Mostrar mensagens com a etiqueta SAÚDE. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta SAÚDE. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Portugal em "situação crítica" por apoios sociais não subirem com preços

A Comissão Europeia considera que a eficácia da Segurança Social em Portugal na atenuação da pobreza e das desigualdades de rendimento se deteriorou, falando numa "situação crítica" por as apoios sociais não terem acompanhado o aumento dos preços.

"A eficácia do sistema de proteção social português na atenuação dos riscos de pobreza e na redução das desigualdades de rendimento deteriorou-se. Em 2023, o impacto das transferências sociais - com exceção das pensões - na redução da pobreza diminuiu 3,9 pontos percentuais, situando-se em 19,8% contra 34,7% na União Europeia, o que indica uma 'situação crítica'", refere o executivo comunitário.

Num relatório sobre o emprego na União Europeia (UE), que integra a segunda parte do pacote de outono do Semestre Europeu e que foi hoje divulgado, a instituição justifica que "a diminuição da eficácia das prestações sociais reflete o facto de que, enquanto os preços e os salários nominais terem crescido rapidamente nos últimos anos, as prestações sociais não terem aumentado ao mesmo ritmo".

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

UnitedHealthcare e Regra Corporativa -- Percurso da saúde em que Portugal está a caminhar*

Derek Seidman diz que a violência da megaestrutura da assistência médica com fins lucrativos só pode ser superada por meio de campanhas de resistência coletiva.

Derek Seidman* | Truthout | em Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

O assassinato de Brian Thompson, da UnitedHealthcare — um assassinato descarado de um rico CEO nas ruas do centro de Manhattan — chocou os Estados Unidos.

Mas o tsunami de raiva em massa desencadeado contra um odiado sistema de saúde com fins lucrativos definiu até agora a história nas notícias.

O assassinato desencadeou uma enxurrada de depoimentos pessoais de experiências horríveis com empresas de seguro saúde. O humor negro em torno do tiroteio continua a inundar as mídias sociais .

Milhões de pessoas nos EUA odeiam visceralmente as empresas de seguro saúde e veem essas empresas e seus CEOs como símbolos do pior tipo de ganância corporativa. Eles enriquecem cobrando franquias enormes e ainda negam reivindicações de cobertura de saúde que as pessoas precisam desesperadamente.

Essas corporações têm o poder de arruinar vidas. Parece que quase todo mundo nos EUA já teve uma experiência horrível com uma corporação de seguro saúde.

UnitedHealth Group — a empresa controladora da UnitedHealthcare — é um exemplo típico desse sistema. É a maior corporação de seguros de saúde dos EUA. Seus principais executivos arrecadam dezenas de milhões de dólares.

Ler em Página Global: Portugal | Saúde é para os ricos. Pobres têm a morte à espera numa constipaçãozinha

Portugal | Saúde é para os ricos. Pobres têm a morte à espera numa constipaçãozinha

Bom dia. Este é o Curto do Expresso, que já escasseava por aqui há uma semana ou mais. Desculpem 'qualquer coisinha'. Portugal e a saúde chafurdada em miríades de justificações da treta é o tema de hoje. Nem por isso ficam ilibados os governos, a geração dos mui capacitados (propaganda falsa) universitários da medicina e outras adendas que licencia com canudo tais estudantes obcecados com seus umbigos, casinhas, popós e eteceteras desta sociedade de consumos que esquece o dito popular (dos antigos) dever-se fazer a cama e esticar as pernas à medida dos lençóis e dos cobertores. Não, eles fazem a cama à grande e à francesa norte-americanada - tudo do melhor. Por isso, muitas vezes, para tais abrunhos os ordenados não chegam.

Encontramos isso na medicina como noutras profissões porque a carestia de vida assim dita também para os tais dos canudos (políticos, governantes, etc) disto ou daquilo que tratam os milhões de portugueses com tratos de polé e os empobrecem sistematicamente. Muitos. Demasiados. Claro que não são todos. Dignidade eles não têm e roubam a dos plebeus para se pavonearem... O mal toca mesmo aos tesos que nem um carapau, pobres, paupérrimos, às vezes esfomeados, mas a produzirem casas, prédios, mobílias finas, géneros alimentícios, automóveis, piscinas, estradas, pontes. Etecetera, e tudo que faz um país repleto de 'dótores' disto e daquilo mui capacitados nas contas, nas políticas, nas profissões correlativas que, sentem eles, lhes dá o direito de se estarem a borrifarem para os outros e outras... e também para a saúde dos plebeus. E muito mais que não cabe neste cardápio desabafador e sentido. Estamos na revolução da dessaúde e de muitos outros misteres profissionais. É a vida... E a morte. Os velhos são para morrerem pois "andam cá a mais e a pesarem". Os bebés não são para nascer. Poupa-se nisso. Mão de obra? Basta fomentar a vinda de mais imigrantes para se instituir descaradamente o esclavagismo. E etc, e etc e tal. Faça-se uma ressalva: nos detentores dos tais canudos (muitas vezes contribuídos com o financiamento dos plebeus por via de impostos diretos e indiretos) há gente boa, que não se incha com os maltrapilhos canudos apesar de os terem - mas esses também são para 'abater', erradica-los da sociedade se continuarem a respeitar os seus próximos pobretanas mas trabalhadores incessantes, a humanidade. Pois.

A lenga-lenga vai à solta e a cavalgar com furor apaixonado pela razão da vitimização no país e no mundo escuro para onde nos estão a empurrar. Por isso basta de mais palavras - só não vê quem não quer. Importante é convidar para que leiam acerca dos nacionalismos bacocos inspirados nos estrangeiros que vêm a Portugal em busca de saúde. Turismo de saúde, já assim classificam. Ora boa trampa deve andar a preservação da saúde por este mundo. É que do mesmo mal nos queixamos nós, portugueses.

Saltemos para o Curto do Expresso. Saúde e bom natal. Melhor ano novo, apesar de sabermos que de bom e melhor nada vai acontecer nesta modernidade mui capacitada para sacar quando ainda quase nada produziram de utilidade em prol do coletivo.

Pronto. Ficamos assim. Desesperançados. Revoltados e mui silenciosos... Parece, enganosamente. Já dá há muito para perceber que a saúde é só para os ricos e super ricos. Remediados e pobres têm a morte à espera na próxima falta de saúde. Uma constipação, por exemplo. Coisa pouca, dizia-se. Epá! Isso era antes!

Um queijo e um tinto alentejano para todos vós. O Curto já a seguir. Leiam, talvez prefiram serem acompanhados por um chá. Que não as chazadas desses tais mui capacitados... mas incompetentes e gananciosos. Também os há. E demasiados/as.

António Veríssimo | Redação PG

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

De dengue a zika: "Simples presença de mosquitos" em Portugal sobe risco

Investigadores do Laboratório Associado Terra alertaram hoje para os riscos para a saúde pública da presença em Portugal do mosquito 'Aedes albopictus', que pode transmitir doenças virais como a dengue, a chikungunya e a Zika.

"Asimples presença destes mosquitos aumenta o risco para surtos destas doenças com implicação direta na saúde pública", afirma o cientista Hugo Osório, do Laboratório Associado Terra, ligado às Universidades de Lisboa e Coimbra, citado numa notícia no 'site' do Terra.

Os mosquitos invasores daquela espécie transmitem os vírus daquelas doenças se estiverem infetados e o aumento da sua presença em Portugal, sobretudo nas regiões de Faro e Lisboa, tem levantado preocupações.

Hugo Osório, também ligado ao Instituto de Saúde Ambiental (ISAMB), explica na notícia divulgada hoje que a espécie 'Aedes albopictus' tem uma grande capacidade de adaptação, o que facilita a sua disseminação, especialmente em áreas urbanas como as de Lisboa e Faro, onde as condições ecológicas e os fatores climáticos favorecem o seu estabelecimento e aumento das populações.

sábado, 7 de dezembro de 2024

“Melhor negócio que o da saúde só o das armas”, lembram-se?

Trata-se de uma célebre frase de Isabel Vaz, presidente do Grupo Luz Saúde, uma versão actualizada de uma outra frase, não menos célebre, «quem quer saúde paga-a», da autoria de um antigo ministro dos Assuntos Sociais do PSD.

AbrilAbril, editorial

Desta vez, é Mark Rutte quem vem propor que os países membros da Aliança Atlântica utilizem «uma fracção» dos seus orçamentos da «saúde e das pensões de reforma» para investirem em defesa.

Diz o secretário-geral da NATO que, «quando se observa o que os países gastam em pensões, no sistema de segurança social e na saúde, basta uma fracção desse gasto» para garantir que o orçamento de defesa atinja um valor superior a 2%.

Novidade? Não, só algum descaramento. Afinal, cá por casa, há muito que alguns andam a tratar desse assunto. Enquanto o Chega dá combate aos apoios sociais, a outra direita, da mais à menos liberal, anda a tratar da privatização da saúde, seguindo algumas pisadas dos governos socialistas, e a congeminar como, a seu tempo, poderá «tratar» da segurança social e das pensões.

Entretanto, o secretário-geral da NATO manifestou ainda disponibilidade para se envolver na defesa desta sua estratégia, no sentido de a explicar aos muitos milhões de pessoas que vivem nos países membros da NATO.

No caso de Portugal, Mark Rutte pode, por exemplo, começar por tentar convencer os familiares daqueles que faleceram devido às falhas do INEM, as grávidas que andaram centenas de quilómetros devido ao encerramento das maternidades, os milhares de utentes sem médico de família ou os que esperam 12 e mais horas nas urgências dos hospitais para serem atendidos. Talvez eles estejam de acordo em retirar dinheiro da saúde, para darem uma ajudinha ao complexo militar-industrial norte-americano. Mas, pode também procurar sensibilizar os desempregados, quem recebe pensões de miséria ou os sem abrigo. Porventura, estarão dispostos a abdicar de uma parte das suas pensões e dos apoios sociais que recebem em favor  dos accionistas dos bancos e das empresas do PSI-20, dos que têm milhões nos paraísos fiscais, e de todos aqueles que andam a encher os bolsos à custa da guerra.

Enfim, como facilmente se percebe, de Isabel Vaz a Mark Rutte, passando por todos aqueles que aqui, directa ou indirectamente citamos, isto anda tudo ligado!

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Portugal | Governo tem três ministros em "desgaste". MAI é um "caso perdido"

Para Miguel Relvas, "admitir o princípio da greve nas forças policiais é uma incompatibilidade total", o que faz com que Margarida Blasco não possa continuar à frente da pasta da Administração Interna

Miguel Relvas defendeu, na segunda-feira, na CNN Portugal, que o Governo tem três ministros em "desgaste" e que há um que é mesmo já "um caso perdido".

"Há aqui uma ideia do desgaste da ministra da Saúde, da ministra da Administração Interna, do ministro dos Negócios Estrangeiros. Há desgaste, há. Particularmente a ministra da Administração Interna, que é um caso perdido", atirou o social democrata.

Para o ex-ministro dos Assuntos Parlamentares de Passos Coelho  "um ministro da Administração Interna admitir o princípio da greve nas forças policiais é uma incompatibilidade total de software e hardware".

Por isso, Miguel Relvas não tem dúvidas: "Aquela ministra não pode estar ali. Esta é uma questão de princípio. Muito clara e se há questão que ficou clarificada nas eleições foi essa, até pela manifestação dos polícias, que houve no dia do debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro".

Recorde-se que tanto Margarida Blasco, como Ana Paula Martins e Paulo Rangel já se viram envolvidos em várias polémicas desde que assumiram as respetivas pastas.

Margarida Blasco disse, recentemente, que a discussão da greve nas polícias estava em cima da mesa. O que levou a que o próprio MAI fizesse um desmentido horas depois.

Já Ana Paula Martins, além do fecho das urgências obstétricas no verão, está a lidar com uma crise no INEM sem precedentes, que terá provocado mesmo a morte de, pelo menos, 11 pessoas.

Por sua vez, Paulo Rangel terá, alegadamente, insultado e ofendido vários militares no Aeroporto de Figo Maduro, no dia 4 de outubro, aquando da chegada de cidadãos portugueses repatriados do Líbano.

Notícias ao Minuto 

Leia em NM: Eduardo Cabrita acusa MAI de "desnorte" e "falta de ponderação"

Mil dias não bastam para aprender o bem

Rui Gustavo, jornalista | Expresso (curto)

Bom dia,

Convite prévio: amanhã, às 14h00, "Junte-se à Conversa" com o David Dinis e a Ana França, para tentar perceber se "Ainda há salvação para a Ucrânia". Inscreva-se aqui.

Confúcio foi um sábio que viveu na China feudal e criou uma corrente filosófica baseada na ética. Acreditava na bondade intrínseca do ser humano, mas não era ingénuo. Completou a frase que dá título a este curto com uma constatação que é a raiz do seu pensamento: “Mas para aprender o mal, uma hora é demais”.

Passam hoje mil dias desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, dando origem a uma guerra que está longe do fim e que já teve várias fases, avanços e recuos. Vladimir Putin julgou que bastariam duas semanas para quebrar a resistência do vizinho, os peritos ocidentais acreditavam que bastariam quatro dias para os russos chegarem a Kiev. Quase três anos depois, a guerra ainda se trava no Donbass e há dezenas de milhares de mortos dos dois lados da trincheira.

Luís Montenegro, que não é um filósofo, está no Brasil na qualidade de observador da cimeira que junta os países mais poderosos do mundo e constatou o óbvio: “Não estamos a falar da paz, não estamos a falar do mecanismo diplomático que tem de se colocar em cima da mesa”.

Donald Trump, que não é um pensador, prometeu acabar com esta guerra “em 24 horas”. Toma posse como Presidente dos Estados Unidos dentro de dois meses e terá de lidar com uma herança armadilhada de Joe Biden. O presidente lame duck, que já viveu mais do que Confúcio, autorizou as forças ucranianas a utilizarem os mísseis americanos para ataques ao território russo. O que tornará mais difícil a solução mágica de Trump.

O Presidente eleito poderá sempre alegar que não estava a ser literal e até pode anular a decisão de Biden. Mas o presidente Zelensky ganhou dois meses de energia e armamento extra.

Os 27 países da União europeia desuniram-se nas reações e a Alemanha, por exemplo, voltou a rejeitar o envio de mísseis de longo alcance para a Ucrânia. A Itália já disse que não autorizará a utilização de mísseis para atacar a Rússia e só a França deixou em aberto essa hipótese. Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, concorda com a utilização de mísseis de longo alcance por parte de Kiev.

O Kremlin diz que irá culpar quem deu autorização a Kiev para atacar a Rússia, e o ditador coreano, Kim Jong-un, que mandou tropas para o terreno, acusa o Ocidente de provocar a "Terceira Guerra Mundial".

E, sim, de paz ninguém falou.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que é mais sagaz do que se julgou a pensar, participa hoje à distância numa sessão especial do Parlamento Europeu e terá oportunidade para o fazer.

OUTRAS NOTÍCIAS

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Portugal | BOLETIN-TIM NO PAÍS DE MONTENEGRO

Manuel Cardoso | Expresso | opinião

Nos Estados Unidos, a nova administração Trump pode nomear responsáveis pela saúde que são abertamente anti-vacinas. Em Portugal, o governo é influenciado pelo lobby pró-boletins

Tem sido uma semana delicada para o Ministério da Saúde, que enfrenta dois grandes problemas: a crise no INEM e a polémica com os boletins. Sub-financiamento e cor de documentos - como sempre, o problema do SNS é o papel. Felizmente, o governo tem as prioridades muito bem definidas e agiu de forma imediata, resolvendo a questão mais premente. O país pode respirar fundo: os boletins de saúde infantil e juvenil, afinal, não vão deixar de ser azuis e cor-de-rosa.

Tudo começou com a entrevista da Directora-Geral de Saúde ao podcast Consulta Aberta, de Margarida Graça Santos. Rita Sá Machado revelou que os novos boletins iam passar a ser impressos na cor amarela, o que causou compreensível controvérsia. O deputado centrista João Almeida recorreu à rede social X para se insurgir contra esta decisão que muda vidas, utilizando a hashtag #naosomostodosamarelos. É uma mensagem política que faz sentido, já que as hashtags são como o CDS: desde 2015 que não são relevantes.

Vale a pena referir que está em discussão a cor de boletins físicos que, brevemente, vão tornar-se digitais. Não seria útil, pergunto, debater também o tipo de letra da carta de condução? Já que pretende lançar uma cruzada contra uma determinada cor, é incompreensível que João Almeida não tenha criticado a atual gramagem das Páginas Amarelas.

Nos Estados Unidos, a nova administração Trump pode nomear responsáveis pela saúde que são abertamente anti-vacinas. Em Portugal, o governo é influenciado pelo lobby pró-boletins. É uma posição igualmente tola, mas substancialmente menos perigosa.

Acaba por ser contraproducente que o executivo liderado pelo PSD se oponha à uniformização dos boletins: mais do que frequentar as aulas de Cidadania, o hábito de usar cartões cor-de-rosa é que pode levar as crianças a tornarem-se militantes do PS. Em todo o caso, há uma crise de confiança nos serviços públicos e percebe-se a necessidade de tranquilizar o país. Sim, é verdade, a saúde está com sérios problemas e as ambulâncias demoram horas a aparecer, mas os portugueses podem estar descansados: com a AD no poder, ninguém vai tocar na cor das sirenes.

* Manuel Cardoso é Humorista

Portugal | A PARALISIA

Henrique Monteiro | HenriCartoon

domingo, 10 de novembro de 2024

Incompetência e desprezo do governo português mata 11. Só? E os outros? *


Sobe para 11 o número de mortos associados à falta de resposta do INEM

Os Bombeiros Voluntários de Matosinhos-Leça recebam o alerta pelas 12h49 de segunda-feira, dia em que se registaram sete outras mortes.

Aumentou para 11 o número de mortos associados à falta de resposta ou atrasos por parte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Trata-se de uma mulher de Matosinhos que, na segunda-feira, passou cerca de 30 minutos a tentar obter socorro.

"Terá havido a dificuldade de a senhora ligar para o INEM, antes de contactar os bombeiros. Esteve perto de 30 minutos a ligar ao INEM", detalhou o comandante dos Bombeiros Voluntários de Matosinhos-Leça, António Amaral, em declarações à RTP.

A corporação recebeu o alerta pelas 12h49 de segunda-feira, dia em que se registaram sete outras mortes, alegadamente pela falta de resposta do INEM.

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Minª da Saúde e deputado do PSD foram “fiéis depositários” de donativos de farmacêuticas

Portugal

Imagem à esquerda: Ana Paula Martins e Miguel Guimarães foram co-fiéis depositários em campanha solidária com contabilidade paralela com donativos provenientes sobretudo de farmacêuticas.

Pedro Almeida Vieira | Página Um

Os dois últimos relatórios e contas da Ordem dos Médicos, recentemente divulgados, revelam que a actual ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e um dos vice-presidentes da bancada parlamentar do PSD, Miguel Guimarães, agiram como “fiéis depositários” de uma conta solidária durante a pandemia que envolveu 1,4 milhões de euros, ‘engrossada’ quase na sua totalidade com dinheiros de farmacêuticas. Os dois políticos agiram durante os respectivos mandatos na Ordem dos Farmacêuticos e dos Médicos, respectivamente, sobretudo entre 2020 e 2022. Além de ficar, assim, assumido que houve contabilidade paralela, com fugas ao Fisco de permeio, o expediente de “fiel depositário” é completamente desajustado à gestão de donativos e coloca mesmo sérias suspeitas de fraude com eventuais responsabilidades civis e criminais, uma vez que inexistem sequer documentos formais que mandatassem Ana Paula Martins e Miguel Guimarães para essa função. Além da actual ministra e do deputado, um terceiro titular da conta foi Eurico Castro Alves, como representante das farmacêuticas (APIFARMA), que recentemente foi anfitrião das férias de Luís Montenegro no Brasil.

A Ordem dos Médicos assume, nos seus dois últimos relatórios e contas, que houve contabilidade paralela na campanha ‘Todos por quem cuida’, uma polémica iniciativa de solidariedade durante a pandemia, protagonizada pela actual ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e pelo vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD Miguel Guimarães. Então bastonários da Ordem dos Farmacêuticos e dos Médicos, respectivamente, Martins e Guimarães abriram pessoalmente uma conta bancária, com Eurico Castro Alves – actual presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos e ‘anfitrião’ das recentes férias de Luís Montenegro no Brasil –, para gerir donativos de cerca de 1,4 milhões de euros, com a quase totalidade da verba a ser proveniente de empresas farmacêuticas. A esmagadora maioria destas verbas não foi sequer comunicada no Portal da Transparência e Publicidade, gerida pelo Infarmed, e não foi pago Imposto do Selo, como determina a lei.

Numa longa investigação do PÁGINA UM – apenas possível após o Tribunal Administrativo de Lisboa ter permitido o acesso aos documentos operacionais e contabilísticos desta campanha que visava distribuir sobretudo equipamentos de protecção individual –, já se tinha detectado que a conta aberta não era titulada por nenhuma das duas ordens profissionais, mas sim por Miguel Guimarães (primeiro titular), Ana Paula Martins e Eurico Castro Alves. E, além de não terem pagado Imposto do Selo – ou seja, cometeu-se uma fuga ao Fisco, no valor estimado de cerca de 125 mil euros, 10% das doações acima de 500 euros –, também permitiram que uma parte substancial das facturas dessem entrada na Ordem dos Médicos, embora os pagamentos tivessem sido consumados através da conta particular, indiciando assim possibilidades de criação de um ‘saco azul’. Houve, além disso, um vasto conjunto de declarações falsas para obtenção de benefícios fiscais ilegítimos por parte de diversas farmacêuticas.

Mas agora, e somente com a revelação pública dos relatórios e contas da Ordem dos Médicos dos últimos anos – uma iniciativa reveladora de uma louvável transparência por parte do actual bastonário Carlos Cortes, em contraste com a postura do seu antecessor Miguel Guimarães –, confirmou-se não apenas a existência de contabilidade paralela na campanha ‘Todos por quem cuida’ como terá havido recurso a uma figura jurídica ilegítima e que configura desvio de função com responsabilidade civil e mesmo criminal.

Com efeito, se nos relatórios e contas de 2020 e 2021 – elaborados ainda com Miguel Guimarães como bastonário –, nenhuma referência consta nos anexos sobre a campanha ‘Todos por quem cuida’, não havendo assim sequer sinais da entrada de donativos nas receitas desses anos, já nos relatórios e contas de 2022 e 2023 (da responsabilidade de Carlos Cortes) há uma justificação. E é essa justificação acaba por revelar uma relevante ilegalidade por parte dos ‘gestores’ da conta solidária: Miguel Guimarães, Ana Paula Martins e Eurico Castro Alves.

De facto, tanto nas contas de 2022 como nas de 2023, já assinadas por Carlos Cortes como bastonário, é apresentada uma nota às demonstrações financeiras, referindo que, depois da abertura da conta da campanha, em Março de 2020, em nome de Miguel Guimarães, Ana Paula Martins e Castro Alves, estes “ficaram fiéis depositári[o]s de contribuições financeiras para que, no uso criterioso desses fundos, pudessem, de acordo com as necessidades e prioridades, canalizar para as instituições, profissionais e doentes, material ou bens que consider[assem] essenciais”.

Ora, além desta nota consubstanciar uma contabilidade paralela numa iniciativa que envolveu mais de 1,4 milhões de euros – mesmo sem jamais explicar as razões de terem entrado na Ordem dos Médicos mais de 950 mil euros de facturas, que acabarem por ser pagas por essa conta pessoal, não havendo assim qualquer fluxo de caixa perante a assumpção de gastos –, a figura de “fiel depositário” jamais poderia ser usada nestas circunstâncias.

terça-feira, 22 de outubro de 2024

Portugal | NÃO LHES PERDOAI SENHOR, ELES SABEM O MAL QUE NOS FAZEM...

Bom dia. O Curto do Expresso de hoje tem por respeitável autor Vítor Andrade, que vai direitinho ao tema da disciplina de cidadania nos primeiros anos escolares. Fascistas e menos fascistas encartados pelos partidos da direita consideram que ali encontram-se facciosismos de esquerda e que assim não está certo… Pois claro, o que esses tais querem é bagunça por todo o lado e que aprender a sermos cidadãos esclarecidos não lhes convém. A quem não convém? Aos donos disto tudo e seus protegidos às claras e nas ilhargas cheirosas a pilins vastos de encher carteiras e contas bancárias… Pois. Mas disso todos sabemos só que contra nada fazemos. Mas sabemos, e nem precisamos de ir à escola porque sentimos isso mesmo nos ossos, nas peles, na 'desvida'. O socialcarneirismo está em alta, com uma ou outra folga para o povoléu poder balir em protesto. Lá por isso fica tudo na mesma ou mudam enganosos para pior… O costume. O povoléu é cobarde? Sim, demonstra que é e que se acachapa perante os poderosos. Eis a pseudodemocracia em vigor nas faldas do fascismo engravatado, de colarinho branco e ‘oficial’. Papem lá disto que, como os ‘DeDeTês’ dizem, "é democrático”. Pois. Importa é terem ‘tachos’, um cartão azul, verde, laranja, rosa ou até vermelho para apoiar as decisões e repressões inapoiaveis. Essas tais que tratam a maioria do povoléu como ‘coisas’ desprezíveis, sem casas, nem comer, nem uma vida decente e consonante com a real (verdadeira) cidadania a que todos temos direito e não só alguns. Vai daí e ‘eles’ estão melhores nas suas viduxas pomposas em tudo enquanto o povoléu está pior em mais que tudo, até nas ‘migalhas’ enganosas que nos atiram uma vez por outra e que nada resolvem… O costume. Exatamente por isso tudo e o mais que vai vir seremos objectivos: não lhes perdoai senhor, eles sabem perfeitamente o que fizeram, o que fazem e hão-de continuar a fazer. A revolta tarda. Mémémémé...

MM | PG

Quando 'o não assunto’ de que todos falam (Cidadania) quase eclipsou ‘o assunto’ (Orçamento do Estado)

Vítor Andrade, coordenador de economia | Expresso (curto)

Bom dia

Este é o seu Expresso Curto

Antes de mais, um convite: amanhã, às 14h00, "Junte-se à Conversa" com David Dinis e Joana Pereira Bastos, para falar sobre "Aulas de cidadania: há razão para polémica?". Inscreva-se aqui.

Como se costuma dizer na aldeia, esta discussão acerca das aulas de Cidadania ‘pegou de estaca’. Arrancou um aplauso estridente quando, no passado domingo, Luís Montenegro anunciou a revisão dos conteúdos da disciplina, no seu discurso de encerramento do congresso do PSD, e estava feita a sementeira para uma polémica que promete medrar, bem regada de ideologia, à esquerda e à direita, ao longo dos dias que se seguem.

Ontem, segunda-feira, foi tema de abertura sistemática de blocos de noticiosos nas rádios e nas televisões, e presença assídua nas manchetes dos sites de vários jornais.

