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domingo, 26 de abril de 2015

No dia em que ultrapassou Otto, ficou mais perto da Glória


Quando um pugilista entra no ringue encostado às cordas, seja física ou psicologicamente, há que arrasá-lo logo. Um murro, dois murros, chão. Knockout. Vitória para o pugilista de calção vermelho. No futebol, o combate é diferente, mas encontra semelhanças em pontos-chave. Hoje, o Benfica entrou em campo sabendo que o seu adversário estava desgastado fisicamente devido à sobrecarga de jogos e viagens nas últimas semanas (Bayern duas vezes e Marítimo para a Taça da Liga em semanas que o Benfica não jogou), agastado psicologicamente (duas eliminações em provas importantes, uma goleada histórica e partindo atrás do Benfica na única prova que pode salvar a época) e com medo do líder do campeonato, como comprovam as alterações que Lopetegui introduziu no onze do FC Porto, tornando-o de cariz substancialmente mais defensivo (Ruben Neves e Evandro por Herrera e Quaresma). Dados os sinais, o Benfica devia e podia ter entrado com a convicção que era possível encostar o adversário e terminar o combate logo ao primeiro assalto. Não o fez. E não se saiu mal.

O Benfica entrou nervoso no jogo. Jesus optou por uma solução mais cautelosa e na ausência de Salvio preferiu fechar o lado direito com um médio de características diferentes das que o habitual titular naquela posição. A vertigem de Ola John foi preterida pelos equilíbrios (teóricos) que Talisca poderia dar. A escolha saiu furada (embora ninguém possa garantir que com o holandês as coisas seriam diferentes) e o Benfica ressentiu-se [muito] da ausência de Salvio. Talvez tenha sido por aqui que o Benfica não conseguiu jogar o seu futebol. Em função disso, juntando ao nervosismo da equipa as mais que prováveis indicações do treinador, o Benfica preferiu um estilo de jogo mais directo, com bola para a frente, muitas vezes sem critério, mas sem colocar em risco a rectaguarda.

E assim o jogo tornou-se feio, com pouca história, fruto da inoperância de ambas as equipas, do pragmatismo encarnado e, a partir de certa altura da segunda parte, da falta de pernas e do desânimo dos azuis-e-brancos. Os minutos foram passando e aquela sensação de que alguma equipa poderia marcar nunca se verificou. Jogo chato, mal jogado, mas que interessava muito mais ao lado do Benfica que ao do Porto. Jackson foi o mais afoito da equipa visitante, com duas oportunidades claras de golo, mas voltou a falhar no momento da verdade, como aliás se tornou hábito sempre que joga contra o Benfica. Talisca, Pizzi (curiosamente os dois elementos com menor rendimento da formação encarnada)  e Fejsa tiveram na cabeça e nos pés a oportunidade de fazer golo, mas por falta de pontaria, força e jeito respectivamente, o nulo persistiu no marcador.

Do lado dos treinadores, Jesus levou de vencida o seu homólogo espanhol. Não goleou, mas foi limpinho. Enquanto o espanhol, obrigado a ganhar, preferiu um tridente a meio-campo que não conferiu criatividade nem fluxo de jogo, Jesus, pragmático, fez as escolhas que pelo menos no plano teórico pareciam as mais correctas (Talisca em vez de Ola John no lugar de Salvio) e soube adaptar o plano conforme as incidências do jogo, com Fejsa para fechar o meio-campo em virtude do subrendimento de Talisca e Almeida para tentar ajudar Eliseu pelo lado onde o Porto tentava criar mais perigo, pela frescura e velocidade de Hernâni e pelo cartão amarelo ao açoriano do Benfica.

O Benfica jogou pouco, mas não precisava de ter jogado muito mais. A responsabilidade estava do lado do Porto. E assim, mesmo não dando um grande passo rumo à conquista do campeonato, o Benfica deu um pequeno passo que permitiu aumentar a vantagem face a um Porto que ficou parado. E pior que ficar parado, não só deixou de depender de si próprio para reconquistar o campeonato como também não lhe basta uma derrota do seu adversário directo, precisando de dois desaires. Estamos a três vitórias do bicampeonato e de quebrar em definitivo a hegemonia do Porto. Não vamos fraquejar.

domingo, 4 de janeiro de 2015

NOTAS DO PENAFIEL X BENFICA

1 - Vitória justa e praticamente sem sobressaltos perante um adversário que dificilmente terá qualidade para se manter na principal divisão do futebol português.

2 - Assustadora a descaracterização da equipa que ocorreu no espaço de um ano. Com um misto de saídas e lesões, o Benfica apresentou hoje um onze que tem uma qualidade individual muito aquém do que é necessário para ser campeão nacional.

3 - Chutão e bola para a frente. Quem tinha saudades do futebol de Quique Flores teve hoje uma bela reminiscência do que foi praticado pelo espanhol no ano em que cá esteve.

4 - Esta moda do lançamento de linha lateral que é despejado sem critério a pontapé para a frente é para continuar?

5 - Lisandro e Maxi, para mim, os melhores do Benfica. O primeiro com vários cortes de grande qualidade e com critério na saída com posse de bola. O segundo, em modo tractor, correu aquele flanco direito de trás para a frente e de frente para trás. Apesar das dificuldades (sobretudo pela falta de ajuda para defender), foi dos melhores.

6 - Ola John, o elo mais fraco. Ao contrário do jogo da Taça da Liga contra o Nacional, onde não mostrou vontade, hoje só mostrou incapacidade. Menos mau. Ainda assim, insuficiente. Saiu-lhe tudo mal.

7 - Pragmatismo. Com um onze com as limitações que este tem, o Benfica teria de ser pragmático. Atacar sem arriscar em demasia, saber defender sem se expor. Fê-lo com a qualidade que havia em campo. E isto bastará em 90% das vezes para ganhar a equipas da qualidade do Penafiel.

8 - Péssimo timing nas substituições. A ganhar 0-2 desde os 78 minutos, contra um adversário medíocre que estava reduzido a dez elementos e com vários jogadores a justificarem mais utilização para ganhar ritmo (no caso de Sulejmani) ou para se estrearem (no caso de Gonçalo Guedes), não se percebe porque motivo a primeira substituição foi efectuada apenas aos… 88 minutos.

9 - Gestão de recursos humanos. O que pensará um jovem com qualidade como Gonçalo Guedes ao ouvir o seu treinador dizer na flash que só o colocou em campo porque havia muitos jogadores lesionados, caso contrário não entraria?


10 - Boa arbitragem. Um golo bem anulado por fora-de-jogo e uma expulsão absolutamente justificada. Esteve mal, assim de repente, num lance em que Cristante usa o cotovelo para parar um ataque perigoso do Penafiel, à entrada da área, perto do minuto 90. Vai haver choradeira da parte de Sporting e Porto durante a semana.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Road to February

O Luisão vai falhar pelo menos:

Benfica - Gil Vicente _ Campeonato
Benfica - Nacional _ Taça da Liga

A deslocação a Penafiel (campeonato) também deverá estar em risco.

- Onde pára o nosso segundo melhor central???

O Salvio vai falhar:

Benfica - Gil Vicente _ Campeonato
Benfica - Nacional _ Taça da Liga
Penafiel - Benfica _ Campeonato
Benfica - Guimarães _ Campeonato
Benfica - Arouca _ Taça da Liga
Maritimo - Benfica _ Campeonato
Moreirense - Benfica _ Taça da Liga
Paços - Benfica _ Campeonato

A recepção ao Boavista (campeonato) pode também estar em risco.

- Ola John está a lento e incompetente no momento de decisão e a direita não parece ser adequada para ele.
- O Pizzi e o Guedes poderão ter a sua oportunidade.
- Sulejmani?

Ao que parece o Enzo pode nem voltar a jogar com a camisola encarnada.

- O Pizzi continua a ser preparado mas estou convencido que terá maior rendimento se jogar mais solto e com maior liberdade ofensiva.
- Samaris e Cristante são as soluções mais directas.
- Também o Amorim pode aparecer.

Quantos mais jogos sem o Silvio, Amorim e Fejsa?
Ah e o Eliseu também...

Vai ser uma longa viagem que irá culminar com a deslocação a Alvalade.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Afinal já não haverá outro



E quando já todos vaticinávamos a estreia de Oblak com a camisola do Benfica na primeira liga Portuguesa, eis que as mais recentes noticias e Artur, via facebook, vêem confirmar que a lesão que o guardião Brasileiro sofrera frente ao Olhanense não era assim tão grave e até poderá estar apto para defrontar o Vit. Setúbal já na próxima sexta-feira.

Este “volte-face” na condição física de Artur deixa-me algo desiludido. Obviamente que essa desilusão decorre da não estreia de Oblak e não do restabelecimento físico de Artur. Eu, como muitos, tenho muitas e boas espectativas quanto a Oblak e algumas reservas quanto à recente performance de Artur. Escrevi-o no inicio da semana e volto a reafirma-lo, os erros defensivos e consequentes golos sofridos pelo Benfica não têm em Artur o seu único e principal responsável, mas também não tem sido o Brasileiro a peça mais brilhante da equipa (se é que há algum jogador que já tenha brilhado verdadeiramente esta época e de forma consecutiva).

