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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A Confusão do Excesso

Manchete de Ontem: Geração desconcentrada


Falo por mim: às vezes faço várias coisas ao mesmo tempo, e nenhuma sai super bem-feita. Fui ter TV no meu quarto quando já tinha quase 30 anos, então antes disto eu sempre lia antes de dormir - hábito que mantenho até hoje, aleluia! Só que está muito fácil hoje em dia se perder no meio do caminho. É tanta distração acumulada que, sei lá, parece que no meio do processo já esquecemos até qual era a pergunta. Acontece com vocês também?


Não sou daquelas que tem calafrios se acaba a bateria do celular. Ok que levo um carregador na bolsa, mas se não tem também, beleza. Só que lido com pós-adolescentes na casa dos seus vinte e poucos anos. E vejo como eles lidam com esse excesso de informação disponível. Pela minha percepção, eles estão perdidos. Imagine eu então, que me confundo com o excesso. Mas enfim, ai eu te pergunto: você, quando começa a fazer algo sério no computador, não dá umas divagadas às vezes? Você não para o que está fazendo no meio para checar seu celular, twitter, facebook? Ou para ver os gols do seu time na TV? Você não interrompe n vezes sua vida para fazer algo prazeroso mas desnecessário? Eu faço isto, talvez mais do que deveria.



Quem lê meu blog (jabá e propaganda subliminar aqui) sabe que estou cansada. Vários anos batendo na mesma tecla e não recebendo nada que não seja NÃOS na cara, olha, cansa. E tenho percebido que minhas fugas e escapes do que é preciso ser feito tem aumentado em quantidade e tempo. Alguns não exercitam a fuga bebendo? Pois bem, eu durmo. E como. E fico na internet quando deveria fazer coisas sérias e úteis. Se não for para concordar comigo, me deixa quieta, já que isto é o melhor que posso fazer. Sério.



No fundo, espero que esta falta de concentração tenha benefícios ocultos. Ultimamente conto com o sobrenatural para seguir adiante. Aliás, vou ver agora se acho o número de alguma cigana que me traga o que quero em 7 dias. Porque 7 anos mais eu acho que não aguento. (E não, não falo de me trazer um amor. Grata.)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Do fogo no rabo à "derrocada da civilização"



Perdoem-me, antes de tudo, pelos termos presentes no título. É que, não sentindo necessariamente vergonha alheia da fila na porta da Apple (ou sentindo inconscientemente, vá saber), lembrei-me das palavras da minha avó materna. Observando o comportamento de pessoas que comumente chamamos de atacadas a véia sapecava, do alto de sua experiência de vida: "Quanto fogo no rabo!"
Nada mais certo, ainda que correndo o velho risco das generalizações.
Toda vez que se lança um novo produto da Apple, (com toda a sua mística alimentada por uma geração de paga-lanches [não falo do consumidor consciente, mas do idólatra cabuloso]), é essa mesma lenga-lenga. Um monte de gente ocupada, que arranja um jeito de se desocupar, vai pra fila no afã de ser mais um entre os primeiros que sacia o fetiche de possuir o equipamento da hora, ainda que sua aura de vanguarda dure não mais do que um ano. 
Beleza, é só mais um produto, entre tantos outros que escolhemos para consumir, neste mundo onde até onde o consumo é supostamente condenado (vide China e o seu "capitalismo comunista"). Até que se invente uma nova ordem econômica (acho difícil) que suplante o então vigente, isso acontecerá, é natural. Em um mundo no qual há tão poucas coisas que relembrem algo de verdadeiramente sagrado, as pessoas vão sacralizar o efêmero, o prático, o kitsch
E isso é da natureza humana. A vaidade humana e aquela atitude cricrizenta de dizer "eu tenho, tu não tens" é algo que se superlativiza numa sociedade altamente tecnologizada como a nossa. É a velha necessidade de dividir tudo em castas, e que nesse mundinho dos tecnologizados cria beicinhos infantis como aqueles causados pela vinculação do tal Instagram ao sistema Android. 
Na verdade essas pessoas que alimentam essa segregação, se formos chatinhos e chamar assim, sabem o quanto essas coisas não perduram e cedo ou tarde a tendência é a popularização. E popularização é uma palavra que soa como ofensa mortal às pessoas acostumadas a desfilarem como deusas frente à plebe, mas sabem que hoje isso não há mais lugar nos tempos de hoje. É necessário vender, a quem puder comprar. E priu.
Por isso que achei engraçado o competente Sakamoto dizer que a nossa civilização está em derrocada pelo consumo desvairado. Sempre consumimos porque sempre produzimos. Não será o consumo que porá a civilização na sarjeta cósmica do Universo. Com certeza seria dos motivos mais patéticos à uma humanidade pródiga em se matar por motivos tais quais, mas ainda não seria o motivo principal.
O consumo excessivo pode ser um sintoma de uma sociedade doente, que privilegia o material em detrimento de valores mais autênticos (parafraseando um filósofo húngaro), que acostuma-se à pressa e crê que em um mundo no qual as coisas correm céleres, outras coisas devem ser mantidas a ferro e a fogo. E aí que está o problema, não é a tecnologia - que decerto vende o tal "estilo" ao qual Sakamoto se refere (como o cigarro Free vendia na década de 90) -, mas somente a humanidade.
A derrocada virá da insistência das pessoas não admitirem que a cultura da informação seja um meio para esclarecer mentes, mas sim de petrificar pensamentos e de espalhar preconceitos como coisas legais para uma juventude despreparada. Isso sim é que me dá vergonha alheia.

terça-feira, 5 de junho de 2012

A obsolescência do canivete suiço e da privacidade

Manchete de Ontem: Por que o barômetro pode ser a nova carta na manga do Android
Gmail Man: Microsoft faz piada com e-mail do Google
Gmail Man
Telefones celulares: eles servem para tudo hoje em dia, mas quase nunca para fazer ligações. Estive observando a maioria dos usuários de smartphones num restaurante outro dia (eu estava sozinha com meu celular, e observava umas mesas ao lado) - Draw Something, Facebook, Canastra, Angry Birds, Bubble Blast, Notícias, Clima, Foursquare, Twitter, GPS... Você tem o mundo virtual na ponta dos seus dedos através de uma tela capacitiva.

Desejamos por séculos a obsolescência do canivete suíço, e sonhamos em ter seu conceito ampliado e aplicado  a quase todos os aspectos de nossas vidas: talvez só a palavra "dinheiro" fascine a maioria dos seres humanos mais que as palavras "multifuncional", "coringa", ou outra que as valha.



É uma grande facilidade, mas poderia ser uma gigantesca preocupação para os paranoicos das teorias conspiratórias corporativas: "Eu não confio no Google. Ele tem informações demais a meu respeito, e o Android só torna tudo isso pior", diriam os mais trágicos.


É ruim ou perigoso esse excesso de informações nas mãos de uma empresa? Uns dizem que sim, eu acredito um tanto que seja alarde, afinal, nós pedimos por isso. Queremos serviços consolidados, facilidades, realidade aumentada, simplicidade e complexidade harmonizados em nosso favor em um dispositivo único, ou no máximo em dois ou três, como um computador, um celular e um tablet.


Tenho um telefone  que uso para ler meus e-mails, checar e alimentar meu facebook, avisar a todo mundo onde estou via foursquare, transferir dinheiro ou pagar contas, fazer compras no Ebay e Amazon, enviar pagamentos pelo Paypal, descobrir endereços e referências de restaurantes, ou como voltar para minha casa depois de uma longa viagem. Me sinto confortável ao trocar de celular e não precisar informar ao novo telefone nada além de meu e-mail para que ele recupere todos esses dados.

O Google pode saber onde eu vivo, onde eu trabalho, por onde andei, quais meus relacionamentos pessoais e comerciais, que tipo de jogos e aplicações mais me interessam, qual minha agenda, minha propensão a consumo, e assim por diante. O Google pode ter zilhões de Petabytes em informações precisas sobre os 250 milhões de usuários de Android, e não satisfeito, pode usar esses milhões de usuários para construir o mais fantástico e preciso sistema de previsão do tempo já imaginado pelo homem.

O que fazer com nossa privacidade, essa tão subestimada por Mark Zuckerberg e outros tantos, inclusive o Gmail nosso de cada dia?

Bem, não se pode ter tudo nessa vida, certo?

