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terça-feira, 9 de abril de 2013

sobre o líder da Coreia


"Duas coisas são infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas, no que diz respeito ao Universo, ainda não adquiri certeza absoluta." (Albert Einstein)

Sobre a Coreia do Norte e a possível última Guerra Mundial

Confesso que não tenho acompanhado com a devida atenção o queridão presidente (ditador? Não sei ao certo) da Coreia do Norte. Como boa tupiniquim, tenho lido mais a respeito de coisas mais próximas ao meu umbigo, felicianizações, mercurizações, corrupções, novela das 18. Só que chega uma hora em que não tem como ignorar o fato de que, dããã, tem um bocó  líder querendo aparecer e para isso decide assim "vamos começar uma Guerra? VAMOS!". Visualizo o queridão ai com aquele cabelinho uó dizendo isto com um palito nos dentes e bafo. Desculpe, estou julgando, e no meu julgar ele, sim, tem cara de quem tem bafo. Bjo.

A verdade é que esse senhor aí deveria ir lavar uma louça. Deveria ter vergonha na cara. Sim, sei que  ele luta contra sanções impostas, sim, sei que ele "quer o melhor para o povo dele" (ahan, já tô sentando, Cláudia), sei que as medidas drásticas que ele parece querer tomar são a última tentativa de resolver um problema (todas estas frases bonitas e de impacto foram tiradas de jornais de circulação nacional). Só que apesar dos anos de estudo dele mundo afora, acho que ele não percebeu o básico: o mundo está 'a beira de um precipício, não sendo necessário um empurrãozinho de ajuda. Honestamente, meu senhor, é necessário tanto estardalhaço? Por que vários morrerão por suas ideias e escolhas, enquanto você, por medidas de segurança, pode pegar um avião e sair pela direita, como o Leão da Montanha fazia. Fácil decidir pela vida de outros vários quando a sua não está em jogo, não é mesmo?

Dai imagino que a coisa desande (E DESANDARÁ, pelo amor dos Divinos, desandará), só que não a tempo da ideia ter gerado frutos. Vários tem armas nucleares, a Dilma-e-seu-pé-quebrado compraram armas anti-misseis do Putin há pouco tempo. Gente, sou ninguém, decido nada, mas se até eu percebo que algo está muito errado, vocês deveriam se ater mais 'a lição de casa, né não? O mundo já tem problemas suficientes para resolver e vocês brincando com coisa que vai dar merda? Ideia de jerico, hein, filhos? Vergonha alheia de vocês!

Só sei que rezo e torço para que tudo seja fumaça. Sei que onde há fumaça há fogo, mas vá lá, as vezes é só fumaça mesmo. E que estes povos que parecem se odiar tanto odeiem como brasileiro odeia argentino e vice-versa. Mais no falatorio do que na ação, e decidindo se Pelé é melhor do que Maradona. Queria falar tanta coisa do coreia lá (quem eu não respeito me recuso a aprender o nome, e se aprendo não falo ou escrevo) mas no fundo queria era ser a mãe desse cidadão e dar uma surra de Havaiana nele. Porque, para mim, isto é falta de ouvir NÃO na vida. E falta de horas carpindo um terreno pelo mundo afora...

Que tudo acabe bem, que nada de ruim ocorra, que dias e ventos melhores soprem e que vidas não sejam ceifadas por nada. Que assim seja.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

O Tamanho do Deslize ou Joelma e os Gays



Você é fã de carteirinha da pessoa. Sabe decor até a ordem dos trabalhos do seu muso inspirador, as roupas usadas, frases de impacto. Só que ai o outro perde uma grande oportunidade de ficar com a boca fechada e dá uma declaração que te atinge diretamente. Você releva? Ou segue afirmando que distorceram o que foi falado, que a mídia é assim mesmo, bla bla bla, e arranja desculpa para não querer acreditar que seu ídolo demonstrou o que realmente é e acredita? Não entendeu? Lê ai embaixo:

O John Mayer - um puta de um guitarrista e, vá lá, um bom cantor - já deu declarações racistas. Em terras tupiniquins, a Joelma disse e repetiu o que achava de homossexuais, em um momento de baixar as armas e dizer o que pensa. Ambos tentaram remediar, agora estão dizendo que não era bem assim, que a frase foi distorcida... Que seja! Eles disseram merdas, e agora você (fã, talifã ou apenas simpatizante) tem que ver o que fazer da vida com isso. Vai encarar?

Você deixaria de comprar ingressos para os shows dos seus ídolos se eles cometessem um deslize que te afeta diretamente? Ou faria vistas grossas? Por que já reparou que tendemos a achar justificativas todas as vezes em que queremos justificar o injustificável? Sim queridos, quando queremos fazer algo (que sabemos ser) errado, achamos uma justificativa. Nem estou questionando aqui o direito do seu ídolo falar e achar o que bem entender; o que questiono é como você lida com a aura de endeusamento que você deu a ele quando descobre que o cara te atinge na veia. Você continua seguindo os passos dele? Ou se debandeia pro outro lado?

A carapuça não serviu até agora em mim sobre os artistas/escritores/musos e suas frases e acontecidos. Mas penso no que faria caso um autor (tendo a gostar mais de ler do que de música, e quando gosto de música gosto de uma só, não geralmente do álbum todo) dissesse algo que vai contra minha ideia sobre o cara. Não sei se continuaria a vê-lo com os mesmos olhos, acho que me sentiria meio traída, vítima de um embuste. Ou pode ser que faria como os da "vista grossa" e acharia um culpado externo pro disparate dito. Só sei que uma hora as verdades aparecem, e mais do que isto, em algum momento o que as pessoas realmente pensam e sentem vem a tona. Direito de cada um ser o que quiser. Mas direito e dever meu lidar com isto da melhor forma possível. Que seja queimando livros, ou comprando a próxima obra a ser lançada em breve...

(PS - acho - repito o ACHO - que, se meus ídolos falassem merda, provavelmente não mais os seguiria e deixaria de comprar suas obras. Doeria onde mais doi: no bolso).

terça-feira, 12 de março de 2013

pilares do absurdo


sobre o novo presidente da Comissão de Direitos Humanos









Pensei muito antes de escrever este post pelo seguinte motivo: como interpretação de texto é algo que muitas vezes dá pano para a manga, não queria que alguém lesse e entendesse errado. No fundo, estou apenas dando minha opinião sobre os fatos a seguir. Sei que não mudará o preço do dólar, mas sempre tem alguém para entender errado para pior o que tentamos escrever/dizer. 

Dai que uma Comissão em BSB foi dada para alguém meio nada a ver, do ponto de vista de alguns (sim, faço parte deste grupo de alguns). A pessoa escolhida já soltou as seguintes frases: "índio nasce índio, não tem como mudar; negro nasce negro e não pode mudar. Diferente dos homossexuais." Ou então: “africanos descendem de um ancestral amaldiçoado por Noé”Que tal essa:  “sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, AIDS, fome, etc”?  Paro por aqui. Se quiser saber de outras, dá uma procurada. A lista é boa e risível, se não fosse sobre um assunto tão sério.

Só que você chegou até aqui e pensa: mais uma contra o cara. Na verdade, o que me deixa perplexa nem é o cara ser quem é e falar estas merdas. O que me rasga o fígado é ter gente que concorda com e assina embaixo do que ele diz. Este senhor é representante de vários, VÁRIOS que se escondem atrás dele. Sabe quando a gente acha que está no século 21 e fala: "meu, mas como isso ainda ocorre?" A verdade é que muitos (talvez esmagadora maioria) concordam com ele. Ele diz o que vários pensam mas não falam. Estas pessoas que encontram voz por outras pessoas são pilares. Gente que aplaude os disparates alardeados. Gente que lá no fundo se sente melhor do que os outros. Gente que, sem sombra de dúvida, não tem coisa alguma a ver comigo.


Devo ser pior do que eles, já que não concordo em apoiar ideias tão descabidas. Então eu penso: li outro dia que o novo presidente do Senado (aquele que quase foi cassado) tem fã-clube de jovens. Oi? Assim, OI? A gente reage como a uma notícia destas? (Quem quiser ler mais (e tiver estômago para tal), é só clicar aqui.) Adianta insistir em um mundo onde existe este tipo de notícia?

Este tipo de coisa me constrange e, pior, me cansa. Vale a pena continuar seguindo contra os velados mas numerosos? E, certamente, tem muito mais gente importante que pensa como o digníssimo ai de cima. E os outros vários por trás empurrando estes para a frente? Fazer o que neste caso? Tentar expor outra opinião? (perda de tempo). Tentar EXPLICAR? (alguém aguenta?) Penso se não deveria pegar minhas trouxas e viver numa terra do Nunca. Tomando eternamente ENGOV, não pelas biritas ingeridas, mas para que meu fígado sobreviva até o final desta minha encarnação. Será que isto só ocorre aqui? E, assim, esses que concordam com os tios em questão, vocês realmente concordam com as pérolas feitas e ditas? Really?

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Obesidade

"Aprendi a me pentear sem me olhar no espelho"


(Antes de mais nada, sou absolutamente leiga em termos médicos e legais. Ok? Ok!)

Honestamente: me diz se não teve ao menos uma vez na vida em que você viu uma pessoa OBESA e não olhou. Agora, mais do que isto, me diz se já não passou pela sua cabeça, frente a esta pessoa, a seguinte frase: "como a pessoa deixa chegar a este ponto?"

Sou do time das fofuchas. Desde pequena, garotas bochechas.  Sou daquelas que já contou pontos, calorias, já foi vigilante, comprou(a) livros a respeito do tema e afins. Sempre fui parruda. Nunca me lembro de ter usado um manequim que não fosse, ao menos, G-L. Então sempre soube que poderia ser eu a pessoa obesa do outro lado da calçada. Digamos que o "danger, danger" sempre ressoou lá no fundo, mesmo que eu não ligasse para ele. 

(Você pode até pensar que eu, como toda mulher, exagero um pouquinho ao tratar deste tema. Queridos, acreditem, estou sendo REALISTA! Não sou a mulher normal que pode entrar em qualquer loja e pedir o maior tamanho e conseguir (ainda que deitando na cama e ficando sem respirar) fechar o zíper. As roupas que compro vendem em sessões e lojas especiais. Capisci? Então este post não é dramático ou uma tentativa de chamar a atenção. Grata!)

Periga maior são as pessoas magras e "normais" que um dia se acordam um balão. Não creio que elas soubessem que existia uma pessoa gorda dentro delas. Mas existe. EM CADA UM DE NÓS EXISTE UMA PESSOA GORDA! Em alguns ela se encontra adormecida, em outras brincando de esconde-esconde. Mas ela está lá. E pessoas magras, quando a libertam, ficam meio sem entender de onde vem o soco. Já reparou como tem muita gente magra que quando engorda perde a mão? Repare, se bobear você é uma delas.

Não vou discutir o fato de que "é só ter vontade", "é questão de auto-controle" e outras pérolas a fim. Concordo sim que quem quer vai atrás (não necessariamente consegue). Mas tenta. Só que 'as vezes o tamanho do problema é muito maior do que simplesmente parar de comer. Deixo para os especialistas as discussões, apenas te proponho a seguinte reflexão: quando é hora de por um basta no aumento do peso? Aliás, o que fazer quando você, nesta estrada acima, perdeu o controle?

Me encontro, hoje, num platô, após ter subido VÁRIOS degraus nesta "estrada acima". Sei que posso aumentar mais e mais o peso, mas ainda não ficou incontrolável. Tomo remédios de colesterol, triglicérides, estas coisas, não sei quanto peso (quando vou na endócrino tratar da tireoide digo que não quero saber o peso. Sim, sei que é fuga, obrigada!) e o principal: não estou a fim de pagar o preço para descer estes degraus. É consciente? Super! Sei que é difícil de outros entenderem, então nem gasto saliva ou cutícula digitando, mas a verdade é que não quero fazer dieta. Adianta então os outros me falarem que tenho que emagrecer, me mostrarem exames, eu não conseguir comprar roupa, etc? Não, não adianta. O que você pode fazer é respeitar, mesmo não entendendo. No meu caso, eu SEI que não quero fazer dieta. Eu SEI o tamanho do problema. Só que hoje não, Márcio. Pago o preço? Claro, já viu ação sem reação?

Detesto opinar, mas se você não está feliz como está (ou se você está com força de vontade suficiente para fazer dieta), deve procurar ajuda. Tente sair da inercia. Problema maior tem quem  está gordo e não percebe isto, ou escolhe living in denial. A pessoa gorda que habita em você pode não estar mais escondida e pode ter tomado conta do pedaço. E ela, quando chega para o café, se esparrama e fica para a janta, café e almoço dos dias seguintes...

domingo, 20 de janeiro de 2013

Fraude - Lance Armstrong

Lance disse que decidiu confessar após conversa com o filho.

(Pensei em por como título deste post "REMORSO". Dai mudei para "Fraude". No fundo, acho que o título correto seria "mas como é que pode isso?")

Lance Armstrong, para quem não sabe, é (era) o maior vencedor da História do Ciclismo competitivo mundial. Além disso, teve e se curou de um câncer, antes de retornar ao esporte e vencer mais uma vez tudo e todos. A perfeita descrição do ícone do vencedor. Imbatível. Dono de uma fundação que ajudava pessoas que também tinham câncer, e se bem me lembro foi a primeira vez que todo mundo comprava uma pulseirinha amarela para ajudar no projeto, essa que você vê abaixo. E este castelo desmoronou. Porque além de imbatível, carismático, um show business man, Lance se mostrou mentiroso. No fundo, o que ele era pode ser descrito como... fraude.
Ontem à noite vi a primeira parte da sua entrevista com a Oprah (para quem se interessar, passou no Discovery Channel). O que me chamou a atenção: ele achava aquilo normal, como "colocar água no recipiente e encher os pneus da bicicleta." Ok, percebe-se que ele era meio equivocado, mas ele continua, dizendo que aquilo era tranquilo para ele, que ele não achava que fazia nada errado quando se dopava... Duas coisas passavam pela minha cabeça: ele não pensou, em um segundo que fosse, na família dele? E dois (o que realmente eu não entendo): como o cara põe a cabeça no travesseiro se sabendo uma fraude, mentindo descaradamente para o mundo e seus filhos, e dorme tranquilo? Como ele consegue ter paz de espírito sabendo que ele não cometeu um erro e o repetiu (mais de duas vezes é sinal de burrice, lembra o ditado?), mas durante DÉCADAS o cara simplesmente foi uma fraude e... como ele não se sentia uma fraude?

Até comentei com amigos a respeito. Tem uns que disseram que ele se apegava ao "vencer a qualquer preço". Ok, até entendo, mas a minha dúvida principal continua: o cara venceu a qualquer preço, mas era uma vitória desonrada. Era uma vitória mentirosa. E, supondo que ele jamais fosse pego, a questão continua: o cara posava de algo que ele simplesmente não era. Como isto não o corroia por dentro?

Não sei se estou me fazendo clara, mas te pergunto: você, durante décadas, conquista coisas baseando-se única e exclusivamente em fraudes. Supondo que os deuses sejam generosos com você e você não seja desmascarado, você realmente se acha o tal por saber ter conseguido o que queria através de maracutaias? Você se acha mais esperto que todos por ter subido em cima de mentiras? (Se alguém se sentir ok com isso, favor me mandar email explicando, ok? Só pra tia aqui entender...)

Sou um pouco mais velha que os autores aqui do blog (todos sensacionais, vale a pena ler depois alguns textos), então já vivi mais. E não foi em livros que aprendi o seguinte: a mentira é algo quebrada. Ela é inteira trincada. E quando você começa a construir em cima dela, é algo como construir algo em cima de castelos de areia ou castelo de cartas. Qualquer coisinha a coisa desaba. Acreditem amores, não é religião isso... é a vida como ela é...

E outra coisa que aprendi na terapia: "mentira é hábito". Que seja, minhas indagações continuam. E não sou melhor do que os que sobem através do "jeitinho". Na verdade, mal dou conta de mim. Mas te garanto que, todas as noites, boto a cabeça no travesseiro e não tenho um pinguinho que seja de remorso quanto a quem sou e o que faço. Se é pouco para a humanidade, me contento com pouco. E fico com vergonha alheia de pessoas como o ex-super campeão. Que, independente do que faça daqui para frente, para mim será sempre o cara que durante anos continuou cometendo o mesmo erro, consciente deste fato. E que, em nenhum momento, parou para pensar que mesmo ele sendo "o cara", suas ações reverberariam em seus familiares. Que agora sofrem por alguém que chegou lá, pagando qualquer preço...


domingo, 2 de dezembro de 2012

TPM É MITO


TPM é mito machista, segundo pesquisadora canadense. 

O artigo ai em cima não analisou aspectos físicos da TPM, apenas tentou mostrar que aquela ideia de que mulher fica louca de pedra neste período é muito mais uma resposta simplista para explicar o excesso de tudo a que mulheres estão sujeitas do que um fato. Ok, a moça é entendida no assunto e amo o Canadá, então foco na parte que me cabe.

Sempre tive sintomas físicos durante este período. Sempre. Dor. Em todas as partes do corpo, principalmente pernas. De vomitar de dor. De ter que tomar remédio na veia em algumas (poucas) vezes. Então fui atrás do que havia disponível à época para me livrar disso. E me livrei.

Venho aqui então apenas dar meu testemunho dizendo o seguinte: se você SOFRE com sintomas de TPM, sejam eles quais forem, não fique falando ou culpando a coitada. FAÇA ALGO A RESPEITO! Procure os médicos aptos a lidar com a coisa, índios xamânicos, revistas e livros de auto-ajuda, mas pare de ficar reclamando de TPM e lide com ela. Ás vezes dá a impressão que muita gente se escoima nisto, sabe? Todo mês reclama, enche o saco dos que são obrigados a conviver com ela...

Se te incomoda, se livre disto. Ou amenize, o que for possível. Mas não fique reclamando todos os meses por algo que durará um longo período de tempo. Se você quer ficar sentindo a dor, o incômodo, que seja, que bom para você. Mas quem convive com você acha um saco isto. Pelo menos falo por mim, que conheço gente que TODO MÊS se lamuria da coitada. Quer sofrer? Sofra e não encha o saco dos outros. E digo isto com toda a calma do mundo viu? Não estou de TPM...


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A Confusão do Excesso

Manchete de Ontem: Geração desconcentrada


Falo por mim: às vezes faço várias coisas ao mesmo tempo, e nenhuma sai super bem-feita. Fui ter TV no meu quarto quando já tinha quase 30 anos, então antes disto eu sempre lia antes de dormir - hábito que mantenho até hoje, aleluia! Só que está muito fácil hoje em dia se perder no meio do caminho. É tanta distração acumulada que, sei lá, parece que no meio do processo já esquecemos até qual era a pergunta. Acontece com vocês também?


Não sou daquelas que tem calafrios se acaba a bateria do celular. Ok que levo um carregador na bolsa, mas se não tem também, beleza. Só que lido com pós-adolescentes na casa dos seus vinte e poucos anos. E vejo como eles lidam com esse excesso de informação disponível. Pela minha percepção, eles estão perdidos. Imagine eu então, que me confundo com o excesso. Mas enfim, ai eu te pergunto: você, quando começa a fazer algo sério no computador, não dá umas divagadas às vezes? Você não para o que está fazendo no meio para checar seu celular, twitter, facebook? Ou para ver os gols do seu time na TV? Você não interrompe n vezes sua vida para fazer algo prazeroso mas desnecessário? Eu faço isto, talvez mais do que deveria.



Quem lê meu blog (jabá e propaganda subliminar aqui) sabe que estou cansada. Vários anos batendo na mesma tecla e não recebendo nada que não seja NÃOS na cara, olha, cansa. E tenho percebido que minhas fugas e escapes do que é preciso ser feito tem aumentado em quantidade e tempo. Alguns não exercitam a fuga bebendo? Pois bem, eu durmo. E como. E fico na internet quando deveria fazer coisas sérias e úteis. Se não for para concordar comigo, me deixa quieta, já que isto é o melhor que posso fazer. Sério.



No fundo, espero que esta falta de concentração tenha benefícios ocultos. Ultimamente conto com o sobrenatural para seguir adiante. Aliás, vou ver agora se acho o número de alguma cigana que me traga o que quero em 7 dias. Porque 7 anos mais eu acho que não aguento. (E não, não falo de me trazer um amor. Grata.)

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

público vs. privado

Manchete de Ontem: Muro é pichado horas após reabertura da praça roosevelt.

Olha, não sou o ser mais patriota deste Brasil varonil, o que não ajuda em nada na hora de escrever sobre manchetes como a ai de cima. Este tipo de coisa serve para corroborar cada vez mais a ideia de que, por aqui, só implodindo e recomeçando de novo. Pode parecer paradoxal, mas acredito que os bons são maioria. Só que eles estão cansados, estão apáticos, estão lutando para por o pão diário na mesa. E nessa de cansaço, os ruins (na minha mente ainda poucos, mas ruidosos, o que faz com que ganhem tanta atenção) colocam as asinhas de fora.

Reclamam que não se faz nada. Que o poder público não faz nada. Ok, fizeram. E os usuários? Em menos de 24 horas, uma minoria vai lá e já começa a depredar o lugar. "Ah, eles não tem opções de lazer, cultura..." Desculpe minha ignorância e impaciência, mas quando tem, destroem. Novamente, os vários pagam pelos erros de poucos, mas desde sempre a humanidade foi assim, não foi? Ai eu te pergunto: adianta então fazer algo se isto será destruído logo? Por que, ao invés de ficar caçando culpados, não tentamos manter o que já existe? Por que esta necessidade de destruir o que é e TODOS? Por que a pessoa não vai lá e fica dando muro na parede estilo Kill Bill, já que assim só ela sofrerá as consequências?

Poderia fazer este post só de perguntas, mas o gosto amargo que tenho na garganta não sairia. Me entristece MUITO ver que esse negócio de 6ª economia do mundo é conversa fiada. E que, lá no fundo, somos homens da cavernas vestidos de terno cinza...

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

IDADE PENAL

Manchete de Ontem: Menores no crime, perigosos impunes.


Sei que o fato de menores se ligarem ao crime tem a ver com falta de Educação (com E maiúsculo), de educação em casa, da falta de oportunidades, drogas, tempo ocioso, ... Mas também sei que eles assaltam e roubam e matam pessoas que também lutam por suas vidas, matando seu leãozinho diário. Para os primeiros há a preocupação de grupos de direitos humanos, teóricos e práticos da vida tentam resolver seus problemas. Mas e a vítima? E aquele que fica com sequelas psicológicas, desenvolve síndrome do pânico, tem um ente familiar arrancado de seu convívio à força? Quem ajuda estes?

Vira e mexe há algum crime mais grave envolvendo menores e a eterna discussão volta à tona: deve-se diminuir a maioridade penal? E ai a ladainha recomeça...

