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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

E que tal vender os médios todos?


Quando até o Jesus já não consegue manter-se calado sobre as opções absurdas por parte da Direcção, acho que estamos conversados. Depois do desbaste de Agosto, aí está em marcha novo desbaste de Janeiro. Ficará tudo no plano divino: que Jesus faça milagres.

E assim se fazem campeões... mais a Norte.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Crónica de um empate anunciado ...



Entrámos bem, tivémos azar, foi azar a bola do joelho do Cardozo ter ido à barra, o slide do Rodrigo ter acabado no poste, a bola ter sobrado para o pé direito do Carrdozo. Ao fim de 10 minutos a Académica começou a perceber onde estava a abrir buracos e começou a equilibrar-se defensivamente.

Primeiro um dos auxiliares do Xistra, depois o próprio Xistra encarregaram-se de criar as condições para a Académica liderar o marcador, isto é roubando o Benfica. Perto do intervalo, o guarda-redes da Académica desvia para o poste um remate de cabeça do Cardozo, não sem antes o outro auxiliar do Xistra roubar o Benfica impedindo que o Cardozo se isolasse à frente do guarda-redes.

Ao intervalo sentia a injustiça, mas ainda assim confiava que, mesmo contra o árbitro, a diferença entre Académica e Benfica era tão grande que poderíamos dar a volta. Bastava para isso empatar até aos 60 minutos.

Entra o Benfica novamente em grande, como acontecera no início, agora embalado por Nolito na esquerda. E aos 5 minutos após um lance confuso, penalty e expulsão. E aí eu pensei, olá será que o Xistra levou um apertão ? É que sendo penalty, tenho algumas dúvidas quanto ao vermelho. Cardozo não falhou, pois rematou para o lado contrário ao do costume.

Com o empate aos 50 minutos, um a mais, a vitória estava assegurada. Pra cima deles. Mas e parece que com um a mais o Benfica deixou de saber jogar. Começaram os cruzamentos em excesso de trás para a frente facilitando a tarefa dos defesas que se acantonavam no centro da área. Os avançados do Benfica, em vez de saírem da área para tentarem trazer os defesas atrás optavam, por ir encher um espaço já muito congestionado. Salvio e Maxi perdiam-se na ala, muitas vezes sozinhos e a entrada da bola nas alas não levava a que a defesa se descompusesse.

Nolito ainda descobriu Cardozo que descaído sobre a esquerda obriga o guarda-redes da Académica a boa defesa. Depois de mais um dos infindáveis centros de trás para a frente, a bola cai para lá do segundo poste fintando os defesas que se acantonavam à frente da baliza, Salvio salta e cabeceia batendo o guarda-redes, mas antes da bola entrar um defesa corta em cima da linha. Estávamos com azar, é um facto que jogávamos com pouca cabeça mas o golo estava iminente. Mal sabia eu ...

A Académica atacava cada vez com menos elementos, e num lance puramente individual Hélder Cabral vai passando pela multidão de defesas que o Benfica mantinha mesmo que a Académica tivesse cada vez menos atacantes e ao entrar na área eis que somos novamente xistrados. Garay joga a bola e no seguimento o contacto físico é inevitável, mas inevitável é a decisão de Xistra. Se há dúvida na área do Benfica, é penalty de certeza. E eis que a jogar contra 10 nos vimos novamente a perder.

Se antes da xistrada já tinha entrado o Pablito, Jesus recorre então à última esperança, sai um desinspirado Rodrigo e entra o reforço do último dia do mercado, Lima. Entretanto Nolito é trucidado na área, mas Xistrapower ao ataque. Primeiro de cabeça avisou, mas depois com uma bomba de longe, Lima explodiu a baliza da Académica e ainda faltavam 10 minutos. Claro que era possível, quem é do Benfica acredita sempre.

Esses 10 minutos e os 4 de compensação pareceram a repetição do jogo com o Braga. Nenhuma ideia de jogo, balonanço para a área, alas perdidos sem apoio dos médios para fazer rodar a bola e desposicionar a defesa. Enfim, uma pobreza franciscana. Entretanto fora de campo, um boi tenta marrar contra o Maxi à procura que ele perca a calma e reaja de cabeça quente. Não reagiu aí, reagiu depois e contentinho com a merda que tinha feito, em fez de marcar falta e expulsar Maxi, Xistra opta por marcar falta da Académica, a táctica das compensações manhosas para que depois os outros se queixem também.