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Holograma em turnê

Hoje o post é de uma convidada do blog, a Balbie Madeleine. Confiram outros textos dela no blog Escárnios diáfanos, idiossincrasia nebulosa.

Manchete de Ontem: Holograma do rapper Tupac Shakur pode fazer turnê.

Esqueça Tupac. Esqueça o rap. Imagine que você está assistindo ao festival de Coachella e, de repente, cantando com um cantor que você gosta, aparece um holograma de outro artista que você também gosta que morreu há quase dezesseis anos. Ao me imaginar nessa situação eu fiquei um pouco desconfortável.

A tecnologia pode ser um fator que causa desconforto em alguns, talvez por ter alguma relação com o medo de que o mundo seja dominado pela inteligência artificial das máquinas e coisas do tipo.

O arrepio na espinha por ver uma pessoa morta cantando e dançando em 3D também é um pouco assustador e por mais cético que você seja, é muito estranho ver uma animação muito real das performances de um “fantasma”. No meu caso, pensei em minha reação a ver alguém como Kurt Cobain numa performance no palco e acho que a sensação seria bem mais assustadora que agradável.

Mas ao refletir bem, concluí que o que me deixou mais incomodada com esse holograma, que pode até sair em turnê, não é nenhum dos motivos acima. Sempre tenho a sensação de que estamos vivendo na era das repetições. Hollywood exaure filmes com seus incansáveis remakes e sequências desnecessárias. Contam e recontam histórias, fazem reboot de franquias e as pessoas continuam comprando, acompanhando e prestigiando essa “criatividade” cíclica. A cultura pop de hoje é muito mais feita de coisas muito parecidas umas com as outras do que me recordo de qualquer época no passado. Música, TV, cinema: tudo parece muito mais “tudo igual” do que antes.

Parece que quando tudo ficou mais acessível, esse tudo está virando uma coisa só e, no mínimo, “ressuscitar” cantores mortos em shows seria uma concorrência desleal com tudo isso que existe por aí.

Não que não exista mais criatividade ou que as pessoas não sejam mais criativas. Existem milhões de coisas incríveis sendo inventadas e algumas são surpreendentes. O que acho que talvez esteja acontecendo é que as ideias novas estejam tendo muita dificuldade de entrar num mundo sufocado por essa repetição. É como querer plantar uma semente frágil num campo tomado por ervas daninhas que se fortificam a cada dia.

E eu adoro o passado. Sou extremamente saudosista por eras que nunca vivi. Escuto músicas antigas, leio livros antigos e assisto a filmes antigos. Mas acho que essa história do holograma incomoda muito porque talvez seja um sintoma de que esse loop de cultura está bizarro demais. E se um cadáver pode competir diretamente com artistas atuais e talvez até ganhar, algum problema existe.  

sexta-feira, 23 de março de 2012

Você e seu uniforme inteligente.

Já tem um tempo que falar de educação no Brasil me cansa. Assim, como falar de copa do mundo, saúde, igualdade, política. Tudo? Não, não sejamos pessimistas. Até porque os debates são demasiadamente importantes. Crescemos com eles, né verdade?
Mas a realidade da educação é dura, companheiros. E me sinto a vontade para falar desse assunto, visto que sou estudante de licenciatura e o que eu mais escuto e vejo são absurdos.
Agora tem mais esse absurdo escancarado: estudantes usam uniformes inteligentes. Sério, tenho tanta preguiça de ler coisas do tipo.
O Governo manda computador, mas não manda técnico para ajudar com a instalação ou alguém que fique por conta de auxiliar os alunos. A escola tem laboratório, mas fecha as portas do mesmo e os alunos não tem oportunidade de ter uma aula diferente. Os alunos usam uniforme inteligente, porque é mais importante eles estarem na escola, de qualquer forma, que estarem por vontade própria e apreenderem os saberes.
Enquanto estamos preocupados em manter os alunos nas escolas, a coréia do sul ensina aos alunos que estudar é importante e, de tal modo, os alunos não se sentem obrigados e frequentam às escolas. Para quem não sabe, no dia da principal prova – que parece um enem – o governo sul coreano fecha todos os aeroportos para não atrapalharem os alunos a se concentrar, os comércios abrem mais tarde para que não exista trânsito e os alunos mais novos ficam nas portas dos locais de prova para incetivar os mais velhos. Claro, não vou tirar com a cara de ninguém. São realidades diferentes. Mas se não comerçamos a ensinar as pequenas crianças a importância do estudo, o sistema continuará investindo em bobagens e não em utilidades.
Acho que já passou de hora de sermos. Porque, até agora, eu só vi a reprodução de. Não a construção para e com. E eu só me pergunto: Para onde estamos indo? E espero que não seja para o mundo do aquecimento global profetizado pela mídia. Porque se nós não sabemos nem se vai chover, como é que vamos prever o aquecimento de mundo para os próximos anos? Vamos lá, ajudem-me. Eu não quero perder a pouca fé que eu tenho.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Crise de identidade

