Ao ver uma fotografia de Aguiar Branco a celebrar hoje um acordo em Angola, ocorreu-me, a propósito de uma peça recente da
Sábado —
Aguiar-Branco: política & negócios associados —, uma questão: já se pode anunciar a abertura do escritório em Luanda?
«
Esta é uma história de zonas cinzentas», escreve a
Sábado, referindo-se às actividades de José Pedro Aguiar Branco (no Ministério da Defesa e na JPAB & Associados). O que a revista diz, recorrendo a uma linguagem popular, é que não se sabe onde acaba a JPAB & Associados, a sociedade de advogados de Aguiar Branco, e começa o Ministério da Defesa (ou vice-versa). A
Sábado faz alusão a dois aspectos:
• À transumância de juristas de um lado para o outro; e
• À coincidência entre as visitas do ministro a vários países e a celebração de parcerias da JPAB & Associados com escritórios de advocacia locais.
Acrescenta a
Sábado que criaturas que deixaram obra publicada na blogosfera em defesa do Estado mínimo vivem agora agarrados ao Estado, aparecendo colocados, depois de passagens por gabinetes ministeriais, em empresas que fazem negócios com o Ministério da Defesa. Os mais citados são:
• Afonso Azevedo Neves (31 da Armada), que foi, nestes quatro anos, andando de mão em mão: primeiro, com o malogrado Álvaro; depois, com o videirinho Sérgio Monteiro; em seguida, com o próprio Aguiar Branco, que logo o despachou para a ajudante Berta Cabral, sendo, na hora actual, business & innovation manager da CEIIA, conglomerado de indústrias com interesses antigos nas contrapartidas da Defesa e que participa no projecto do KC-390:
• Rodrigo Adão da Fonseca (O Insurgente), antigo assessor de Aguiar Branco, colocado pelo actual ministro da Defesa nas empresas que o Estado detinha na área da Defesa, tendo, depois de as privatizar, passado a administrador financeiro da Tekever, a empresa que vendeu ao Estado este espectacular drone: