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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Domínio Público: As vantagens de envelhecer


Bons dias!

Não sei que estranhos caminhos me levaram a esse assunto, mas tenho me interessado por mistérios envolvendo obras de arte - sendo estas telas, manuscritos, ou coisa que o valha. Da última vez falei sobre uma nova Mona Lisa encontrada, agora faço um breve comentário sobre uma publicação de um conto infantil, "Os Gatos de Copenhague" de James Joyce, narrado por carta a seu sobrinho, publicação esta que não contentou muito os supostos "donos" do texto original. Que seria o mundo das artes sem algo de polêmica, desentendimento e até um pouco de sangue? E a deliciosa insanidade, também. Juro para você, caro leitor, que não consigo imaginar, neste mundo, maior possibilidade da união entre insanidade e prazer lúdico na leitura de um conto infantil de Joyce. A impressão que tenho é que seria um Lewis Carroll sem... Sem medo, digamos.

Ora, a defesa da editora que o publicou ("em uma edição limitada de luxo que inclui ilustrações" - deu até vontade de comprar) é de que desde o dia 1º de janeiro de 2012 os textos de Joyce "são de domínio público". Ou seja, preparem-se. Não só mais desentendimentos são possíveis como a felicidade dos fãs de Joyce está assegurada para este ano - novas edições, novas traduções, e quiçá novas polêmicas.

Boas noites.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Uma nova Mona Lisa

Museu do Prado anuncia descoberta de cópia da "Mona Lisa"

Bons dias!
É estranho sentar-se ao computador, dar uma fuçada no facebook nosso de cada dia, checar o e-mail com os mesmos spams, e, sem esperar nada demais, entrar num site de notícias... e deparar-se com esta manchete. Pelo menos, para mim, é muito estranho. Parece que perdemos um pouco a referência, a noção de realidade. Uma outra Mona Lisa?

O que acho fantástico na arte é tentar identificar quais fatores transformaram um quadrinho (um quadrinho, mesmo, a tela original é bem pequena) com uma pintura de uma - supostamente - mulher em algo tão surreal. Tão cheio de valor, mistério, história... E ao mesmo tempo, nada.

Digo "nada" pois as imagens acima podem representar nada, se assim quisermos. A interpretação que fazemos de uma pintura, uma música ou um filme sempre será algo muito bizarro pra mim. O que acho curioso, apesar de tudo, é que o olhar de serenidade da primeira é transformado em total sarcasmo na segunda, reforçando todos os traços provocativos que poderíamos achar na pintura original.

Não faço ideia se foi proposital a descoberta da segunda pintura apenas agora, depois de décadas "esquecida" (como uma cópia da Mona Lisa pode ficar esquecida por anos em um sótão?). Não sei a intenção do pintor (possivelmente Salai, amante de Da Vinci), se copiava a tela como simples exercício ou se as mudanças na cópia devem ser analisadas. Tudo que percebo agora é que ambas me dizem: "aqui você não vai encontrar nada".

Boas noites.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Mostrando algo além de Luíza, Pinheirinho, Sopa e todas essas revoluções dos últimos dias

Mostra de Cinema de Tiradentes abre espaço para os novos talentos

Como é que vocês estão? É bom vê-los (eu vou acreditando que estamos nos vendo e tudo fica certo) por aqui. Estava eu com muita saudade das nossas conversas, risadas, desânimos (pois nem todos os dias são coloridos). Como sou ruim com números pode ser que eu esteja enganada, mas acho que fiquei um mês sem dar as caras (escrevendo) por aqui. Embora esteja presente com as leituras dos companheiros de viagem. 
Não tem sido fácil, eu sei. Essa velocidade está fazendo com que seja, cada vez mais, complicado manter a sobriedade e seguir seja lá para onde for. Veja bem, os últimos causos abalaram mesmo as estruturas da nossa razão, e como resultado tivemos uns prédios ao chão no rio de janeiro, certo? É, deu até no plantão e quando vem o plantão todo mundo pensa: 'porra, fodeu de vez'. E teve a Sopa, Pinheiro, Luíza, BBB, a senhora aqui da rua de casa correndo atrás dos gatos dela, meus ensaios com minha banda, alguns resultados de vestibular, aquela velha agitação do ENEM e mais mil coisas, né? Porque independente de ser notícia, o mundo continua girando e as pessoas caminhando.

Mas aí, que eu estou um pouco cansada de só ler sobre as maçãs podres, a falta de vergonha dos políticos, os roubos e mortes, a PM que mais assusta que transparece confiança e bla bla bla. Sigo acreditando que não vivemos nessa democracia que todos acham. Mas isso é só achismo meu. Democracia de valor? Vai saber. Não vamos ser tão pessimistas, Anna Cristina.

