Depois de Jorge Jesus ter admitido que "lê blogues e fóruns", tivemos ontem um bom exemplo de que quem trabalha nos clubes deve estar atento ao que se vai passando pelas redes sociais e pela blogosfera. É importante conhecer a generalidade da opinião dos adeptos que constroem o Benfica (eles sim, são o coração do clube; não técnico-engravatados que muitas vezes nem do clube são). Não para religiosamente seguir a sua opinião - há milhões de opiniões, desde as mais lúcidas às mais absurdas -, mas para pelo menos apalpar qual é o comum sentir em relação a um tema específico. Uma estrutura deve, acima de tudo, ter ideias próprias e um rumo estabelecido, mas deve também abdicar de ser autista e procurar questionar e questionar-se sobre as escolhas que faz. Especialmente na Comunicação, uma área fundamental na forma como o Benfica pode e deve relacionar-se com os seus adeptos e, nada despiciendo, com os seus adversários e demais estruturas do futebol português.
Neste sentido, o vídeo lançado ontem sobre os lances que nos prejudicaram - afrontando a já falsa e crescente opinião de que o Porto teria saído lesado do clássico - é um bom exemplo do que pode ser feito e merece por isso, da minha parte, um sincero elogio. Tenho vindo a alertar para a deficiente relação que o Benfica tem tido nestas questões. O futebol português é demasiado complexo - um eufemismo para "corrupto" - para que o Benfica se mantenha num plano demasiadamente distante de uma guerra que, embora indesejável, é real e obriga o clube a saber dar respostas coerentes ao barulho generalizado que o Porto vai promovendo na intenção de colher frutos futuros. O caminho só pode ser este: reacções à altura, sem boçalidades nem finas ironias, apenas e só factos, exposição de incongruências alheias e, com humor ou inteligência pelo meio, deixar no ridículo aqueles que acham que são mais espertos que os outros.
Há ainda muito caminho a percorrer. Desde logo, o saber falar nas alturas certas e não só com declarações a quente, mas com uma estratégia definida que inclua conferências de imprensa de exposição dos erros arbitrais, vídeos (como este), divulgação de dados irrefutáveis através do site, do jornal e da televisão do clube e a escolha de comentadores nos programas de grande audiência que realmente saibam defender o Benfica de uma forma simultaneamente acérrima e inteligente. Não temos, neste particular, quem o saiba fazer. Gobern nem sócio é, desconhece a História do clube e do futebol português - quando Godinho disse à sua frente que o Sporting era o único clube que nunca tinha falhado as competições europeias, João comeu e calou, num dos muitos evidentes exemplos do pouco conhecimento que tem da realidade futebolística nacional. Gomes da Silva, como Vice, nem sequer devia ser comentador - para além de abusar de informações que só dizem respeito ao clube e ser abusado por dois estarolas que aproveitam a sua prepotência para rebaixar o Benfica. Seara, enfim, é um político - não defende o Benfica, não "ataca" o Porto, não diz quase nada, limita-se a insinuar e a manter as coisas num plano estéril, que as eleições para Lisboa estão a chegar.
Precisamos de comentadores que 1) conheçam a fundo a História, os valores, a mística do Benfica; que 2) tenham a capacidade para defender o clube sem entrar nas quezílias absurdas de conversas de esgoto que estes programas geralmente promovem; que 3) saibam dizer as verdades de uma forma inteligente e humorística, expondo ao ridículo a submissão sportinguista dos comentadores de serviço; que 4) não tenham qualquer problema em constantemente apontar os actos corruptos dos dirigentes do Porto; que 5) gostem de futebol e nele falem, mesmo contra o barulho dos restantes comentadores.
Há, portanto, um longo caminho a percorrer. Mas elogiemos o que parece ser uma consequência da entrada de Moniz no Benfica: nota-se, ainda que de forma tímida, uma inversão positiva na forma como o clube está a começar a comunicar para fora. A declaração de Vieira, com real fina ironia (e não a boçal do senhor dos peidos), e este vídeo dão-me esperanças de que tenha chegado ao Benfica uma nova e mais coerente e eficaz forma de lidar com estes temas. Os meus Parabéns por isso.
