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domingo, 30 de setembro de 2007

O preço da democracia

Por um motivo qualquer este blogue tem se esquivado a comentar assuntos políticos, talvez porque uma certa política (a dos debates e discussão de ideias) se tornou quase inviável e invisível, mesmo na blogosfera. As últimas eleições directas no PSD são um sintoma disto mesmo. A política deixou quase de existir... Luís Filipe Menezes foi eleito líder do partido sem se conhecer uma ideia sobre a direita que representa. De qualquer modo, isso não será muito diferente do que se passa no maior partido português, no qual também não se vislumbra uma ideia sobre que esquerda defende. Tal como Sócrtates, que apregoa aos quatro cantos a esquerda moderna, também Menezes pode apelidar-se como o representante da direita ou, melhor, do centro-direita moderno. A modernidade é usada como uma espécie de cobertura ao vazio ideológico, que não significa rigorosamente nada. Contudo, apesar de tudo isto, uma coisa é certa: a democracia venceu no PSD, Menezes foi eleito pelo povo do partido e assim é que deve ser. Não percebo agora aqueles que criticam as directas face ao modelo espalhafatoso dos congressos. O povo do PSD votou em Menezes, como o de Lisboa votou outrora em Santana e o do país votou em Cavaco e em Sócrates. A vitória de Menezes é tão legítima e merecida como a de qualquer outro político. Achar que em certos sectores da política - como nos partidos - a democracia pode representar um trampolim para o populismo, é uma ideia perigosa. Tal como não é concebível uma democracia sem partidos, também não deverá ser concebível existirem partidos sem democracia interna.