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segunda-feira, 1 de abril de 2013

Copa do Mundo para quem?

O Brasil decidiu cancelar o evento copa do mundo aqui,
porque percebeu que a população não irá ganhar nada com tal evento
assim, o evento foi transferido para a ilha do Lost.

1º de Abril,
ah, se essa notícia fosse verdade.

Manchete de Ontem: Copa do Mundo para quem?

Num país onde o mais importante
não é a população
tanto faz
quais serão os gastos
em questão

O turista que precisa
aproveitar,
quem for daqui
vai ter que 
de outro jeito se arranjar.

Se existir desapropriação
melhor ainda
se existir expropriação
que seja de vidas.


__________________
Não consigo tecer muitos comentários a respeito da copa do mundo no Brasil, porque, de certo, essa copa do mundo não é para mim.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Vale Ti-Ti-Ti




A primeira vez que ouvi falar do vale-cultura achei que não seria uma boa ideia, pois eu achava que a intenção era distribuir "cultura" para as pessoas que não tem, seja por desconhecimento, pela falta de renda.



Mas não será assim. Para quem não sabe, o vale-cultura será o equivalente ao já vale-alimentação e vale-transporte. Uma ajuda de custo que a empresa fornece ao funcionário para que ele gaste em determinado nicho, no caso com "cultura".



Sim, "cultura" assim mesmo, entre aspas. Afinal, cada um escolhe para si o que considera como cultura.



Edward B. Tylor, um antropólogo britânico diz que cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.



Pois então, como bem disse a ministra Marta Suplicy "Se ele quiser comprar revista de quinta categoria, assim ou assado, pode. Vai poder comprar o que quiser. O bom disso é a liberdade do trabalhador".



Sou sincero ao dizer que fico dividido com essa decisão e ainda não sei o quão certo ou errado isso está. De um lado temos uma ótima iniciativa do governo, em prover às pessoas um pouco mais de cultura, de uma forma um tanto forçada, uma vez que o vale-cultura só poderá ser usado para comprar livros, filmes, revistas, ingressos de cinemas, etc. Apesar disso, acaba fazendo com que pessoas que nunca se interessaram por nada disso, comecem a ler mais, a ver mais filmes a se informarem mais. A se tornarem mais cultos...



Ou não? Por outro lado, a pessoa  pode simplesmente torrar todo o seu vale em "revistas porcarias", ou naqueles jornais "espreme sai sangue", o que não o tornará muito "culto", mas ao mesmo tempo o tornará, pois como Tylor disse, a cultura inclui as crenças e conhecimentos da sociedade que se convive. Então é normal que se consuma aquilo que é padrão nas pequenas sociedades.



Eu pessoalmente concordo que gastar um vale-cultura com uma "revista de fofocas" é jogar dinheiro fora. Mas tenho que lembrar que, a pessoa que me vê comprando um graphic novel pode achar que eu estou jogando dinheiro fora comprando "quadrinhos de crianças". E o mesmo se aplicara a filmes, livros, teatros e tudo o que o vale-cultura cobrir.



Agora fica a dúvida, será que se pode generalizar a cultura ? Ou seria melhor ditar o que se pode ou não pode comprar?

Até que ponto se pode comprar a cultura de uma pessoa ?


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Escola do Maracanã não será demolida em 2013

Manchete de Ontem: Será que em 2014 também não?

Antes de tudo, como é que vamos?
Espero que bem, bem.