Nessa medida, sou e serei um entusiasta de Oblak até que ele prove o contrário do que mostrou no Rio Ave. Um guarda-redes sereno, com personalidade, ágil, forte e seguro na defesa de remates, tendo ainda um longo caminho a percorrer no jogo de pés e muito a provar nas saídas aos cruzamentos. Ou seja, neste momento e com ambos em condições psicológicas perfeitas, Artur e Oblak não são muito diferentes entre si, sendo certo que um está no epílogo da sua carreira, enquanto outro se encontra no seu início.

O factor que pode diferenciar de forma definitiva o rendimento de ambos será a capacidade psicológica de cada um, sendo que o Brasileiro se encontra, nitidamente, a atravessar uma fase de alguma falta de confiança que gera uma intranquilidade pouco aconselhável para um guarda-redes. Porém, nada nos garante que Oblak reagirá de forma assertiva à baliza de um clube como o Benfica. Qualidade técnica para ser guarda-redes do Benfica tem-no, não guardo grandes dúvidas, quanto à capacidade psicológica, só experimentando, não obstante de eu apostar que sim.

Porém, há algo que me parece certo, se a equipa entrar para o jogo de sexta-feira com a atitude competitiva com que entrou nos jogos com Arouca e Olhanense, pode ser o Artur, o Oblak, o Mika ou o Varela o guarda-redes que, estou certo, será igual e perderemos o jogo.

A equipa Sadina tem demonstrado uma evolução bastante assinalável depois da troca de treinador, parecendo-me uma equipa muito bem organizada, que conseguiu estancar as graves falhas defensivas que a afectaram no inicio do campeonato, conseguindo assim aproveitar da melhor forma a capacidade de desequilíbrio de Rafael Martins – muito veloz e perigoso se lhe for dado espaço – e a capacidade finalizadora assinalável de Cardozo (o outro).

Em suma, seja qual for o sistema táctico que Jorge Jesus escolha para a partida (e todos já sabem qual acho melhor), seja qual for o guarda-redes e restantes 10 titulares, se a intensidade não se alterar face às últimas partidas, vamos sofrer e muito.

domingo, 1 de dezembro de 2013

O único caminho possível.

Espera-se que, dentro daquele balneário, todos tenham a noção de que é fundamental aproveitar este mau momento do Porto - ele não durará muito mais tempo, seja pela normal recuperação futebolística seja pelos factores externos que tão bem conhecemos.

Se o Benfica quer ter alguma hipótese de ser campeão, tem de ganhar hoje. Não há outro caminho.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Mais perto da hegemonia (ou ex-monia?)

Se há coisa que Jesus nos ensinou (além de dar a outra face e aquelas coisas que aprendemos na catequese) foi que desvantagens de 5 pontos são perfeitamente possíveis de anular. Há dois anos, com um plantel de sonho, o Jorge mostrou-nos como mandar um campeonato para o galheiro em três jornadas, passando de uma vantagem de cinco para uma desvantagem de três pontos. No ano passado, a três jornadas do fim, desperdiçámos uma vantagem de quatro pontos e vimos os do costume fazerem a festa do costume.

Com três jornadas decorridas na presente temporada, já nos encontramos a cinco pontos do Porto. Nada de anormal. O que vamos fazer com esta desvantagem de cinco pontos? O mesmo que temos feito sempre que nos encontramos atrás do Porto nos últimos anos: recuperá-la e ganhar-lhes o campeonato mesmo no fim.

Lembrem-se apenas de uma coisa: estamos cada vez mais perto da hegemonia. Mesmo que quem o diga não saiba soletrar o que acabou de dizer.

domingo, 19 de maio de 2013

Para que fique escrito antes de sabermos do desfecho do campeonato:

devemos renovar com Jorge Jesus. Após duas épocas a cometer erros - mais do que básicos, erros estranhos - o que Jesus fez este ano com o plantel desequilibrado que tinha na mão é de uma qualidade inegável. 

O campeonato está próximo da perfeição - um erro crasso, é certo, contra o Estoril, que provavelmente custou-nos o título, mas porque o Porto tem feito outro fabuloso campeonato -, na Champions falhou, mas recuperou na Liga Europa onde chegou à final com todo o mérito e a perdeu com muito, muito, muito azar - o que eu vi em Amesterdão ao vivo, aquele jogo da nossa equipa contra uma equipa forte apesar de mal orientada, não é obra do acaso: há trabalho de qualidade de Jorge Jesus; provavelmente, o melhor jogo do Benfica em toda a época. E ainda o Jamor, onde provavelmente levará a Taça para o museu do Benfica. 

Nunca posso considerar "brilhante" uma época em que o Benfica "só" vença a Taça de Portugal, mas posso deixar de olhar apenas para os resultados e analisar o caminho até às decisões. Jesus inventou, criou, desenvolveu novas soluções num plantel parco de alternativas credíveis para certas zonas do campo - laterais, centrais, médios 6 e 8. Não será brilhante, mas será muito boa uma época em que ganhemos Campeonato e Taça e boa se apenas ganharmos a última, tendo em conta a presença na final de uma competição europeia e um campeonato disputado até à última jornada. 

Jesus tem defeitos? Tem e continuará a tê-los enquanto não estiver sustentado por uma estrutura que, nas alturas cruciais, saiba calar-se quando deve e falar quando não deve estar calada - no Benfica, é ao contrário: a possibilidade de sucesso fez com que a cagança voltasse a surgir e a partir desse momento foi o descalabro. Mas o maior erro da estrutura esteve antes, muito antes: quando não deu ao seu treinador o que era evidente que ele tinha de ter: pelo menos mais um médio que servisse de opção a Matic e Enzo, um central de qualidade superior ao fraco Jardel e um lateral-esquerdo que não estivesse em aprendizagem dentro da competição. Não lhos deram, Jesus fez o que pôde. Mas não pôde tudo, como era expectável. E, assim, nos momentos decisivos, o Benfica falhou.

Não se perguntem se Jesus deve ou não renovar - deve; perguntem-se antes se devemos renovar com estes dirigentes - não devemos. Enquanto Vieira se mantiver no Benfica, nunca teremos sucesso continuado - tenham lá o Mourinho ou o Guardiola ou o Jesus. Porque o homem ainda antes de poder ganhar alguma coisa já demonstra não saber ganhar coisa nenhuma. E por isso perde. E perderá. E perderemos mais vezes do que as que ganharemos. Mesmo que, de tempos a tempos, apareça um título esporádico. Que, rezemos todos à espera do milagre, pode ser já hoje.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

O Porto não ganha. Nós sim?

Já não sei se é da demência de ter assistido a mais uma semana surreal na vida do nosso clube ou se é por de facto acreditar, mas deixem-me que vos diga uma coisa: o Paços no Domingo não vai perder o jogo. 

Resta saber uma outra nuance: o Benfica ganhará o seu jogo? Se sim, poderemos estar a dois dias de uma festa tão surpreendente para quase todos que ainda vai saber melhor. Se não, teremos motivos para consultas psiquiátricas diárias nos próximos 500 anos. 

E, por favor, se o Paços perder o jogo não apareçam com as teorias da conspiração. Se o Benfica perder este campeonato, deve-o a si e apenas a si.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

A exigência

Não sei como era o Benfica antes dos anos 90. Oiço histórias, relatos vários mas nada que se aproxime a ter vivido esses tempos. Por isso acontece-me, antes mais do que agora, deixar de reconhecer no clube e nos adeptos aquilo que sempre me disseram que o clube era. Falo da exigência.
É o nosso grande handicap para o nosso rival, mas é, acima de tudo, o nosso grande inimigo no caminho para nos reencontrarmos com a nossa identidade.

Só a falta de exigência permitiu perpetuar, em recorde de longevidade, um presidente tão pouco ganhador. É um exemplo claro que agora pouco interessa, foi recentemente reeleito e por isso está lá bem.
Falo do treinador. Com um campeonato ganho conquistou 3 anos de apoio do adepto, distraído a culpar árbitros (sim, eles têm a sua culpa!). Um campeonato apenas - a não ser que me venham com as taças da liga – e a crítica deixou de ser tolerável.

Ah e tal, mas o JJ está melhor, cala mas é essa boca! - Dizem vocês.
Pois está, e porquê?

Como me dizia o Ricardo ainda este Sábado, o JJ é melhor quando tem que provar algo (Primeiro ano e ano de renovação). E aqui reside uma culpa muito nossa, ao elevar ao Olimpo um catedrático do egocentrismo e da bazófia. Se ele podia ter sido mais profissional? Claro que sim, mas cabia ao adepto manter a pressão.

Nesta recta final está a acontecer outra vez. Foi no jogo com o Sporting que ficou claro para mim que a equipa do Benfica não tem o futebol que se diz ter. Uma coisa é merecer ganhar o campeonato pelo que se faz em 30 jogos – que acho que merecemos – outra coisa é ser-se inequivocamente melhor que os rivais em jogos de confronto directo.
 Mas os adeptos comportam-se como se o fossemos, afectando, parece-me, a própria equipa. A carreira europeia também não está a ser o que pretendemos fazer dela. Sem querer tirar mérito, não me lembro de o Benfica alguma vez ter tanto sorte em tantos jogos consecutivos numa competição como este ano na Liga Europa. Pensem nisso…
Estamos a embebedar-nos numa sublime superioridade futebolística que não é mais do que vinho da casa, e é talvez por isso que é necessário apostar tanto contra o marítimo, porque não há confiança contra o porto; e bem!
 O jogo com o Fenerbahçe foi muito mau: perdemos uma oportunidade de já estar praticamente na final (isso é que era a verdadeira poupança!) num jogo em que perdemos 1-0 e ainda temos que admitir que tivemos sorte. Muita!
O culpado? O treinador. Aimar é um inacreditável erro de gestão a partir do momento em que entra a titular neste jogo, e a maluqueira de fazer uma época sem uma real alternativa a Enzo e Matic só serve (serviu) para nos enfraquecer.

Agora não me interpretem mal. Exigir não é destruir. Eu quero que JJ continue na próxima época. Mas que seja melhor, sempre melhor. Já a partir de hoje!!

terça-feira, 9 de abril de 2013

Algumas considerações sobre estes tempos de ilusões

1. Não está a ser um campeonato bom, está a ser um campeonato fabuloso. 21 vitórias e 4 empates em 25 jogos é um registo de uma qualidade praticamente insuperável. Mérito a quem o tem: Jorge Jesus e os jogadores. Após duas épocas a cometer erros básicos de gestão dos recursos que tinha à sua mercê, o técnico emendou a mão e começou a usar o cérebro para mais do que apenas pensar em tácticas e exercícios para os treinos. Com isso, ganhou verdadeiramente um plantel (e não um grupo de 12 ou 13 jogadores, como nas épocas anteriores), soube "inventar" o que parecia, aos olhos humanos, praticamente impossível e potenciou a real possibilidade de uma época de sonho. 

2. Outro que vem melhorando a sua performance é Luís Filipe Vieira. Ainda falta muito para ser um verdadeiro Presidente do Sport Lisboa e Benfica - desde logo, porque apoia inequivocamente escumalha corrupta ligada ao Apito Dourado -, mas tem tido a virtude de, em vez de cavalgar o excelente momento da equipa em torno do seu ego (como fez o ano passado, com os resultados conhecidos), andar calado. E, como todos sabemos, um Vieira calado significa um Benfica mais preparado. Que continue em silêncio até Maio. Seria muito bom sinal.

3. Há, no entanto, um dilema. Dos grandes. Aquela que pode ser uma das melhores épocas de sempre da História do Benfica (nunca conseguimos vencer Campeonato, Taça e uma competição europeia no mesmo ano) pode também acabar por se revelar uma das mais decepcionantes de sempre da História do Benfica. Sim, estamos neste exacto ponto: ou luxo ou lixo. E, se é verdade que a ilusão que temos neste momento já ninguém no-la tira, não deixa de ser uma óbvia realidade que, se não ganharmos nada, a queda será tremenda. E se há ainda dificuldades:

Campeonato - o principal objectivo está, ao contrário do que leio, oiço e vejo por aí, bem distante de estar resolvido. Basta lembrar que, se o Benfica perde pontos num dos próximos 3 jogos (Sporting em casa, Marítimo fora, Estoril em casa) e o Porto ganha os seus jogos, chegaremos ao Dragão a não poder perder o jogo - um cenário que, como já falámos aqui algumas vezes, nos não interessa nadinha. O Benfica tem de chegar ao Dragão a poder perder - e se lá chegar a poder perder, a probabilidade de o ganhar aumenta consideravelmente, porque perde a pressão, o medo e sobretudo o trauma que ainda existe sempre que nos deslocamos ao Porto. Portanto, estamos a um empate de estragarmos tudo. E a 3 vitórias (nos próximos 3 jogos) de sermos campeões. Porque, mesmo que vamos perder ao Porto, um Benfica a jogar em casa contra o Moreirense na última jornada, com maior ou menor dificuldade será sempre campeão. 

