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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Rótulos

Notícia: Declaração de Miguel Tiago (PT) no Twitter sobre tatuagens e bandidagem

Uma amiga compartilhou no Facebook a infeliz declaração do sujeito pelo Twitter: “Tatuagem e bandidagem estão associados. Pode haver exceção. Mas é EXCEÇÃO!!!!”Eu não sabia quem era a pessoa e nem o que ele faz da vida. Pensei que fosse algum deputado, porque tinha a indicação do partido político junto ao nome, mas não consegui confirmar a informação. Depois descobri que ele é diretor do Procon de Goiânia. Mas isso não tem tanta importância. Político, médico, professor, faxineiro, advogado, comerciante, seja lá qual for a profissão, tem muita gente que ainda carrega preconceitos tolos como esse. 

Esse é o tipo de preconceito de quem simplesmente parou no tempo e se deixa levar por rótulos e construções sócio-culturais que já desabaram. Existe um ditado, bem mais antigo, que pra mim é bem mais verdadeiro: "quem vê cara não vê coração". Quantos bandidos pesados se escondem por trás de um terno e gravata muito bem passados? Essa rotulação tatuado = bandido se parece com coisas do tipo cabelereiro/estilista = viado, mulher que pratica lutas/artes marciais = sapatão. Sem contar que os adjetivos usados para tais associações são tão ridículos quanto. 

Já passou da hora das pessoas entenderem que ninguém precisa seguir uma fórmula ou um padrão pra nada nessa vida. Nesse mundo tão supercial, baseado demasiadamente em aparências, esses rótulos só servem pra reafirmar imagens erradas sobre as pessoas e ainda por cima, nos fazer perder a oportunidade incrível de mergulhar um pouco mais e conhecer de verdade quem é o outro. Uma tatuagem pode sim determinar um traço da personalidade de alguém, mas eu ainda acredito que as pessoas são (ou pelo menos deveriam ser) muito mais do que o que dá pra ver por fora.





quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Macacada esperta





Nunca quis criar macaco em casa, já tive exemplos na família de que isso pode ser bastante arriscado, os macacos possuem uma imaginação muito fértil, são cheios de sentimentos intensos e não são tarados apenas por bananas.

Mas quando visito algum zoológico, ou encontro alguns macaquinhos pelos parques, gasto sempre meu tempo observando os trejeitos deles, que de tão parecidos, tenho quase certeza de que copiei alguns na infância e agora vou ter que carregá-los a vida inteira.

E agora, sinceramente, eu gostaria que mais gente se contagiasse com esse macaco aí da reportagem, principalmente aquele tipo de gente que lê revista tendenciosa, aquela gente que julga algumas pessoas e até mesmo o pobre do macaco como inferior a elas, as primeiras pela opção sexual e o segundo por ser apenas um mero comedor de bananas e coçador de cabeça.

Até porque o macaco, em toda sua esperteza, descobriu bem antes de muita gente intelectualizada e entendedora de todas as verdades do mundo, de que as cabras também amam, tratou logo de chamar uma pra dar uma voltinha e com expectativas de relacionamento sério.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Sobre as coisas inexistentes.



Já que não existe discriminação, não existe racismo, não existe machismo, não existe homofobia não existe desigualdade social. Já que não precisamos de leis de proteção a mulher, já que a onda do politicamente correto só nos atrapalha, já que os homossexuais não precisam adotar nem se casar, já que as oportunidades são iguais para todos...

Significa que todas essas opiniões são normais? Que o natural do ser humano é ser frio às necessidades alheias? Que o natural é pensar que meninas de 16anos podem ser estupradas só porque se deslumbram diante decantores? O natural é que um blog que incentive o estupro seja aceito como engraçado por 90% dos meus amigos homens no facebook? O natural é que uma atriz negra, mulata ou morena tenha “cara deempregada” segundo a opinião dos espertos telespectadores? O natural é que as pessoas continuem pregando a cura do homossexualismo?


Se tudo isso é natural pra você, talvez você seja machista, homofóbico, racista... E a maior ironia, é que você se sente muito moderno, muito inovador... Rindo de piadas que seu tataravô contava, cultivando preconceitos anteriores ao descobrimento do Brasil e fechando os olhos pra realidade alheia, apenas porque te convêm.

“Você é tão moderno
Se acha tão moderno
Mas é igual a seus pais
É só questão de idade
Passando dessa fase
Tanto fez e tanto faz”



quinta-feira, 17 de maio de 2012

Um ano e meio por falar besteira.

Manchete de ontem: Estudante que pediu para matar nordestinos é condenada

Não quero entrar no viés politíco ou politicamente correto, minha especialidade não é esse e nem pretende ser. O que me chamou a atenção na condenação de Mayara Petruso, que ficou famosa por xingar nordestinos no twitter em 2010, foi esse sentido mais amplo, mais fundo da discussão toda: a noção clara e simples de que é preciso ter cuidado com o que você fala.

Não importa se o seu discurso é preconceituoso, arrogante ou simplesmente chato. Cuidado. Não fale demais. Primeiro por que ninguém realmente está interessado na sua vida, segundo por que, de um modo ou de outro, tudo o que você diz pode um dia ser usado contra você. E será, não tenha dúvida.

Mayara estava errada em xingar nordestinos. Por que preconceito é crime e deve ser punido como tal. Você aí, na sua sonhada insignificância, pode achar que não tem problema tagarelar o dia todo no twitter. Mas, sempre tem problema sim. O que é escrito é lido. E julgado pelos outros.

Enquanto a gente não souber lidar direito com a liberdade de poder falar o que quiser, ficar calado será sempre a melhor escolha.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

MULHERES DE VÉU


Hoje o post é da Karina, autora convidada que vai escrever para o Manchete de vez em quando. Mas não esperem, acessem o blog Coca-Cola Quente e leiam mais textos dela!


Você acha que é livre de pré-conceitos? Claro que é, todos são, não é mesmo? Então tá: você está em um restaurante por quilo onde o negócio é engolir a comida, e tem um lugar vazio à sua mesa. Daí pede para se sentar uma mulher com véu, daqueles usados pelas muçulmanas. Seja honestíssimo: não passa pela sua cabeça, nem um segundinho que seja, um certo... desconforto?

Tendemos a olhar ressabiados para o(s) diferente(s). Se eu sou “normal” e sou “certo”, o que é diferente de mim é então anormal e errado. Lógica burra, mas operante. Triste.

Se, pelo motivo que for, a pessoa resolve usar algo que a distingue dos “normais”, é um direito dela. Não ofendendo os outros, qual o problema? Não vemos bundas e peitos escancarados nas TVs? Porque nos incomodamos tanto com um simples véu? Pela conotação que ele carrega? Você se baseou em que para tirar suas conclusões? Na revista semanal que lê e no programa do domingo à noite?

Agora, se você se sente ofendido pelo véu alheio, sugiro terapia para começar a conversa. Estereótipos são limitados e limitantes, quase como julgar um livro pela capa. Não generalizar já é um bom começo. E que os bons, que são maioria, não paguem pelos erros da minoria existente. Em qualquer grupo, até o dos... “normais”.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Quando o bairrismo vem antes da educação.



Não raro, notícias sobre o Acre são comentadas da seguinte forma “O Acre não existe”, "O Acre não é importante", “O Brasil deveria ter deixado o Acre para a Bolívia”, blá blá blá. Sendo uma discussão sobre Índios no Acre, aí que o pensamento pré histórico reina: “Os Índios são todos preguiçosos que vivem as custas do governo e o Acre não serve para nada”... Pra que informação, né minha gente? O legal é manter o nível de ignorância no master e tocar o barco da maneira mais tosca possível.

Enfim, o Acre existe e se você ainda acha engraçado fazer piadas sobre a existência dele, por favor, me poupe. Aliás, qualquer piada sobre outros estados, principalmente aqueles que não aparecem semanalmente no jornal nacional, ou qualquer referência a superioridade de determinada cultura regional, me matam de tédio. 