O primeiro-ministro disse, no domingo, sobre as aulas de Cidadania, que era preciso “libertar esta disciplina das amarras a projetos ideológicos ou de fação” . Um dia depois o seu ministro da Educação, Fernando Alexandre, foi mais suave nas palavras e explicou que “não é o tema mais importante do sistema educativo. Mas se tem gerado algum ruído e se gera algum mal-estar nas famílias (…), então vamos olhar com atenção para isso”.

Mas, afinal há algum perigo ideológico nas aulas de cidadania? O Paulo Baldaia e a Joana Pereira Bastos explicam-lhe, neste podcast do Expresso da Manhã.

E o que é que tudo isto interessa ao cidadão comum da rua? Provavelmente muito próximo de pouco, ou mesmo quase nada; mas, como ‘pegou de estaca’, a bolha política e mediática está a insuflar com este ‘não assunto’, ao mesmo tempo que ‘o assunto’ do Orçamento do Estado (OE) quase caiu no esquecimento.

E foi Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, que já na noite de ontem, na reunião da Comissão Política Nacional do partido, resgatou o tema do Orçamento, que tanta tinta fez correr nas últimas semanas, afirmando que o PS nunca poderia sair sem danos deste processo sobre a tomada de posição relativa ao Orçamento do Estado para 2025, fosse qual fosse o caminho seguido. Para o PS - reconheceu ainda o líder socialista - "não havia uma saída sem desvantagens".

Não se trata do OE mas mexe com números que também nos dizem respeito. O folhetim TAP continua a dar que falar e sabe-se agora que o ministro brasileiro dos Portos e Aeroportos estará em Portugal esta semana e carrega na bagagem o empréstimo obrigacionista da transportadora Azul à TAP, dívida que vence em 2026. Em causa está o pagamento de 198 milhões de euros, dívida a cargo da TAP SGPS, uma empresa em falência técnica.

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Angola | O Estado de Meio Século da Nação -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Onde chegamos e em que estado depende do ponto de partida. Eu faço corridas de metro e meio. Chego ao fim extenuado mas em primeiro lugar. Corro sozinho e dou dois passos mal medidos. O último classificado da maratona chega ao fim todo roto e tem mil vezes mais mérito do que eu, na corridinha em que sou especialista. Sempre que o Presidente da República faz o Discurso Sobre o Estado da Nação ganha estrondosamente. Porque partimos do nada e há muito feito, ainda que ainda mais por fazer.

Na Educação o Executivo distribuiu no início do ano lectivo 42 milhões de manuais escolares, gratuitamente. Há 50 anos nem tínhamos livros e mais de 90 por cento da população era analfabeta. Há 50 anos tínhamos menos de uma centena de professores em todos os graus de ensino. Até eu, burro e mercenário, era professor! Dava aulas de alfabetização nas horas livres. Mesmo deficiente, as minhas alunas e os meus alunos ficaram a ler e escrever muito melhor do que André dos Anjos e Pereira Santana. Batiam-se de igual para igual com o Agualusa.

Hoje Angola tem 250.000 professores e só no último ano lectivo foram admitidos nove mil. Há 50 anos, Agostinho Neto dizia que não podíamos ter alunos sem escolas e escolas sem professores. Ambrósio Lukoki e Artur Pestana (Pepetela), responsáveis do Ministério da Educação, meteram mãos à obra para acabar com essa tragédia. Conseguiram muito. Os seus sucessores, ainda mais. 

A Maratona da Educação é uma corrida muito longa. Nunca mais acaba. Todos os dias abrem novas escolas e continuam poucas. Mesmo assim, no seu Discurso Sobre o Estado da Nação, João Lourenço hoje pôde orgulhosamente revelar dados do muito que se tem feito na área da Educação. Não é propaganda. Acontece mesmo.

Angola há 50 anos só tinha investigação científica no Huambo, por conta do engenheiro Marcelino e sua abnegada equipa. Em Luanda acabou logo após o 25 de Abril, os cientistas e investigadores basaram todos. Hoje temos dezenas de projectos em curso e financiados. 

O Executivo está a garantir formação contínua aos professores. Nascem novos Campus Universitários em todo o país. Partimos de uma universidade com três polos (Luanda, Huambo e Lubango). Hoje temos dezenas de escolas superiores, algumas de elevadíssimo nível científico. No seu Discurso Sobre o Estado da Nação, hoje João Lourenço brilhou ao falar destes ganhos. É verdade, temos mais escolas, mais equipamentos, mais alunos no sistema escolar e muitos mais professores, formados por nós. Grandes vitórias!

terça-feira, 24 de setembro de 2024

Portugal | PSD e aborto: uma história de extremismo

Fernanda Câncio | Diário de Notícias, opinião

Quando noutros países - caso do Reino Unido, em 2022 - governos de centro-direita reforçam a autonomia das mulheres aprovando o “teleaborto” e alargando o prazo legal para as 14 ou mais semanas, por cá temos um PSD que, a respeito do direito das mulheres a decidir, pede meças à direita mais extrema da Europa.

“Abortos medicamentosos em casa passam de medida excecional a permanente em Inglaterra e Gales”. Este é o título de um comunicado do governo britânico datado de 23 de agosto de 2022. Mais abaixo lê-se: “Isto foi publicado durante o governo conservador de Johnson (2019/2022)”.

O comunicado refere-se ao facto de o executivo de Boris Johnson ter decidido transformar em procedimento normal a medida de exceção adotada em março de 2020, no início do confinamento pela pandemia Covid-19, que permitiu o aborto “precoce”, ou “early abortion” (o uso dos medicamentos abortivos é recomendado apenas nas primeiras semanas da gestação; quando esta é mais adiantada, procedimento deve ocorrer em ambiente hospitalar) em “telemedicina”, assim evitando que as mulheres tivessem de se deslocar a serviços de saúde.

“Esta nova legislação permite às mulheres aceder aos medicamentos abortivos por via de teleconsulta, e tomarem os dois medicamentos em casa quando a gravidez não ultrapassar as nove semanas e seis dias [10 semanas de gestação]”, anuncia o texto. Maggie Throup, a ministra da saúde de Johnson, é citada: “O bem-estar e a segurança das mulheres que querem aceder a este serviço é o mais importante. Com estas medidas, as mulheres terão mais escolha no acesso aos serviços de aborto, enquanto se continua a garantir a monitorização de forma a manter a sua segurança.”

A medida, que implicou uma alteração à lei de 1967 que legalizou a interrupção de gravidez no Reino Unido, permite que as mulheres possam receber pelo correio os comprimidos de mifepristone e misoprostol após terem acedido a uma “teleconsulta” (por telefone ou por via digital) com um profissional de saúde. Isto naturalmente significa que não existe um exame médico ou uma ecografia que, como é obrigatório em Portugal, certifique o tempo de gestação: é uma decisão que o profissional de saúde toma com base na conversa com a mulher.
Do mesmo modo, uma anterior norma da lei britânica (que foi copiada para a portuguesa, e por cá se mantém em vigor), segundo a qual tinha de haver intervenção de dois médicos - um para  verificar que a gestação estava dentro do prazo legal e outro para levar a cabo o procedimento - deixa também de fazer sentido: basta um profissional de saúde para fazer a consulta. E nem sequer, como adverte a British Medical Association (a Ordem dos Médicos britânica), tem de ser médico.

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Negligência médica acelera mortes nos hospitais de Angola

Muitos dos pacientes que acorrem aos hospitais públicos angolanos morrem não pela doença, mas por negligência médica, afirmam vários segmentos da sociedade. Em Cabinda, a morte recente de um médico gera indignação.

Em Cabinda, o caso mais recente aconteceu com José Manuel, de 45 anos de idade. Era médico de profissão e padecia de um cancro.

Dias antes de falecer, recebeu notícias do Hospital Geral de Cabinda informando que tinha uma consulta marcada para uma data, mas fora do dia esperado. Dias passaram e o médico veio a falecer, o que gerou a indignação da família.

Em entrevista à DW, Paulo, um dos irmãos do falecido, caracterizou como "desumana" a forma como os médicos da referida unidade hospitalar trataram José Manuel.

"Os médicos no hospital provincial orientaram que ele fosse fazer exame no Hospital Geral, mas posto lá estenderam a data. Isto é discriminar a pessoa, imagine que se como médico foi tratado dessa maneira, e outra pessoa", lamentou.

A morte deste cidadão gerou indignação em vários segmentos da sociedade, inclusive de colegas de profissão.

Num áudio que partilhou nas redes sociais, a ex-secretária provincial de Saúde, Carlota Taty, denuncia o mau funcionamento do Hospital Geral de Cabinda. "Os diretores são todos orgulhosos e não conseguem conversar em condições com os colegas e os pacientes, não recebem doentes graves e o hospital fica como de feitio", criticou.

"Isso foi uma negligência, mesmo a pessoa que o atendeu não viu que estava debilitado? Esse povo reclama, mas no entanto, pergunto: é um hospital de propaganda?", sublinhou ainda a médica.

domingo, 23 de junho de 2024

Portugal | A FALTA DE COMPETÊNCIA, DE HUMANIDADE E DE VERGONHA DOS GOVERNOS*

Doze urgências de obstetrícia e de pediatria fechadas este domingo

Doze urgências de obstetrícia e de pediatria estarão fechadas, este domingo, no país, dia com o maior número desses serviços encerrados, de acordo com a escala até à próxima quinta-feira divulgada pelo Ministério da Saúde.

De acordo com o mapa publicado no portal do Serviço Nacional de Saúde, além das 12 urgências fechadas (sete de obstetrícia e cinco de pediatria), hoje estarão parcialmente abertas ou apenas reservadas aos doentes referenciados pelo CODU e INEM, outras nove, enquanto estarão abertas 24 horas um total de 125 desses serviços em Portugal continental.

Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a região com mais urgências condicionadas ou fechadas até à próxima quinta-feira, com o Alentejo a ser a única região do país com estes serviços totalmente abertos nesse período, indica o mapa de escalas.

Na região de Lisboa e Vale do Tejo, ao longo dos próximos dias, estarão encerradas urgências de obstetrícia e pediatria nos hospitais São Bernardo (Setúbal), de Santarém, Garcia de Orta (Almada), Beatriz Ângelo (Loures), Nossa Senhora do Rosário (Arco Ribeirinho) e Rainha Santa Isabel (Torres Novas).

No caso do Hospital de Santa Maria, o mapa indica que está encerrado temporariamente, devido às obras de remodelação na urgência de obstetrícia.

Os hospitais Amadora-Sintra e São Francisco Xavier terão as urgências de obstetrícia e de pediatria apenas reservadas às urgências internas e aos casos referenciados pelo CODU e INEM e pela linha SNS 24 na maioria dos dias da próxima semana.

No centro, além do encerramento noturno da urgência de pediatria do Hospital de Viseu, o mapa aponta para o fecho, hoje, das urgências de obstetrícia e de pediatria do Hospital de Santo André, em Leiria.

No Alentejo, de acordo com o planeamento das escalas de serviço, todas as urgências estarão abertas até quinta-feira, enquanto no Algarve estavam previstos constrangimentos no funcionamento das urgências de obstetrícia do Hospital de Faro na sexta-feira e no sábado.

No Norte, as dificuldades de funcionamento de urgências vão registar-se no atendimento da pediatria no Hospital de Chaves durante toda a semana, assim como no Hospital da Póvoa do Varzim hoje e na segunda-feira.

Segundo o Ministério da Saúde, este formato, que pode ser atualizado diariamente, foi concebido para divulgar, de "forma imediata e expedita", as escalas dos serviços de urgência disponíveis, ainda que, por "constrangimentos inultrapassáveis", estes dados possam sofrer alterações pontuais.

Jornal de Notícias, com agências | * Título PG

quinta-feira, 20 de junho de 2024

OS POLÍTICOS SÃO QUASE TODOS ‘GÉMEOS FALSOS’ – diferentes mas iguais no piorio

Expresso Curto é o que trazemos nesta manhã em que se anuncia calor e bom tempo veranil mas que é mentira. Andam nessa mentira há tempo demais e o resultado está à vista, as alterações climáticas também não são combatidas. De mentira em mentira os governos e os ‘sábios’ do ramo nada fazem de positivo apesar de saberem há imensas décadas que vão fazendo de conta que tudo fazem para respeitar a natureza e a humanidade planetária. Sobrevivemos (os que sobrevivem) num mundo de mentiras pelos ditos ‘dótores’ capacitados, políticos e empresários criminosos em conluio que o que buscam são lucros enormes e imorais a qualquer preço, mesmo que devastadores para o planeta e para todos nós. E por aí todos eles andam impampes na sua ignorância saloia e focados em seus umbigos e suas vistas curtas e avaras. Enganar as plebes são seus objetivos, em busca de melhores tachos e de riquezas acumuladas… Assim não são todos esses falsários mas são demasiados. Não só em Portugal mas por todo o mundo. Obviamente que Portugal não é excepção.

Pois, pois. Este é o Expresso Curto, comandado pela jornalista Lia Pereira do burgo do simpático tio Balsemão/Impresa e mais o que vier. Social-democrata de raiz, maleita de família, talvez excepto nas novas gerações. É a vida.

Navegar. É o que fazemos por oceanos revoltados que só vitimizam os povos. Olhai o Mar Mediterrâneo, um cemitério dos racistas da União Europeia. Desses pseudo-democratas da treta e das desumanidades. Imensos 'gémeos falsos'...

A retórica basta, por agora. Vamos longos apesar de pouco dizer. Passemos para o Curto assumido por Lia e onde se aborda o Tanto Mar de Chico, brasileiro da primavera pá. E mais.

Mergulhe aqui, neste Curto com quase todos os condimentos fora de prazo desta Pátria Lusa de Além Mar. Afinal do Mundo que dos Oceanos faz Fossas Pantanosas e Fétidas. É a democracia. Dizem, mentindo.

Hoje, como antes, há gémeas (idênticas), Marcelo e Filho, muito blá-blá e matilhas de sete cães a um osso com Sales à mistura e outros que afinal só concorreram para um ato de humanidade a favor de duas crianças portuguesas… Mas também brasileiras. Pena que não tivessem logo começando a andar normalmente porque os 'gémeos falso's políticos e ‘justiceiros’ contestários, pidescos, bradariam milagre da Fátima, assim medalhariam garbosamente tudo e todos os intervenientes, incluindo eles próprios. Principalmente eles próprios...

Avante. Vamos nessa.

Bom dia e um Queijo da Serra acompanhado por um Borba tinto à maneira.

Deglutem-no neste Curto a seguir. Não demasiado. Cuidado com o veneno parlamentar ascorosamente político e da pseudojustiça que viola o dito segredo dela impunemente por troca de uns milhares - julgamos nós, os plebeus. Tudo 'gémeos falsos'. Além de tudo isso ainda há a CNN, Centro das Notícias Néscias. Assunto que ficará para depois.

MM | Redação PG

domingo, 16 de junho de 2024

Portugal | MINISTRA DA SAÚDE: UMA BAIXA ANUNCIADA?

José Mendes* | Diário de Notícias | opinião

Todos os primeiros-ministros cometem erros de casting no exercício de comporem o seu elenco governativo. É inevitável que assim seja, face ao jogo de influências que visa a promoção de determinadas figuras ou, ainda mais surpreendente, face ao plano de autopromoção que algumas pessoas montam para, a longo prazo, se venderem como elegíveis. Este é um fenómeno transversal às duas ou três cores partidárias que têm sido governo em Portugal. Como governante, observei e convivi com casos desses, que incluíam colegas descritos pela imprensa como distintos académicos, quando na realidade não tinham saído da base da carreira, pseudo-especialistas com lacunas gritantes e escassa capacidade analítica ou negociadores inexperientes incapazes de mediar ou suportar a pressão. 

O que já é evitável é a continuidade destes elos fracos, que vão contaminando a ação governativa e corroendo a reputação e a coesão do governo. É consensual que, independentemente do episódio do comunicado da PGR e subsequente pedido de demissão de António Costa, o erro do então primeiro-ministro foi deixar que um governo de maioria absoluta entrasse em morte lenta devido a muito discutíveis escolhas de ministros e, pior, à recusa em remodelar. 

Este é um daqueles casos em que o mal se corta pela raiz. Não me refiro aos casos em que um ministro começa titubeante, necessitando de algum tempo para ajustar a forma e o conteúdo. O que deve ser travado é aquele caso do ministro que tem alguma tendência para faltar à verdade – ou porque mente ou porque descura o rigor –, que hostiliza gratuitamente a máquina administrativa que, no fim do dia, é o seu braço armado para a mudança, e que tem tendência para atiçar o fogo, causando incêndios por todo o lado.

Lamentavelmente, esse parece ser o caso da atual ministra da Saúde, Ana Paula Martins, apesar de estar em funções há tão pouco tempo. A sua fama vem já do tempo em que era gestora no Hospital de Santa Maria e teve de gerir o dossier do serviço de Ginecologia e Obstetrícia, causando tensões e até uma certa debandada bem demonstrativas de uma notória ausência de talento para a liderança.

quinta-feira, 6 de junho de 2024

PORTUGAL E UE DE RASTOS. CRIMINOSOS NOS PODERES CIVIS, MILITARES E OUTROS

Do Diário de Notícias extraímos títulos, subtítulos e breves resumos sobre a podridão criminosa que prevalece em Portugal. Hoje, tudo isto, numa assentada. Nem é preciso procurar muito. 

Também sobre a dita extrema-direita da UE podemos constatar as realidades do avanço de uma União Europeia nazi-fascista e anti-democrática que se reforçará nas próximas eleições em prejuízo dos povos europeus. Testemunhas e vítimas comprovativas disso são as desigualdades fomentadas por criminosos falsamente ditos "honestos e democráticos". O exemplo está em Portugal e noutros países europeus com o cerco aos mais pobres e o avanço planeado da pobreza.

Tudo isso no Diário de Notícias e noutros com palavras 'maviosas' da família das fake news e das desonestidades de políticos e empresários e 'dótorados' sem escrúpulos sobre povos manipulados nos enganos e em seus próprios prejuízos em prol dos imoralmente mais ricos denodadamente javardos conspiratórios da decência, da justiça, da moralidade e da democracia de facto.

Vá ler no DN, a seguir - redação PG

Tráfico de influência, abuso de poder e burla qualificada. Lacerda Sales constituído arguido no caso das gémeas

PJ realiza buscas no Ministério da Saúde e no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Secretaria de Estado da Saúde e Instituto da Segurança Social também visados na operação, que envolve cerca de 40 inspetores e visa cumprir onze mandados de busca. 

Gémeas luso-brasileiras. Perguntas e respostas sobre o caso que levou a buscas no Ministério da Saúde e no Santa Maria

De Marcelo a Temido. Quem são os nomes que cada partido quer ouvir no caso das Gémeas?

"É imperdoável". Marcelo confirma que cortou relações com o filho após caso das gémeas brasileiras

CORRUPÇÃO CRESCE

Corrupção na Defesa. Despedimento disciplinar para dois diretores acusados

O ministro da Defesa, Nuno Melo, decidiu a sanção máxima para os dois altos quadros

HAJA JUSTIÇA... QUE TAMBÉM ESTÁ DE RASTOS

Caso EDP. Manuel Pinho e Ricardo Salgado conhecem hoje decisão do tribunal

CONDENADOS - Atualização: O ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, foi condenado esta quinta-feira a 10 anos de prisão efetiva pelos crime de corrupção, fraude fiscal e branqueamento, no âmbito do julgamento do caso EDP. Já o antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, foi condenado a seis anos e três meses de prisão pelos crimes de corrupção e branqueamento. Alexandra Pinho, mulher do ex-ministro, foi condenada a quatro anos e oito meses, uma pena suspensa na execução.  

A juíza considerou que "foi celebrado um pacto corruptivo” entre Ricardo Salgado e Manuel Pinho, dando como provado que o ex-ministro e a mulher, Alexandra Pinho, receberam ilegalmente quase cinco milhões de euros (4 milhões e 943 mil euros), segundo a SIC

UNIÃO EUROPEIA NO RUMO DO FASCISMO

Arrancam eleições em que a extrema-direita deverá ganhar peso

Retrato do ambiente eleitoral dos cinco países mais populosos da União Europeia,

AS DESIGUALDADES GERADAS PELOS PODEROSOS CRIMINOSOS

Alunos estão a chumbar menos mas insucesso ainda é maior entre os mais pobres

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Robótica e Pratos Vazios – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A Escola Grande do Cazenga está a desmoronar-se. Foi lá que milhares de crianças aprenderam a ler, escrever, contar e amar Angola. Daquelas salas saíram dirigentes políticos, profissionais de todos os ofícios, sobas pequenos, médios e grandes. Como de todas as escolas. O belo edifício, moderno, está a cair porque não teve nunca manutenção.  