Costuma-se dizer que quem não marca arrisca-se a sofrer, por isso este era um jogo que aos 15 minutos se percebeu que não poderia acabar bem. Talvez seja coincidência que o empate tenha sido anunciado pelo lateral que custou 13 milhões, mas quando somos incompetentes a jogar com um a mais durante quase uma parte, como podemos esperar não ficarmos expostos a sermos xistrados ?

Pior que o anúncio do brasileiro, é o nosso Vice-presidente vir dizer que estava avisado. Estava avisado ? Porque não gritou aos sete ventos ? Porque não chamou a polícia antes do roubo ? Porque é que o sr. Presidente ficou doente ? Sabendo do roubo iminente será que por mais doente que estivesse não deveria estar presente ? Porque é que não agiram preventivamente e deixaram que jogadores e treinadores se expusessem tal a revolta que lhe consumia a alma ?

Agora desculpam o Nandinho e culpam o Vitó. Ou então não é o Vitó, é o Antonino e o Domingos Gomes. Claro que não pode ser o Nandinho, pois o Nandinho foi apoiado pelo sr. Presidente. E já agora quem é o responsável por o sr. Presidente, o treinador e o capitão terem sido punidos e os incendiários e abonadores de auxiliares continuarem impunes ? Já sei, não é o Nandinho, é o Herculano. Curioso, nunca é o Nandinho, são todos os que fazem parte da estrutura, mas quem os convidou está obviamente à margem desses atentados.

Espero que a intifada que se prepara para imolar o Vitó não sirva para passar uma borracha na nossa incompetência. Tanto mais que podem ter a certeza que qualquer mau resultado será explorado por aqueles que hoje apontam as xistradas para dizer atacar as nossas fragilidades e maus resultados. Como dizia hoje a Bola, Xistra mas não só e o problema, é que isso é bem verdade. Seja como fôr, acho que começamos a perceber como as coisas vão acabar, ou não acompanhemos todos o futebol português há muitos anos.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Melgarejo e outros queijos

À sondagem que fizemos sobre Melgarejo a lateral-esquerdo, a resposta dos leitores foi contundente: acham um disparate. A resposta que mais votos teve (27 por cento) - "Os paraguaios só são bons lá na frente" - é até bastante curiosa porque é um 2 em 1: reforça a ideia de que Melgarejo a lateral é uma ideia errada e ainda consegue piscar o olho a Cardozo e pedir-lhe que ele fique por muitos e bons anos. Por aqui, concordamos. Com a necessidade de encontrar outro lateral e de manter Tacuara esta época.

E acrescentamos: mantenham Witsel. E Nolito. E Maxi e Javi e Luisão e Artur e Garay e Aimar e Mora e Saviola. E vendam Gaitán e Jardel.

E ainda não percebi os 9 milhões gastos em Ola John - que só por si já foram um autêntico disparate - se acabámos por ir dar mais 11 (foram mesmo 11? ninguém no Benfica confirmou o valor desta contratação porquê?) noutro extremo, bastante mais jogador.

E expliquem também como é que um clube que se diz sem dinheiro consegue contratar dois jogadores por 20 milhões de euros para posições em que estava bem servido e não consegue gastar 4 ou 5 em jogadores que venham equilibrar este plantel mais uma vez desequilibrado a uma semana e pouco de jogar o primeiro jogo oficial.

E aproveitem e expliquem a razão pela qual andaram em negociações com vários treinadores para acabarem vergados às imposições financeiras de Jesus. Se um clube como o Benfica é obrigado por um técnico a ficar refém de uma pessoa desta forma, condicionado a estratégia para a época, então talvez estejamos a falar de outro clube ou de outra gente de outro clube qualquer.

E, já que estão com a mão na massa, expliquem o que anda a fazer Rui Costa nesta administração, porque eu ainda não percebi. Para além de futeboladas e de receber 20 e tal mil euros por mês. Mas os maus benfiquistas somos nós, naturalmente.

sábado, 12 de maio de 2012

Um sinal preocupante (como se esperássemos outra coisa)


Já o escrevi antes: se o Benfica quer potenciar ao máximo as poucas possibilidades que tem de ser campeão na próxima época, é fundamental não vender mais do que um jogador nuclear do plantel. E só pode ser Gaitán - por aquilo que não rende ao longo do ano e pelo valor de mercado que tem. Juntar ao argentino outra venda - seja de Artur, Maxi, Garay, Witsel, Javi, Nolito, Aimar ou Cardozo - poderá valer muito nos títulos contabilizados por esta Direcção - jogadores valorizados por Jorge Jesus - mas, em termos puramente desportivos, será um passo certo para o abismo.