Sei lá qual é a dessa galera superior, mas gostaria muito que eles fizessem um ritual pedindo aos deuses da geografia que separassem o Brasil em dois, e cortassem os pulsos para oferecer seu sangue em sacrifício.

Ops, desculpa, fui bruta? É isso que mais odeio no bairrismo que beira a xenofobia, eu fico tosca, quase tão tosca quanto as pessoas bairristas mais toscas que conheço. São muitas coisas ao longo de uma vida, mais do que gosto de lembrar. Não vou citar os estados, mas o fato é que o progresso econômico que chegou no lugar onde certas pessoas moram, não teve o poder de abrir a cabecinha de muita gente.

A ignorância não é curada com a tecnologia, o bom senso não vem com o desenvolvimento econômico, e principalmente, a empatia, não brota com o consumo de produtos de elite. Aí que fico pensando... Se os caras estão no topo, e são baixos e toscos dessa forma, o que seria deles se estivessem no térreo?

Todo meu amor as pessoas que sabem ser educadas e agradáveis, mesmo residindo nos estados que se acham a elite... Mas, do fundo do meu coração, eu viveria bem em um país constituído só com a “ralé” dos estados brasileiros.  

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Meu iá-iá meu io-io...

Manchete de Ontem: Wando morre em MG

Jás o nome de uma comunidade em que eu participava no falecido Orkut.
O que quer dizer meu iá-iá meu io-io? 
Essa resposta Wando levou com ele 

Wando era daqueles músicos que os críticos detestam: cantava o amor, em melodias e letras simples e o publico  adorava!!!
Com o fim da adolescencia a gente consegue (outros não) amadurecer ao ponto de respeitar os diferentes. Antes o rockeiro odiava sertanejo, hoje em dia até arisca uns passos ao dançar coladinho com a esposa ao som de Luan Santana.
Antes a alternativa não conseguia andar com pessoas que escutavam axé. Hoje o namorado é chicleteiro.
Acho que na adolescencia aprendemos quem queremos ser e achamos que aquela é a verdade absoluta do mundo. Mas anos depois nos damos conta que ser quem eu sou não precisa ser o certo só porque o vizinho é diferente, existem problemas maiores em nossa vida pra perder tempo julgando os outros. 
Estamos na época do Viva as diferenças. 
Mas você fez sua parte hoje?

Eu sou uma pessoinha repleta de preconceitos. Mas quem me conhece sabe que em 2011 comecei a fase de combate à eles. E pode ter certeza que é muito mais dificil se desinfectar deles do que nunca os ter. 
E comecei com as coisas mais banais (pra mim é tudo ou nunca mais...) como começar a comer milho (coisa que eu detestava e não comia de jeito nenhum se na comida os tivesse. Nada com milho descia!! No começo me forçava a comer e quase vomitava de nojinho, hoje já consigo comer sem pestanejar.) 
Outra coisa foi Amy Whinehouse, nossa que garotinha asquerosa, ouvir aquela voz drogada dela dizendo "I no I no I no..." me dava calafrios, pra mim ela era uma versão piorada da Noiva Cadáver e por isso nem as musicas dela eu conseguia escutar. Ta vendo a que ponto chegamos? Por um esteriótipo ridiculo eu não via o talento vocal dela. Aquele velho julgar o livro pela capa.

E não só o livro pela capa. O conteúdo pelo conteúdo também.
Quem nos deu o direto de julgar?

Outro dia conversando com uma amiga contei que fiquei feliz ao ver a Manu Gavassi no multishow ela estava fazendo uma seriezinha adolescente. Daquelas bem bobinhas sabe? Uma menina, que tinha uns 14 anos e achei sem querer no youtube alguns anos atras fazendo videozinhos caseiros com o pai e um violão. Estava conseguindo o sucesso! Que bom!

Gente o Brasil é grande de mais!!

Temos publico pra tudo! Se você tem seus 25 anos e está incrustado de preconceitos, existem meninas de 12 que precisavam de uma nova Sandy.