Dois assuntos que deverão merecer especial atenção por parte do Benfica nos próximos tempos: forçar um castigo a Pinto da Costa pelas graves declarações que teve no fim do clássico, insinuando que a Liga queria a vitória do Benfica; explorar a entrevista de Pedro Proença sobre o Apito Dourado, na qual afirma que os culpados ficaram por apurar. Duas questões fundamentais para uma limpeza no futebol.
Neste sentido, o vídeo lançado ontem sobre os lances que nos prejudicaram - afrontando a já falsa e crescente opinião de que o Porto teria saído lesado do clássico - é um bom exemplo do que pode ser feito e merece por isso, da minha parte, um sincero elogio. Tenho vindo a alertar para a deficiente relação que o Benfica tem tido nestas questões. O futebol português é demasiado complexo - um eufemismo para "corrupto" - para que o Benfica se mantenha num plano demasiadamente distante de uma guerra que, embora indesejável, é real e obriga o clube a saber dar respostas coerentes ao barulho generalizado que o Porto vai promovendo na intenção de colher frutos futuros. O caminho só pode ser este: reacções à altura, sem boçalidades nem finas ironias, apenas e só factos, exposição de incongruências alheias e, com humor ou inteligência pelo meio, deixar no ridículo aqueles que acham que são mais espertos que os outros.
Há ainda muito caminho a percorrer. Desde logo, o saber falar nas alturas certas e não só com declarações a quente, mas com uma estratégia definida que inclua conferências de imprensa de exposição dos erros arbitrais, vídeos (como este), divulgação de dados irrefutáveis através do site, do jornal e da televisão do clube e a escolha de comentadores nos programas de grande audiência que realmente saibam defender o Benfica de uma forma simultaneamente acérrima e inteligente. Não temos, neste particular, quem o saiba fazer. Gobern nem sócio é, desconhece a História do clube e do futebol português - quando Godinho disse à sua frente que o Sporting era o único clube que nunca tinha falhado as competições europeias, João comeu e calou, num dos muitos evidentes exemplos do pouco conhecimento que tem da realidade futebolística nacional. Gomes da Silva, como Vice, nem sequer devia ser comentador - para além de abusar de informações que só dizem respeito ao clube e ser abusado por dois estarolas que aproveitam a sua prepotência para rebaixar o Benfica. Seara, enfim, é um político - não defende o Benfica, não "ataca" o Porto, não diz quase nada, limita-se a insinuar e a manter as coisas num plano estéril, que as eleições para Lisboa estão a chegar.
Precisamos de comentadores que 1) conheçam a fundo a História, os valores, a mística do Benfica; que 2) tenham a capacidade para defender o clube sem entrar nas quezílias absurdas de conversas de esgoto que estes programas geralmente promovem; que 3) saibam dizer as verdades de uma forma inteligente e humorística, expondo ao ridículo a submissão sportinguista dos comentadores de serviço; que 4) não tenham qualquer problema em constantemente apontar os actos corruptos dos dirigentes do Porto; que 5) gostem de futebol e nele falem, mesmo contra o barulho dos restantes comentadores.
Há, portanto, um longo caminho a percorrer. Mas elogiemos o que parece ser uma consequência da entrada de Moniz no Benfica: nota-se, ainda que de forma tímida, uma inversão positiva na forma como o clube está a começar a comunicar para fora. A declaração de Vieira, com real fina ironia (e não a boçal do senhor dos peidos), e este vídeo dão-me esperanças de que tenha chegado ao Benfica uma nova e mais coerente e eficaz forma de lidar com estes temas. Os meus Parabéns por isso.
Dois assuntos que deverão merecer especial atenção por parte do Benfica nos próximos tempos: forçar um castigo a Pinto da Costa pelas graves declarações que teve no fim do clássico, insinuando que a Liga queria a vitória do Benfica; explorar a entrevista de Pedro Proença sobre o Apito Dourado, na qual afirma que os culpados ficaram por apurar. Duas questões fundamentais para uma limpeza no futebol.