Não sou advogada. E graças a Deus nunca tive um problema mais sério relacionado à segurança, além daqueles assaltos básicos que ocorrem quando você mora em São Paulo. Só penso o seguinte: o código foi escrito baseado na realidade daquela época, já que escrevemos inseridos em um contexto. E agora aplicamos a lei criada em 1940 nesse mundo onde muito guri já sabe mais da vida do que eu aprenderei a vida toda. Vai dar, no mínimo, merda...

Sou solidária às verdadeiras vítimas. Que fazem sua parte, mas por ironia do Destino, o fanfarrão, esbarram em um menor sem muito juízo na cabeça e tem sua vida completamente mudada, sem nem falar bom dia antes... Que estes consigam se recuperar, já que nem sempre isto será possível... Quanto aos criminosos, me desculpe, mas independentemente da idade eles, na minha opinião, eles SABEM sim o que fazem e fizeram. Aliás, tanto sabem que se escoram nisto... que eles... que eles... olha, que os deuses me mantenham a salvo de suas inconsequências... E que aqueles que não tiveram esta sorte que consigam seguir adiante... Que assim seja... que assim seja...

terça-feira, 18 de setembro de 2012

ÁGUA E ÓLEO

Manchete de Ontem:  Atraso.

Nem precisa clicar no link:, reproduzo aqui o que diz a matéria:

"Mais uma reunião de conselheiros do Paulistano vetou, anteontem, o reconhecimento de parceiro de um sócio como dependente. Ele só pode entrar no clube como convidado. “Não adianta a imprensa nos pressionar, não vamos mudar”, avisou um dos presentes.

Em tempo: os clubes Harmonia e Hebraica já aceitam a união estável entre pessoas do mesmo sexo"
Poderia discorrer horrores sobre o fato de que sim, o clube faz o que quer com seu estatuto; sim, acho a postura do clube no mínimo risível, para não usar os termos que acho que caberiam ao tema; sim, cada um tem seu juízo de valor; sim, outros clubes da "elite" assumiram jeitos diferentes de lidar com o mesmo tema; sim, se não concorda você que é incomodado que se mude.
Este mesmo clube vetou a condição de sócio para o Silvio Santos. Procure os motivos.
Penso apenas nos valores que ainda rondam nosso mundo. Se ainda não escolhemos viver (sim, aqui é uma escolha!) como água e óleo com os "outros". E vejo que ainda estamos muito na idade da pedra...

domingo, 9 de setembro de 2012

Nó no estômago

Não achei o link para este post, aliás, nem sei se existe. Só sei que hoje, início de setembro de 2012, no jornal da manhã bem cedinho de uma emissora de TV, vi uma reportagem que me deixou imensamente ultra super puta da vida. E antes que venham defender os pobrezinhos fracos e oprimidos, já digo que não responderei a nenhum comentário, já que penso que cada um tem seu juízo de valor! E usarei este espaço para dizer que minha opinião é formada do seguinte ponto de vista: eu simplesmente me pus no lugar da senhora dona do apartamento, a quem chamarei Regina. A estória é a seguinte:

A dona Regina é diarista. Com muito esforço e abrido mão de várias coisas, ela conseguiu comprar HONESTAMENTE uma casa em um programa de casas populares. Ela batalhou muito por isto, sendo que poderia estar roubando, matando, gritando, sei lá eu. Pois bem, ela comprou a casinha e paga as prestações em dia. Ela mobiliou a casinha. Dai ela tirou férias e por 15 dias esteve fora de sua casa. E desde então não pode mais voltar, porque durante este período um grupo de pessoas invadiu o apartamento da dona Regina, VENDEU OS MÓVEIS DELA e lá estão. A dona Regina? Só chora, e não consegue sequer por o pé na sua casa.

A reportagem foi com ela ao local. Quase quebraram a câmera. A prima da tia da cunhada da sobrinha de uma das invasoras (ela também é uma das do grupo) deu uma entrevista sem mostrar o rosto. Só disse "não sairemos. Ela que procure os direitos dela." Ah sim, além disto tudo aí em cima, dona Regina descobriu que o grupo está "vendendo" o apartamento por $1000.

EU ME COLOQUEI NO LUGAR DA DONA REGINA! Me imaginei lutando honestamente para conseguir algo, e de repente ter que "ir atrás dos meus direitos". Pensei nisto e até agora meu estômago embrulha. De tristeza. De impotência.

Não sou advogada. Não sei termos bonitos. Não vivo em uma bolha e sei como é o mundão lá fora. Só sei que, nestas horas, me sobe um gosto amargo na boca. Meu estômago embrulha. E penso se não estamos cada vez mais ao Deus dará, jogados ao sabor do vento. Terra de ninguém. Só sei que, nestas horas, só uma lei impera, e tenho muito medo das consequências desta desordem organizada. E esta lei é cega, surda, muda. E lenta...

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Gildão e sua sabedoria sobre chifres



Traição é coisa séria, dolorida e cada um tem sua fórmula para lidar com ela. Para dar uma abstraída, lendo isto ai em cima, me lembrei de um fato que aconteceu comigo há muito, muito tempo atrás. Tive uma professora de História chamada Gilda, “Gildão” para os alunos. Dava aula nos três períodos, todos os dias, fumava muito e tinha aquela voz grossa pigarrenta sabe? Ela era uma figuraça, querida pelos alunos. Me lembrei do seguinte episódio: A Ana e o João, namorados à época e acho que hoje casados, faziam todos os trabalhos em grupo. Lembro que a data de entrega de um trabalho da Gildão era na primeira aula de um dia qualquer. Como ela ficava a manhã toda na escola, lembro da Ana ir lá na frente pedir para entregar o trabalho na última aula, já que por algum motivo eles não tinham feito o trabalho e, afinal, ela estaria por lá, não é mesmo? (obs – a Ana era o bicho-alfa da relação). Isto era antes das 7 da matina. Gildão chamou o João lá na frente e falou no seu tom de voz característico, pigarreando entre as palavras: “perdoar este trabalho é igual perdoar um chifre: se você perdoa, você sempre será chifrado”. Sei que é sem graça, mas sempre me lembro disso. E lembro também que na hora todos rimos muito...