O que você gosta hoje, pode não ser sua música preferida de amanhã.

Por que alguém ser feliz fazendo o que ama, pode ser ruim pra outra pessoa??
Por que a felicidade do outro te atrapalha?
Por que o Wando não pode cantar o amor?
Por que Restart não pode usar uma calça vermelha?
Quem disse que VOCÊ é o detentor da razão e do discernimento entre o certo e o errado?

Conselho que eu dou, é muito mais fácil viver desintoxicado.
Acabe com essa frase: Ahhh eu ODEIO isso!
Tire o ódio do seu coração.
Respeito a opnião, as opções.
Respeite a dor, o sentimento.
Ninguém é igual.
Ninguém pensa como você.
Por isso mesmo: "deixa que digam, que pensem, que falem, deixa isso pra lá.."

Em 2012 vamos pregar a Tolerância.
É dificil, mas odiar dói muito mais.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Recivilize-se: preconceito ou não?


Propaganda da Nivea que manda negro "se civilizar" é acusada de racismo

Complicado afirmar que não há má intenção, mas parece que “a moda” agora é ir contra aquilo que é visto como ‘politicamente correto’.  Depois da Sandy Devassa (quer desconstrução do ‘mito santa’ mais apelativa do que essa?), dos pôneis malditos da Nissan, da pele de bichinhos fofinhos utilizada em calçados da Arezzo, das freiras e padres com os sorvetes italianos (nem tão recente assim), a Nivea chamou a atenção de várias pessoas com a campanha Recivilize-se. O nome já não seria algo comum, mas a imagem choca mais. Um rapaz negro “engomadinho” parece lançar para longe uma cabeça de um negro com um black power.
Achei pesado.  Não é questão só de desmontar o termo civilização, pegar um dicionário, ver o que significa e onde o pessoal pode ter arrumado uma brecha para colocar ESSE nome e ESSA imagem. Há toda uma questão histórica por trás disso e garanto que muita gente não ficou satisfeita com o que viu.
A Nivea disse que a intenção não era ofender ninguém – nunca é, não é mesmo? Foi infeliz na colocação, tirou a campanha do ar e disse que esta não volta mais. Se era pra chamar atenção do pessoal, bem que conseguiu. Mas o que me intriga é o seguinte: até quando e até onde é pertinente polemizar para vender? E esse modelo? Será que não sabia que tipo de serviço estava se prestando?
Não é questão de chatice, de tentar ser certinha sempre, mas acredito que está na hora do pessoal da publicidade/marketing repensar nos meios de tornar seus produtos notáveis pela criatividade, originalidade, mas acima de tudo, pelo bem, sem que algum lado se sinta prejudicado ou ofendido. É possível?

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Escudo para a ignorância



E foi depois da Marcha para Jesus, da fala de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini (bispo da diocese de Guarulhos) sobre o estupro de mulheres e do discurso de Myrian Rios que equivocadamente relacionou pedofilia e homossexualidade, que parei para pensar no que estava acontecendo.

São três situações diferentes, que envolvem pessoas distintas, no entanto, há algumas características semelhantes e que muito me preocupam. A intenção desse texto não é “julgar” a orientação sexual ou religiosa de ninguém, deixemos esse assunto para outro dia, quem sabe. Quero apenas discutir ou levantar alguns pontos que me intrigam, como o discurso pautado na religiosidade velando preconceitos e ideias equivocadas. Até onde demonstrar e defender o que você acredita não ultrapassa aquela faixinha de respeito que não pode ultrapassar a liberdade de outro? Questiono.

No último dia 23 ocorreu a marcha para Jesus. Segundo os organizadores do evento essa teve como objetivo a difusão da paz, o amor, a solidariedade, o respeito, a tolerância. Bonito, né? Mas não foi isso que se viu, necessariamente. Além daqueles fieis que estavam ali claramente PARA Jesus, alguns resolveram falar sobre união homoafetiva (que muitos veem como anormalidade) e até maconha (devido à legalização da marcha da maconha). Curioso foi ver a fala de Silas Malafaia, que  atacou a decisão do STF de liberar as marchas do tipo no Brasil: "Amanhã se alguém quiser fazer uma marcha em favor da pedofilia, do crack ou da cocaína vai poder fazer. Nós, em nome de Deus, dizemos não". Olha o extremismo da pessoa, a figura pública e formadora de opinião transmitindo exageros aos seus seguidores.

Assim como Eliane Brum, eu sequer sabia que a Miryan Rios era deputada estadual do Rio de Janeiro e só vim saber depois desse bafafá todo, de verdade. Achei muito estranha a declaração dela, alegando que não contrataria uma pessoa devido à orientação sexual desta, uma vez que seus filhos poderiam ser vítimas de pedofilia. Myriam Rios utilizou tais ideias para argumentar contra a regulamentação da PEC 23. Depois de toda a repercussão, disse que foi mal interpretada e que não é de forma alguma preconceituosa. Ora, se não é intolerante, não discrimina, suponho que seja, no mínimo, muito mal informada. E a pergunta que eu faço: Quem votou em Myrian Rios?

Dom Luiz Gonzaga Bergonzini apresentou uma visão distorcida e apelativa em relação ao estupro, dando a entender que a mulher que sofre o abuso nem sempre é tão abusada assim. Tal discurso é pertinente a uma figura que exerce tamanha influência entre seus fiéis?

As três figuras públicas não estão proibidas de demonstrar o que pensam. Isso seria ir contra a liberdade de expressão e, como a maioria das pessoas sabe, isso é inconstitucional. Mas ao ver algumas essas “expressões de autoridade”  fica a impressão de que aquele que devia amar e provocar a união está servindo como  ponte para a expansão da intolerância e também da ignorância. Que coisa mais feia! Isso muito me entristece.

Em nome de Deus... Acho bonito isso dos outros falaram que em nome de Deus isso, em nome de Deus aquilo... "Deus não gosta de briga, deus não gosta que você tome manga com leite." Olha, não acho que as coisas funcionam assim. Myriam Rios foi uma das que se levantou para dizer que defendia aquilo que estava no Gênesis. A fé pode cegar. Mas esse discurso cristão segregacionista e pouco instrutivo me assusta.

Assusto-me principalmente com a exposição de ideias equivocadas e por vezes dotadas de preconceito, vindas de pessoas públicas que deveriam pregar a paz, aproveitar a notoriedade para informar e espalhar a tolerância. A deputada e as demais figuras religiosas podem dizer o que bem entendem, claro, é um direito. O problema está em expressar essas informações de maneira distorcida e o pior: muitos acreditarem e validarem esse tipo de discurso.

Usar a fé como escudo para disseminar informações tantas vezes inverossímeis deveria sim, ser proibido. Não tem a ver com o veto da expansão das crenças das pessoas, mas com o impedimento da expansão da ignorância.

Fica aqui minha sugestão: antes de subir em um palanque, em um púlpito, ou se colocar em frente às câmeras para dizer o que se pensa, seria interessante que não só eles, como tantos outros formadores de opinião se informassem, estudassem um pouco sobre aquilo que querem pregar e convencer, para o bem dos outros. É pedir demais?

E concordo sim, com o que Eliane Brum disse: “É preciso se despir da vaidade das certezas para alcançar a dor do outro – movimento imprescindível para o amor.”.





sexta-feira, 8 de julho de 2011

Fui assaltada e saí com a bola cheia (ou nem tão cheia assim).

Falavam bem mal de mim, só contradição.
Meu interior era esquecido
E meu exterior, a todo o momento, era vivido.

Cresci me achando feia
A sociedade não me queria
Não era modelo pro capitalismo
Servia, apenas, pro fatalismo.

Chorei pelos cantos,
Acabei me escondendo
Até que veio tal assaltante
Que apareceu dizendo

Vaca-gorda encalhada,
Não me deixa trabalhar
Desse jeito como vou eu
Conseguir te assaltar?