A vida e suas mil revoluções quase fez com que uma escola - lugar do saber e outras coisas mais - fosse demolida. É, a copa do mundo não faz só com que pessoas fiquem desalojadas, sistemas de transportes mudem, capital circule e blá blá blá. Faz, também, com que escolas sumam do mapa. Bonito isso, Brasil? Sabe, às vezes eu fico pensando que é comum pensar em ações rápidas, mas que a longo prazo acabam sumindo, sendo esquecidas e, às vezes, pouco aproveitadas. Alguns estudiosos falam do que já vem imbricado dentro de cada um. Quem sabe é do Brasil fazer apostas contrárias ao, assim chamado, verdadeiro desenvolvimento? 
Em contra partida, ficamos contentes ao ver que, ainda, existem pessoas lutando. E quando eu digo pessoas, eu digo qualquer pessoa. Ela não precisa ser estudante de ensino básico, de ensino superior, ela não precisa ser graduada, ou viver com as mãos no cabo da enxada, ela não precisa ser filiada aos partidos políticos, ser deputado, prefeito, outros mais. Ela só precisa ter dentro dela a vontade de dizer: "é assim, mas pode mudar". Porque a única constância é a mudança. E é difícil aceitar mudanças pro pior, ou não? Dessas pessoas que vivem lutando não contra quem está no poder diretamente, mas, sim, contra as ações irracionais dessas pessoas que estão no poder, saiu a vitória - para 2013. A escola do Maracanã, que tem o quarto melhor IDEB (Índice de desenvolvimento de Educação Básica) da cidade do Rio de Janeiro, não vai ser demolida em 2013 para, o tal lindo projeto, que transformará o complexo esportivo do Maracanã em uma grande área de entretenimento. 
Eles querem acabar com uma escola por conta de copa do mundo, olimpíadas. A defesa sempre se faz afirmando que haverá a transferência da escola para outro local. Claro, e isso é um grande favor a ser feito. Acorda, Brasil. Copa do mundo, Olimpíadas. Isso tudo passa. Crianças com boa formação se manifestam em adultos com boa formação, em potencial de desenvolvimento futuro. Mas se tratando de um país que faz política de Governo e que só está preocupado com os seus quatro anos de poder, é notório que tanto faz derrubar uma escola aqui, outra acolá.

Um salve a galera que se juntou pra apoiar a permanência da escola.

domingo, 26 de agosto de 2012

"Campanha, campanha, educação à parte." - provérbio político brasileiro

"Não há como no Brasil se fazer qualidade da educação sem pagar bem o professor. (...) O professor, pra ser valorizado, ele precisa de ganhar bem, e mais: ele precisa ter formação continuada. Não se pode, também, estabelecer com o professor uma relação de atrito quando o professor pede melhores salários: recebê-los com cacetete, ou interromper o diálogo". 
- Dilma Rousseff, Candidata à Eleição Presidencial 2010, durante o último debate entre candidatos, realizado pela Rede Globo (2:55 do vídeo).

Manchete de Ontem: Governo diz que não negocia novos reajustes salariais com grevistas

Dizem que quando presidente, Fernando Henrique disse sobre seus livros "esqueçam tudo o que eu escrevi". Ele diz que jamais proferiu tal sentença, e não há realmente registros de que o tenha feito. Ainda assim, as palavras foram assimiladas de forma irreversível pela população brasileira. 

Por quê?  Porque é muito normal, no Brasil que a pessoa seja uma durante a campanha e sua vida pregressa, e outra totalmente diferente depois de eleita. É "normal" que um político, a cada projeto de lei votado ou sancionado, a cada ato de governo, grite em nossa cara "esqueça tudo que eu disse", e dê uma risada maligna depois. 

Em 1932, o educador mineiro Fernando de Azevedo redigiu um documento, entitulado "Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova: A Reconstrução Educacional no Brasil - Ao Povo e Ao Governo". O manifesto foi assinado por alguns educadores e intelectuais brasileiros da época, inclusive Cecília Meireles. Oitenta anos se passaram desde então, e infelizmente, o documento segue mais atual do que qualquer cidadão brasileiro gostaria. 

Eu temo pelo futuro dos brasileiros. Pelos próximos 80 anos, pelo menos. Porque a Candidata Dilma, assim como Fernando de Azevedo, tem razão: não há como construir uma educação de qualidade sem valorizar os educadores, e não há como progredir de verdade se não através da educação. 

Pela falta de educação de qualidade, o brasileiro é indiferente aos movimentos trabalhistas e questões governistas: é impensável uma greve geral aqui como a que se deu na França recentemente. O ápice de nosso engajamento em prol de causas coletivas se deu na Marcha Contra a Corrupção, que já esfriou, como todos os políticos esperavam. 

Não temos fôlego ou tempo para protestos, estamos muito ocupados em nossas conchas para pensar "no povo brasileiro". Não percebemos que no final das contas, o tal "povo brasileiro" somos nós mesmos, nossos amigos, a família de todos nós, os amigos dessas famílias, e assim por diante. 

Por falta de educação, somos um povo tão vazio de empatia e preocupação com esse coletivo, tão insensíveis às necessidades das classes trabalhadoras e minorias que não fazem parte de nossos círculos cotidianos de relacionamento, que nas rodas de conversas chamamos aqueles que buscam seus direitos através do movimento grevista de "vagabundos". 
Consideramos absurdo que uma babá receba R$ 1.500,00, aquela à qual confiamos nossos frágeis filhos pequenos, e ainda reclamamos quando ela não pode comparecer ao trabalho porque perdeu 7 horas na fila do SUS levando seus próprios filhos ao médico. 

Por excesso de ignorância, o Brasil está preso em algum lugar antes de 1850: aqueles que nos servem, deveriam fazê-lo de graça e levar chibatadas no caso de recusa.  Em nossa ignorância, somos incapazes de perceber que nossos filhos serão vítimas futuras do descaso com a educação promovido hoje, e que isso não está relacionado à escola na qual ele estuda hoje, mas com a sociedade na qual ele viverá daqui a alguns anos.

A "Presidenta" Dilma sabe o mesmo que a Candidata Dilma sobre a educação: a ignorância e alienação é resultado da má educação.  Pela escola que tivemos no passado, não estamos preocupados com os professores de hoje. Ela sabe: é irrelevante o que tenha dito durante a campanha. Não importa o que ela faça com os professores hoje. 

Nós não nos importamos, e não nos manifestaremos por eles. 



*Nós, o coletivo, a "população em geral". 
Eu, individualmente, dou total apoio à luta dos professores por condições dignas de trabalho. Assim como a toda classe trabalhadora.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Com as próprias mãos

Mais um idoso reage a assalto e acaba matando bandido no interior de São Paulo


Está aparecendo todos os dias nos jornais notícias de idosos que estão reagindo contra criminosos:

Primeiro, a velhinha que disparou tiros no bandido que invadiu sua casa.
Depois, o senhor que deu golpes de bengala quando foi surpreendido por um bandido que deu voz de assalto.
Agora, um senhor de 72 anos que não só se defendeu como retirou a arma do bandido e atirou contra ele.

A sociedade está cansada, caro colega.
Cansada de esperar que o governo faça alguma coisa em relação a nossa segurança.

É bonito isso tudo? Não! Tem gente por aí aplaudindo os velhinhos. Ok! Eu também achei ótimo, mas não é tempo de aplausos. E se nenhum dos três obtivessem êxito em sua tentativa de se proteger? Seriam mais três vidas que teriam ido embora! Alguém enxerga isso?

Alguém por favor está enxergando as campanhas de desarmamento da população mas continua vendo a polícia com agentes insuficientes para nos assegurar, incapacitados para nos proteger? Alguém por favor está notando que o governo está pegando o nosso dinheiro e rindo da nossa cara dentro de carros blindados, pouco se importando com a situação do povo brasileiro?

Agora me parece que é tempo de revidar. Principalmente contra os ladrões que usam ternos e gravatas. Que as urnas sejam como as armas dos velhinhos. Vamos revidar escolhendo melhor os nossos representantes nas próximas eleições. Ou alguém mais não consegue enxergar que o voto põe também em risco a nossa vida?

Sim, o discurso de "vamos escolher melhor nossos representantes" é batido. Infelizmente.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

A minha UNIVERSIDADE está sem aulas por causa de um GOVERNO que não valoriza a EDUCAÇÃO no Brasil




Expansão e fragmentação. Políticas televisionadas e a grande população se enganando. Alienação?! Cuidado. Estamos vivendo a era das tecnologias desbocadas. Estamos escrevendo para uma porção de leitores, fazendo com que eles acreditem nas nossas palavras e buscando convencê-los que estamos bem. Não estamos, mano. Estamos mal, bem mal das pernas. No ano passado o Governo criou um pacote (posso falar assim?) de bolsas que iria garantir os melhores alunos nas melhores universidades do mundo. Se liga: ciências sem fronteiras. Faz uma busca rápida com essa tecnologia que você tem aí pra saber o que é. Tá, eu sei que você já sabe. Mas... sabe mesmo, né? Então, é certo que você esteja sabendo que o Governo está tirando com a sua cara. Só pode! Tomando como foco as áreas de tecnologias e exatas, mas uma vez ficamos a ver navios. Digo, nós pobre estudantes dos cursos de humanas e tem como piorar, vai conversar com um sujeito que é de humanas e que faz licenciatura. Depois me parece que a coisa ficou meio democrática, ou não? Porque eu mesma não achei vaga nenhuma para Geografia. Mas o problema é meu, eu que vá prestar outro vestibular para ter a chance de ir estudar em uma das melhores universidade do mundo, é isso mesmo Tia Dilma? É, parece que é isso. Afinal, não faz sentido que os senhores cuidem da minha educação.
Só que o buraco é mais embaixo. Não basta fazer o investimento errado. Há de ferrar com tudo de uma vez só, que daí da menos trabalho. Eu já sei que o Governo não quer investimento em Educação. Vai que todas as pessoas recebem direito a essa educação libertadora e comecem a questionar as merdas que são feitas por esses políticos que cuidam da educação em ano eleitoral. Quando cuidam. E eu me pergunto o que tem o ciência sem fronteira a ver com a porção de universidades que estão ou já aderiram a greve. Simples, Tia Dilma. Você que é uma senhora bem letrada deveria repensar que investindo em educação da básica a superior teria como resultado uma possível igualdade em todas as áreas. Não me interessa o que a senhora comeu no seu café da manhã, ou o que a senhora vai comprar de presente para quem é quer seja. Eu só quero que a senhora seja capaz de entender que um país que investe em educação tem um retorno muito mais alto que um país que só investe em ciências sem fronteiras. Caralho, será que a senhora ainda não viu o salário porco que os professores recebem? E a senhora ainda tem a cara de pau de deixar correr uma propaganda que diz que o governo investiu com uma puta qualidade nas universidades, que o REUNI é acesso democratizado. Acho que estamos em outro Brasil. Então, é simples: eu te dou a chance de me mostrar em qual Brasil que a senhora está e eu te mostro o Brasil que eu estou.
Pra isso, vou buscar meu fôlego. Porque a senhora sabe. Eu estou fadada a ter que correr e me esforçar muito. É que eu estou na parte marginalizada da academia. Eu sou alvo de chacota até da família por fazer licenciatura. Porque todo mundo já está bem careca de saber que a educação que o Brasil quer dar é essa: onde os professores de ensino básico precisam aguentar salas lotadas, falta de estrutura declarada, ensino hierarquizado e salário baixo (eu disse baixo? eu quis dizer: miserável). Enquanto os professores de ensino superior precisam gastar uns dez a treze anos estudando, para ter um doutorado para ganhar o dinheiro que não é justo pela quantidade de tempo de estudo. Como é que nós vamos fazer? A senhora vai resolver isso pra gente? Se sim, aproveita para resolver, direito, a questão do código florestal. Agora se a senhora não resolver nada disso, eu vou tentar entender. Vou repensar e analizar qual é que foi a educação que a senhora recebeu. Se foi essa que a senhora está querendo manter: reprodução e nada de problematização. Porque assim, se foi essa que a senhora teve, até parece compreensível entender o prosseguimento da bagunça. E desculpa eu falar só para a senhora, mas é que a senhora colocou a sua cara a tapa quando quis governar o país, então eu já vou logo falando para a que se diz ser a máxima autoridade, que daí eu coloco a minha fé na resolução do problema.

E quanto aos alienados que gostam de nos chamar de bardeneiros por fazer manifestação, fiquem com isso: http://degraudalinha14.blogspot.com.br/2012/05/sem-mais.html

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Levo o guarda-chuva ou nem vai precisar?