Então, deixando de lado meu pessimismo quanto ao mundo. Mineira que sou e pertencente a tal realidade, eu queria falar que a cada ano que passa eu me animo em relação a cultura. Tem gente fazendo arte toda hora, nós é que não vemos. E tem essa mostra de cinema em Tiradentes que perpassa por esse caminho cultural. Música, arte, filme, cultura, comida na rua. Quase tudo de graça e se não estiver a fim de gastar é só levar tua pipoca e teu lanche e fica tudo certo. 
Porque existir cinema, teatro nas cidades não significa acesso. O teatro é municipal, mas o senhor mendigo (que deveria ser respeitado) não entra lá, porque esse capitalismo quer manter só a elite (que no final não sabe porra nenhuma) dentro desses lugares. E se você perder a sua arrogância e deixar o senhor mendigo falar, ele vai te mostrar um mundo que você não conhece, o mundo dele, dos olhos dele. Opressão já deveria estar em extinção. E é inegável que o maior acesso que nós temos a algo, todos os dias, são às ruas, ou seja, colocar um tela, emitir um som e esbanjar arte nas ruas é a máxima proximidade que existe entre o senhor burguês intocável e o senhor que é do proletariado. 
Eu não sei para onde nós estamos indo, mas, também, não acho que pode ser para o Canada da Luíza, para os péssimos alojamentos da galera que foi retirada do Pinheirinho, para a opressão que a Sopa quer impor, para a falta de confiança na PM, atrás dos gatos da senhora daqui da rua de casa, ou para o silêncio e a bunda na cadeira diante de tudo que os políticos fazem. Só vai existir valor quando nós deixarmos de valorizar o que temos para valorizar quem somos.
Mostrar cinema na rua é só desculpa, o bom é enxergar a mostra de uma só gente. Fiquem bem, porque nós, ainda, temos muito o que fazer.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Meu grande amigo... o artista!


Manchete de Ontem:

Zezé di Camargo e Luciano contam motivo de briga durante show.                              

Sábado passado, Chico Buarque deu início, em Belo Horizonte, a sua nova turnê apresentando o disco “Chico”, tão esperada por todos os fãs de todo o Brasil.

Na primeira matéria que li a respeito, apesar de falar de um show de grande qualidade, a crítica sobre um Chico que limitou-se a interagir com o público apresentando os músicos da banda e com um “errei”, quando cantou errado uma música. O texto aponta para uma inevitável decepção do público, que esperava, de certo, por um Chico saudoso, amistoso, um velho conhecido que não via desde 2006.

É de nós essa coisa de querermos fazer parte da vida dos artistas que elegemos para acompanhar. Queremos saber de tudo, da vida, com quem está namorando, como vão suas finanças, como vai aquele processo de reconhecimento de paternidade, ou da pensão alimentícia, se parou de fumar ou se apareceu numa balada com indícios de excesso de álcool, ou quem sabe, alguma droga pesada.

Artistas são pessoas que possuem alguma qualidade, um dom, uma habilidade que os fazem diferentes de nós, algo que é bom a ponto de compartilhar. Mas compartilhar o dom, a arte, isso que ele dispõe público. Mas a gente não se contenta e quer mais. E alimenta, consome e sustenta uma mídia perversa que sobrevive dos detalhes da intimidade, que lança flashes nos lugares mais escuros por onde ele anda, ou mesmo na claridade do seu lar.

É óbvio que há também aqueles que procuram o centro do holofote para expor suas vidas. Seja por vaidade ou mesmo por depender da publicização da sua intimidade, de um ou outro escândalo para ter alguma notoriedade. Há quem não consiga resolver seus problemas em silêncio e lave a roupa suja publicamente também, como aconteceu no último episódio sertanejo.

É difícil pinçar o artista do resto do seu mundo. Mas fica bem mais fácil gostar, não correr o risco de se decepcionar, entristecer, lamentar com ‘detalhes’ de uma vida que não nos diz respeito. São tão humanos quanto nós e, portanto, falíveis também. Um pouco de simpatia, o respeito ao público, claro, são necessários porque a reciprocidade deve existir em qualquer relação, inclusive nessa. Mas creio que aproveitamos muito mais quando consumimos aquilo que o artista, deliberadamente nos disponibiliza: a sua arte.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sanduíche. Ixi!

O mesmo sabor agora com menos calorias.









Não é de hoje que tomamos conhecimento das várias formas de apresentação, ou representação, cada dia menos convencionais, da genitália humana.

O tema já transcendeu os limites da arte, quando o artista australiano Tim Patch inventou de pintar com o pinto.

Já virou enfeite pra carro, entre outros penduricalhos.

A lista de tosquices é extensa...

E como se nada mais pudesse nos surpreender e inovar neste universo, eis surge do “âmbito culinarístico” o sanduíche do momento (paródia do "não salvo"), o de buceta.

Tal iguaria apareceu pra revolucionar o conceito de gastronomia e mudar comportamentos: uma prima minha passou a comer maionese após ver o vídeo, por exemplo. "pena que tô de dieta!" - uái! já que tu tá fazendo dieta faz com maionese light!, confortei-a.