As ministras e ministros da Educação comem e bebem todos os dias. Tomam banho. Lavam os dentes. Fazem exercício (ou deviam fazer…). Vestem, calçam, perfumam-se. Cuidam de si. Mas esqueceram-se que a Escola Grande do Cazenga também precisa de cuidados.

Os administradores e administradoras municipais, ao longo dos anos, gerem o meu Cazenga. Cuidam da sua saúde, do seu bem-estar, das suas vidas, das suas contas bancárias. Mas esqueceram-se de cuidar do edifício da Escola Grande. Por isso tiveram de retirar, à pressa, as crianças das salas e distribuí-las por outos estabelecimentos de ensino do município. Mesmo a tempo de não fazerem do meu Cazenga a Faixa de Gaza.

A Grande Batalha de Luanda teve três fases. A primeira foi contra os independentistas brancos, em 1974. Participei nesses combates para protecção das indefesas populações dos musseques. Aproveito para manifestar a minha gratidão aos jovens angolanos que cumpriam serviço militar obrigatório no ASMA, no RI20, nos “Dragões”, no Grupo de Artilharia, nas unidades do Grafanil e de lá retiraram armas, munições e granadas de mão para enfrentarmos os matadores. Um agradecimento especial aos Comandantes Ingo e Tetembwa, que a partir do Comité Dona Amália comandavam os combatentes. 

Esta Grande Batalha culminou com a conquista do quartel-general das tropas zairenses que, sob a capa da FNLA, matavam luandenses. Esses militares estavam instalados na fábrica de borracha, no Cazenga. Numa noite de Cacimbo, as FAPLA atacaram as tropas estrangeiras. Uma batalha terrível. Tiros por todos os lados. Eu cobria o acontecimento. As balas assobiavam por cima das nossas cabeças. Percebi que dali não saímos vivos.

O Comandante António José Maria (General Zé Maria) chegou ao grande largo do Cazenga com um morteiro e um ajudante. Montou a arma e começou a disparar, de peito aberto, ante o fogo nutrido do inimigo. De imediato se levantou uma espessa nuvem de fumo. O armazém da borracha tinha sido atingido. Os invasores morreram ou fugiram! Enquanto duraram os combates, as Mamãs andavam no meio do tiroteio e das explosões, servindo-nos canecas de café! Percebi que ninguém derrota um povo assim. E vencemos. Venceremos sempre.

O Cazenga já era o meu bairro. Vivi lá, na casinha de adobe da minha Tia Teresa, que está sepultada no Cemitério Novo (Sant’Ana). Desde aquela noite de Cacimbo passou a ser o meu Cazenga. Os poderes instituídos deixaram apodrecer a Escola Grande. Os netos das Mamãs que nos serviram canecas de café ficaram ainda mais pobres.

A política de Saúde do Executivo é inquietante. Apresente-se uma alma caridosa que explique ao Titular do Poder Executivo e à senhora ministra da Saúde que em Angola morrem crianças subnutridas. Com diarreias e Infecções respiratórias. Malária. Porque não têm medicamentos. Porque não têm um posto ou centro de saúde. Porque não têm médicos e enfermeiros. Porque não há informação e educação para a saúde. Angola não tem uma rede de cuidados primários de saúde digna desse nome. Não tem técnicos de saúde nas comunidades do interior. Nem sequer nos centros urbanos.

A resposta do Executivo é suicida. Todos os meses anunciam a abertura de um novo hospital com equipamentos modernos, de encher o olho. Não fazem falta? Claro que fazem. Mas antes dos grandes hospitais, das tecnologias de ponta, precisamos de visitadoras e visitadores sanitários. Precisamos de evitar as doenças para nunca termos der ir parar aos grandes hospitais. A saúde materna e infantil é prioritária. E isso faz-se nos cuidados primários, não é nos grandes hospitais que custam biliões, sendo pelo menos um bilião para quem contrata a obra.

Angola tem crianças que morrem porque as Mamãs não têm comprimidos contra a malária. Porque a água que consomem está inquinada. Porque vivem sem saneamento básico. Porque a alimentação é pouca ou não tem qualidade nem diversidade. Imaginem quantos biliões de comprimidos contra a malária compramos, com dez por cento dos aparelhos de ponta com que equipamos grandes hospitais. Está errado! Há crianças que não têm vitaminas nem proteínas, por isso morrem ou ficam doentes. Raquíticas. Imaginem quantas pílulas de vitaminas compravam, com um décimo do dinheiro que gastam em aparelhos que muitas vezes ficam a apodrecer nos caixotes.

Hoje a TPA fez manchete com a cirurgia robótica. Veio uma equipa dos EUA a Luanda, foi recebida pelo Presidente da República a no Palácio da Cidade Alta. O chefe do grupo falou ante as câmaras sobre os benefícios das cirurgias com robôs (aquilo é pouco invasivo) e já está vendido o peixe podre. A fuba podre. A fruta bichada. Assim se manipula. Assim se aldraba. Assim se engana. Perguntem aos esforçados médicos, enfermeiros e outros técnicos de saúde que trabalham nas províncias, no mundo rural, se precisam de cirurgia robótica. Perguntem-lhes o que falta nas suas unidades sanitárias. 

Não nos atirem com areia para os olhos. Não enganem o povo porque o povo é o MPLA. Não desinformem. Não enganem. Nesta altura do campeonato, Angola não pode investir em hospitais de ponta. Não pode torrar milhões em cirurgia robótica. Angola tem de criar uma rede eficaz, alargada a todos os recantos do país, de cuidados primários de saúde. Angola tem de investir milhões na saúdem materna e infantil. Depois venha daí a cirurgia robótica. 

Sabem que mais? A reportagem da TPA sobre a cirurgia robótica no Hospital Cardeal Alexandre do Nascimento é uma coisa pornográfica. Porque no mesmo país a Escola Grande do Cazenga está  a ruir de podre. Porque naquele momento morreram mais crianças com doenças facilmente curáveis com medicamentos baratos. Respeitem o povo, porque o povo é o MPLA e o MPLA é o povo. Ou já não é assim? 

Enão digam, sinceramente, francamente, olhos nos olhos. Digam ao Povo Angolano que o MPLA agora é uma espécie de parque do Iona onde a classe possidente se diverte e abastece os bolsos de milhões. Um pedido. Não deixem cair a Escola Grande do Cazenga. Nem que tenham de comorar ao estado terrorista mais perigoso dom mundo robôs de construção civil.

* Jornalista

Mais lidas da semana