Dei a volta por cima,
Precisei desse estímulo
Emagreci 45 quilos
E agora só ganho mimo.

Gostou da minha nova silhueta?

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Os discípulos de Magda


Não assisto CQC. Quando o programa começou, eu tentei, mas acabava optando por ver as partes mais interessantes no youtube. Depois esqueci que o programa existia, mas continuei acompanhando os carinhas no twitter, até que os tweets também perderam a graça. Mas não é sobre a minha relação com o programa e seus integrantes que quero falar, vamos em frente...

Me pergunto onde está a proposta de autenticidade do programa quando os dois integrantes mais polêmicos (ou seriam ignorantes?) manifestam suas opiniões preconceituosas, machistas, etc e tal. Afinal, desde quando a ignorância é autenticidade?

Pelo que me consta, é muito comum encontrar gente tosca e insensível por aí. Aliás, essas notícias que temos visto na internet, das big bobagens ditas por Danilo Gentili e Rafinha Bastos, mais me lembram o comportamento daqueles grupinhos adolescentes que infernizavam a vida dos amiguinhos na escola. Não me parece “humor irreverente”, só por ser “politicamente incorreto”, na verdade, me parece pateticamente desagradável.

Até onde sei, essas polêmicas não eram comuns no começo do programa, embora eu me lembre de algo envolvendo o Danilo Gentili e uma piada racista com macacos no meio.  Se eu gostasse, não deixaria de assistir o CQC por isso, mas fico refletindo sobre o que passa na mente dos dois jornalistas/comediantes/seres indefinidos em questão, e realmente não consigo imaginar que seja algo muito brilhante. Talvez seja desespero: "preciso twittar/falar algo engraçado, vai essa merda mesmo".

Nas últimas semanas sofremos um bombardeio de idiotices vindas dos "irreverentes" rapazes. Aparentemente, eles não amadurecem com o tempo, não aprendem a medir as palavras diante da repercussão das coisas que dizem e, para quem não acompanha o programa, parecem discípulos de Magda.

Olhando assim, de fora, de longe e de saco cheio, a única explicação que me ocorre, é que os dois já estão cheios de dinheiro e de popularidade, já são os reis da cocada preta, e se sentem livres pra falar qualquer asneira, sendo essa do mamaço uma ótima oportunidade para ser o fim da picada, mas duvido. Aparentemente não há bobagem que os façam parar, eles têm um repertório cheio delas, e nenhum bom senso pra decidirem parar.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Anormal assassino mata namorada da irmã.


Não faz muito tempo, em uma mesa de bar cheia de ex-colegas de faculdade, uma menina, que até então eu julgava esclarecida, despejou suas opiniões cheias de preconceito em cima da minha cerveja, enquanto se dizia uma pessoa livre dos mesmos... Han? Ela se considera normal (posso chamar de normal quem não tem preconceitos e de anormal quem tem?) por respeitar o seu amigo gay, mas na despedida do mesmo, em um bar gay, se referiu a todas as mulheres homossexuais presentes como “caminhãozinho” e achou que 90% delas estava encarando-a com segundas intenções, o que, para mim, é paranóia.

Se você se sente assediado por todos os homossexuais do teu sexo mas não se sente assediado por todos os heterossexuais do sexo oposto, você é preconceituoso e paranóico. Veja bem, a minha ex-colega não é a Angelina Jolie, nem a Megan Fox, trata-se de uma mulher bonita, mas da maneira mediana das mulheres normais, então, assim como a maioria dos homens não caem aos pés dela, também a maioria das mulheres não cairia. Supondo que ela fosse mesmo essa coca cola toda, claro que existem homossexuais mais atiradas, mas o mesmo acontece com os heterossexuais. Então, olha que bacana, falar não para uma cantada homossexual é igual a falar não para uma cantada heterossexual, não há mistérios! Ela não precisa fazer uma cena drama Queen por causa disso!

