domingo, 30 de setembro de 2007
O preço da democracia
Posted by Renato Carmo at 17:41 4 comments
A teimosia do dialeto caipira
PS:
No
Foi o
É comê
............
[1]
[2]
Nb: Na
Posted by Sappo at 05:36 0 comments
Labels: Brasil, dialeto caipira
Feiras do vinho, antes que venha o S. Martinho
Tal como nos anos anteriores, a do hipermercado Jumbo é a melhor, não só em termos de relação qualidade-preço como de diversidade da oferta. Segue-se a do El Corte Ingles, mas esta pela qualidade da oferta e por ter alguns bons vinhos em exclusivo. E também pela ideia, na inauguração, duma prova de vinhos, com acepipes: queijinhos da serra, presunto fatiado...
Posted by Daniel Melo at 00:11 1 comments
Labels: António Passaporte, feiras de vinho, Joshua Benoliel, vinhos ao domingo
sábado, 29 de setembro de 2007
Rescaldos
Posted by Daniel Melo at 23:29 0 comments
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Miguel Torga e o substrato común da fantasía literaria nos dous? lados da "Raia"
Teño unha memoria moi difusa de Bichos, non sei ben, algo así como de relatos que remitían a fábulas e contos populares (supoño que trasmontanos). Tamén paréceme lembrar que o libro (en realidade unhas fotocopias) que manexabamos daquela, estaba ilustrado, isto non o sei con seguridade, polo propio autor. En todo caso, recordo que me gustara moito e que estimulara as miñas adormecidas conexións neuronais e, sobre todo, que os seus relatos tiñan para nós algo de “familiaridade” ou, cando menos, non nos resultaban alleos. Non volvín ler a Miguel Torga, mágoa, mais varios bos amigos lusos faláronme nos últimos tempos tanto da súa obra, en particular dos seus Contos da Montanha, como do seu activismo político como opositor ó Estado Novo.
Este verán volvínme atopar co poeta e narrador de Sao Martinho de Anta. Foi o día 22 de agosto nas páxinas da edición galega de EL PAÍS, nunha noticia redactada por Daniel Salgado na que se informaba sobre unha exposición colectiva de caricaturas na Casa da Xuventude de Ourense co galo de conmemorar o centenario do nacemento do médico Adolfo Correia Rocha (Miguel Torga no universo do negro sobre branco). O máis estimulante da nota eran os comentarios e reflexións de Manuel Rivas sobre Miguel Torga e sobre a escasa presenza do tan próximo (xeográfica e culturalmente falando) Sur de Galiza na obra do escritor trasmontano. Para Rivas, facendo unha brincadeira: “Torga non tiña que falar de Galiza (…) porque en realidade el era galego, galego da fronteira” ou (máis interesante): “Entre Torga e algúns escritores galegos, máis que influencias, hai unha materia matricial, un polen, común (…) esa mestura de sutileza e de dureza como a propia torga (xesta en galego), dos ‘Contos da Montanha’ ou dos ‘Novos Contos da Montanha’ actúa do mesmo xeito en ‘Dos Arquivos do Trasno’ de Rafael Dieste ou en ‘Os Biosbardos’ de Eduardo Blanco Amor”.
Posted by Daniel Lanero Táboas at 14:08 1 comments
A cozinha
Posted by Renato Carmo at 12:21 3 comments
Labels: cozinha, neo-realismos
Oliviero Toscani, quem mais...?
Oliviero Toscani, o fotógrafo italiano que ficou conhecido uso de imagens de choque na publicidade para a Benetton, lançou agora mais uma campanha, para outra marca de roupas. Desta vez o tema é a anorexia, o efeito é o mesmo de sempre.
P.S. - Por acaso vi uma reportagem sobre a produção desta imagem, e a mulher que é fotografada está perfeitamente consciente das implicações da campanha, e é consentânea. Para ela é uma parte do tratamento da anorexia, e uma forma de chamar a atenção para o problema, sem tabus.
Posted by Zèd at 08:25 10 comments
Labels: anorexia, choque, Oliviero Toscani
Solidariedade com a população da Birmânia
Posted by Cláudia Castelo at 07:37 3 comments
Labels: Birmânia, ditaduras, liberdade de expressão, resistência
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
O Original
You will not be able to stay home, brother. You will not be able to plug in, turn on and cop out. You will not be able to lose yourself on skag and skip, skip out for beer during commercials, because the revolution will not be televised.
The revolution will not be televised. The revolution will not be brought to you by Xerox, in 4 parts without commercial interruptions. The revolution will not show you pictures of Nixon blowing a bugle and leading a charge by John Mitchell, General Abrams and Spiro Agnew to eat hog maws confiscated from a Harlem sanctuary. The revolution will not be televised.
The revolution will not be brought to you by the Schaefer Award Theatre and will not star Natalie Woods and Steve McQueen or Bullwinkle and Julia. The revolution will not give your mouth sex appeal. The revolution will not get rid of the nubs. The revolution will not make you look five pounds thinner, because the revolution will not be televised, Brother.
There will be no pictures of you and Willie May pushing that shopping cart down the block on the dead run, or trying to slide that color television into a stolen ambulance. NBC will not be able predict the winner at 8:32 or report from 29 districts. The revolution will not be televised.
There will be no pictures of pigs shooting down brothers in the instant replay. There will be no pictures of pigs shooting down brothers in the instant replay. There will be no pictures of Whitney Young being run out of Harlem on a rail with a brand new process. There will be no slow motion or still life of Roy Wilkens strolling through Watts in a Red, Black and Green liberation jumpsuit that he had been saving. For just the proper occasion.
Green Acres, The Beverly Hillbillies, and Hooterville Junction will no longer be so damned relevant, and women will not care if Dick finally gets down with Jane on Search for Tomorrow because Black people will be in the street looking for a brighter day. The revolution will not be televised.
There will be no highlights on the eleven o'clock news and no pictures of hairy armed women liberationists and Jackie Onassis blowing her nose. The theme song will not be written by Jim Webb, Francis Scott Key, nor sung by Glen Campbell, Tom Jones, Johnny Cash, Englebert Humperdink, or the Rare Earth. The revolution will not be televised.
The revolution will not be right back after a message about a white tornado, white lightning, or white people. You will not have to worry about a dove in your bedroom, a tiger in your tank, or the giant in your toilet bowl. The revolution will not go better with Coke. The revolution will not fight the germs that may cause bad breath. The revolution will put you in the driver's seat.
The revolution will not be televised, will not be televised, will not be televised, will not be televised. The revolution will be no re-run brothers; The revolution will be live.
Posted by Zèd at 20:13 1 comments
Labels: Gil Scott Heron, The revolution will not be televised
Peões, peonetes e santanetes
Posted by vallera at 14:40 1 comments
Labels: identidade, peões, peonetes, Santana Lopes, santanetes
Os emigrantes do vulcão
Imagens retiradas daqui (Orlando Ribeiro, 1958) e daqui.
Posted by Cláudia Castelo at 01:25 2 comments
Labels: Açores, emigrantes, EUA, Orlando Ribeiro, vulcão dos Capelinhos
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Estreias
Para além da estreia do filme nos cinemas, serão lançados em DVD, também no final de Setembro, os filmes A INCRÍVEL VERDADE / The Unbelievable Truth (primeira longa-metragem de Hartley); TRUST- UMA QUESTÃO DE CONFIANÇA/ TRUST (o filme que revelou entre nós o realizador), e A RAPARIGA DE MONDAY/ The Girl From Monday , inédito em Portugal.