Jesus com Viera ao leme será mais do mesmo - pleno de poderes e liberdade para todas as suas mais macabras teimosias. Importa, portanto - ainda que aqui não se acredite que alguém na Direcção do Benfica tenha a clarividência para tal -, manter os melhores e fazer dinheiro com quem, apesar de ter qualidade, não serve os interesses da equipa. Falo de Gaitán mas também dos vários emprestados que todos os meses recebem ordenados através do Benfica para jogarem noutros clubes. É ESSENCIAL recuperar uns milhões com a venda destes, ao mesmo tempo que se faz um corte nas despesas mensais. 

É por isso que o indício de mais um empréstimo de Airton ao Flamengo é não só, como se fosse preciso, a comprovação de uma incapacidade negocial confrangedora (especialmente com clubes brasileiros), como um sinal claro de que os erros nunca mais serão emendados. Afinal, só passaram 10 anos disto. Dêem-lhes mais 3 que o Benfica espera lá fora.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Vieira apoia inequivocamente a candidatura de Pablo Aimar à bancada vip do Estádio de Alvalade

A 4 de Outubro de 2011, o jornal "A BOLA" versava assim:
 
«O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, confirmou, esta terça-feira, que o clube encarnado apoia «inequivocamente» a candidatura de Fernando Gomes à presidência da Federação portuguesa de futebol (FPF).

«Fernando Gomes vai aproximar o futebol amador do profissional. Vai realizar uma reestruturação muito importante, traz uma nova mentalidade e acrescenta em termos de capital humano», defendeu Luís Filipe Vieira.

Fernando Gomes ocupa actualmente e liderança da Liga, que vai perder o dirigente, mas o presidente do Benfica defende que é o candidato ideal para a cadeira da FPF: «O futebol português está em mudança e neste momento é preciso um gestor profissional para o gerir».
»


Há dois dias, enquanto o senhor Vieira aproveitava a derrota polémica em Stamford Bridge para garantir, através de uma demagogia fácil e barata - que poderá vir a ter consequências nefastas para o clube -, mais apoio que o leve a mais três anos de incompetência à frente do Benfica, em Portugal decidia-se que Pablo Aimar merecia ficar de fora de um dos jogos mais importantes da época.

É bom relembrar: dos 22 casos de expulsão por "jogo violento" que ocorreram esta época na Liga Portuguesa, só 2 originaram um castigo de 2 jogos. Mais: o outro caso, de Abdullaye, deveu-se ao facto de o jogador da Académica ser reincidente, o que faz de Pablo Aimar - esse conhecido demónio da carnificina - o ÚNICO, sem antecedentes, a ficar 2 jogos de fora por castigo. 

O caso é de tal excepção que mesmo o adepto menos crente em bizarrias, bruxarias e conspirações há-de perguntar-se a razão para tamanha diferença no julgamento destes lances. Eu, que me mantenho moderadamente afastado das teorias mais profundas sobre desigualdade de critérios e prejuízo constante ao Benfica, tirei a minha fácil e óbvia conclusão: há, na Federação Portuguesa, quem não queira Pablo Aimar no jogo contra o Sporting. 

É, aliás, a única forma de ler este castigo ao argentino. O que diz muito tanto de quem gere os destinos do Conselho de Justiça da Federação como de quem apoiou "inequivocamente" esta canalha para a Presidência. 

Em vez de o senhor Vieira andar a comprar votos com frases ridículas sobre Platini e seus apaniguados - não por serem mentira no seu conteúdo, mas pela parca consequência que terão a nosso favor e que poderão, em sentido contrário, gerar um castigo pesado ao clube - talvez fosse caso para pedir ao Presidente do Benfica explicações sobre que espécie de "apoio inequívoco" foi este a um corrupto que, após ter sido responsável pelas facturas a putas e árbitros, se passeia agora pela gestão do futebol português tomando medidas como esta.

A não ser que o extraordinário e vil pontapé de Aimar tenha sido uma acção incrivelmente atípica e merecedora da diferente conclusão disciplinar, não vejo em que é que os homens liderados por esse corrupto apoiado pelo nosso Presidente se fundamentam para deixar um dos melhores 3 jogadores do campeonato fora de um jogo fundamental para o desfecho do mesmo. 

E o senhor Vieira, sempre tão solícito na arte da demagogia, talvez fizesse melhor se falasse nestes casos e se deixasse de tanto boçal populismo. Talvez tivesse feito bem melhor se, em vez de ir abrir a boca para a televisão pública quando o Benfica ganhava, demonstrasse, nos vários jogos em que o clube saiu prejudicado (mesmo ganhando), indignação e revolta e não, como fez, quando o mal já estava feito e a equipa tinha perdido pontos à custa dos agentes que ele inequivocamente patrocinou. 

Agora quem sofre é Pablo Aimar e quem sofre é o adepto. E quem sofre é a verdade desportiva, essa que tantas e tantas vezes o senhor Vieira defende de boca cheia mas que, pelas suas acções, acaba a morrer, como o peixe.

Um leitor - ex-membro deste blogue - perguntava-me há dias quais as medidas estratégicas fundamentais para o Benfica acabar com estas alimárias que dominam o futebol português. Antes de acções sólidas e estruturais, começaria por uma: não apoiar "inequivocamente" corruptos para a Presidência da Federação. Se calhar, ajudava. Digo eu, que sou mau benfiquista.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Neste Benfica o futebol e as pernas acabam em Janeiro

Após um período de reflexão e seriedade - que durou desde Agosto a Dezembro -, consumados todos os problemas que se adivinhavam (menos por parte de quem dirige e treina o clube), entrei numa espiral apocalíptica de autismo - cometido o mal, vamos a eles, sem soluções, com más soluções, com as soluções erradas, partamos para o ataque. No fundo, tornei-me Jorge Jesus e a própria equipa do Benfica: só queria atacar, escrever muitas vezes - que parece que para muitos adeptos resulta - "vamos ganhar" e dedicar-me a textos mais do foro do romântico que é sempre um bom escape para evitarmos pensar naquilo que nos dói.

Mas hoje olhando as notícias dos jornais não pude deixar de sentir o coração apertado, a alma a mirrar-se, o corpo entorpecido de pequeninas e lancinantes dores. Como diria o outro, dores à portuguesa. É que é tudo tão ridículo. 

Desde o treinador que vive numa realidade paralela qualquer que o faz falar nas conferências de imprensa como se estivesse a ser ouvido e admirado por atrasados mentais. E, de facto, muitas vezes está. Para o mister, está tudo controlado e, se perdemos, é porque choveu demasiado, fez muito sol, houve pouca lua, o árbitro isto, o azar aquilo. Compreende-se: vive-se no "limite do risco", que é uma expressão que o técnico gosta muito e que serve em termos básicos para designar uma coisa simples: incompetência.

O "limite do risco" dá-se porque, diz ele, estamos em duas competições exigentes no início de Abril, embora ele já fale disto há um mês. Imagino que para Milan, Barcelona, Real Madrid, Bayern, Chelsea e tantas outras equipas da actualidade e da história do futebol tenha havido e ainda haja alguma poção mágica e sobrenatural que permite uma capacidade estranhíssima de se manterem fortes em várias provas até ao final da época. Ou então é muito simples: competência, planeamento, organização.

Enquanto por cá se constrói um plantel desequilibrado, se insiste em maus jogadores a titulares indiscutíveis e, em Janeiro, se emprestam todos os médios suplentes a adversários directos ou a clubes com condutas no mínimo reprováveis - e não se reforça a equipa decentemente para as posições em que estava obviamente necessitada - lá fora usa-se dessa miraculosa obra do acaso que se chama inteligência, qualidade nas escolhas, pensamento a médio e longo prazo.

O "limite do risco" é um nome atirado à parede para justificar o injustificável: não termos, por esta altura, 18 a 19 jogadores bem rodados e preparados para serem alternativa em qualquer estádio deste mundo e em qualquer competição. O "limite do risco" é uma coisa muito transcendental que o mister gosta de falar e ouvir-se falar para esconder a teimosia e boçalidade das suas escolhas. 

É tão ridículo assistir ao treinador de um clube como o Benfica veladamente desculpar o mau futebol que a equipa pratica e a possibilidade de insucesso com o facto de estar em Abril a disputar Champions e Campeonato. É ridículo porque não devia nem podia usar isso como desculpa. É ridículo porque não há coisa mais natural para os grandes clubes do que precisamente estarem em várias provas até final. A diferença não está nos orçamentos, está noutra coisa muito simples: competência, admissão de erros próprios, capacidade para superá-los buscando alternativas que sejam mais-valias no mercado de Dezembro, pensamento logo em Julho de uma época a longo prazo e não só até Fevereiro. 