Hackers vazam documentos da Marinha e atacam polícia nos EUA

Há muito já se sabe que basta cortar a cabeça de um líder para que um movimento se dissolva. Bem, e quando não há uma cabeça? O grupo Anonymous, que já é de conhecimento público, são pessoas insatisfeitas que não tem apenas uma ideologia ou um objetivo.

A reportagem de hoje relata que Anonymous vaza documentos da marinha americana e impede o funcionamento de instituições bancárias brasileiras.

Acho estranho a forma como a mídia de manipulação, ou seja, a televisão, jornais e etc, concebe a imagem deste grupo. Fala-se em vítimas (marinha e bancos) sendo que quem morreram foram 24 iraquianos em ataques da marinha. Ou seja, é um crime sabermos o que se passa em nossas costas? Sem falar nas instituições bancárias, responsáveis pela crise que vivemos hoje.

Bem, desta forma, há de ser perigoso termos uma ferramenta de livre informação não acham? Pode-nos clarear a ignorância.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Questão de prioridade

Manchete de "Ontem": MEC quer tablets nas escolas, mas programa anterior que entregou laptops chegou a menos de 2% dos alunos
Laptops ficam guardados sem uso em escola de Brasília por falta de infraestrutura


A notícia não é necessariamente de ontem, mas vale ser discutida. Em um país no qual muitas escolas lidam com depredação, falta de livros, bibliotecas, professores com salários miseráveis e carga horária sufocante, surge a ideia de dar tablets para os alunos. Tão eficiente quanto o tal programa Um Computador por Aluno, também desenvolvido pelo governo.

Quando vejo esse tipo de notícia lembro de mim e da escola na qual estudava. Tinha uma biblioteca, mas no horário de aula não havia tempo para visitá-la e não podia levar os livros pra casa, era só para enfeite. O mesmo acontecia com o laboratório de informática que vivia trancado com correntes e cadeados, nunca entrei lá, aliás. Sei que essa situação também acontecia  na escola do meu irmão e acredito não ser muito diferente em várias partes do país.

Não sou contra utilizar a tecnologia para aprimorar o aprendizado, mas nesse caso é questão de prioridade. Há muito mais a ser feito, as escolas precisam de dinheiro para resolver outros problemas bem mais sérios do que doar tablets ou netbooks aos alunos. Está tudo errado.  

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Quando é que vocês dormem?

Atualização de aplicativo da Apple permite ler livros no escuro.

Ô gente, quando é que vocês dormem? Assim, com tanta tecnologia, com tanta coisa pra ver, com tanta gente pra ser vista, quando é que sobra tempo pra ficar em silêncio, só consigo mesmo? É tecnologia pra mais de metro e estamos a léguas de distância daquela paz gostosa que antes existia no final da noite: tomar um banho, colocar o pijaminha, desligar as luzes e dormir.  

Hoje fulano chega em casa já a mil, engole o jantar e corre pra frente do pc, por que ainda tem muita coisa pra dar conta. Tem que se inteirar de tudo o que seus 521 amigos do facebook fazem. Tem que ver o que estão falando no twitter. Depois tem que assistir alguma das 37 séries que o povo tá falando. Só aí desliga tudo, mas ainda dá uma última conferida no email pelo celular. Agora sim, desliga a luz.

Opa, ainda não. Agora, bora ler um livro aqui no escuro, com meu app daora que me permite ler no escuro. Gente? Quando é que vocês dormem?

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Steve Jobs e a hipocrisia no Vale do Silício

Obs: Esse post foi escrito antes da renúncia de Steve Jobs ao cargo de CEO da Apple. 
Samsung usa filme '2001' como prova contra as patentes da Apple

É bastante público que não sou uma “Apple Lover”. Especialmente se tratando de telefonia, credito o sucesso da Apple unicamente à completa incompetência da concorrência - aparentemente superada pela Samsung, o que justifica toda a preocupação do mais choroso barão da informática com essa marca.
Tenho um iPod porque é o único produto da marca de fato insubstituível - não encontro outro dispositivo portátil com qualidade de áudio semelhante onde caiba tanta música. Ainda assim, como já "tuitei" algumas vezes, toda vez que preciso usar o iTunes para sincronizar meu iPod, desejo ao Steve Jobs uma morte lenta e dolorosa, preferencialmente engasgado com uma maçã. No meu carro uso um HD, porque prefiro dispositivos compatíveis com as revolucionárias e vanguardistas funcionalidades Ctrl+C, Ctrl+V.

Minha teoria diz que toda a paranoia da Apple com relação a direitos autorais (o iTunes e suas complicações são fruto disso), não vem do notório suposto golpe do plágio aplicado por Bill Gates. Naquela situação, o criador também não era Jobs, e  sua irritação e frustração se deu porque, embora ele houvesse copiado primeiro, a Microsoft concluiu sua "versão" mais rápido, chegando ao mercado antes. As raízes são mais profundas, e preocupação vem justamente da facilidade que a Apple sempre teve em copiar as ideias alheias sem que ninguém reclamasse disso.

"2001: Uma Odisseia no Espaço" é um clássico, uma referência. Steve Jobs, com sua pose de grande gênio do consumismo elitista, pseudo-portal do mundo nerd para o universo cool, não pode se dar ao luxo de dizer que não viu, que seus projetistas não viram, que seus desenvolvedores não assistiram. Ainda que não houvesse o filme de Kubrick, curiosamente em Star Trek existe um "dispositivo fino, de tela plana, bordas finas", etc e tal, que se chama... adivinhem? Pad! É muita cara de pau copiar os outros, patentear a cópia, e depois ainda mover um processo por violação dessa patente. Tudo na base da filosofia de vida do "Vai que cola".

A propósito, poucas ideias são tão pouco originais quanto o ícone da maçã mordida. A tentação foi representada pela primeira vez desta forma milênios atrás, no Antigo Testamento, e reutilizada inúmeras vezes no universo artístico (Branca de Neve que o diga). Além do mais, chamar uma empresa de "Maçã", e ter um computador chamado Macintosh , é como ter uma empresa chamada Limão, e um computador chamado Taiti ou Galego. Completamente redundante e desoriginal.

Aparentemente, para o sr. Jobs, se ele é o primeiro a copiar a ideia de alguém e tornar sua execução viável, ela se torna automaticamente sua propriedade. O que novamente ele tenta proteger, é a prerrogativa de fazer uso dos conceitos apresentados por terceiros e "criar" produtos descolados. Vale tudo para eliminar a concorrência e atravancar o mercado, inclusive patentear ideias alheias, bloquear dispositivos contra aplicações de terceiros, e outras inúmeras práticas questionáveis do "senhor tentação".

Nao apenas Jobs, mas todos os magnatas da tecnologia deveriam assimilar que, na verdade, os gadgets e caminhos do futuro pertencem ao mundo das artes, e suas empresas nada mais são que executoras de idéias alheias, não importa quão complexa seja essa execução.

Quem inventou a vídeo-conferência, vídeo-chamada? O cinema! Quem inventou os trens de alta velocidade? Os desenhistas do início do século passado, com suas cidades até então futuristas. Quem inventou as naves espaciais, a nanotecnologia e suas aplicações (inclusive militares), transplante de órgãos e tecidos, controle de dispositivos através de movimentos, monitores translúcidos, televisores e projetores tridimensionais?