Estas edições contam com uma entrevista exclusiva com o realizador, gravada aquando da sua passagem por Lisboa (e feita por Jorge Mourinha e João Lisboa), making ofs, e duas curtas metragens (Theory of Achievement e Ambition), para além de imagens e biofilmografia.
Em Dezembro, a Midas dará continuação à edição do integral da obra do cineasta americano com a edição de 4 DVDs com os filmes HOMENS SIMPLES/ Simple Men, o filme que consagrou definitivamente Hal Hartley entre nós, FLIRT, um tríptico passado nas cidades de Nova Iorque, Berlim e Tóquio, HENRY FOOL, que recebeu em Cannes, em 1998, a Palma para Melhor Argumento, e, finalmente, um DVD com um conjunto de curtas e médias metragens de Hal Hartley.
(Texto da Midas Filmes - http://www.midas-filmes.pt/)
Posted by vallera at 15:32 2 comments
Labels: Fay Grim, Hal Hartley, Midas
terça-feira, 25 de setembro de 2007
O trigo e o joio
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Posted by Cláudia Castelo at 22:23 0 comments
Labels: Câmara Municipal de Lisboa, emprego, funcionário público
Era assim há 95 anos atrás
"Felizmente, dissiparam-se as nuvens, que toldavam uma alma clara e luminosa, e hoje posso gozar, com vagar e requinte, este lindo fim de Verão lisboeta, que é um puro encanto.
Uma temperatura de Arcádia, luz a jorros, invadindo tudo, tornando magníficas as coisas ínfimas, e, por cima de tudo, um céu rebrilhante e puríssimo, dum azul de faiança rica. Venha depressa para gozar, com o requinte dum bem-aventurado, os primores da Natureza Nacional.
O almoço já está assente. Quando você anunciar a sua chegada irei eu próprio apartar o peixe espada que se há-de frigir e comer nessa tarde de glória, de patrotismo satisfeito e de amizade. O jogo de rabanetes para a salada é cedido por um dos nossos mais acreditados criadores de hortaliça e o Colares é da afamada Casa do Cadaval".
Posted by Daniel Melo at 10:25 0 comments
Labels: história da alimentação, João Chagas, Joshua Benoliel, Lisboa, memorialismo, paisagem
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
Transgênicos: só se for na mesa de debates
A
Seja
[1]
Posted by Sappo at 10:06 7 comments
Labels: Brasil, transgênicos
Pó-pó
- Ó pai porque é que não compras um descapotável? - Anda há dias a fazer-me esta pergunta. Por mais que argumente que os descapotáveis são caros, que não temos dinheiro para isso, que é mais importante gastá-lo em livros, em CDs, em educação… bem, por esta altura já nem sei o que lhe digo.
- Ó pai, mas pode ser um descapotável Citröen, esses não são baratos?
- Um descapotável Citröen! Epá, esses também são caros…
- Mas porque é que os carros sem tecto são mais caros do que os que têm tecto!?
- E para que querias tu um descapotável?
- Já viste pai, podíamos abrir o tecto!
Posted by Renato Carmo at 00:05 3 comments
Labels: descapotáveis, neo-realismos
domingo, 23 de setembro de 2007
Era assim há 85 anos atrás
Posted by Daniel Melo at 23:23 0 comments
Labels: história da alimentação, José Silva, livro Memórias de um operário, memorialismo, vinhos ao domingo
Viagem real seguida de diálogo imaginário
Posted by Cláudia Castelo at 19:29 0 comments
Labels: táxi
Weeds em família
Já não me acontecia isto desde a surpreendente série Sete Palmos de Terra e da primeira temporada de 24, agora os serões de segunda são passados religiosamente à frente da RTP2. A seguir ao telejornal lá para as 22:30 passa-se Erva no canal público. Trata-se de uma série americana que já vai na 3ª temporada nos EUA, mas que só há coisa de uns dois meses começou em Portugal. O enredo anda à volta de uma ‘chefe’ de uma família de classe média que perdeu o marido recentemente e para sustentar os filhos não encontrou outra solução senão iniciar o seu negócio de venda e, posteriormente, plantação de ‘weeds’. Tudo se passa num bairro burguês tipicamente americano, no qual se confrontam diferentes valores e modos de vida. Os diálogos são fabulosos e surpreendem por serem ao mesmo tempo surreais e profundamente realistas, como demonstra esta cena entre tio e sobrinho a propósito de umas misteriosas meias que entupiram a canalização da casa. E tudo por causa de... 'a certain white cream'.
Posted by Renato Carmo at 10:28 3 comments
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
O mais importante discurso de Matrin Luther King Jr. foi aquele que ele não chegou a fazer
Isto faz-me lembrar uma entrevista de Ossie Davis que vi na PBS. Dizia Ossie Davis (cito de memória) que se fala do discurso de Martin Luther King Jr. 'I have a dream' como se esse tivesse sido o seu mais importante discurso, mas esquecem-se que o discurso mais importante teria sido aquele que King iria fazer em Washington, se não tivesse sido assassinado antes. Ou como diria Elizabeth Redding uma das manifestantes de Jena que havia participado na luta dos anos 60 , citada no Le Monde, "É terrível, porque não acabámos o nosso trabalho".
Posted by Zèd at 11:58 0 comments
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
A gaffe autoritária
Na segunda-feira passada, os directores das escolas pré-primárias e primárias (maternelle e élémentaire) da região francesa do Haut-Rhin (Alsácia)receberam o seguinte email:
« Mesdames et Messieurs les directeurs, avez-vous connaissance de scolarisation d’élèves "sans papiers" dans votre établissement ? Dans l’affirmative, veuillez nous le faire savoir dans la journée par e-mail ou par téléphone au 03.89... En vous remerciant. »
[Senhoras e senhores directores, têm conhecimento da existência de alunos na vossa escola sem autorização de residência em França? Em caso afirmativo, façam o favor de nos contactar ao longo do dia por email ou por telefone, para o n° 03.89... Agradecendo...]
O email vinha assinado por um gabinete da inspecção da Academia que tutela o ensino público na região. Ao início da tarde, um segundo email vinha dizer que se tratava de um erro, que o primeiro email devia ser considerado como nunca tendo sido enviado e que não havia nenhuma ordem oficial no sentido veiculado pela mensagem. Face ao coro de protestos vindo das escolas nos dias seguintes, o Ministro da Educação veio lamentar o erro e convocou o inspector da Academia em questão.
Mais detalhes aqui.
Se a reacção de protesto foi tão pronta, não é só pela gravidade da gaffe. É por ela ser tão significativa. O incidente vem confirmar um receio terrível: houve um tempo em que a profissão de professor e a de polícia não se confundiam em França. Há indícios crescentes de que esse tempo está a acabar. Em março passado, com Sarkozy como ministro do Interior, houve as terríveis interpelações de clandestinos junto às escolas frequentadas pelos filhos.
Mas há também, com método mais suave e burocrático, instrumentos que revelam uma pulsão do governo para fichar a população infantil, usando para isso os funcionários públicos, no caso os directores das escolas. Por exemplo, desde setembro de 2005, entrou em aplicação um projecto de recenseamento de toda a população escolar entre os 3 e os 10 anos (chamado "base-élève") . Entre os dados que os directores das escolas devem transmitir ao ministério da educação sobre os seus alunos contam-se informações sobre a origem e a situação familiar (para além de informações sobre o nível e eventuais problemas escolares que ficarão registadas logo a partir dos três anos). Parte desta informação é de preenchimento facultativo, e ela circulará sem o nome dos alunos a partir de certo ponto — mas não até certo ponto... Não há, como parece evidente, nenhuma garantia concreta sobre o uso que lhe será dado nos vários pontos institucionais da sua circulação, desde as escolas até ao ministério.