Se fossem precisas provas do mau trabalho que se faz a este nível no clube, bastaria pensar nas últimas 3 épocas de Jesus no Benfica e a forma deplorável com que a equipa chega a este mês em que geralmente tudo se decide. A má forma - que não é só física, é também mental - é uma consequência natural de três coisas essenciais: utilização recorrente de um número abaixo do exigível de jogadores, escolha de um sistema táctico que não só prejudica em termos de futebol a equipa como a consome estupidamente em termos atléticos e nenhuma projecção no tempo do calendário e exigências de futuro. Desgastam-se assim, até Fevereiro, os nossos melhores 12 ou 13 atletas, enquanto as alternativas escassas que existem raramente jogam. Chegados aqui, vários dos recorrentemente utilizados ou estão em péssima forma ou nem sequer jogam por estarem lesionados e lançam-se às feras - sem suficiente regularidade e ritmo - as sobras que durante o ano inteiro serviram para aquecer o banco ou mesmo ficar a falar ao telemóvel na bancada vip do estádio.

É que é tão ridículo que dói. Mas Jesus prossegue em conferências de imprensa de grande fervor futebolístico-decadente. E se, quando perde, as desculpas são as faladas em cima, quando ganha não se coíbe de alertar para o facto de ter sido ele o grande mestre e construtor da vitória. Mesmo que diga disparates atrás de disparates, como agora no final do jogo de Braga, em que diz que felizmente trocou Bruno César por Gaitán e que - espantem-se todos! - deu resultado. É curioso pensar que, apesar de terem trocado de flanco, os dois constroem a jogada de golo no mesmo. Mas isto é só um pormenor. Talvez seja este "limite do risco" de que tanto o nosso catedrático nos fala.

Azar com as lesões? Sim, embora se deva reflectir no que isso quer dizer. Reflectir, por exemplo, na utilização de Rodrigo em Guimarães - com os resultados desportivos que todos conhecemos -, claramente incapacitado, ou na de Garay contra o Porto - vindo de lesão dois dias antes pela selecção argentina. Reflectir na razão de Miguel Vítor se lesionar num jogo de altíssima exigência em que foi lançado após longo período de ausência - até para lateral-direito, que era onde ainda jogava de 2 em 2 meses, foi preterido por... Witsel. Ou ainda reflectir na lesão de Luisão, jogador que, esteja a 100 por cento ou apenas a 30, tem de jogar sempre. Não, não é só azar, é má gestão de recursos, planeamento ao nível subterrâneo e, uma vez mais e sempre, muita incompetência. Ou algo mais do que isso?

Mas aceitemos o azar das lesões, para ficar mais fácil para todos. Há problema grave em ter de colocar Javi a central? Seria sempre uma solução de recurso, mas se pudéssemos, na extrema necessidade de o colocar na defesa, ter alternativas ao espanhol isso sim seria ter um plantel equilibrado, regular, rodado e consistente. Para Javi, temos Matic, que não é um trinco, nunca foi um trinco, nunca será um trinco, mas que para Jesus é porque é... alto. Como Miguel Vítor é a 4ª opção para central (mesmo sendo melhor do que a 3ª) porque é... baixo. Estamos em 2012 mas Jesus ainda lê as características físicas dos jogadores como se estivéssemos nos anos 70. Não interessam as sucessivas lições que as grandes equipas de lá até hoje têm vindo a dar sobre a matéria. Na Reboleira há outro modus operandi. Verguemo-nos, pois, à invenção da batata.

Nuno Coelho, Airton, Ruben Amorim, Filipe Bastos, David Simão, Miguel Rosa, Ruben Pinto, Enzo Pérez. Conhecem esta gente? É provável que sim. Para Jesus não servem. E portanto para o meio-campo temos 4 jogadores. Para uma época inteira. É o limite do risco. 

Não dá pena chegarmos a esta fase em que estamos a disputar os quartos-de-final da Champions (e que raro tem sido) e o Campeonato (em que, por má estratégia e teimosia, desperdiçámos 10 dos últimos 21 pontos) com uma equipa feita em farrapos, que só por muita incompetência alheia ganharemos? Não mete dó pensar que, se o trabalho tivesse sido pensado decentemente, podíamos hoje estar num pico de forma para encarar as provas com todo o potencial que este plantel tem e mais poderia ter se tivesse sido feita uma gestão correcta dos recursos disponíveis (e são muitos, uns 70)?

