Será difícil voltar a ter um Presidente da República que entre em contradição consigo mesmo como Cavaco Silva. Proclamando que não fala da situação do país no estrangeiro, não faz outra coisa. Tendo tomado decisões bizarras a pretexto de o Governo ter um orçamento do Estado aprovado no início do ano, prepara-se para marcar as eleições legislativas o mais tarde possível, obrigando a que o próximo governo só possa ter o orçamento lá para a Primavera.
Hoje, Cavaco voltou a declinar responsabilidades sobre a balbúrdia da cobertura das eleições legislativas, de acordo com o que relata a TSF:
Numa situação que não é habitual, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) insurgiu-se contra as palavras do Presidente da República. A CNE poderia ter lembrado a Cavaco Silva que, quando ele era primeiro-ministro, o Governo tinha dois representantes neste órgão colegial, para além de um outro membro indicado pelo PSD. E a lei em vigor desde 1975 não foi então alterada.
Hoje, Cavaco voltou a declinar responsabilidades sobre a balbúrdia da cobertura das eleições legislativas, de acordo com o que relata a TSF:
- «De motu próprio, sem ter sido questionado sobre o assunto, e poucos dias depois de ter recebido em Belém a Plataforma de Meios Audiovisuais, Cavaco Silva falou pela primeira vez da polémica à volta da lei da cobertura eleitoral, afirmando que essa "é a lei mais anacrónica que existe".
"Havia uma outra lei igualmente anacrónica, a da Reforma Agrária, e essa eu acabei com ela", lembrou, referindo-se aos tempos em que desempenhou funções como primeiro-ministro.
Cavaco Silva disse que se nessa altura, nos anos 90, a Comissão Nacional de Eleições o tivesse alertado para o anacronismo da lei da cobertura eleitoral, "não teria tido medo de a alterar".»
Numa situação que não é habitual, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) insurgiu-se contra as palavras do Presidente da República. A CNE poderia ter lembrado a Cavaco Silva que, quando ele era primeiro-ministro, o Governo tinha dois representantes neste órgão colegial, para além de um outro membro indicado pelo PSD. E a lei em vigor desde 1975 não foi então alterada.