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sábado, 24 de março de 2012

Ter esperança em tempos de incultura e elitismo

Mas como dizer a um desempregado, a um criador sem condições financeiras de produção, a um recém-licenciado sem emprego nos tempos próximos e com uma expectativa de vida de 75 anos que, sendo racional, deverá ser optimista? Claramente, dizê-lo seria cair na demagogia; há que ter bem presente que a tese bem fundamentada de Ridley [The rational optimist] é sobre a espécie humana e a sua longa história, não sobre o indivíduo em particular. Mas é sobre a situação de fragilidade individual que tem intervindo a maioria dos governantes europeus, e os portugueses em especial: ao construírem uma auto-representação negativa, miserabilista, culpabilizada das sociedades que actualmente governam, exercem uma chantagem emocional e condenam [...] as sociedades a que pertencem a uma extinção simbólica.

Este pessimismo apocalíptico [...] é resultado da incultura, da negação da democracia [...] e da atracção pela barbárie.

António Pinto Ribeiro, «O racional optimista», Público, 2/III/2012, p.39-Ípsilon

domingo, 22 de janeiro de 2012

Um presidente falido...

... de decência.
De decência, simplesmente.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O caso da Loja Mozart49: queremos mesmo transparência?

Tipo, pegar no caso da semana passada para acabar com o clientelismo?
Se sim, então exija-se transparência máxima nos critérios, processos, concursos e avaliações que envolvam o Estado.
Acabe-se com os círculos viciosos, como a dependência das câmaras das licenças de construção, as excepções que se tornam regra (ajustes directos como modo de vida em Lisboa, as famosas «derrapagens orçamentais», etc.), as más negociações para o Estado (as PPP) e/ou cidadãos (BPP, BPN, TDT), a paralização do Estado pelos interesses partidários, a mercantilização da saúde e o esquecimento das farmácias sociais...
Mas se a ideia é avançar também nas 'identificações', então que seja para todos, membros da Maçonaria, do Opus Dei, e, não esquecer, das associações político-partidárias e das suas jotinhas. É aí que se concentra o grosso dos interesses.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Afinal, os media de Murdoch não se interessam só por celebridades...

As escutas ilegais da imprensa de Murdoch chegaram a ser relativizadas sobre o argumento de que só pretendiam apanhar «celebridades», aquela fauna que apenas vive de aparecer nos media, donde, tomem lá o troco.
Sucede que não foi só isso. Foi uma autêntica indústria da devassa, que não poupou ninguém, gente comum e políticos importantes. Neste último grupo, notícia recente do The Independent corfirma a devassa a Gordon Brown enquanto ministro das Finanças (o que já fora revelado pelo The Guardian), havendo quem diga que era prática generalizada no jornalismo tablóide.
O que, a ser verdade, não deixa de relativizar a posição de Murdoch, campeão neste segmento. E de comprovar o nexo entre jornalismo tablóide e campanhas políticas. Muito feio. Agora, imaginem que este mano continua a ter nas mãos parte influente dos media dos EUA, RU e Austrália, e ficam com uma ideia do que ainda pode fazer.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Também no Estado os cortes não chegam ao céu

Parece que os políticos apresentaram uma medida que os isenta, pelo menos aos deputados (resta saber se os assessores e afins também se põem ao fresco). Uma petição, que tem já 35 mil signatários, alerta para esta falta de equidade. Haja coerência, já que não há decência!

Petição Congelamento do Subsídio de Férias e Natal dos Deputados da Assembleia da República 

Para: Presidente da República, Assembleia da República, Primeiro-Ministro 

Exmo. Senhor Presidente da República 
Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República 
Exmo. Senhor Primeiro Ministro

Proponho a suspensão do subsídio de férias e natal dos deputados da Assembleia da República e detentores de cargos públicos, por período idêntico ao congelamento dos mesmos subsídios aplicado a todos os funcionários públicos, de empresas do estado e pensionistas. 
Os senhores têm a obrigação moral de dar o exemplo nesta matéria uma vez que também estão ao serviço do estado sendo do estado que recebem os vossos vencimentos.

Fidalguia de calças rotas

«Deputados: comprem a água mineral com o vosso dinheiro», por Ricardo Garcia

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A industrialização da devassa

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A crise quando nasce é só para o mexilhão: JVV despede-se mas auto-indemniza-se em €12 mil por mês durante 2 anos