A mim dá. Dói muito, dói tudo. Percorrermos este país sempre com a mesma esperança atrás do Benfica, sabendo que o futebol vai ser mauzinho, que vamos perder pontos estupidamente, que não se estão a usar bem as armas que temos a favor pura e simplesmente por embirrações de um técnico que tem carta branca por parte da Direcção para tudo fazer, mesmo que em prejuízo do clube. Um pequeno principezinho num império comandado por um cacique popularucho e demagógico que só abre a boca em Fevereiro, aproveitando a boa onda de resultados, para logo a fechar quando só restam as ruínas. 

É ridículo. Só pode ser ridículo. Como é ridículo 90 por cento dos benfiquistas entregarem este clube a esta gente. Que às vezes, muitas vezes, parecem gastar o dinheiro suficiente (e se ele é muito) para manter os pratos a rodar mas com a dose certa de incompetência para que os pratos não rodem até final e caiam quando o artista já espera ovação de pé e o povo só aguarda a comemoração. Às vezes, vezes em demasia, parece mesmo que o "quase" interessa a muita gente. Porque não é possível ser-se assim tão burro tantas vezes seguidas.

Para hoje, poupava vários titulares, especialmente Witsel. Muito dificilmente venceremos esta eliminatória com Emerson e Javi no centro da defesa e Matic no miolo. Sejamos pragmáticos: resguardemos alguns para o jogo da época que será em Alvalade. Com pena minha, claro. Porque podíamos estar agora em condições de discutir o jogo e a passagem às meias-finais com outro poderio futebolístico, físico e mental. E, no meio de tanta palhaçada e má gestão, acreditemos ainda assim num milagre. Acreditamos sempre. Só que é bom que tenhamos a capacidade para entender que no Benfica há espaço e grandeza para muito mais do que apenas estar dependente do "limite do risco" do milagre divino.

domingo, 4 de março de 2012

"Sócio já na lista", mas sem poder comprar bilhetes.

Ando há meses nisto: 

- slbenfica.pt
- "Entrar". Entro.
- "Login", com "Username" e "Password". Logino, ponho username e passwordo um bocadinho.
- BILHETES. Aparecem os meus dados já registados e uma caixa a vermelho "Adicionar sócio". Adiciono sócio, que sou eu.
- Nova página, com a mesma informação. Com uma diferença: está lá o meu nome numa caixa. E um botão em baixo de "Continuar".
- Carrego em "Continuar" e logo uma pequena mensagem a avisar-me: "Clique em adicionar sócio". Mas não tinha já adicionado sócio, que era eu? Pelos vistos, não. Tenhamos calma.
- Carrego em "Adicionar sócio" (pela segunda vez) e a mensagem óbvia: "Sócio já na lista" e uma setinha para trás. Portanto, não posso ir para a frente, só posso recuar. Recuo. Carrego em "Voltar" e volto.
- Estou de volta à página com a minha informação e o meu nome numa caixa. Será que é desta? Carrego em "Continuar". Aparece-me "adicionar sócio". E o resto podem ler lá atrás. Entra-se neste loop entre "adicionar sócio", "sócio já na lista", "voltar", "continuar", "adicionar sócio", "sócio já na lista", "voltar" e não se sai disto.

Com isto perdem-se vendas de bilhetes, criam-se cabelos brancos nos sócios e passa-se uma mensagem de profunda incompetência. Também de desrespeito porque já há mais de um mês que disto dei conta por email ao devido departamento do Benfica e, como resposta, recebi... zerinho.

Através da página, já estive para comprar bilhetes para mim, para amigos, para desconhecidos até. Nunca os comprei. Porque não posso. A página não me deixa comprar bilhetes. 

Quão ridículo é isto?

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Doa-se lateral-esquerdo ao Banco Alimentar contra a Estupidez

Continuo intrigado. Tivesse Emerson sido contratado para alternativa ao titular desta época e ainda assim far-me-ia consecutivas questões sobre que espécie de prospecção tem o nosso clube para descobrir, num universo tão grande, tão fraco jogador de futebol para o seu plantel. Imaginam, portanto, a minha incredulidade quando aconteceu ver este rapaz jogar os primeiros jogos pelo Benfica. E, nesse sentido, serão certamente capazes de supor as caralhadas que fui atirando para o ar quando percebi que Emerson não só era mesmo para ficar (ainda houve inicialmente uma ténue esperança de que fosse algum engano no aeroporto ou que o rapaz viesse para a equipa de Andebol) como constituía a primeira e única solução para a lateral-esquerda. Estou muito intrigado com tudo isto. 

