Foi mais ou menos há 3 anos e meio que a
palavra "Estrutura" entrou no léxico benfiquista.
Nunca entendi muito bem a sua essência.
Na altura pareceu ser o resultado de uma luta de egos entre treinador e Direcção.
A um era atribuído todo o mérito de um bi-campeonato enquanto os outros também queriam propaganda.
"Não é o treinador que ganha títulos, é a estrutura."
O mundo do Futebol é um mundo de extremos - ou estamos no topo ou na miséria.
E o ciclo de Jorge Jesus no Benfica também viveu desses extremos. O Benfica de Jorge Jesus era isso mesmo, era dele. Tudo rodava consoante as suas vontades. O Benfica era o mundo louco do Jorge Jesus. Ganhava pela sua tenacidade e pela sua loucura. Perdia pela sua teimosia e pela sua loucura.
Os jogadores entravam e saíam consoante os seus humores.
Tudo era decidido pelo próprio. Foi-lhe dada carta branca e total liberdade.
Jorge Jesus tinha a sua própria comunicação. Jorge Jesus tinha os seus próprios comportamentos. Era tudo dele. Ou pelo menos era segundo esta premissa que ele agia.
Mas sabemos o quanto o actual presidente do Benfica precisa alimentar a sua epopeia enquanto salvador do Benfica.
E assim nasceu a disputa pelo protagonismo – Treinador vs Estrutura.
Sou totalmente a favor de uma metodologia à inglesa do treinador enquanto Manager.
O treinador cria, alimenta e alimenta-se da estrutura. Está envolvido como líder em cada processo do dia a dia do clube. E porquê? Porque este é cérebro futebolístico da estrutura, do clube.
Vejo Jorge Jesus com competências para ser um Manager? Claro que não. É um bicho do treino que não consegue ser limitado às ideias e decisões de outros mas não tem competências além treino.
No pós Jorge Jesus o Futebol passou a ser liderado e conduzido por uma Estrutura já implementada e na qual um treinador estaria limitado ao seu papel integrado nesta.
Passou assim a ser a estrutura, aquele Ser que está 10 anos à frente de qualquer rival, que iria gerir todo o futebol do clube.
O treinador não passaria de um mero funcionário, sem voz e com directrizes a seguir.
Passa a ser somente responsável por treinar e gerir os jogos. Tem de respeitar a rota traçada pela dita Estrutura. Há jogadores que tem de lançar. Há jogadores nos quais tem de insistir. Há jogadores que tem de encostar. Há uma Comunicação que tem e seguir. Há uma gestão de compras e vendas que tem de respeitar.
Tudo funciona sem o seu input. Porque há uma Estrutura que já definiu tudo e que toma todas as decisões.
Os sucessos são da dita Estrutura. Os insucessos... a Estrutura não está estruturada para responder por estes.
Que treinador aceita trabalhar nestas condições? Que treinador aceita ser só uma figura dentro de uma enorme Estrutura?
Aqueles que têm consciência que estão a competir em um nível muito superior à sua capacidade. Ou então aqueles que não têm estofo para se imporem.
Reflito sobre como esta Estrutura surgiu e como pretende funcionar mas continuo sem a entender num contexto futebolístico. Só vejo cimento, departamento de comunicação, scouting e dirigismo. E conhecimento do jogo jogado?
A dita Estrutura não deveria ser gerida por gente do Futebol? Não deveria haver um core futebolístico à volta do qual toda a Estrutura funcionasse?
É isso que não percebo na dita Estrutura.
Já que nos é vendida a sua existência como algo que guia o clube 10 anos à frente de qualquer outro, o que eu gostaria de lá ver era alguém capaz de olhar além do óbvio.
Qualquer adepto, qualquer Calado e qualquer Rui Santos, é capaz de dizer que um treinador é insuficiente quando a equipa se encontra a perder.
A equipa ganha então está tudo bem. A equipa perde então está tudo mal.
O que queria ver no Benfica era alguém capaz de ver as insuficiências de um treinador em pleno treino. Alguém capaz de ver a qualidade do treinador numa maré de derrotas. Alguém capaz de perceber a incompetência de um treinador mesmo numa sequência de vitórias.
Tem de existir na Estrutura tenha Visão para o jogo. Quem reaja, com 6 meses de antecedência, como os adeptos reagiram após o jogo com o Moreirense.
Um treinador não passa de óptimo a péssimo de um jogo para outro. Há um caminho que é percorrido jornada após jornada, treino após treino.E este caminho, este trabalho, não parece ser criticamente acompanhado e avaliado pela dita Estrutura.
Olhamos para o nosso Benfica. Todos conhecemos o nosso clube e como este é gerido. Há anos que o observamos. Há anos que o vivemos.
Se o Rui Vitória tem um papel menor na Estrutura, se o Nuno Gomes foi corrido, se o Rui Costa é pouco mais que uma mascote do presidente paga a peso de ouro, quem é que ali analisa o trabalho diário da equipa principal? Quem é que ali analisa o que de 3 em 3 dias se desenvolve nos relvados nacionais e internacionais?
É o Vieira? Um presidente que nunca percebeu nada de bola?
É o Domingos Soares de Oliveira?
É o José Eduardo Moniz?
É o Nuno Gaioso?
É o Silvio Cervan?
É o Paulo Gonçalves?
O Jorge Mendes?
O Luís Bernardo?
O Tiago Tacho Pinto?
Os cartilheiros Guerras, Boaventuras, Marinhos e afins?
Alguém que por favor me explique esta Estrutura. Por mais voltas que dê não vejo nela mais que uma ideologia forçada em resposta à omnipotência do anterior treinador.
Nela não vejo mais que uma forma enviesada dos méritos serem conduzidos à imagem do presidente.