O peixe graúdo arranja sempre maneira de se pôr ao fresco. Ora, vejam lá este caso descarado, que o governo nem questionou, retirado do Facebook, relativo a alguém que se demitiu porque queria que a electricidade fosse ainda mais encarecida:
Mais uma golpada - Jorge Viegas Vasconcelos despediu-se da ERSE. É uma golpada com muita classe, e os golpeados somos nós....
Era uma vez um senhor chamado Jorge Viegas Vasconcelos, que era presidente de uma coisa chamada ERSE, ou seja, Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, organismo que praticamente ninguém conhece e, dos que conhecem, poucos devem saber para o que serve.
Mas o que sabemos é que o senhor Vasconcelos pediu a demissão do seu cargo porque, segundo consta, queria que os aumentos da electricidade ainda fossem maiores. Ora, quando alguém se demite do seu emprego, fá-lo por sua conta e risco, não lhe sendo devidos, pela entidade empregadora, quaisquer reparos, subsídios ou outros quaisquer benefícios.
Porém, com o senhor Vasconcelos não foi assim. Na verdade, ele vai para casa com 12 mil euros por mês durante o máximo de dois anos, até encontrar um novo emprego. Aqui, quem me ouve ou lê pergunta, ligeiramente confuso ou perplexo: «Mas você não disse que o senhor Vasconcelos se despediu?».
E eu respondo: «Pois disse. Ele demitiu-se, isto é, despediu-se por vontade própria!».
E você volta a questionar-me: «Então, porque fica o homem a receber os tais 12 000 por mês, durante dois anos? Qual é, neste país, o trabalhador que se despede e fica a receber seja o que for?».

Se fizermos esta pergunta ao ministério da Economia, ele responderá, como já respondeu, que «o regime aplicado aos membros do conselho de administração da ERSE foi aprovado pela própria ERSE». E que, «de acordo com artigo 28 dos Estatutos da ERSE, os membros do conselho de administração estão sujeitos ao estatuto do gestor público em tudo o que não resultar desses estatutos».

Ou seja: sempre que os estatutos da ERSE forem mais vantajosos para os seus gestores, o estatuto de gestor público não se aplica.
Dizendo ainda melhor: o senhor Vasconcelos (que era presidente da ERSE desde a sua fundação) e os seus amigos do conselho de administração, apesar de terem o estatuto de gestores públicos, criaram um esquema ainda mais vantajoso para si próprios, como seja, por exemplo, ficarem com um ordenado milionário quando resolverem demitir-se dos seus cargos. Com a benção avalizadora, é claro, dos nossos excelsos governantes.

Trata-se, obviamente, de um escândalo, de uma imoralidade sem limites, de uma afronta a milhões de portugueses que sobrevivem com ordenados baixíssimos e subsídios de desemprego miseráveis. Trata-se, em suma, de um desenfreado, e abusivo desavergonhado abocanhar do erário público. Mas, voltemos à nossa história...

O senhor Vasconcelos recebia 18 mil euros mensais, mais subsídio de férias, subsídio de Natal e ajudas de custo.

Aqui, uma pergunta se impõe: Afinal, o que é - e para que serve - a ERSE? A missão da ERSE consiste em fazer cumprir as disposições legislativas para o sector energético.

E pergunta você, que não é burro: «Mas para fazer cumprir a lei não bastam os governos, os tribunais, a polícia, etc.?». Parece que não.
A coisa funciona assim: após receber uma reclamação, a ERSE intervém através da mediação e da tentativa de conciliação das partes envolvidas. Antes, o consumidor tem de reclamar junto do prestador de serviço.

Ou seja, a ERSE não serve para nada. Ou serve apenas para gastar somas astronómicas com os seus administradores. Aliás, antes da questão dos aumentos da electricidade, quem é que sabia que existia uma coisa chamada ERSE? Até quando o povo português, cumprindo o seu papel de pachorrento bovino, aguentará tão pesada canga? E tão descarado gozo? Politicas à parte, estou em crer que perante esta e outras, só falta mesmo manifestarmos a nossa total indignação.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

É fartar vilanagem

Afinal a dívida da Madeira ao Estado português não é de €5800 milhões, como dizia Jardim e o seu sec.º regional do Plano e Finanças há 7 dias atrás, mas de €6328 milhões, anunciou esta noite o ministro das Finanças. Ou seja, uma diferença de quase €500 milhões.
Jardim dissera ainda que a dívida (directa) da região da Madeira não excedia os 60% do PIB da região, contrapondo-a à do Estado Português, que é 106% do PIB de Portugal, porém, o ministro das Finanças disse que a dívida da Madeira vale 123% do PIB da região, o dobro!!!
Ou seja, além de insultuoso e eleitoralista, Jardim é um demagogo incorrigível. Arrecada todas as receitas da região (sem ter que as repartir com as administrações central e local), mais compensações para os municípios, mais para as empresas públicas nacionais que operam na região, mais para a PSP, a Universidade da Madeira, a RTP-Madeira e um rol infindo de serviços. Não só não lhe chega o que recebe como supera em proporção o défice nacional, já para não falar do dos Açores, a outra região existente.
O buraco que criou representa 1/4 do tal «desvio colossal» no défice orçamental para 2010 que o governo português ainda há umas semanas imputava ao PS. O resto cabe às empresas públicas. Ou seja, 25% directamente ligado a apenas 5% da população nacional (enfim, ao seu manda-chuva).
Ainda há dúvidas de que o rei da Madeira anda a fazer pouco de todos os cidadãos portugueses?