E não bastaram nem 5 nem 10 nem 20 jogos para que Jorge Jesus se decidisse a recambiar o brasileiro para a bancada, mesmo com as anedóticas aparições com que Emerson, desde que pôs o pezinho em território nacional, tem brindado os benfiquistas. Ele próprio estará intrigado com isto tudo. Terá inclusivamente tido uma conversa por telefone com o Pai - inadvertida e escandalosamente apanhada pela rede de investigação nacional - em que se mostra aparvalhado com a condição de indiscutível que possui neste Benfica. O Pai ter-lhe-á demonstrado muita força e pedido coragem. Que continuasse a ser o filho exemplar que sempre foi, que fosse humilde e trabalhador, que o mundo um dia perdoaria Jesus por tal atentado. Nos entretantos, Emerson persiste - como não? Que culpa tem o rapaz de tão abominável patetice? Se o atiram para o relvado, ele faz o que pode, que é muito pouco, mas disso não tem ele culpa.

Nesta novela de escabrosos episódios, o último que veio apimentar a discussão trouxe-nos o nosso grande e extraordinário Presidente, que vem afirmar que a alternativa a Emerson - o tal campeão do Mundo que não serve nem para a Taça da Liga e que nos custou 3 milhões para ir a Nyon assistir a sorteios da UEFA e para efectuar peladinhas na luta contra a pobreza - é, e cito, "um "profissional exemplar". Ora, se o espanhol não faz birras nos treinos (teoria durante muito tempo aventada pelos eternos defensores do indefensável), se o espanhol tem muito mais experiência internacional, vindo de um campeonato a léguas competitivas do nosso, enfim, se Capdevila é muito mas mesmo muito melhor jogador do que Emerson, por que carga de filha da puta de água teremos de continuar a arriscar pontos, eliminatórias e competições sem que ninguém promova as mudanças que se exigem desde Agosto? Continuo muito intrigado.

Vamos todos aceitar, mesmo que assim a modos que algo contrafeitos, que Capdevila não serve para ser jogador do Benfica. Pode ser? Façam lá o esforço por uns minutinhos. Capdevila não serve. Ou porque tem o nariz grande, ou porque é feio, ou porque tem brinco, ou porque tem a crescer-lhe no peito uma verruga de muito mau gosto e cheiro, ou porque é desdentado, ou porque sofre de urticária, ou porque o Jesus não gosta dele, ou porque o Jesus é parvo, ou porque o Jesus mete à frente dos interesses colectivos os objectivos individuais, ou porque o Vieira não tem mão no Jesus, ou porque o Carraça é uma carraça muito mole, ou porque o Rui Costa não aparece vai para mais de três quinze dias, por qualquer coisa que possamos dizer ou inventar ou fantasiar, o que importa é isto: vamos todos imaginar que Capdevila é pior que Emerson e por isso não joga, jogando o rapaz de olhos caninos no lugar dele. Estamos todos entendidos? Ainda bem. Agora respondam-me só a isto: não preparámos a compra de um lateral-esquerdo bom (ou, vá, razoável, já estou por tudo) e esse lateral-esquerdo não está já a treinar com o plantel porquê, caralho?




 

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

São 40 os milhões gastos em jogadores que jogam por outros

São 26 os jogadores emprestados pelo Benfica para esta época. Um número surreal que compõe todo um novo plantel no qual se mesclam péssimas decisões, jovens da formação e alguns em que ainda queremos ter esperança de que sairão valorizados pelas equipas às quais os emprestámos.

Dêem as voltas que quiserem a este número, justifiquem para vós próprios ou para os outros, inventem argumentos que suportem a compreensão desta realidade que, ainda assim, por muito esforço que façam, é impossível aceitar este despesismo de um clube endividado até aos cabelos. Não há estratégia, organização, critério, lucidez. E com isso se desbastam milhões em jogadores que por vezes nem chegam a vestir a camisola do Benfica.

Mas importa compreender quantos milhões serão ao certo. Façamos esse exercício, deixando de lado, entre os emprestados, aqueles que ou vêm da formação ou chegaram ao clube a custo zero. Contemos apenas os milhões gastos em jogadores que, pela avaliação da equipa técnica e estrutura dirigente, não servem para a equipa principal do Benfica:


- Jan Oblak (Leiria) - 3,9 milhões de euros

- Júlio César (Granada) - 1 milhão de euros

- Fábio Faria (Paços de Ferreira) - 2 milhões de euros

- Shaffer (Leiria) - 2 milhões de euros

- Sidnei (Besiktas) - 5 milhões de euros

- Léo Kanu (Belenenses) - 1 milhão de euros

- Airton (Flamengo) - 3 milhões de euros

- André Almeida (Leiria) - 200.000 euros

- Carlos Martins (Granada) - 3 milhões de euros

- Elvis (Leiria) - 500.000 euros

- Fellipe Bastos (Vasco) - 150.000 euros

- Felipe Menezes (Botafogo) - 1,2 milhões de euros

- Fernandez (Estudiantes) - 1,5 milhões de euros

- Alípio (América Natal) - 6 milhões de euros

- Éder Luis (Vasco) - 2 milhões de euros (50 por cento do passe)

- Franco Jara (Granada) - 5,5 milhões de euros

- Kardec (Santos) - 2, 5 milhões de euros

- Melgarejo (Paços de Ferreira) - 700.000 euros


Ou seja, meus caros companheiros, o Benfica tem enterrados 40 milhões de euros em jogadores emprestados. Digam-me só uma coisa do fundo do vosso coração: acham mesmo que é possível gerir um clube endividado desta forma? E acham mesmo possível ficar, como adepto, calado a este desbaratar dos recursos do clube? É incompetência a mais, hão-de convir.




sexta-feira, 19 de agosto de 2011

17 anos de incompetentes

Quem conhece este blogue sabe perfeitamente que não raras vezes nos dedicamos a sovar as decisões da Direcção do clube. Não é difícil, diga-se, visto que o Benfica tem sido gerido nos últimos 17 anos por autênticos incompetentes que desconhecem a identidade do clube, desrespeitam os seus adeptos e apenas se movem pura e simplesmente pelos interesses pessoais que têm.

Já tivemos de tudo: desde o panasca que levava sovas da mulher e que decidiu construir, a mando da sua querida esposa, uma capela junto ao Estádio - panasca esse que foi o maior responsável pelo adormecimento do gigante quando decidiu revolucionar um plantel e equipa técnica; o outro, de qualidade superior e, esta, integrada nos princípios fundamentais do benfiquismo.

Tivemos depois o ladrão, um gajo que, ao contrário do Pinto da Costa, em vez de andar a roubar os adversários, decidiu roubar o próprio clube - o benfiquismo tem, de facto, coisas extraordinárias - e que ainda hoje anda fugido do país a clamar inocência.

Depois tivemos o sonhador ébrio, aquele que, conservado em vinho tinto, se apressou a construir alguma coisa possível de entre os escombros deixados pelo ladrão. Mas este sonhador ébrio, além de se dedicar às crenças e ao benfiquismo exacerbado, era também capaz das maiores alarvidades verbais. Frases como: "quero que o Roger se foda!", "Estou farto de benfiquistas", "Benfiquista sou eu e mais 20", "as modalidades não deviam existir", "não me interessa o título de basquetebol" ou aquela que viria a ser profundamente simbólica porque totalmente repetida à exaustão por aquele que se lhe seguiu: "prefiro trabalhar com lagartos". O sonhador ébrio era assim: um poço de incongruências e decisões dúbias. Entre elas, claro, está a opção de meter no clube o actual Presidente, o mentiroso.

O mentiroso começou a ganhar nome dentro do clube e rapidamente se percebeu ao que vinha: atirar o sonhador ébrio para um canto e governar, depois de extinguir o Alverca, o maior de Portugal. Desde esse dia fatídico - mas também, sejamos justos, quem teve colhões para aparecer com uma ideia melhor nesses tempo? - o mentiroso reina sem oposição o Benfica, fazendo o que bem quer e lhe apetece, mentindo consecutivamente aos sócios, desrespeitando as suas vontades, trazendo para o clube incompetentes e adversários e, o mais evidente, com uma taxa de sucesso desportivo no futebol que roça o ridículo: 11 anos, 2 títulos nacionais. E o mentiroso, como 90 por cento dos benfiquistas gostam que lhes vendam banha da cobra e, se possível, que ainda lhes enfiem a linguinha da cobra intestino acima, vai continuar, feliz e contente, por mais uns aninhos. Até que alguém olhe para o lado e perceba que o mentiroso e o ladrão não eram assim tão diferentes. Mas o futuro ao futuro pertence.

Panasca, ladrão, sonhador ébrio e mentiroso. Cá estão os 4 estarolas dos últimos 17 anos. Os responsáveis por esta autêntica caminhada no deserto que persiste em não acabar. Só um clube grandioso como o nosso pode aguentar 20 anos de tanta incompetência e manter (e até aumentar) a sua base de apoio.

O Benfica é muito grande. Pena é que nem sempre muito inteligente.