinidos em questão, e realmente não consigo imaginar que seja algo muito brilhante. Talvez seja desespero: "preciso twittar/falar algo engraçado, vai essa merda mesmo".

Nas últimas semanas sofremos um bombardeio de idiotices vindas dos "irreverentes" rapazes. Aparentemente, eles não amadurecem com o tempo, não aprendem a medir as palavras diante da repercussão das coisas que dizem e, para quem não acompanha o programa, parecem discípulos de Magda.

Olhando assim, de fora, de longe e de saco cheio, a única explicação que me ocorre, é que os dois já estão cheios de dinheiro e de popularidade, já são os reis da cocada preta, e se sentem livres pra falar qualquer asneira, sendo essa do mamaço uma ótima oportunidade para ser o fim da picada, mas duvido. Aparentemente não há bobagem que os façam parar, eles têm um repertório cheio delas, e nenhum bom senso pra decidirem parar.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Mamãe, eu quero!

Manchete de ontem: Em protesto, mães promovem "mamaço" em São Paulo

Um bando de exibida. Um monte de mal-amada querendo mostrar os peitos, isso sim. Acha que precisa sair de casa pra reinvindicar o direito de dar de mamar em público? É claro que o bebê precisa se alimentar – mas, veja, minha mulher amamentou dois filhos e sempre foi discreta. Nunca saiu de casa sem uma fraldinha pra preservar o corpo dela dos olhares dos outros. Tem até amiga que tirava o leite em casa e botava na mamadeira pra não ter que se exibir na rua. Eu disse pra minha esposa que não precisava, que era só procurar um reservado pra amamentar e, na pior das hipóteses, tapar bem com um pano pra não deixar ninguém ver.

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Direito de mostrar os peitos na rua... isso é coisa de mulher sem-vergonha, sabe? O que falta é um tanque de roupa suja pra essa mulherada ter o que fazer. Imagina a vergonha dos maridos delas? Se é que tem marido, esse tipo de mulher. Amamentar é um ato lindo, mas é preciso se preservar! Que falta de pudor!

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Essa moça que teve a foto censurada no Facebook é uma delícia, hein? Ah, se todas fossem como ela, devia ser obrigatório mamar em público. Duro é quando pobre barriguda resolve dar de mamar...

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Feminismo não é querer que a mulher esteja no comando. É querer não ser julgada ou assediada por amamentar em público. É não ter a beleza avaliada enquanto executa uma das funções mais básicas da maternidade. É ter o direito de escolher o que considera a melhor maneira para dar de mamar – com ou sem fralda cobrindo o seio, na praça de alimentação ou no banheiro do shopping.

Mas a gente chama esse machismo de moral e bons costumes e fica tudo certo.