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quarta-feira, julho 01, 2015

O insólito critério do Expresso

Expresso, 20.06.2015

O Expresso é um órgão de comunicação social muito peculiar. A par das páginas e páginas de palha que suponho que ninguém leia, o semanário tem correspondentes acreditados junto do PSD, do CDS e do Presidente da República.

Relativamente à área do PS, o caso muda de figura, havendo um critério insólito. Com efeito, há também uma correspondente acreditada junto do que se convencionou chamar de segurismo, que representava, nas directas de há um ano, um terço dos militantes e simpatizantes socialistas. Já em relação ao PS propriamente dito, as notícias parecem ser tratadas pelo jornalista de turno.

Veja-se o que aconteceu nas últimas duas edições do Expresso:

Na edição de 20 de Junho, há uma entrevista a Francisco Assis (p. 12) e uma reportagem sobre a vida de António José Seguro nas Caldas da Rainha (p. 14). A correspondente do segurismo acolhe ainda uma pequena intriga sobre a constituição das listas de deputados à Assembleia da República (p. 7). Finalmente, há uma peça, elaborada pelo correspondente do CDS, sobre o entendimento entre o PS e o partido de Portas para a redução do IVA e do IRS nos Açores, deixando-se subentendido que se a receita não é aplicada no Continente é por imposição do outro partido da coligação de direita.

Na edição de 27 de Julho, por um triz o Expresso não se esquecia do PS. Lá surge na p. 12, que reparte com o Livre. Aí, a correspondente do segurismo é chamada a ensaiar a candidatura da Maria de Belém à presidência da República, apresentando-a já como a segunda mulher em 30 anos que o faz. E na p. 14 surge uma pequena nota, redigida pelo jornalista de turno, sobre a constituição da direcção de campanha do PS. E é tudo.

Se este é o critério adoptado em relação ao PS, não se entende por que não é adoptado o mesmo critério em relação ao PSD e ao CDS. José Eduardo Martins, do PSD, e José Ribeiro e Castro, do CDS, não insurgem contra a desigualdade de tratamento em relação ao segurismo?

domingo, maio 10, 2015

O PS, ao contrário dos camones,
resolveu a tempo os seus problemas


Passos Coelho foi o primeiro a cometer o disparate de procurar cavalgar a vitória dos conservadores. Só é convencido o pessoal do circuito da carne assada. Depois, vieram os seus anjos da guarda na blogosfera — por exemplo, um historiador amigo do Estado Novo e um discípulo do prof. Espada — enquadrar a declaração do alegado primeiro-ministro, afirmando que a derrota do Partido Trabalhista se ficou a dever ao seu radicalismo (de esquerda) e ao discurso contra a austeridade.

Este spinning da direita é manifestamente falso. A ter havido algo do género foi exactamente o oposto. Com efeito, o Partido Trabalhista nunca ousou dizer uma coisa muito simples (e que traduzia o que efectivamente aconteceu):
    • A economia do Reino Unido estava a crescer quando os trabalhistas perderam as anteriores eleições;
    • A economia caiu a pique quando David Cameron fez o front-loading (como aconteceu por cá); e
    • A economia começou a crescer quando os conservadores suspenderam a austeridade.

O Partido Trabalhista não só nunca denunciou esta política como assumiu a retoma como um corolário lógico da estratégia adoptada. Ed Miliband assumiu globalmente o discurso da austeridade e não tinha nada a oferecer a não ser umas propostas fofinhas para se distinguir de Cameron.

Aliás, o tema central da campanha de Ed Miliband era a «better prosperity». Ou seja, a «prosperity» estava aí, fruto do excelente trabalho de Cameron, não tendo Miliband que se maçar demasiado. Bastava-lhe dar um cariz mais humanista às propostas que viesse a apresentar.