Taça de Portugal - é o troféu mais provável, no momento. A final, não estando garantida, está bem encaminhada e o adversário no Jamor, apesar de ter méritos, é bastante acessível. Passaram 9 anos desde que o Benfica ganhou a sua última Taça e 8 desde a última final - perdida por falta de profissionalismo. É muito tempo para um clube que domina claramente o histórico desta competição.

Liga Europa - Depois de ultrapassada a fase em que devia ter havido prioridades (e, de certa forma, houve, embora não tão evidentes), agora, como diz e bem o Jesus, é meter a carne no assador. Ninguém pode estar perto de uma meia-final de uma competição europeia e simplesmente abdicar da prova. É isso que o Benfica fará. Importante, no entanto, lembrar que ainda estamos nos quartos-de-final e que o jogo na Luz (3-1) teve alguns momentos de sorte que ajudaram ao resultado final. O Newcastle tem valor, precisa da competição para atenuar dores internas e pode ganhar-nos um jogo num dia sim. Ir para Inglaterra a pensar no adversário das meias-finais pode custar-nos o sonho. Fundamental marcar um golo e arrumar mentalmente o adversário. Depois, caso passemos os ingleses, tudo pode acontecer. Qualquer um dos que chegue às meias (incluindo o Chelsea) pode ser eliminado pelo Benfica. Por mim, se lá chegarmos, não me importava nada de encontrar o Basileia.

sábado, 28 de abril de 2012

Força, Sporting - vence por nós!

Acreditemos na vitória do Sporting. E com muita força. Pode ser que as energias mentais de 14 milhões de adeptos possam empurrar mais a bola para a baliza da Académica, visto que será de esperar um jogo mais fraco por parte dos jogadores leoninos - as expectativas baixaram, o sonho acabou; todas as equipas, por mais fortes que sejam mentalmente, sofrem para regressar ao espírito competitivo após uma eliminação como a de ontem, em Bilbau.

A História entre o nosso clube e o Sporting tem muitos episódios deste estilo: umas vezes um precisou do outro para ser campeão; outras, um deixou de sê-lo por um resultado indesejado do outro. É também disto que se fazem as grandes rivalidades, de momentos dúbios, janelas estranhas para o absurdo, em que somos forçados a torcer por um clube que, em 99,9 por cento do tempo das nossas vidas, queremos que perca. E na Segunda todos queremos que o Sporting ganhe.

O cenário é simples: hoje o Braga perdeu - excelente resultado logo à partida porque é o Braga, antiga instituição nobre e honrada e hoje um clube pequeno feito criança de saltos altos copiando o tio que é ladrão. Mas mais do que isso: perdendo, ficará a 6 pontos do Benfica, caso vençamos em Vila do Conde, o que nos dará pelo menos o 2º lugar e a entrada directa na Champions. Mas fundamentalmente - e mais importante ainda do que as duas anteriores - porque abre uma porta para o Sporting poder chegar ao pódio. E isto, naturalmente, interessa-nos. 

Se os de Sá Pinto vencerem a Académica, ficarão a 3 pontos dos bracarenses, a 2 jogos do fim. O que quererá dizer: entrarão como leões no Dragão na jornada a seguir, em busca da vitória para depois conquistarem o bronze em casa contra o Braga, na última jornada. É o que resta ao Sporting: vencer a Académica, ir ao Porto ganhar e acabar com uma vitória em casa. Só assim chegarão ao terceiro lugar. Torçamos, pois, todos pelo Sporting.

A conspiração e a realidade histórica exigem-nos, no entanto, a reflexão: "e se os gajos não quiserem dar o título ao Benfica?". Não querem, não quererão nunca, mas não têm outro remédio que não o de tentar vencer os últimos 3 jogos. Isto por um motivo simples: o clube está falido. Tecnicamente falido. Mais uma ausência da Champions será um descalabro com graves consequências para o futuro da instituição. Toda e qualquer possibilidade que tenham de ainda poderem agarrar o hino da Liga dos Campeões será visto como uma bênção divina. Não têm por onde fugir: ganhem e dêem-nos o campeonato, se fizerem o favor. Estivessem folgados no terceiro lugar - poiso já de si de sonho para o clube - e não temos dúvidas de que no Dragão passear-se-iam sem grandes rugidos. Assim terão de comer a relva e, se possível, os jogadores do Porto. É assim mesmo o futebol: cruel, de tempos a tempos.