Seja lá qual for a sua capacidade de prever coisas, eu espero, intensamente, que seja melhor que o senhor que fala do clima todos os dias. É uma mistura de mapas com essas nuvens que dizem: não vai chover e a temperatura vai permanecer alta. Ou algo do tipo. Então, a chuva rompe com tudo, molha a minha toalha que eu esqueci de colocar na coberta, molha eu mesma porque sabia lá eu que iria chover e me deixa com a voz rouca, o corpo ruim e a vontade, interminável, de tomar mais café e mais chá para me esquentar. Em contra partida os maiores, e que se dizem melhores, canais de comunicação nos alertam que seja lá qual for a nossa vida, é preciso que nos certifiquemos da presença do aquecimento global. Engraçado, não? Deixa eu te contar que eu faço Universidade a noite (preciso falar que estudo geografia? não, não preciso, né?) e que meu campus é meio que fora da cidade em uma planície propensa a ser alagada e a receber um vento intenso. Isso porque estamos praticamente de frente para um rio e uma serra. Quando saio da aula para ir embora para casa e tomar meu café, eu penso: cadê a droga desse aquecimento global que eles falam desde meus tempos de mera estudante de ensino básico?
Não fui pra Universidade de Geografia pra saber se existe aquecimento global, era glacial, resfriamento ou qualquer coisa do tipo. Sério? Não estou nem aí para isso. E podem me chamar de alienada por isso. Não estou nem aí. Por que? Porque como diz o Aureliano, amigo (do cem anos de solidão), é inútil fazer guerra por coisas que não tocamos. Portanto, considero inútil eu me preocupar em quantos graus a temperatura vai subir. Para mim o plano era descobrir se eu deveria sair, ou não, com o meu guarda-chuva. Mas pelo visto. Pelo visto isso é só detalhe. Como se a temperatura fosse mesmo subir. Qualé, amigos? Não estou dizendo para vocês que devemos foder com o meio ambiente e tal e coisa. Claro que não. Podemos viver bem. Podemos viver bem sem acreditar nas histórias contadas pela rede globo e demais cientistas publicitários, não?
Vou aproveitar o que escrevi no meu outro blog: 'Estamos tão preocupados em descobrir se existe vida em outro planeta, que esquecemos das regras básicas para viver a nossa vida. Estamos tão preocupados para qual as mãos irá o próximo poder, que esquecemos o poder que temos de assegurar a nossa paz. Estamos famintos pela ascensão social, econômica, cultura (e o caralho), que não sabemos o que é atravessar a ponte apreciando a paisagem'. Estamos tão preocupados, que esquecemos qual é o verdadeiro problema, ou pelo que estamos preocupados.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Só o pão

Governo quer encarecer vinho importado

Existe algo que a gente aprende na escola: como funcionam as leis de mercado. A tal "oferta e procura", e o quanto a qualidade de um produto influencia em seu fracasso ou sucesso.

Se você tem um bom produto, haverá procura por ele; se a demanda for maior que sua capacidade de produção, talvez você possa melhorar seu ganho subindo os preços; Se preferir ganhar em escala, ou o mercado oferecer produtos de qualidade e preço similar, o que você precisa é aumentar sua produção. 

Agora, se os produtos de preço similar tem qualidade superior à sua, baby, seus investimentos devem ser para melhorá-lo. Eu aprendi assim, as escolas ensinam assim, e a vida, na maior parte do tempo, funciona assim. Exceto no país do gigante deitado em berço esplêndido. 

Depois de tornar os carros importados (geralmente superiores) totalmente inviáveis, chegou a vez de onerar também nosso paladar. Porque deve ser a mesma coisa você, um brasileirinho que não tem direito de preferir um produto de qualidade superior,  tomar um Chateau Duvalier ou um Marcus James, e tomar um Syrah, ou  Chardonnay, argentino ou chileno, feito com muito mais cuidado e método.

Se as vinículas brasileiras não apresentaram nos últimos 200 anos nenhum interesse em se profissionalizar, em aprender com a vizinhança (os hermanos se mexeram anos atrás e hoje o mundo leva o vinho argentino muito a sério), esse problema não é dos acomodados. 

Esse problema é seu, que ou deixa de tomar vinhos, ou se acostuma com os vinagres que fazem por aqui. Porque vinho nacional mesmo, que vá além do vinho de mesa suave, só a Miolo parece fazer.

Minha preocupação vai muito além da gastronomia e da grande interferência que, através do bolso, o governo pretende fazer na vida do brasileiro. Vai até as graves consequências que isso pode trazer ao colocar nossa indústria, que geralmente não é das mais proativas, em uma zona de conforto que ela jamais mereceu. 