Porque de futebol ali dentro? Estamos demasiado carentes.
Nunca entendi muito bem a sua essência.
Na altura pareceu ser o resultado de uma luta de egos entre treinador e Direcção.
A um era atribuído todo o mérito de um bi-campeonato enquanto os outros também queriam propaganda.
"Não é o treinador que ganha títulos, é a estrutura."
O mundo do Futebol é um mundo de extremos - ou estamos no topo ou na miséria.
E o ciclo de Jorge Jesus no Benfica também viveu desses extremos. O Benfica de Jorge Jesus era isso mesmo, era dele. Tudo rodava consoante as suas vontades. O Benfica era o mundo louco do Jorge Jesus. Ganhava pela sua tenacidade e pela sua loucura. Perdia pela sua teimosia e pela sua loucura.
Os jogadores entravam e saíam consoante os seus humores.
Tudo era decidido pelo próprio. Foi-lhe dada carta branca e total liberdade.
Jorge Jesus tinha a sua própria comunicação. Jorge Jesus tinha os seus próprios comportamentos. Era tudo dele. Ou pelo menos era segundo esta premissa que ele agia.
Mas sabemos o quanto o actual presidente do Benfica precisa alimentar a sua epopeia enquanto salvador do Benfica.
E assim nasceu a disputa pelo protagonismo – Treinador vs Estrutura.
Sou totalmente a favor de uma metodologia à inglesa do treinador enquanto Manager.
O treinador cria, alimenta e alimenta-se da estrutura. Está envolvido como líder em cada processo do dia a dia do clube. E porquê? Porque este é cérebro futebolístico da estrutura, do clube.
Vejo Jorge Jesus com competências para ser um Manager? Claro que não. É um bicho do treino que não consegue ser limitado às ideias e decisões de outros mas não tem competências além treino.
No pós Jorge Jesus o Futebol passou a ser liderado e conduzido por uma Estrutura já implementada e na qual um treinador estaria limitado ao seu papel integrado nesta.
Passou assim a ser a estrutura, aquele Ser que está 10 anos à frente de qualquer rival, que iria gerir todo o futebol do clube.
O treinador não passaria de um mero funcionário, sem voz e com directrizes a seguir.
Passa a ser somente responsável por treinar e gerir os jogos. Tem de respeitar a rota traçada pela dita Estrutura. Há jogadores que tem de lançar. Há jogadores nos quais tem de insistir. Há jogadores que tem de encostar. Há uma Comunicação que tem e seguir. Há uma gestão de compras e vendas que tem de respeitar.
Tudo funciona sem o seu input. Porque há uma Estrutura que já definiu tudo e que toma todas as decisões.
Os sucessos são da dita Estrutura. Os insucessos... a Estrutura não está estruturada para responder por estes.
Que treinador aceita trabalhar nestas condições? Que treinador aceita ser só uma figura dentro de uma enorme Estrutura?
Aqueles que têm consciência que estão a competir em um nível muito superior à sua capacidade. Ou então aqueles que não têm estofo para se imporem.
Reflito sobre como esta Estrutura surgiu e como pretende funcionar mas continuo sem a entender num contexto futebolístico. Só vejo cimento, departamento de comunicação, scouting e dirigismo. E conhecimento do jogo jogado?
A dita Estrutura não deveria ser gerida por gente do Futebol? Não deveria haver um core futebolístico à volta do qual toda a Estrutura funcionasse?
É isso que não percebo na dita Estrutura.
Já que nos é vendida a sua existência como algo que guia o clube 10 anos à frente de qualquer outro, o que eu gostaria de lá ver era alguém capaz de olhar além do óbvio.
Qualquer adepto, qualquer Calado e qualquer Rui Santos, é capaz de dizer que um treinador é insuficiente quando a equipa se encontra a perder.
A equipa ganha então está tudo bem. A equipa perde então está tudo mal.
O que queria ver no Benfica era alguém capaz de ver as insuficiências de um treinador em pleno treino. Alguém capaz de ver a qualidade do treinador numa maré de derrotas. Alguém capaz de perceber a incompetência de um treinador mesmo numa sequência de vitórias.
Tem de existir na Estrutura tenha Visão para o jogo. Quem reaja, com 6 meses de antecedência, como os adeptos reagiram após o jogo com o Moreirense.
Um treinador não passa de óptimo a péssimo de um jogo para outro. Há um caminho que é percorrido jornada após jornada, treino após treino.E este caminho, este trabalho, não parece ser criticamente acompanhado e avaliado pela dita Estrutura.
Olhamos para o nosso Benfica. Todos conhecemos o nosso clube e como este é gerido. Há anos que o observamos. Há anos que o vivemos.
Se o Rui Vitória tem um papel menor na Estrutura, se o Nuno Gomes foi corrido, se o Rui Costa é pouco mais que uma mascote do presidente paga a peso de ouro, quem é que ali analisa o trabalho diário da equipa principal? Quem é que ali analisa o que de 3 em 3 dias se desenvolve nos relvados nacionais e internacionais?
É o Vieira? Um presidente que nunca percebeu nada de bola?
É o Domingos Soares de Oliveira?
É o José Eduardo Moniz?
É o Nuno Gaioso?
É o Silvio Cervan?
É o Paulo Gonçalves?
O Jorge Mendes?
O Luís Bernardo?
O Tiago Tacho Pinto?
Os cartilheiros Guerras, Boaventuras, Marinhos e afins?
Alguém que por favor me explique esta Estrutura. Por mais voltas que dê não vejo nela mais que uma ideologia forçada em resposta à omnipotência do anterior treinador.
Nela não vejo mais que uma forma enviesada dos méritos serem conduzidos à imagem do presidente.
Porque de futebol ali dentro? Estamos demasiado carentes.