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segunda-feira, 5 de maio de 2008

Great deeds, indeed

Jake and Dinos Chapman
Great Deeds Against the Dead, 1994

Das obras de Goya ressalta uma capacidade expositiva e carnal que é, para mim, uma das suas características mais interessantes. O que só podia acabar por ter uma leitura pós-moderna. Jake and Dinos Chapman fizeram-no, não sem algum escândalo e acusações de vazio criativo. Mas os cadáveres silicónicos dos irmãos Chapman continuam a relembrar a violência sem idealismo 179 anos depois (ver posts do Manolo e do André).

Grande façanha! Com mortos!

Image and video hosting by TinyPic Francisco Goya, Grande hazaña con muertos. Prueba de estado. Desastre 39, 1810-1815
Estampa sobre papel, 21 x 30 cm
Berlim, Kupferstichkabinett, Staatliche Museen zu Berlin

No passado dia 3 de Maio, precisamente 200 anos depois dos acontecimentos que motivaram os célebres quadros de Francisco Goya e este post do Manolo, eu estive no Prado a ver a exposição de que ele fala (eu e mais 17775 italianos, 12651 franceses, 1749 brasileiros e 785 portugueses).

Não me sinto minimamente competente para falar de Goya. Mas impressionaram-me muitas coisas, em grande e em pequeno formato. Além dos imponentes quadros sobre a revolta e os fusilamentos de 2 e 3 de Maio, os esboços e as gravuras sobre os "Desastres da guerra" são notáveis, sobretudo se vistos em conjunto, pela acumulação de imagens de crueldade. Tocam no núcleo da guerra — a violência.

Também me parece que Goya é o melhor antídoto contra uma visão nacionalista estreita das revoltas ibéricas contra as invasões napoleónicas. O que Goya denunciou foi a espiral da guerra, a ferocidade, sem especial distinção entre franceses e espanhóis. E também me palpita que se podia acrescentar ingleses e portugueses, para a mesma guerra. Infelizmente, não houve nenhum Goya em Portugal. Mas o Goya espanhol, felizmente, é de nós todos.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

O 2 de Maio e Goya em tempos de guerra e guerilha

Hoje faz 200 anos que o madrilenho se levantou contra os invasores franceses e deu início à Guerra da Independência. Armados apenas com navalhas e paus, os cidadãos de Madrid atacaram as poderosas tropas napoleônicas que reagiram com brutalidade. A repressão foi impiedosa. Mas as execuções sumárias, a pilhagem, as violações impostas pelo exército francês não impediram a revolta de se estender por todo o país até 1814, quando a Espanha se libertou do julgo estrangeiro. Foi desse tipo de reação que surgiu a expressão guerrilla (pequena guerra, em castelhano) para qualificar os ataques de surpresa de combatentes ocultos que deixavam pouca oportunidade aos grupos de soldados isolados. Para comemorar este bicentenário, o Museu do Prado realiza a exposiçãoGoya em Tempos de Guerra . A mostra traz cerca de 200 obras produzidas pelo artista entre 1794 e 1819 – período no qual o pintor viveu atormentado por doenças e pelas recordações da invasão napoleônica. Além desta exposição, Arturo Pérez-Reverte realiza no Canal Isabel II a mostra “Un pueblo, una nación”.

Nb: Imagem: "Fuzilamentos de 3 de Maio de 1808", de Goya.