Ao invés de simplesmente encarecer os produtos importados, por que não ensinar as vinícolas brasileiras a produzir vinhos? Eles tem essa capacidade. Afinal, a Aurora aprendeu a fazer brandys e grappas excelentes, por que não aprenderia a fazer vinhos? 

Impor o consumo de produtos nacionais é errado, sim. Incentivar a indústria nacional a produzir direito é o certo.

Afinal, se até os argentinos conseguiram, nós podemos também. =)

(vamos apelar pra uma rivalidade histórica, quem sabe assim alguém se sensibiliza)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Tamo perdido, mas tamo junto! \o/




Desculpe a pretensão, caro leitor, mas hoje vou escrever um post sobre todas as coisas, utilizando a minha vasta ignorância sobre todas as coisas. Sou ousada, não sou?

O fato é que há apenas uma certeza: a incerteza.

E antes que você me mande catar coquinho, coisa que eu sou geneticamente programada pra gostar de fazer, deixa eu me explicar? Deixa?

Tudo começa com a vida, a vida mostra todos os dias que você tá no sal. Pra você esquecer isso, duas atitudes que devem ser tomadas simultaneamente: nunca olhar pra quem está melhor que você e sempre olhar pra quem está pior que você. Vou te dar um exemplo prático: esqueça o Mark Zuckerberg, pense na Somália. Aí você consegue se sentir uma pessoa privilegiada, afinal, você tem uma vida muito boa e nunca perdeu ninguém que amou devido à fome.

Depois que a vida te mostra que você tá no sal, você vai amadurecendo, você cresce, seu horizonte expande e você percebe que o mundo inteiro está no sal também. Lindo, né? Lá se vai aquele sentimento de solidão, afinal “tamo” ferrado, mas “tamo” junto! É isso? Mais ou menos... porque você acaba ficando deprimido, e a solução pra depressão é focar no imediato e na realidade ao seu redor. E aí você começa a pensar: que se dane a fome na África, a bolsa ou a inflação, porque o importante é seu salário no fim do mês (e você faz questão de esquecer que com a inflação seu salário vai rendendo cada vez menos).

Mas a era digital e sua compulsão por livros te coloca em xeque novamente.  Você tem acesso à informação, você consome a informação, você se desespera com a informação... E por mais que seu salário dê pra pagar as contas e até pra fazer um pezinho de meia, você continua lembrando que “tamo” tudo no sal.

Na verdade, o que te cansa nem é o estado caótico em que o mundo se encontra. Não é a fome no chifre da África, ou a alta do IPI nos automóveis. Não é a crise europeia ou americana, nem a ascensão do tal grupinho BRICs. Você já se sente grandinho demais pra acreditar em heróis e vilões, acredita apenas no caos e na incerteza, ainda que você seja capaz sim de nomear os culpados (basicamente todos aqueles que já estiveram no poder) ainda há a questão que reina permanentemente: alguém teria sido capaz de oferecer reais soluções?

Afinal, o mundo tentou globalizar ignorando a África, ou pelo menos a região mais pobre dela, bem como qualquer outra parte do globo que não tivesse nada a oferecer. Culpam os USA e os países “desenvolvidos” (que em breve devem ser nomeados de países decadentes), mas você não acredita em vilões e você pergunta: o Brasil esteve preocupado com a Somália ou com a Coreia do Norte? Não, mas esteve preocupado em fazer a paz entre o Irã e o mundo. Por quê? Porque o Irã é um mercado e os países que tem fome e miséria quase absoluta não são um mercado. Os países funcionaram por décadas como empresas, interessados apenas nos potenciais parceiros comerciais. E isso não vai mudar, você sabe disso, e você sente vontade de mandar pastar todos os idealistas desinformados que não vêem a hora da era dos “Bric’s”começar (opa, já começou, não?).

Você sabe que a China, uma vez confirmada como a grande potência mundial, não vai ser melhor que os USA, afinal, um país que explora o próprio povo de maneira abusiva vai se preocupar com outras nações? Você sabe que na Índia as vacas são mais sagradas do que algumas pessoas, e que a miséria não é vista como problema econômico, mas sim como vontade dos deuses. E se o Brasil e a Rússia mal conseguem lidar com a corrupção interna, como podem ser o messias do caos mundial? Você sabe que não existe solução, que o cenário é de incerteza perpétua... Que os governos se demonstraram impotentes, que não existe FMI, ONU ou qualquer organização mundial que seja capaz de controlar os desmandos da raça humana. Aí você ri...  Porque tem gente que ainda acredita que a solução esteja no comunismo/socialismo, mesmo depois da China, das Coréias e de Cuba. E outros acreditam que a solução é apenas trocar os reis do capitalismo, e tudo vai ficar bem.

Você ri porque acha que as pessoas estão apenas se iludindo, procurando classificar quem é certo e quem é errado, para não encarar o fato de que não há solução, e em vista disso, todos estão errados e no sal, para sempre. Além disso, você ta ligado na parada verdadeira, que é a seguinte: no fundo, lá no fundo, todo mundo sabe que, uma vez no poder, acabaria se tornando um governante tão truculento quanto a maioria daqueles que lançaram a humanidade no caos em que hoje ela se encontra.

Mas depois de rir, você decide começar tudo de novo, e adotar a estratégia pessoal pro contexto mundial e pensar que está tudo bem, afinal, o Brasil está melhor que a Somália e você não precisa se lembrar da China, nem do mundo justo em que muitos, incluindo você, gostariam de viver.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Quem não for das exatas me liga pra gente tomar uma cerveja e conversar sobre isso!

Vou me limitar e dizer, apenas, a frase que um chegado (que está terminando seu intercâmbio na Irlanda) meu disse: "No mundo as pessoas inteligentes vão para a rua fazer dinheiro, na Irlanda vão para casa escrever livros."

Ainda acho que qualquer incentivo do Governo teria que começar pela Educação...

Era uma vez um Brasil,
sem identidade
e feitios de grande ação.
Era uma vez um Brasil,
sem liberdade
e tempo de reflexão.
Era uma vez um mercado,
sem idade
e problematização.
Era uma vez um povo,
sem realidade
e pensamento crítico de ação.
Era uma vez um capital,
com maturidade
e absorção.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

De quem é culpa?

Adolescente suspeito de cometer homicídio é detido...

Casos assim, de adolescentes, e até mesmo de crianças, envolvidos em crimes hediondos estão constantemente nas manchetes por aí afora, mas, de quem é a culpa?

Dos pais que não estão educando os filhos, tanto quanto deveriam (ou o quanto, muitas vezes, queriam que a escola o fizesse) ao ponto deles, a exemplo da notícia à cima, se transformarem em verdadeiros monstros?

Da escola que não ensina o conceito e, assim, não estimula a prática de civilidade?

Ou ainda do governo, que não dá condições adequadas para que pais e escola desempenhem bem o seu papel na formação desses futuros adultos (isso se chegarem a essa fase)?

Difícil encontrar as respostas?

Pois é...

O pior de tudo é que algo deve ser feito, e urgentemente, mas por onde começar?

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Troque seu cachorro por uma criança pobre

Governo quer facilitar regras para a adoção.

Governo lança campanha para adoção de crianças com mais idade.


Contrassenso: 26 mil pessoas querendo adotar e, apenas, 4,600 crianças a serem adotadas (evidentemente nessa conta aí não entram as crianças doadas “ilegalmente” ainda nas maternidades e as que estão nas ruas).

Para essas crianças o sonho de ter um lar digno, quase sempre esbarra nos altos muros do preconceito (olha ele aí, de novo!) - por que infelizmente ainda há quem prefira que os filhos adotivos sejam brancos (de olhos azuis, se não for pedir de mais), com menos de 3 anos de idade e “perfeitos”, digo, sem nenhum tipo de deficiência - e da burocracia, que gera uma espera interminável e, muitas vezes, atrapalha quem não tem frescura pra adotar.

Vejamos o que é que muda agora, já que essa semana o governo se mexeu e resolveu lançar (antes tarde do que nunca) uma campanha pra facilitar a adoção, principalmente de crianças com mais idade, e fazer uns retoques na lei.

#Oremos