E pensar que podíamos estar agora de papo para o ar, quase campeões - este campeonato, a ser perdido, vai ser das coisinhas mais estúpidas alguma vez perdidas em toda a nossa história. Afinal, andamos de calculadora em riste, imaginando milagres consecutivos e combinações quase impossíveis. 

Claro que este cenário - 2 vitórias do Sporting (a última não nos interessa para nada) e 3 vitórias do Benfica - só nos dará o título se, nos outros dois jogos (Marítimo e Rio Ave, fora), o Porto perder pontos, basta um empate num deles. Demasiada matemática? É provável, diria mesmo: quase impossível. Pelo futebol em si e por outros factores que conhecemos já lá vão 30 anos. Mas Aimar me atinja já com um raio na tola se não tenho ainda, mesmo que ténue e nublada, uma esperança enlouquecida em agarrar o 33 na mão. Quando isso deixar de acontecer, afoguem-me, que estarei irremediavelmente são.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

50 anos depois, a Champions será nossa!

Pelo menos era este o sentimento de 43 pessoas que votaram ali na sondagem, respondendo à pergunta: "O que esperar da época?". Mais: não só acreditavam numa gloriosa jornada europeia, como viam o Benfica vencer a Liga, a Taça de Portugal, a Taça da Liga e mais 3 troféus angolanos. Hoje, mais comedidos, certamente dispensariam a segunda prova nacional, num gesto de solidariedade com o rival da segunda circular. Entende-se o gesto simpático e o próprio clube entendeu por bem corroborar esse desejo, deixando na Madeira a possibilidade de vencer o troféu, 8 anos depois. Somos uns mãos largas.

No entanto, que não se espere do adepto qualquer outro altruísmo para além deste que já passou - talvez, se o calendário não o permitir, ainda venhamos a abdicar de algum sucesso em terras africanas mas nada, nada para além disso. A partir de agora, Champions, Campeonato e Taça da Liga são objectivos fulcrais para o resto da época. 

A última, porque é nossa por direito e dever: 3 títulos em 4 possíveis é a chamada benfiquização do torneio - como nas outras competições nacionais, o Benfica lidera por números insuperáveis e assim continuará a ser.

Quanto ao campeonato, olhando o calendário e as performances adversárias - Sporting, como se previa, em direcção ao abismo (Olá, Natal) e Porto, apesar de alguns sinais de retoma, muito pouco capaz de manter uma regularidade constante até Maio -, diria que o Benfica só não será campeão pelos motivos que já anteriormente apresentei: incompetência/teimosia de Jorge Jesus. Se o treinador do Benfica souber aliar à competência táctica a flexibilidade de opinião em relação aos (excelentes) recursos que tem no plantel, muito dificilmente não andaremos todos nus pelo Marquês daqui a uns meses. Pelo Marquês e pelo Mundo, que o Benfica não vive de esporádicos lugares no planeta nem da necessidade de fazer de uma cidade uma espécie de fortaleza dos sentimentos. Amigos, sejamos simples na análise: se fizermos o nosso trabalho, seremos campeões. Se o não fizermos, também seremos. Só noutro ano qualquer.
 
Já em relação à Champions, a ópera é mais bufa. Há reais possibilidades de chegarmos aos quartos-de-final e ficamo-nos lucidamente por aqui. O resto que vier será sempre dependente de outros factores que não só a nossa qualidade: arbitragens (sim, na Europa também as há de muito má raiz) e, acima de tudo, da competência do adversário. É que jornadas à Porto 2004 só há para cagões. Ou acham que seria possível alguma equipa chegar até ao troféu ultrapassando Lyon, Corunha e Mónaco? Era bom, era. Mas essa sorte só calha ao Mourinho - sim, a mesma sorte que o treinador português usa para justificar a excelência do futebol do Barcelona. Mais parvo do que ele, mas mesmo muito mais parvo, só mesmo Muricy Ramalho - homem por quem tinha grande admiração e que, de repente, de um momento para o outro, passou a estar nos "2 most wanted" a abater. O outro é, claro, Jose Antonio Camacho. Há que extirpar o futebol destes cancros. 