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Os de cima nunca têm plafonds

«Chumbadas limitações às remunerações de gestores públicos [pelo PS e PSD]»

terça-feira, 6 de julho de 2010

Colóquio internacional sobre Paul Ricoeur começa amanhã

O nome original deste encontro internacional é Reading Ricoeur Once Again: Hermeneutics and Practical Philosophy / Relire Ricoeur à notre tour: herméneutique et philosophie pratique, uma vez que as línguas de trabalho serão o inglês e o francês.

Pretende ser uma homenagem àquele que é, segundo os organizadores, «uma das figuras mais importantes da filosofia contemporânea». Serão apresentadas mais de 100 comunicações sobre o seu contributo para a Ética, a Filosofia Social e Política e a Hermenêutica . Entre os oradores contam-se alguns dos maiores especialistas mundiais da obra de Ricoeur, como Axel Honneth (Johann-Wolfgang von Goethe Universität), sucessor de Habermas na direcção do Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt e um dos filósofos mais influentes da actualidade, Richard Kearney (Boston College), divulgador da filosofia contemporânea europeia nos EUA, bem como diversos membros do Fonds Ricoeur (Paris).

Decorrerá até sábado, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (torre B, piso 1, aud.º 1). A organização cabe ao Centro de História da Cultura da FCSH-UNL e ao grupo Linguagem, Interpretação e Filosofia da Universidade de Coimbra.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Para memória futura

«Relatório da comissão de inquérito hoje divulgado
Governo acabou com negócio PT/TVI "por razões políticas do seu exclusivo interesse"
»

A complementar com: «Caso TVI só se percebe com as escutas, defende o juiz do Face Oculta»; «Governo/TVI: Comissão vai divulgar documentos de Aveiro exigidos pelo PSD»

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ajude o FMI a consolidar o ‘orçamento’ tuga

«Petição pede fim de acumulação de pensões e salários», por António Arnaldo Mesquita

A iniciativa é de Carlos Alberto dos Santos Monteiro, magistrado do Ministério Público e foi colocada on-line no passado dia 10 de Maio, data em que o Presidente da República recebeu "vários ex-ministros [das Finanças], beneficiados pelo sistema".

Petição "Pelo Fim da Acumulação Imoral de Pensões e Salários"

Texto de Carlos Alberto dos Santos Monteiro enviado ao Presidente da República sobre o assunto

domingo, 6 de junho de 2010

Gripe A: OMS sob suspeita de favorecimento de interesses particulares (grandes laboratórios...)

«OMS acusada de alarmismo e exagero na gestão da gripe A», por Alexandra Campos

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Para maus acordos, bons remédios

«Oposição aprova revogação do [novo] contrato do terminal de Alcântara»

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Mais novas sobre movimentos cívicos

«Foi revogado o regime de excepção da Parque Escolar», por Tiago Mota Saraiva

terça-feira, 11 de maio de 2010

Caso Garzón mantém juiz em causa própria

«Juiz Garzón deverá será suspenso nos próximos dias», por Nuno Ribeiro

UNESCO mancha imagem com más companhias

«Críticas à UNESCO e ao Prémio Obiang [nome do ditador da Guiné Equatorial que patrocina um prémio de  Pesquisa em Ciências da Vida]»

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A autoprotecção das elites, em que circunstância for

«Remuneração de gestores da PT aprovada com 88,8% dos votos dos acionistas»

«Bónus de gestão na EDP aprovados por escassa maioria»

«Vasco Mello defende bónus à gestão da EDP»

terça-feira, 13 de abril de 2010

«Génio louco» ou um cientista brilhante com convicções éticas?

A propósito do matemático russo Grigori Perelman, autor na berlinda por não ter logo aceite prémios vultuosos que distinguiam o seu contributo para a transformação da conjectura de Poincaré num teorema, passou a imagem dum dum «génio louco» em muitos media.
O último texto a apresentá-lo assim é um aprofundado trabalho de Ana Gerschenfeld. Por ser aprofundado, este texto permite entrever que as reservas do cientista têm a ver com a sua dificuldade em aceitar o atropelo de normas éticas no trabalho científico. Um outro cientista procurou, de modo incorrecto, ficar com parte dos louros daquele proeza científica e, como os restantes matemáticos não denunciaram a situação, Perelman ficou desiludido e resolveu afastar-se deles. A versão de Perelman foi revelada pelo próprio a uma jornalista que escreveu a biografia doutro grande matemático. Parece mais uma questão de ética no trabalho e na vida do que propriamente loucura.
O próprio diz achar esquisito que os prevaricadores passem por gente normal e aqueles que não aceitam atropelos a normas éticas sejam vistos como bichos-do-mato. É que ele até vai apanhar cogumelos no bosque! Pois é, so pode ser louco! Mas, espera aí; então e as pessoas que apanham cogumelos nos bosques para que todos nós os possamos comer também são loucas?
Que grande confusão...