Se é possível que um email com este conteúdo circule, é porque a mensagem está lá, em rascunho, nas instituições oficiais, pronta a que alguém carregue no send. Por engano ou não, pouco importa. Eis o caso triste de um email que, por mais que o inspector e o ministro carreguem na tecla delete, não se apaga.
Posted by andre at 21:27 2 comments
Labels: autoritarismo, educação, França
Guia prático do passageiro da Vimeca
É tempo de voltar a circular entre casa e trabalho. Este ano, estão mais intensos os apelos para que utilizemos os transportes públicos, mas a decisão deve ser ponderada em cima de factos concretos ou da experiência adquirida. Por exemplo, se precisamos vencer o percurso entre Lisboa e um dos bairros de Oeiras mais próximos daquela cidade (Carnaxide, Queijas, Linda-a-Velha...), de um lado da balança, estará o automóvel particular, e do outro, teremos os autocarros da Vimeca que, está provado, poupam a cidade de uma considerável quantidade de CO2 no ar. Pode ser que as pessoas não se convençam apenas por ouvir dizer que a Vimeca proporciona viagens confortáveis, a bordo de autocarros que deslizam agradavelmente pela A5 e num ambiente que sempre oferece histórias e novidades. No entanto, as dúvidas podem ser desfeitas conferindo se o (hipotético) “Guia prático do passageiro da Vimeca” mantém as seguintes orientações ao passageiro frequente:
“ Em hora de ponta avalie, antecipadamente, a sua condição geriátrica (e a dos outros passageiros) antes de optar pelos assentos dianteiros. Se se considera ainda longe dela, saiba que a cedência de lugar aos mais velhos não está assinalada porque contamos com os olhares de censura dos demais passageiros para orientar a sua conduta de passageiro mais novo. É para nos poupar ao trabalho de fiscalização que serve a “fundamentada” interiorização das regras sociais e o controle social que os verdadeiros vimequeiros podem exercer uns sobre os outros.
- É provável que viaje ao lado de um passageiro que mal caiba no nosso espaço-padrão individual. Os nossos assentos foram concebidos para pessoas que estão “antenadas” com as novas tendências em termos de pesos e medidas;
- No entanto, se for mulher e não tiver dúvidas de que o vizinho é apenas um espaçoso mal-intencionado, mantenha-se firme no seu lugar, e como barreira entre os dois, use a bolsa, a pasta, os livros, o guarda-chuva, o casaco, o que tiver à mão. Deixe bem claro que já percebeu que ele está confundindo você, deliberadamente, com o braço da poltrona lá de casa. Felizmente que estes casos são raros, mas se acontecer com você, faça toda esta operação de forma a atrair a atenção dos outros passageiros. Pode estar certa que o danado, pelo menos receberá olhares de censura de muitos, aliás, de muitas, a maioria dos nossos utentes;
- Em alguns autocarros, reservamos um dos assentos a pessoas que ultrapassam as medidas, mas esperamos poder contar com os nossos passageiros mais fiéis para divulgar entre os demais que aqueles bancos são para o tamanho “um e meio” e não para duas pessoas. Por enquanto, não nos responsabilizamos pelas situações em que duas pessoas, depois de sentarem-se ali, apertadas lado a lado, evitam encarar-se, mas são obrigadas a trocar olhares constrangidos com quase todos os demais passageiros enquanto seguem viagem naquele banco que dá as costas ao motorista. Mesmo sem saber o que fazer às mãos, às bolsas ou outros objectos, a experiência tem demonstrado que poucas se atrevem a levantar-se quando percebem o seu engano. Em tempos do politicamente correcto, aconselha o nosso departamento de pesquisa e atendimento ao passageiro-cliente a não afixarmos nenhum aviso sobre as restrições ao uso daquele assento. Ainda não nos decidimos sobre a palavra que mais correctamente deverá designar as pessoas a quem está reservado.
- Se é sensível a cheiros, saiba que de manhã, as fragrâncias (colónias, águas-de-cheiro, perfumes) se misturam pois, é uma qualidade do nosso passageiro padrão matinal tomar banho antes do trabalho. Portanto, não se queixe, há coisas muito piores.
- Se insistir em abrir as janelas durante o Inverno ou quando chove, não nos responsabilizamos pelos olhares unânimes e furiosos que lhe forem dirigidos; cabe ao Estado a responsabilidade por explicar às pessoas que, tal como nos hospitais, também os autocarros devem ser ambientes mais frios, mas arejados e livres daqueles bichinhos que trocamos pelo ar e que nos contaminam a todos.
- Aproveite o aperto das viagens matinais para apreciar as modas e conferir se você está actualizado ou precisa dar aquela “baixa” no seu guarda-roupa. Á excepção dos estudantes (que não devem dizer-lhe muito em termos de style) viajará entre um grupo representativo da classe média urbana portuguesa que, maioritariamente, trabalha em escritórios de Lisboa.
- Ao final da tarde, já sabe que viajará com telemóveis a tocar e a ligar furiosamente. Em todas as nossas viagens, oferecemos aos nossos passageiros a vista agradável das bordas do Monsanto, mas procure não se distrair assim tanto a olhar pela janela porque o trânsito na A5 é lento; não nos responsabilizamos pelos sustos que poderá levar se divagar muito e julgar que há um papagaio ou sapo-passageiro quando ouvir um som mesmo à sua frente. Não podemos evitar uma ponta de orgulho; nossos passageiros serão, porventura, os mais criativos na escolha do toque personalizado do seu telemóvel.
Para melhor usufruir dos nossos bons serviços, aconselhamos que, na medida do possível, adapte os seus horários ao período de procura menos intensa pelos nossos autocarros, entre as 10 horas e as 16 horas, durante a semana. Neste caso, lembramos que sempre poderá trocar de lugar se:
- Encontrar-se “ensanduichado” entre dois jovens, que indiferentes um do outro, escutam no Mp3 um rock “pauleira” e um zouk estremecedor;
- Certificar-se que algum passageiro por perto considera que as botas de Inverno não precisam ser trocadas por outro calçado nas outras estações do ano;
- Não conseguir fingir desinteresse em acertar o país a que pertence aquela mãe tão loira que fala com a sua filhinha numa língua que, de certeza, é “do leste”;
- Verificar que não assimilou bem a mensagem da campanha “Todos diferentes, todos iguais”, e dá conta de si prestando uma atenção (incomodada) aos diálogos e às posturas da nossa clientela multicultural: ucranianos, romenos, brasileiros, Palopianos... Se for um dos nossos passageiros “da casa” sempre transportará um livro, um jornal ou uma revista para distraí-lo em ocasiões desconcertantes como esta.
Ou então, não troque de lugar por nenhuma destas razões e aproveite a viagem para treinar a sua sensibilidade em todas as oportunidades.”
Se você, passageiro em potencial, puder confirmar a actualidade destas orientações gerais do Guia Prático do Passageiro da Vimeca, aprecie a viagem. Melhor ainda se for num dos autocarros novinhos em folha, grandes, de linhas futuristas e assentos ecologicamente correctos (no material) que são o último grito a la União Europeia. Com a A5 livre, estará no Marquês de Pombal em 15 ou 20 minutos.
Ao chegar ao Parque Eduardo VII, se a senhora de saia comprida quiser ler-lhe a sorte diga-lhe que sorte mesmo é poder viajar de Vimeca.