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Indicação de leitura

Manchete de Ontem: Blogueira de Nove anos caça fio de cabelo na comida da escola.

Estou completamente viciada no blog acima. Super tecnológico, assuntos supimpas, cheio dos frique-friques? Não. Apenas o blog de uma menina de NOVE anos que teve a brilhante e simples ideia de tirar fotos de seu almoço na escola onde estuda na Escócia para mostrar para seu pai o porquê de chegar em casa ‘as vezes com fome. Ou talvez menos que isso: se você começar a ler a coisa do início (que foi em abril/maio de 2012) você verá que ela apenas queria escrever sobre algo que era importante para ela no seu dia-a-dia.
O blog já teve mais de 3 milhões de acessos. Quando percebeu que poderia usar estes acessos para tentar algo maior (creio que seu pai deve ter sido o responsável pela operacionalização da ideia), decidiu se juntar a uma instituição sem fins lucrativos para ajudar crianças pobres do Malawi a terem o que comer na escola ou, quiçá, construir cozinhas nestas escolas. Almejava juntar £7.000. Já tem quase £80.000.
Em pouco tempo, crianças e adultos de outros países passaram a enviar o que comiam de almoço em suas escolas e faculdades. Seu pai aproveitou a chance de estudar um pouco mais e pediu que ela procurasse em um globo onde cada país ficava, e ela contava os segundos até encontrá-lo. Muito fofo ler suas descobertas, seu desenvolvimento, seu projeto. Enxergar o mundo sob a visão de uma criança de nove anos. Que, em razão do sucesso de sua simples ideia e de fotos não tão apetitosas de suas refeições, teve que cancelar o projeto por ordens superiores. Todos chiaram, os leitores, Jamie Oliver (o carinha mala que cozinha na tv), a imprensa. Menos de um dia depois ela estava de volta...
O todo é interessante. A simplicidade da ideia, os textos escritos, as fotos. A inocência. E triste também, já que certas comidas ali não deveriam ser servidas a ninguém, muito menos a crianças em desenvolvimento. Penso o que ocorreria no Brasil se fizéssemos algo parecido com a alimentação de nossas escolas públicas. E temo pelo resultado que obteríamos...
Fica a dica então do blog “ Never Seconds” (descobri que “never seconds” é devido ao fato de que as crianças não podem repetir o prato de comida, devido a preocupação com a obesidade crescente. Você não pode ter um segundo prato...) Quando você quiser algo leve, inspirador e, vá lá, ‘as vezes incômodo, sugiro a leitura. E peço que você se junte a mim para pensar no que colocaríamos de foto no blog caso enviássemos o que nossas crianças comem nas nossas super escolas...

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Perdedor número 1

Manchete de Ontem: Não foi a noite que imaginei pra mim, admite Cielo um dia após o bronze.


Brasileiro tem dessas coisas: se não for campeão, não vale nada. Aqui só valorizamos o primeiro lugar, não “o primeiro da lista de perdedores”. Não temos aquela coisa da competição descarada e o “vamos ganhar a qualquer custo” estampado na testa como outros países, mas temos esta cultura de só valorizar o topo. Ser segundo ou último, honestamente, não muda muita coisa.

O cara já foi campeão mundial, ouro na última olimpíada. Na de 2012, ganhou “só o bronze”. Chora como se fosse derrotado (ok, ele tem os motivos dele), mas todos noticiam que ele é agora SÓ bronze. Que ele chegou SÓ em terceiro. Que isso, que aquilo. Me diz se isto não é baixa autoestima?

Meu pai sempre falou de um boxeador brasileiro que foi o segundo do ranking durante todo o período em que competiu. Só que o primeiro era imbatível (não me lembro, mas era como se o primeiro fosse o Muhammad Ali). O campeão e dono do primeiro lugar era hors-concours, sabe? Pois bem, cansado de não ser valorizado por aqui, o boxeador brasileiro se naturalizou belga ou francês (tô ruim de memória gente, desculpa a tia) onde mal conseguia andar nas ruas, mesmo depois de se aposentar. Lá ele era/é ídolo. Aqui, era o perdedor número um. E perdemos um puta dum competidor por causa do nosso complexo de inferioridade. Triste.

Sempre me baseei pelo princípio de fazer o meu melhor. Dar o meu máximo. E isto me basta. Se o meu máximo me levar apenas longe, mas nunca ao topo, olharei para trás e aplaudirei cada passo dado. Se isto me torna uma perdedora por não estampar o ouro no peito, mais uma vez vejo que nasci no país errado. E triste um país que não valoriza nada além do primeiro lugar. Só com muita terapia mesmo... Ou (re)nascendo de novo.

domingo, 5 de agosto de 2012

Ainda tem jeito?

Manchete de Ontem: Vida de moradores de rua tem reviravolta após devolução de dinheiro.

Eles moram embaixo de um viaduto em São Paulo. Ela sequer sabe a própria idade. Vieram cada um de um lado do Brasil e não conseguiram se estabelecer dignamente. Tudo é muito triste, mas para mim o pior é ter que ler que eles encontraram algo que não os pertencia, procuraram a polícia, entregaram o achado, e viraram notícia por isto. Por serem honestos. Por fazerem o que seria o óbvio. Mas seus atos os tornaram exemplo. 

Triste um país que tem outros exemplos, não é mesmo? Dizem que foi $20mil. Porra, aquilo daria para morarem pelo menos dignamente por um tempo. Comer comida, não resto ou doação. Mas parece que eles nem pensaram nisto: assustados, foram atrás da polícia. Entregar o que não é deles. Vira e mexe estas notícias pipocam por ai.

 Até quando isto será notícia por ser diferente? Fora do padrão? Quando tem estes rebus e discussões a respeito do futuro, sei lá, sou tão ignorante nisto... Penso no presente. 

O que fazemos agora é o que importa, até porque as consequências de nossos atuais atos criarão este futuro ai. Pelo que vejo à minha volta, não sei se quero estar aqui quando este tal de futuro chegar... Triste, muito triste. 

Desculpe o texto pobrinho e com um quê de melancólico. É que me entristece demais saber que coisas assim ainda são notícia... Até quando isto? Ou, a pergunta que mais me amedronta: será que ainda tem jeito?

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Refeições Indigestas (Estréia da Karina)


Olá, pessoas!

Desculpem o atraso na postagem de hoje! O texto é da nova autora das sextas feiras, a Karina, que já escreveu outros posts aqui como autora convidada. A Dai, que deixou as sextas, continuará com a gente como autora convidada.

Se você, que nos lê, gosta de escrever e se sente inspirado por notícias que pipocam por aí, faça seu texto e mande para o nosso e-mail manchetedeontem@gmail.com . A sua participação fará muito bem ao nosso blog!

Agora deixo vocês com o texto da Karina! x)

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Já fui assaltada. Mais de uma vez. A sensação é horrorosa, um misto de impotência com medo e vontade de se vingar. De algo ou alguém, não importa. Uma das vezes estava parada em um semáforo na região central de São Paulo, era horário de saída da faculdade (ou seja, zilhões de pessoas pelas ruas) quando um adolescente de camiseta vermelha estourou o vidro do passageiro do meu carro enquanto eu esperava o semáforo abrir. Ele não usou pedra, nada. Apenas a própria mão. Me lembro do barulho e de ver aquele braço tentando abrir a porta por dentro, já que não tinha nada no banco para roubar. Enfim, quem já passou por isto sabe do que estou falando.

Faz um tempinho já que aqui em São Paulo tem ocorrido arrastões em restaurantes. Vários da zona sul e agora no bairro de Higienópolis, região central da cidade e aquele onde a mulher disse ser contra um metrô por ali porque muita “gente diferenciada” passaria a frequentar o bairro. Bairro de classe média alta, bem localizado, possui vários restaurantes famosos. Pois bem, em uma semana uma pizzaria tradicional da cidade e um restaurante renomado foram assaltados. Polícia ainda investigando, o que importa é: paulistanos e aqueles que vem à cidade estão à mercê de bandidos até durante nossa saidinha sagrada para comer, que aqui é alimentado com a ideia de que estamos em uma capital gastronômica? É verdade que teremos que escolher um restaurante pela comida, limpeza e segurança, conforme sugeriu o coronel no texto ai em cima?

Viver com medo é cansativo. Você acaba enxergando pelo em todos os ovos do mundo. Imagina você reunir sua família e, entre uma garfada e outra, ladrões aparecem e querem tudo e para ontem. Não imagino que seja algo agradável. Se eu fiquei traumatizada com meu assaltozinho, penso no que ocorre com quem passa por isso... Vamos fazer o que? Ficar em casa, como na época dos ataques do PCC? Pedir delivery? Renato Russo disse em um trecho de Teatro dos Vampiros: “ninguém vê onde chegamos. Os assassinos estão livres. Nós não estamos...” Seria uma profecia?

Não sei qual a solução; em um país onde tudo é urgente, não sei onde fica o quesito segurança. Com TANTA coisa para ser arrumada, e detestando gente que só aponta defeito e que não tenta ajudar com soluções, faço então minha parte, adotando o seguinte modus operandi: saio cada vez menos, uso delivery, chamo amigos para vir aqui ou nos reunimos na casa de alguém. Se vou a restaurante, escolho o que tem vallet (o que não significa muita coisa, sei disso) e passarei a privilegiar os que possuem segurança (também sei que não significa muita coisa). Cada vez tenho menos liberdade, mas ainda prefiro adotar estas medidas ridículas (e falíveis) a gastar uma puta grana com terapia para me livrar do trauma. É a solução ideal? Não, é a que tem para hoje. Não espero soluções do poder público, espero remediações. Então faço o que me cabe. E honestamente, creio que para que as coisas aqui funcionem só implodindo tudo e recomeçando do zero, porque remendo de tecido velho só gera mais e mais buraco...

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Pedicure de Estátua

Hoje foi o dia da Dai Andrade dar o bolo. Sorte nossa que a Karina anda super inspirada e escreveu mais um post pro Manchete! Leiam mais posts da Karina no blog Coca-Cola Quente.

Manchete de Ontem: Bandeirante do Ibirapuera tem unhas pintadas de azul.