Essas coisas não foram concebidas por engenheiros nerds vivendo na Califórnia. Praticamente tudo vem da literatura, do cinema, e recentemente dos video games. É desses segmentos, onde tudo é possível, que surgem os conceitos dos produtos, que se desenvolvem apenas se alguém do departamento de marketing de uma empresa de tecnologia considerar que tal coisa pode ser consumida por alguém, seja um indivíduo ou um governo.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sustenta algo que seja útil para nós?


Lindo. Fico até emocionada quando leio algo a respeito. Tem gente pensando em algo, tem gente querendo fazer algo, diz aí se não é de se render e da os parabéns. Pequenas ideias que se tornam grandes, vão ganhando espaço, até virarem notícia, e não basta só virar notícia, tem que virar notícia na rede Globo. Isso, realmente, é legal. Não, eu não estou sendo sarcástica. Pareço? Sinto muito, mas nem sinto nada.

Ah, é que são nessas horas que eu fico me perguntando. Como pode? Como pode ter tanta gente pensando em algo produtivo, mas que no final não vai produzir nada? Tá, pode até produzir alguma coisa, mas em escala insignificante. Não é discurso de gente que não olha pelo lado positivo. Claro, é melhor pensar em sustentabilidade, a estar na esquina roubando, participando de arrastões, ou detonando com a própria vida usando uma droga, népria vida usando uma droga, npando de arrast em algo produtivo, mas que no final n? É bem melhor mesmo. Nisso, até podemos concordar.

Mas é que ao ler que a obra é rápida e limpa e que a quantidade de resíduos fica perto de zero é esbarrar em uma construção irônica e utópica.
Brasil, o país do futuro. Ops, futuro que é presente. Brasil, o país que cresce, em demasiada proporção, não tem suporte para viver de obra rápida e limpa. Quer uma verdade, amigão? A maior parte da população, que da um pontapé todos os dias para o crescimento do país, é a população menos favorecida. É ela quem pega e paga três conduções de ônibus para chegar ao trabalho. É ela quem compra fogão, geladeira em tantas vezes sem juros. Logo, é ela quem busca um tijolo aqui e outro ali aonde for mais em conta e constroi o seu puxadinho.
Daí, você acha mesmo que essa população vai ter acesso a sua ecologia? Daí, você acha mesmo que essa população vai ter tempo para entender qual é o melhor posicionamento de uma janela para uma melhor circulação de ar? E não é que essa população é incapaz não. Porque para construir um 'puxadinho', com uma vida sofrida - porque é assim que a maioria vive -, de pouca oportunidade, tem de ser ter muita capacidade. Ou nisso aí, nós não vamos poder concordar?

Seria bom se a Universidade Tecnológica fizesse algo para a população menos favorecida, já que o país do futuro que é presente, não faz nada.

Nada contra a sustentabilidade - menos ainda contra a Universidade Tecnológica -, mas em um país onde para sobreviver o sujeito não tem tempo e nem dinheiro para se portar de tecnologia 'sustentável', é preciso um sustento sustentável mais real e menos ilusório.

sábado, 4 de junho de 2011

Hey apple! Um rim!

Chinês vende um rim para comprar o iPad 2

Jovem chinês de 17 anos vende um rim para comprar um ipad2. Segundo ele, sua "brilhante" idéia surgiu após ver um anúncio na internet, tendo em vista que esta é uma prática frequente na china em relação à sua relevância e ao que se espera ingenuamente de um país desenvolvido. Seu argumento é de que não havia dinheiro. Bem, havia um rim sobrando, nada mal não é?

Vendeu um rim para comprar um ipad2. Qualquer um poderia chamá-lo de louco irresponsável. Mas não o enxergo como um caso isolado. Não estou tentando absolvê-lo da culpa e responsabilidade ao afirmar que os valores estão doentes. Sem se apegar a moralidades, não me refiro ao que é bom ou não, mas no mínimo que se fundamente! Ou seja, a cultura do "gozar a qualquer preço" nos coloca em situações de risco.

O que acontece é que estamos anestesiados para a ruptura dos corpos que for necessária para nos fazermos sujeitos dentro do tecido que nos dobra e, desta forma, buscando o refúgio do mal-estar, criando idealizações fantásticas, que só reforçam o próprio apelo.

E mais uma coisa: que hospital aluga o departamento de urologia e não sabe o que se passa la dentro?

terça-feira, 29 de março de 2011

Alguns questionamentos, nenhuma afirmação


Em pleno século XXI não é bizarro ler coisas como o trecho abaixo?