 

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Dá Deus nozes a um Jesus sem dentes

Sim, esqueçam. Dediquem-se a outras áreas da vida igualmente interessantes: plantem na vossa marquise de Massamá aquela buganvília que andam a namorar sempre que vão aos Domingos ao Continente; façam longas e saudáveis caminhadas pelo Cais Sodré e acabem na Tasca do Cid às 9 da manhã a comer torresmos e ovos cozidos; tenham filhos para alimentar o ego ou para esquecer a depressão; matem os filhos quando eles crescerem; pintem a casa com aquele salmão que a vossa Maria vos anda a pedir há mais de 10 anos; oiçam consecutivamente o extraordinário álbum “Linda Sónia”, do Nel Monteiro, que vos chama do palanque giratório daquele café em Trás-os-Montes onde vão embebedar-se nos Julhos quentes; vistam a tanga fio dental de leopardo que a sex shop de Odivelas teima em apresentar-vos todos os dias, no vosso caminho para o comboio; ponham um rímel e aquela sombra para os olhos que há tantos anos vocês anseiam por experimentar. O que quiserem. Mas esqueçam, por favor, o campeonato.

Bem sei que o poder da ilusão - ou o mero desconhecimento desse dom tão extraordinário que é a antecipação dos acontecimentos – é capaz de levantar ventos e tempestades tais que o adepto meio que fica inebriado pelo perfume de um jogar selvático, instintivo, vertiginoso e ofensivo. Sim, o Benfica tem momentos de sublime coragem e talento atacantes, puro deleite aos olhos, aos sentidos e ao coração. E, por esse facto, nos deixamos tão facilmente levar na onda empolgada da esperança sem razão. Mas pensem mais um bocadinho, leiam o que o nosso timoneiro diz com atenção e, depois de fazerem todas as contas, concluam: não vamos vencer o campeonato.

Para Jesus, o que verdadeiramente importa é o processo ofensivo. As questões defensivas, diz o nosso líder, são questões de somenos. Importante, fundamental mesmo!, é treinar os mecanismos que produzam futebol espectáculo e, caso a ampulheta do tempo e a inspiração do momento estejam connosco, golos. Mas só se os elementos decidirem juntar-se numa orgia festiva de futebol de ataque com finalizações acertadas. Caso contrário, paciência, ficará para outro dia. O risco, diz quem sabe – ou seja: o nosso guru -, é a forma como vê o futebol. Que importa sofrer 2 se se marcam 3? Ou que importa se se sofrem dois e só se marca um, se aquele perfume, aquela coragem, aquele vertiginoso jogar estiverem presentes? Nada, absolutamente nada.

Aprendamos com Jesus, porque é ele quem nos avisa: o 433 - que aqui neste tasco lançámos ainda a época ia em forma fetal e que ele tem sido forçado a usar, embora algo consternado - não é mudança nenhuma em relação ao 4132 da época passada. Razão? Aimar está mais avançado no terreno. Extraordinário pensamento. Não fosse o facto de Aimar ser indubitavelmente um médio e de não jogarmos agora de forma suicida com dois extremos e apenas um gajo no miolo, e a gente quase acreditava. Mas calma. Não julguem que Jesus, apesar de querer vender-nos a banha da cobra, estará convencido com esta mudança (que para ele não existe). Esperem pelo próximo jogo, que ele vos trará todo lampeiro aquela táctica boa com que ele decidiu iniciar o campeonato e com ela perder dois pontos logo de entrada.

É que a Jesus ninguém convence de nada. Temos um lateral de qualidade superior? Temos, mas não joga. Jesus crê na possibilidade de escolher os piores para assim provar que ele é que tem razão. E, se nada disso sair provado, há-de ter sido culpa de seu Pai, sempre tão irado e propício a fúrias divinas que mudam os destinos dos jogos. Temos um extremo puro no plantel? Temos, mas vai ser emprestado. Isto porque – e, uma vez mais, teremos de recorrer à sapiência do líder – “temos 3 extremos para um lugar”, expressão com que ainda hoje, 3 dias depois de a ter lido, me debato, sem compreender que espécie de pensamento subversivo será este. Temos um óptimo substituto de Aimar para o último terço dos jogos e uma alternativa de grande qualidade em certos jogos, até para gerir bem a condição física do mago? Temos, mas encostamo-lo a uma faixa, que é para tirar de lá aquele espanhol irritante que só por ter andado a marcar golos em catadupa não saiu mais cedo do onze. Temos um extremo que, faça chuva, sol, perca 300 bolas por jogo, não tenha o mínimo conceito de jogo colectivo, joga sempre? Temos, e por Jesus continuará porque – palavras do mestre - parece que lá para os segundo e terceiro terços do campeonato dele veremos coisas bonitas.

Façam como vos digo: dediquem o vosso tempo a outras áreas de diversão. Assim, tal qual está mentalmente o nosso técnico, por aquilo que diz, por aquilo que pensa, pelo que nos quer vender e pelas opções que faz e as que se antevêem, o Benfica não será campeão.