Clique na imagem para a ampliar

Não é certamente por acaso que João Ribeiro, o secretário nacional de António José Seguro para as Relações Internacionais, glorificou o partido de Miliband: «Quando olhamos para o panorama europeu, o PS afirma-se como o partido de centro esquerda com maior expressão, com excepção do Labour no Reino Unido (razões que merecerão um debate interessante...).» [Um copo a encher, in i, 10.01.2013]

Sem papas na língua, o ex-secretário nacional —, num outro artigo, intitulado Seguro salvou o PS [i, 14.02.2013] — antevia que os «socialistas europeus», com a tal excepção do Labour no Reino Unido, «nunca "descolarão nas sondagens"», porque lhes falta «compreender» que se mantêm amarrados a uma «agenda conservadora sem sentido da história»:
    «A escolha histórica que se impõe aos socialistas europeus é clara; ou persistem exclusivamente na defesa dos sectores mais tradicionais do Estado Social de sucesso que construíram, com uma agenda conservadora sem sentido da história; ou congregam essa defesa com uma nova agenda de modernidade que, sem abandonar políticas abrangentes e colectivas de emancipação para largas franjas da população ainda em necessidade, abraça uma realidade de serviço público multidimensional, mais flexível aos interesses criticamente apreendidos por uma nova geração de cidadãos autónomos (produto do Estado Social), sem comprometer a igualdade de oportunidades, a solidariedade inclusiva e uma efectiva redistribuição de riqueza.»

Tocado por esta «nova agenda de modernidade», não surpreende que João Ribeiro se vangloriasse de que Seguro «liderou o PS na votação do Tratado Orçamental, sendo o primeiro partido de centro esquerda europeu a fazê-lo, comprovando o seu empenho com os compromissos internacionais e com o rigor orçamental.» [i, 10.01.2013]

Neste contexto, a direita tem razão para estar preocupada: o PS, ao contrário dos camones, resolveu a tempo os seus problemas.

sábado, abril 18, 2015

Expresso em campanha


Hoje, o Expresso arrasou. O Povo Livre que aprenda como se faz um jornal. Poderia citar inúmeras peças. Ficam duas. Por um lado, com a assinatura de Â.S./F.S.C., a forma carinhosa como é relatado um devaneio laranja: «para sonharem com maioria absoluta, PSD e CDS têm de ir juntos» (p. 5). Por outro lado, a manchete: «PS sem dinheiro renegoceia dívida com a banca». O Expresso esqueceu-se de acrescentar um pormenor: António Costa herdou dez (10) milhões de euros em dívidas de Seguro.

Quando Passos Coelho se alçou a São Bento, Francisco Pinto Balsemão foi a primeira pessoa a ser recebida pelo pantomineiro-mor. Não por ser o militante laranja nº. 1, mas porque tinha, como se disse então, uma questão premente a resolver: a abertura do quinto canal em sinal aberto, que tiraria publicidade à SIC.

Dr. Balsemão, o alegado primeiro-ministro comprometeu-se a não dar luz verde ao quinto canal? Bem, Passos Coelho não tem fama de cumprir promessas e a verdade é que as publicações da Cofina têm-no levado ao colinho, não acha?

terça-feira, dezembro 02, 2014

Tomar a nuvem por Juno

Apesar da «abstenção violenta» e do bodo aos ricos que resultou da reforma do IRC, o que se convencionou apelidar de ala segurista defendeu na campanha das eleições primárias uma aproximação à esquerda. Álvaro Beleza, por exemplo, que sustentava que «o PS deve liderar um governo com forças políticas à esquerda», aparece agora a proclamar que «o PS tem que estar aberto ao centro».

Este tipo de declarações contraditórias parece ter deixado o Público assarapantado. Não é caso para menos. Na hora actual, até o próprio Francisco Assis defende o que abjurava quando se candidatou a secretário-geral do PS: «Na oposição, a liderança e a recuperação do nosso Partido dependerão muito da força que tivermos para garantir a autonomia da estratégica do PS como grande partido da esquerda democrática.»

Ora, para pôr em evidência que Francisco Assis não é uma voz isolada, o Público não encontrou ninguém melhor do que um antigo deputado chamado Ricardo Gonçalves, cuja passagem pela Assembleia da República regista apenas uma troca de galhardetes com Maria José Nogueira Pinto.