"Algum dia, num futuro próximo, quando defensores da democracia tiverem seus celulares confiscados pela polícia, eles poderão apertar o 'botão de pânico' (...)".
[o restante do texto está no link acima]

Em um "futuro próximo", fatos como fascismos e ditaduras não deveriam ser coisa do passado?

Ou, ao contrário, o futuro será cada vez mais orwelliano?

Devemos acreditar que essa preocupação do governo norte-americano com países/nações/culturas não-democráticos é isenta de interesses próprios?

Esses dados serão mesmo apagados?

Esse post não está paranoico (não consigo me acostumar com a ausência de certos acentos depois do acordo ortográfico...) demais?

segunda-feira, 7 de março de 2011

A tecnologia e nós

fonte: http://migre.me/40odT

A chamada desta notícia ("Acervo de Gilberto Freyre é digitalizado") chama atenção para o assunto que já é "natural" para nós: a digitalização de tudo, quase tudo. A necessidade ou não de ter acesso, com toda facilidade, a materiais dos mais diferentes tipos e fontes. Mas ao começar a ler, o que me chamou mais atenção foram estas linhas:
O escritor e antropólogo Gilberto Freyre (1900-1987) era um homem de pouco traquejo com a tecnologia. Só escrevia textos à mão, nunca aprendeu a datilografar e nem sequer manejava um telefone. Pelo que se tem registro, jamais usou uma câmera fotográfica.
Gostaria de pensar-escrever sobre isso: a nossa relação com a tecnologia, suas perdas e ganhos. Deixo bem claro que não quero convencer ninguém de nada, ou pender para um dos lados - afinal, se não fosse pela internet e o computador (acho que o movimento das minhas mãos também conta em algo), eu não estaria, em primeiro lugar, dividindo aqui estes devaneios.

Claro que Freyre morreu em 1987 e, creio, não teve nem idéia do que viria a ser um celular ou um PC. Mas o fato de não ter aprendido a datilografar ou usar o telefone - ou seja, lidar com utensílios de sua própria época - agrega à sua personalidade algo de curioso. Talvez ele simplesmente decidiu não "depender" (palavra perigosa) destes objetos, pois dizer que ele tinha dificuldade de datilografar, telefonar ou fotografar seria quase uma ofensa ao escritor de Casa Grande & Senzala e, havendo a dificuldade, por que escondê-la? Hoje sinto que todos são obrigados a se adaptarem a tudo que aparece - não somente a adaptação é requerida, mas somos obrigados a gostar de tudo e crer que tudo é extremamente útil em nossas vidas. Pelo amor de deus, eu posso morrer sem ter nunca tocado num tablet. Ok, estou discorrendo.

Acredito também que, por causa dessa tendência a idolatrar tudo que é "tecnológico e moderno" (?), as antiguidades (se já podemos nomeá-las assim) vão ganhando um certo ar de sofisticação, por contraditório que pareça. Conheço muitas pessoas que odeiam os efeitos especiais do cinema de hoje e são apaixonados por filmes de produção barata dos anos vinte - isso só pra citar um exemplo de milhares. Gadgets de iPhone que imitam o efeito envelhecido de fotos antigas. Toca-discos com entrada USB. É um esforço danado para tentar resgatar uma simplicidade que não alcançamos mais, e é isso que admiro na não-necessidade ou na pouca necessidade de tecnologia: a simplicidade. O caso de Gilberto Freyre é um caso à parte (imagino-o cansando o punho de tanto escrever), mas sua relação "instável" com a tecnologia não o impediu de lançar livros e colecionar muitas fotografias.

Com certeza é difícil abrir mão de toda a praticidade que a tecnologia nos traz hoje, mas tente, faça essa experiência: use um celular para receber e fazer ligações. Ligue a televisão para assistir a um só programa, aquele que você gosta. Tire fotos com uma máquina fotográfica. Parece que estou falando besteira, mas quem ainda usa um objeto pensando em sua real função? Ou melhor, quem ainda pensa antes de usar um objeto ou antes de usar a internet: é este o único modo de fazer o que quero e gosto de fazer?