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segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Gaza sufocada sem direito à comunicação. Um conflito letal também para os jornalistas

Nas últimas três semanas de outubro, mais de trinta jornalistas perderam a vida enquanto trabalhavam em reportagens na Faixa de Gaza. O conflito, que já causou dezenas de milhares de vítimas, não exclui os profissionais da imprensa.

Sergio Ferrari | Monitor do Oriente | # Publicado em português do Brasil

Para a Federação Internacional de Jornalistas (IFJ), uma organização com sede em Bruxelas, Bélgica, que reúne mais de 600.000 jornalistas de 140 países, é essencial que os protagonistas desse novo conflito respeitem o direito à informação.

“Respeite a segurança dos jornalistas em Gaza”.

Durante sua recente visita à Suíça, o jornalista francês Anthony Bellanger, atual Secretário Geral da FIJ, ratificou de Berna, Lausanne e Genebra o apelo que a FIJ fez em 13 de outubro à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que também lida com grandes questões ligadas à informação. “Os trabalhadores da mídia em áreas de conflito armado devem ser tratados e protegidos como civis e devem ter permissão para realizar seu trabalho sem interferência”, disse Bellanger.

Ele antecipou que sua organização está solicitando à UNESCO um apoio solidário excepcional para permitir que os jornalistas palestinos comprem coletes à prova de balas, capacetes e equipamentos de primeiros socorros. A solicitação também inclui os meios para estabelecer uma casa de imprensa em Khan Younes, Gaza, para permitir que os jornalistas estrangeiros baseados no Cairo que entram por Rafah possam desempenhar adequadamente suas funções profissionais no local.

Há apenas alguns dias, a IFJ pediu aos protagonistas do conflito que “façam todo o possível para proteger os jornalistas e profissionais da mídia”. Ela os lembrou de que “há um intenso interesse (e preocupação) em todo o mundo sobre esse conflito, mas que as pessoas só entenderão o que realmente está acontecendo se os jornalistas tiverem permissão para fazer seu trabalho”.

segunda-feira, 17 de abril de 2023

Não há paz à vista. “Tenho medo de que tempos mais difíceis estejam chegando”

UM PONTO DE VISTA RUSSO

Não consigo adivinhar as datas em que a “velha paz” retornará e quando terminará a liderança colonial do bilhão de ouro. Nem tenho certeza de que viveremos para ver esse novo mundo. Receio que venham tempos ainda mais difíceis porque o chamado bilhão de ouro lutará até o fim e por todos os meios para manter sua hegemonia. Foi assim que Yevgeny Primakov, um dos políticos russos mais jovens e progressistas da atualidade, respondeu à pergunta de “Novosti” sobre o momento em que espera o retorno do “mundo à moda antiga”.

Global Research, em South Front | # Traduzido em português do Brasil

Primakov "o mais jovem" é hoje o chefe da Rosotrudnichestvo, a Agência Federal Russa para Assuntos da CEI, compatriotas no exterior e cooperação humanitária internacional. Ele veio a Belgrado com a ocasião de marcar o aniversário da Casa Russa na metrópole sérvia. Como antes, ele ficou feliz em falar pela Večernje Novosti.

Dragan Vujicic (DV): Como você vê as chances de paz em Moscou hoje?

Yevgeni Primakov (YP):  Em primeiro lugar, gostaria de ver a paz entrar em vigor imediatamente, e não conheço ninguém na liderança da Rússia que seja a favor da guerra. No início da Operação Militar Especial, nosso presidente declarou seus objetivos: entre outros, a desnazificação da Ucrânia em prol da paz. E é por isso que nossas tropas estão lutando pela paz hoje. Infelizmente, as chances da paz reinar em breve não são muito altas. Nossa vitória no campo de batalha aumentará as chances. 

DV:  O mundo mudou fundamentalmente nesses mais de 400 dias de guerra?

YP:  Primeiro, eu não diria que esses 400 dias mudaram o mundo. Essa mudança aconteceu antes. Alertamos o Ocidente há pelo menos 16 anos sobre o que estava acontecendo e sobre a mudança em toda a lógica das relações internacionais. Dissemos ao “ocidente” e aos EUA para ler e entender as palavras de nosso presidente. Vladmir Vladmirovich apontou claramente que a expansão constante da OTAN é um perigo para a segurança nacional da Rússia e, em Munique, ele descreveu a todos os interesses da Rússia no campo da segurança.

DV:  E o que aconteceu então?

YP:  Os americanos simplesmente declararam que esse discurso era a retórica mais agressiva e perigosa até então. Anos depois, em dezembro de 2021, a Rússia propôs um conjunto de condições para nossa convivência nas relações com as potências ocidentais. Entre outras coisas, eles falaram sobre garantias juridicamente vinculativas entre os dois lados e a retirada das armas da OTAN de nossas fronteiras. O Ocidente nos disse Não – em todos os aspectos!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

SÓ A PLURIDADE DE INFORMAÇÃO PODE PREVENIR A GUERRA

A percepção dos factos varia segundo os indivíduos. Acima o mesmo símbolo é lido como « 6 » por um e como « 9 » pelo outro.

Thierry Meyssan*

No mundo inteiro, observamos uma miríade de médias, mas sem nenhum pluralismo entre elas. Todos bebem das mesmas fontes que veiculam a mesma visão dos factos. Ora, todos sabemos que se os factos se passam de uma única forma, a maneira como os apreendemos é variada. Já na década de 80, a UNESCO havia posto em evidência o « imperialismo de informação »; essa maneira de impor uma única percepção e de negar todas as outras. Hoje, esta dominação manifesta-se com os News Checkers. O único meio de nos libertarmos deste sistema é, não o de criar novos média, mas novas agências de notícias.

Após a Segunda Guerra mundial, o Direito Internacional moderno foi estabelecido com a ideia de combater a « propaganda de guerra » (Resolução 110 da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 3 de Novembro de 1947 [1] e Resolução 381 de 17 de Novembro de 1950 [2]). Rapidamente, os legisladores internacionais, quer dizer os Estados soberanos, acordaram que não se podia lutar contra a guerra senão velando pela « livre circulação das ideias » (Resolução 819 de 11 de Dezembro de 1954 [3]).

Ora, no decurso dos últimos anos, assistimos a um recuo extraordinário que nos priva do pensamento dos outros, nos expõe à propaganda de guerra e, por fim, nos precipita para um conflito mundial.

Este fenómeno começou com a censura privada nas redes sociais do Presidente em exercício dos Estados Unidos, depois continuou com a censura pública dos média (mídia-br) russos no Ocidente. Agora, o pensamento alheio já não é entendido como um instrumento de prevenção das guerras, mas como um veneno que nos ameaça.

Estados ocidentais dotam-se de instâncias encarregadas de « rectificar » as informações que eles dizem falsificadas (Fake News) [4]. A OTAN pensa na criação de uma unidade, baptizada Information Ramstein, encarregue de censurar já não mais as fontes de informação russas, mas as ideias russas no meio dos 30 Estados membros da Aliança Atlântica [5].

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