Em todo o caso, talvez valha a pena sugerir aos jornalistas do Público que ouçam com atenção a intervenção completa de António Costa no encerramento do XX Congresso do PS. Ei-la:



PS — Entretanto, o Público corrigiu o erro que ontem foi cometido.

segunda-feira, novembro 10, 2014

A Opinião de José Sócrates


A emissão de ontem de A Opinião de José Sócrates incidiu sobre:
    • Os ataques descabelados do Governo, e em particular de Pires de Lima, a António Costa, plagiando a estratégia fracassada de Seguro de fazer do próximo secretário-geral do PS o vencedor antecipado das eleições;
    • O caso Portugal Telecom, que deixou o ministro da Economia com os nervos esfrangalhados.
A emissão pode ser (re)vista no site da RTP ou aqui (via Miguel Ângelo).

domingo, outubro 19, 2014

A abstenção violenta em tempos de OE-2015


Ninguém poderia exigir a Maria de Belém Roseira, sendo jurista, que desmontasse as incongruências do quadro macroeconómico em que assenta o Orçamento do Estado para 2015 (OE-2015), muito embora pudesse mostrar que ele está na linha dos orçamentos anteriores do Governo de Passos & Portas: mais e mais austeridade. Uma austeridade que, desde 2012, ronda 20 mil milhões de euros (entre aumento de impostos e cortes na despesa pública) — em parte travada pelas decisões do Tribunal Constitucional.

Mas, que diabo, ao menos a presidente do PS poderia ter visto os títulos das dezenas de notícias sobre o OE-2015. Teria reparado, por exemplo, que o complemento solidário para idosos e o rendimento social de inserção vão sofrer reduções de 6,7% e de 2,8%, respectivamente, com a provocatória justificação, por um lado, de que é necessário compensar os chumbos do Tribunal Constitucional e, por outro, de que se trata de um incentivo à valorização do trabalho e um estímulo à mobilidade social. Ou, por exemplo, que o abono de família, numa altura em que o Governo tanto fala da protecção da família e da natalidade, sofre também um corte de 1%. Ou, por exemplo, que a Escola Pública vai sofrer um corte de mais de 700 milhões de euros (um decréscimo de 11,3% face à estimativa de despesas deste ano).

Haveria tanto por onde pegar que até custa admitir que Maria de Belém tenha escrito um artigo sobre o OE-2015 sem referir que vêm a caminho mais cerca de dois mil milhões de euros de austeridade (a acrescer à dos anos anteriores): 1,4 mil milhões de euros de redução na despesa do Estado mais 500 milhões de euros de aumento de impostos.

O que prendeu a atenção de Maria de Belém foi uma «ligeiríssima alteração ao Estatuto de Aposentação que fazia incorrer na pena de perda de pensão o pensionista que se atrevesse a trabalhar "pro bono", ou seja, voluntariamente e sem qualquer remuneração para uma qualquer organização¹!». E mais não disse Maria de Belém Roseira sobre o OE-2015. É a abstenção violenta por outros meios.

________
¹ Julgo haver aqui um lapso: a inaceitável norma em causa não se aplica ao trabalho para «uma qualquer organização», mas apenas ao trabalho para o Estado e instituições a si ligadas.

quinta-feira, outubro 16, 2014

Quem é o soldado desconhecido de António José Seguro?


Quando o PS aceitou a reforma do Código do IRC, a redução da taxa do imposto esteve longe de ser a principal medida de que beneficiaram as grandes empresas, designadamente as SGPS. Em todo o caso, ficou então acordado que as futuras reduções da taxa teriam de ser precedidas de uma avaliação do impacto das medidas entretanto já tomadas.

Nunca mais se ouviu falar dessa avaliação. Acontece que, ontem na conferência de imprensa de apresentação do Orçamento do Estado para 2015, a Miss Swaps afirmou que tinha na sua posse o aludido relatório, no qual é feita uma avaliação positiva das medidas adoptadas na sequência da reforma do IRC.

Ora, não tendo sido divulgado o relatório nem tendo sido tomada nenhuma posição pública do PS sobre esta matéria, estaremos em presença de mais uma mentira da Miss Swaps? Ou António José Seguro mandou aprovar o relatório e, estando em guerra para separar a política dos negócios, esqueceu-se de comunicar a sua posição ao país?

quinta-feira, outubro 09, 2014

A sondagem mais aguardada

Coube à Aximage publicar a primeira sondagem após as eleições primárias do PS. As fotografias tiradas revelam-nos um vendaval no sistema político. Veja-se:

1. António Costa arrasa e leva Passos Coelho a estatelar-se ao comprido:


2. O PS beneficia da mudança de líder e de liderança e aproxima-se da fasquia da maioria absoluta:


3. António Costa é o único líder com nota positiva (embora o valor não seja comparável com o do mês anterior, porque o avaliado foi então António José Seguro). Todos os restantes líderes partidários estão em queda, especialmente notória nos casos do pantomineiro-mor e do vice-pantomineiro:


4. O Presidente da República, colado ao Governo, acompanha a agonia dos partidos de direita (o trabalho de campo da sondagem concluiu-se na véspera do 5 de Outubro, pelo que as ondas de choque do discurso de Cavaco ainda não estão reflectidas nos resultados divulgados):

quinta-feira, outubro 02, 2014

segunda-feira, setembro 29, 2014

Perguntar não ofende

No discurso de vitória, António Costa não deixou de saudar todos os militantes e simpatizantes que participaram nas eleições primárias: «estas eleições não foram a derrota de ninguém, mas a vitória de todos os militantes e simpatizantes do PS». Por outras palavras, o próximo secretário-geral do PS respeita as opções tomadas por cada um e conta com todos para as batalhas que se avizinham. Ainda assim, os jornais põem em relevo a circunstância de António Costa não ter feito uma referência expressa ao líder demissionário. Depois de uma campanha que teve momentos tão baixos, não é de enaltecer que haja na política quem recuse assumir posições hipócritas?

O dia um do ano eleitoral

• José Pacheco Pereira, O dia um do ano eleitoral:
    «1. Hoje começa o ano eleitoral de 2015. O PS passou a partido de oposição.

    2. Porque é que eu digo que o PS não tem sido um partido de oposição, mesmo apesar do radicalismo verbal do seu antigo secretário-geral? Por coisas como esta: na última semana antes das eleições primárias, houve um encontro secreto entre o secretário-geral da UGT e o primeiro-ministro. Segundo diz o oráculo governamental, Passos Coelho convenceu o secretário-geral da UGT a aceitar o acordo sobre o salário mínimo. Tudo quanto é ministro, do primeiro ao último, incluindo o ministro-viajante Paulo Portas foi lá à concertação social (que eles desprezam todos os dias, a não ser quando têm a UGT no bolso) para marcar a grande vitória do governo. As fontes do governo diziam que era fundamental haver um acordo antes do final do processo eleitoral no PS. Percebe-se porquê. O secretário-geral da UGT é um dos principais executantes da política de Seguro, de que foi um dos mais activos apoiantes, prestou-se ao timing propagandístico do governo e à substância de um acordo que fragiliza a segurança social, a mesma que o governo usa como pretexto para as suas previsões neo-malthusianas. É mais um exemplo do que aconteceu nos últimos três anos. (…)»

domingo, setembro 28, 2014

Logo à noite, há mais


Temas da Opinião de José Sócrates no dia 21 de Setembro 2014: pedidos de desculpa dos ministros da Justiça e da Educação, situações estranhas no Novo Banco e reforma eleitoral de Seguro caída do céu. Pode ver ou (re)ver no site da RTP ou aqui (via Miguel Ângelo).

sexta-feira, setembro 26, 2014

«Os dias do fim»: uma retrospectiva [3]

Numa acção de campanha a 30 de Julho, António Costa mostrou por que o PS não era visto como alternativa ao governo mais extremista que o regime democrático conheceu: «A direita falhou no diagnóstico e na resposta, mas o PS tem tido dificuldade em ser visto pelos cidadãos como alternativa. Essa dificuldade resulta de se ter dado a entender que o que o distinguia do Governo era uma questão de ritmo e de dose.» E o próximo secretário-geral acrescentava: «O que o país exige não é que mudemos o ritmo nem diminuamos a dose, o que o país nos pede é que façamos diferente, com uma alternativa clara a este Governo».

Seria possível citar inúmeros exemplos de como António José Seguro aprisionou o PS nesta estratégia de se limitar a procurar refrear a política do Governo de «ir além da troika» (sem nunca denunciar que tais cortes não constavam do memorando). Recorde-se o caso do Orçamento do Estado para 2012, em relação ao qual, perante a decisão do Governo de cortar os subsídios de férias e de Natal, António José Seguro sugeriu que apenas fosse cortado um dos subsídios. O Tribunal Constitucional arrumou a questão, tendo declarado inconstitucionais ambos os cortes. Seguro festejou como se tivesse contribuído para o resultado.

O que está em jogo no PS

• José A. Vieira da Silva, O que está em jogo no PS:
    «(…) Foi a incapacidade do PS e da sua liderança em protagonizar esse caminho que veio exigir a clarificação hoje em curso.

    Mobilizar e dar voz aos setores mais dinâmicos e à oposição ao falhanço do governo da direita não poderá ser conseguido com opções erráticas que tão depressa censuram o governo e solicitam a sua demissão, como criam a ilusão da possibilidade de um compromisso de “salvação nacional”.

    Firmeza na política e capacidade de diálogo e abertura não são contrários, são sim complementos essenciais. E quem os não consegue compatibilizar facilmente deriva para o populismo na proposta e no discurso político.

    Infelizmente, foi essa a opção da liderança de António José Seguro traduzida na exploração absurda da contradição entre os doutores e o povo, entre Lisboa e os descamisados do interior.

    A ser vencedora essa visão, que nada na sociedade portuguesa valida, condenaria o PS a uma caricatura de si mesmo.

    Aos militantes e simpatizantes do PS cabe dizer não a esta opção sem saída e sem futuro, a este taticismo que tudo apostou na suposta inevitabilidade da alternância. Na expectativa que o poder lhe “caísse no colo”. (…)»

«Os dias do fim»: uma retrospectiva [2]

Eurico Brilhante Dias participou ontem na Quadratura do Círculo na qualidade de apoiante de António José Seguro. Na ocasião, o efémero participante contrariou veementemente a opinião de Pacheco Pereira de que há diferenças notórias entre António Costa e Seguro em relação ao posicionamento face à Europa e que, no essencial, a estratégia da direcção do PS não se distinguia da linha de submissão do Governo.

A verdade é que Pacheco Pereira tem razão neste caso. Ainda a 18 de Março deste ano, Brilhante Dias, enquanto porta-voz da direcção do PS para os assuntos económicos e financeiros, lembrou que existe «consenso» em Portugal sobre uma «consolidação orçamental sustentável», recordando que o PS assinou o tratado orçamental europeu e deu luz verde à lei de enquadramento orçamental: «O consenso em torno da consolidação orçamental sustentável em Portugal tem um amplo apoio social e político. E hoje, em Berlim, a chanceler alemã reconheceu que o maior partido da oposição em Portugal assume os seus compromissos, honra os seus compromissos, e por isso esta posição do PS fortalece Portugal num momento difícil».

No dia a seguir a estas declarações de Brilhante Dias, António José Seguro repetiu esta posição no debate quinzenal. E o ainda secretário-geral do PS nem se esqueceu de fazer alusão ao atestado de bom comportamento passado por Angela Merkel.

Reportagem do CC no pavilhão do Casal Vistoso (em Lisboa)

A dinâmica de vitória no Casal Vistoso

Ana Gomes a atirar-se aos advogados de negócios,
que estão todos eles com António Costa

Debaixo do nariz de Ana Gomes,
José Lamego acabara de a ouvir com evangélica paciência

Lisboa rende-se a Seguro, com o embaciado João Cordeiro
a exprimir simbolicamente a separação entre política e negócios

quarta-feira, setembro 24, 2014

«Os dias do fim»: uma retrospectiva [1]

É conhecida a oposição da direcção do PS ao pedido de fiscalização sucessiva do Orçamento do Estado para 2012 que um grupo de deputados levou a cabo. Passados estes anos, António José Seguro fala de alto das derrotas que o Governo averbou por o Tribunal Constitucional ter travado a violação da Constituição da República por parte de Passos & Portas.

Acontece que António José Seguro manifestou também em relação ao Orçamento do Estado para 2013 sérias reservas a que os deputados do PS recorressem ao Tribunal Constitucional para impedir que os cortes anticonstitucionais dos rendimentos dos funcionários públicos e dos pensionistas se consumassem. Disse ele então aos jornalistas à margem do debate do Orçamento: «É no terreno político que continuarei a lutar contra este orçamento».

Se os deputados do PS tivessem seguido a vontade e as orientações de António José Seguro, o Governo de Passos & Portas teria conseguido levar a austeridade a patamares inimagináveis. É este homem que quer agora conduzir o país à «mudança».

Da série "Frases que impõem respeito" [874]



Seguro, se quisesse ter um gesto de patriotismo, em vez de dizer asneiras, como está a dizer, demitia-se - porque ainda podia salvar qualquer coisa, mas se o não fizer sai muito mal.
      Mário Soares, acusando-o ainda de ter sido «durante muito tempo o associado principal da direita, o grande amigo dele era o Presidente da Republica»