Outro dia, outra amiga (momento Scar: “estou cercada de idiotas!”) estava me dizendo que não confia em homossexuais quando estes dizem que fulano é gay, pois eles vêem homossexualidade em tudo. Oi? Oi? Oi? Isso não é um pouco generalista e preconceituoso? Colocar palavras na boca de todos os homossexuais? De minha parte, tenho me esforçado para não ter preconceito contra heterossexuais preconceituosos, porque ô racinha difícil para se levar uma conversa. Despejam aquele monte de opiniões indigestas, sem se importarem se você está comendo, bebendo ou dirigindo (nesse último caso me dá vontade de deixar o carro ser atingido por um caminhão no lado do passageiro).

Relacionamentos entre casais de sexo oposto já são difíceis sem a sociedade inteira torcer contra. Imagina correndo o risco de apanhar de um retardado preconceituoso desses que brotam pelas esquinas? Imagina correndo o risco de ser assassinada pelo irmão da namorada? Imagina, imagina, imagina....

É difícil enumerar todos os obstáculos que os preconceituosos impõem para a vida dos homossexuais, é difícil ter uma expectativa positiva de que um dia tudo isso vai acabar, é difícil abrir os jornais e ver que uma garota foi morta com apenas 16 anos porque estava namorando; sim, ela apenas estava namorando. A vítima era uma garota normal, que ainda acreditava em relacionamentos e por isso teve a coragem de engatar um namoro (é muito difícil namorar hoje em dia). O assassino é um garoto anormal, que não foi capaz de aceitar a irmã, mas teve coragem para matar a namorada dela. O cenário? Um mundo tosco, que ensina um jovem de 16 anos, nascido nos anos 90, que não tem problema matar, se for um homossexual, em pleno século XXI.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A quantas anda seu preconceito?

Inspirado em http://tinyurl.com/5tgeuhp

É chocante ver a notícia do pequeno Ah Long, notar a recusa de adultos de cuidar de um menino de 6 anos e da necessidade de ser auto-suficente tão jovem. Porém, me questiono quantas crianças não são tratadas da mesma forma de maneira velada aqui no Brasil. Vivemos nessa sociedade vestida de hipocrisia, que mantém seus preconceitos escancarados como uma boca cheia de dentes.
Cresci com tios e vizinhos HIV positivos e me recordo de como meu pai me ensinou com o personagem "Zé Vampir" da Turma da Mônica, que o contato pessoal e social não era proibido com pessoas portadoras do vírus, o que não podia era relação sexual sem camisinha (eu tinha 7 anos), não podiamos compartilhar seringas, materias cortantes, alicates de cutícula e etc, para um pai de primeira viagem em meados da década de 90, eu achei que foi um grande trabalho, afinal, ele não me proibiu de brincar com primos e amigos que talvez portassem o vírus da AIDS.
Quando minha tia morreu em 2006, todos de sua vizinhança descobriram que ela e seu marido portavam o vírus e a primeira que coisa que todo o bairro fez- ao invés de se mostrar solidário ao luto- foi trancar suas portas, evitar toda a família, inclusive os filhos e netos da minha tia, que tinham seus exames de HIV negativos.
Ao contrário da China, que é um país comunista, que não permite a livre disseminação de conhecimento, vivemos em um país que se orgulha de ser democrático e possuimos um dos melhores tratamentos para o vírus da AIDS do mundo, mesmo assim lidamos mal com o maior problema que a doença causa, o preconceito, esse mal ainda não estamos nem perto de sanar.
Mesmo não mantendo nossas crianças soro positivo afastadas, será mesmo que pais e mães daqui não aconselham seus filhos a discriminá-las, como forma de prevenção e combate a transmissão da doença?
Ou mesmo a crueldade inerente às crianças, sendo elas brasileiras ou não, não faz com que elas afastem aquilo que lhe são diferente?
Aqui e no mundo, o maior problema causado pelo vírus, ainda esta à solta e muito forte, ainda somos fonte de preconceito e discriminação para crianças e adultos e não estamos nem perto da tão sonhada cura para vírus e preconceitos.

E aí, a quantas anda seu preconceito?