- «Por diversas vezes, enquanto líder do governo, José Sócrates rumou à Venezuela com comitivas de empresários. Em Maio de 2010, por exemplo, o ex-primeiro-ministro conseguiu que uma dessas visitas terminasse com a assinatura de 19 novos acordos que valiam 1,6 mil milhões de euros. Esses acordos não envolviam apenas o grupo Lena - de que era administrador Carlos Santos Silva, detido na semana passada, dois dias antes da detenção de José Sócrates, por suspeitas de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais. Mas envolviam também a Estaleiros Navais de Viana do Castelo, YouYsu, EDP, Janz, Efacec, Eip, Atral Cipan, Sovena, Vetagri, Montebravo, Sapropor, Primor, Conservas Ramirez, Cerealis e Sofaco.
Durante a cerimónia, o presidente da Venezuela lançou mesmo um apelo aos empresários portugueses: "Permito-me enviar uma saudação a todos os empresários que estão lá, em Portugal, e que não têm ainda presença na Venezuela. Por favor, diga-lhes que venham."
O computador Magalhães tornou-se o item mais conhecido das trocas comerciais entre os dois países. Mas Sócrates tinha outro indicador que usava como ponto de honra: entre 2007 e 2012, as exportações portuguesas para a Venezuela aumentaram dez vezes. Mais de 230 empresas exportavam para aquele país.»
- No jornal i