(¬¬’)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Burning Man - WTH?

Conheça os 10 fundamentos do Burning Man que querem mudar os EUA e o mundo.
Burning Man - Palco arenoso da arte de 29 de agosto a 5 de setembro
Além de arte, música e farra, o que atrai alguém ao Burning Man?

Foto: Fonte

Um tempo atrás assisti à uma palestra que falava sobre um lugar que se dedicava às artes e ao mágico. Não me lembro o nome, não sei se era esse. Sei que me surpreendi que existissem lugares assim, que as pessoas fossem numa espécie de peregrinação para visitar essa religião sem deus que é a Arte.

Li algumas coisas a respeito do Burning Man. Alguns falando que era uma orgia à céu aberto e que nada tinha a acrescentar para a vida de ninguém (pessoas que dispensam de cara um orgia...cof cof cof). Mas lendo esse primeiro link, os dos 10 mandamentos, eu achei que tem disciplina demais para ser algo simplesmente oba boa.

Eu acho válido. Aliás, acho válido quase que toda iniciativa de mudança. Esse evento me parece muito um revival do movimento hippie, e se na época as pessoas já não entendiam, quanto mais agora que a globalização chegou ainda mais massacrante dizendo o que é certo, o que é errado, o que é permitido e o que não é. Se escondendo atrás do trabalhe pra consumir e seja feliz.

Com certeza, muitos vão atrás de coisa rasa, prazer ilimitado ou algo assim, no entanto, acredito - com convicção - que muitas pessoas estão ali porque acreditam no poder de mudança que a Arte oferece. E são essas que me interessam. Pessoas que tentam mudar - mesmo que trocando os pés pelas mãos (ou não).

Não é porque a gente não entende muito bem uma coisa, que ela não seja um caminho possível.

Obs.: Se você sabe mais, se tem algo pra contrapor ou acrescentar, não deixe de comentar. Esse evento é coisa nova pra mim e eu quero saber mais e essa foi apenas um tentativa de compartilhar.   =) 

segunda-feira, 30 de maio de 2011

sábado, 28 de maio de 2011

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Flores no Asfalto


Manchete de Ontem: http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/videocasts/921661-artista-pinta-flores-em-buracos-pelas-ruas-de-sao-paulo.shtml

Seja para sinalizar aos motoristas.
Seja para colorir um pouquinho a cidade cinza de São Paulo.
Seja para ser rebelde e transgredir algumas regras, mas sem fazer mal a ninguém.
Seja simplesmente como forma de arte.

Achei uma ótima idéia.
Afinal, artistas fazem arte!



P.S: não sou artista mas andei fazendo arte também! Burlando um pouco o sistema pra tentar consertar as coisas!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Portinari: mais Paz que Guerra.

Em 6 de fevereiro de 1962 Cândido Portinari morreu aos 58 anos, em decorrência de uma intoxicação pelas tintas a óleo que usava em suas telas, que na época tinham metais pesados em sua composição, em especial o chumbo. Infelizmente não há manchete sobre isso na internet, por motivos óbvios, e se há alguma reprodução de jornal não encontrei, visto que a minha capacidade de "me virar" na web é menor que a de qualquer avó que jogue buraco online. Enfim, temos a data da morte e sua notícia fica por conta da imaginação dos leitores. Obituários não diferem muito, se não levarmos em conta que aqui falamos de um importante brasileiro.

Pois bem, morreu envenenado por suas tintas. Havia consciência de que isso aconteceria um dia, visto que declarou que não iria deixar de terminar suas telas "Guerra e Paz" (expostas no Municipal do Rio de Janeiro em dezembro do ano passado) por causa de um eventual risco de vida. Devemos lembrar, aqui, que as telas em questão demoraram três anos para ficarem prontas e logo após sua conclusão em 1956 foram enviadas à sede da ONU em Nova York, onde seu autor nunca pôde vê-las expostas pelo fato de não poder entrar nos Estados Unidos (por ser filiado ao Partido Comunista Brasileiro). Isso nos traz uma reflexão, pequena porém constante: até que ponto você luta por algo? Até onde vai sem sentir que está em prejuízo; na plena convicção de que não há nenhuma outra coisa no mundo que torne a sua vida mais genuína, mais digna de ser vivida?

Não faço idéia do que seja arte senão este amor completamente livre e preso ao mesmo tempo - livre pois este artista entregou ao mundo o seu maior trabalho para que os outros pudessem apreciá-lo; e preso porque abriu mão de sua saúde para continuar fazendo o que gostava. Não sei se "preso" é a palavra mais adequada aqui. Fica como outro motivo para reflexão.

 reprodução das telas "Guerra e Paz" (1953-56)


fontes: http://migre.me/3Puq4 e http://migre.me/3PuyO