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segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

“7 PAÍSES EM 5 ANOS” – MUDANÇA DE REGIME NO IRÃO EM BREVE?

Nas primeiras horas da manhã do último domingo, ocorreu uma mudança geopolítica sísmica quando a presidência de 24 anos de Bashar al-Assad na Síria chegou ao fim de forma dramática.

Gavin O'Reilly | South Front | # Traduzido em português do Brasil

Começando apenas onze dias antes, uma ofensiva liderada pelo grupo Hay'at Tahrir al-Sham (HTS), apoiado pelo Ocidente, resultou na captura de vastas faixas de território controlado pelo governo, incluindo, talvez mais notavelmente, a cidade-chave de Aleppo. Uma das primeiras grandes cidades a ser capturada por grupos de oposição em meio ao início do conflito, Aleppo seria libertada em dezembro de 2016 em uma ofensiva do Exército Árabe Sírio, com ataques aéreos russos desempenhando um papel fundamental no apoio. