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sexta-feira, 16 de novembro de 2007

As coisas que os cientistas descobrem

Um grupo de investigadores de Cleveland, Ohio, nos EUA, produziu uma estirpe ratinho transgénico com uma capacidade física fora do comum, conforme o artigo que publicaram a 9 de Novembro no Journal of Biological Chemistry (a imagem ao lado é a capa do número da respeitada revista científica em que o artigo foi publicado). O dito transgénico, como é normal, tem um nome esquisito: PEPCK-Cmus. O PEPCK-Cmus contém nos seus músculos níveis muito mais elevados do que o normal de uma enzima envolvida na produção do açucar glucose (a Fosfoenolpiruvato Carboxiquinase, ou PEPCK para os amigos). Neste caso essa produção de glucose é feita essencialmente transformando gordura em açucar, que depois pode ser utilizado como fonte de energia. O resultado é que os ratinhos PEPCK-Cmus tem uma actividade muito superior aos animais controlo (sete vezes mais activos), conseguem correr distâncias até 6km, quando os controlos correm 200m (ver o filme abaixo), comem 60% mais embora tenham metade da massa corporal e um décimo da gordura. Até aqui, embora a performance seja impresssionante, não é propriamente inesperado que aumentando a respiração celular nos músculos, devido à maior abundância de açucares, aumente a capacidade física. Bastante mais supreendente é a descoberta que estes transgénicos têm também uma longevidade bastante superior aos controlos. Até aqui toda a investigação em envelhecimento indica que quanto maior e mais intensa for a actividade, quanto mais calorias forem queimadas, mais rápido é o envelhecimento. Vai ser interessante ver as consequências destes resultados na estudo do envelhecimento. Outro aspecto surpreendente (ou nem tanto) é o sentido do humor dos investigadores, como se pode ver não só na capa da revista mas também no vídeo que foi colocado on-line juntamente com o artigo.