Bien sur
Posted by Iolanda Évora at 19:02 8 comments
Labels: Lisboa, Oeiras, transportes públicos, Vimeca
Meninas 100%
Foi suado. Mas a seleção brasileira feminina continua com 100% de aproveitamento na Copa do Mundo da China. Nesta quinta-feira, as meninas do Brasil derrotaram a Dinamarca por 1 a 0, com um gol de Pretinha aos 45 minutos do segundo tempo, e garantiu a classificação para as quartas-de-final em primeiro lugar de seu grupo. Que venham agora as australianas! Olé.
ps. Vai aqui um recado para o Dunga, o bebê fashion com cara de chorão (ou vice-versa, tanto faz): dá uma olhadela nas meninas, rapaz. Acredito que a convocação de umas três delas daria mais criatividade à sua seleção sem imaginação e egocêntrica. Desde de já proponho a Marta para o lugar do Afonso. E fique atento que tem gente por estas bandas querendo repatriar Felipão, que não perde tempo dando murros em ponta de faca.
nb: Na foto, o sorriso contagiante de Pretinha. Salve, guria!
Posted by Sappo at 18:52 0 comments
Labels: Brasil, futebol feminino
Início de época II
E continuam as novidades neste início de época bloguista do Peão.
Depois de sentirmos um “cheirinho” da sua pena, o Manolo Piriz entrou agora pra valer, de “mala e cuia”, e felizmente, já sem bengala. A partir das Terras de Vera Cruz, ou de onde ele estiver, certamente que seremos brindados com postadas de primeira linha, sempre inteligentes, interessantes, curiosas, irónicas, bem -humoradas e certeiras.
Mais um no dream-team, para provar que peão bom é peão que faz pontes enquanto caminha.
Clap,clap,clap e boas vindas ao Manolo.
Posted by Iolanda Évora at 12:28 4 comments
Labels: novos peões
80 anos de Odéon com uma viúva alegre?!
Não, não é do divã da casa, é mesmo da sala de cinema. Neste caso, do cinema Odéon, que faz 80 anos esta 6.ª feira. Para celebrar o aniversário, a Cinemateca Portuguesa e o Fórum Cidadania Lx organizaram para esse dia uma exibição do filme mudo «A viúva alegre», do cineasta alemão Erich von Stroheim, com início às 19h. O filme terá o apropriado acompanhamento ao piano.
O Fórum Cidadania Lx preconiza a sua reabilitação pela CML e propõe este espaço para festivais como o Indie Lx. Quando tanto se fala na revitalização de Lisboa, era bom começarmos pelo mais simples.
Posted by Daniel Melo at 00:20 2 comments
Labels: Câmara Municipal de Lisboa, cinema, cinema Odéon, Fórum Cidadania Lisboa, Propostas por Lisboa, terceiro sector
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Love hurts
Spot publicitário visionado no Queer Lisboa 11 - Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa
Posted by vallera at 10:20 0 comments
Labels: direitos humanos, homofobia, homossexualidade
Bola na Tela do MIS
Já que ando meio futebolístico ultimamente (e por ironia do destino com o pé esquerdo todo arruinado), vai aqui uma dica aos "boleiros" de plantão. A partir de hoje (dia 18) e até 30 de setembro, o MIS-São Paulo (Museu de Imagem e Som) apresenta a mostra Bola na Tela, uma seleção de filmes (longas, curtas e documentários) que aborda o futebol tupiniquim de uma forma bem peculiar. Em vez de enfocar as histórias dos grandes craques e times, a mostra privilegia a realidade do jogador anônimo que sonha em se tornar um "Ronaldinho" ou um "Kaká na vida e a relação afetiva do torcedor com o seu teime do coração. É também uma boa oportunidade pra se conhecer um pouco da realidade brasileira através da bola. Maiores detalhes, aqui.
Posted by Sappo at 04:55 0 comments
Tesourinho deprimente
Posted by Sofia Rodrigues at 00:07 3 comments
Labels: Aquilino Ribeiro, RTP, tesourinho deprimente
terça-feira, 18 de setembro de 2007
O eterno ouro-de-tolo
Iludidos
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Posted by Sappo at 15:16 6 comments