Quem já teve a oportunidade de viajar para algum país do grupo chamado Primeiro Mundo nota várias diferenças em relação ao nosso Brasilzão velho de guerra. Uma que sempre me chamou a atenção foi o fato de que, na maioria das cidades, lá fora, não há grades em prédios, monumentos e praças públicas, entre outros. Lá é tudo aberto. E mesmo assim dificilmente você vê estes bens sendo alvo de vandalismo. Aqui, se você der uma andadinha básica por São Paulo, verá prédios e grades em todos os lugares, e também pichações nos andares mais altos (juro que me pergunto como eles conseguem). Roubaram já não sei quantas vezes os óculos da estátua do Drummond no Rio, e agora pintaram as unhas do Monumento às Bandeiras, ali no Parque do Ibirapuera em São Paulo. Porque aqui há este desrespeito?
Desculpem se sou uma ogra desinformada, mas estes vandalismos, para mim, não são arte. Forma de expressão? Novamente, não capto a mensagem. Os rabiscos feitos, pintar as unhas de um Monumento, roubar óculos de estátuas, escrever frases de seu gangue grupo, olha, para mim isso é tudo uma forma de demonstrar o básico: continuamos mal educados, e não estou falando do diploma pendurado na parede.
Quando vejo o Brasil melhorando nos indicadores sócio-econômicos, alcançando a posição de sexta economia mundial, percebo o quanto falta para SERMOS esta posição, e não apenas ESTARMOS nela. Carregamos na veia muito ainda daquele pensamento tacanho de quando fomos (?) colônia. Quero me expressar? Dane-se o outro! Invado o espaço alheio? Problema do que teve o espaço invadido: se se incomodar, que se mude. Sou phodão deixando minha marca por ai? Cachorro também faz isto quando levanta a pata para fazer xixi em poste, sabia? Quero ser visto e conhecido e pertencer a um grupo. Quero protestar. Quero sair da mesmice, fazer os outros pensar. Não falo pelo mundo, falo por mim: te acho um desocupado que poderia muito bem estar carpindo campos e campos por ai. Ou fazendo trabalho voluntário. Tudo coisas bem revolucionárias, já que poucos os fazem...
Acho que já temos problemas o suficiente, daí vem gente e cria mais um. Ao pedicure do Monumento, imagino que deva estar rindo por ser notícia nos JN da vida. Aos que roubam placas de trânsito, são transgressores sujando a cidade e patrimônio alheio e público, como gostaria que vocês fossem pegos e tivessem que limpar a sujeira feita. Vejo estas coisas e penso: como podemos cobrar respeito, se nós mesmos não nos respeitamos?
Penso se não deveríamos então começar com o básico, e deixo então aqui uma dica: tente só fazer ao outro o que você gosta que façam com você. Quer ser O cara frente a seus amigos? Seja voluntário. E se eles te acharem um babaca, troque de amigos. É na verdade a melhor coisa que você poderia se fazer... 

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Quando uma sacolinha vira um saco


Olá, pessoas! Hoje eu tive um dia tenebroso e não escrevi meu post... Mas vocês não vão sentir minha falta, porque a Karina, que já colaborou conosco anteriormente, escreveu um post hiper bacana, que além de ser uma delícia de leitura, expressa a opinião de muita gente! Confiram  o blog Coca-Cola Quente e leiam mais textos da Karina! =)

Manchete de Ontem: 90% dos mercados deixaram de distribuir sacolinhas

Quem mora em São Paulo tem vários bônus, todos com seus ônus agregados. Ok, o trânsito aqui é caótico, não é a cidade mais segura do mundo, choveu a coisa destrambelha de vez. Não sei se com isso em mente ou não, foi decidido então que aqui os supermercados não mais distribuiriam sacolas plásticas aos consumidores, começando neste ano de 2012. Bônus para a natureza e meio ambiente ou ônus para os consumidores?

Eu não sei vocês, mas aquelas sacolinhas, para mim, tinham 1001 utilidades. Quando viajo, embalo as calçolas e sapatos nos saquinhos, levo extras para roupas usadas. Uso para o lixo da cozinha e banheiro. Embalo roupas que doo todo inverno e verão. Qualquer coisa a ser carregada é colocada em um saquinho. Tempo verbal errado. Usava, era, embalava. A natureza agradece? Não tenho ideia, porque agora tenho que comprar os saquinhos para fazer as mesmas coisas. Quem ganha com isso? Por enquanto imagino que os fabricantes ne?

Se eu tenho consciência ecológica? Super tenho, tanto que reciclo meu lixo, guardo o óleo usado e doo, compro alimentos e roupas ecologicamente corretas. Nunca plantei uma árvore, mas nunca arranquei uma também. Sei que o mundo produz menos do que o consumo atual exige. Ok, não sou uma anta numa bolha. Mas me reservo também o direito de ficar puta da vida ao ver saquinhos e isopor em quase todas as embalagens, a notar que caixas e mais caixas de papelão estão sendo usadas para transporte de mercadorias (até onde eu chequei elas ainda são feitas de árvore), ao verificar que os clientes tiveram esta “escolha” socada goela abaixo. Perguntem por favor... aliás, perguntaram, e 93% das pessoas são contra esta extinção das sacolas.

Garanto que se tivesse sido feita uma pesquisa antes, teria sido abortada a missão. E para aqueles que dizem que é se acostumar, sugiro que eles assumam esta posição de seres mais evoluídos que são e nos deixem, míseros seres inferiores, quietos em nosso canto. E não nos obriguem a fazer algo que, no fundo, é menos do que a ponta de um iceberg...Este é o primeiro passo,a natureza agradece,o planeta não aguentará...tudo argumento válido, mas que perde a força para mim quando uma simples sacolinha vira... um saco.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

MULHERES DE VÉU


Hoje o post é da Karina, autora convidada que vai escrever para o Manchete de vez em quando. Mas não esperem, acessem o blog Coca-Cola Quente e leiam mais textos dela!


Você acha que é livre de pré-conceitos? Claro que é, todos são, não é mesmo? Então tá: você está em um restaurante por quilo onde o negócio é engolir a comida, e tem um lugar vazio à sua mesa. Daí pede para se sentar uma mulher com véu, daqueles usados pelas muçulmanas. Seja honestíssimo: não passa pela sua cabeça, nem um segundinho que seja, um certo... desconforto?

Tendemos a olhar ressabiados para o(s) diferente(s). Se eu sou “normal” e sou “certo”, o que é diferente de mim é então anormal e errado. Lógica burra, mas operante. Triste.

Se, pelo motivo que for, a pessoa resolve usar algo que a distingue dos “normais”, é um direito dela. Não ofendendo os outros, qual o problema? Não vemos bundas e peitos escancarados nas TVs? Porque nos incomodamos tanto com um simples véu? Pela conotação que ele carrega? Você se baseou em que para tirar suas conclusões? Na revista semanal que lê e no programa do domingo à noite?

Agora, se você se sente ofendido pelo véu alheio, sugiro terapia para começar a conversa. Estereótipos são limitados e limitantes, quase como julgar um livro pela capa. Não generalizar já é um bom começo. E que os bons, que são maioria, não paguem pelos erros da minoria existente. Em qualquer grupo, até o dos... “normais”.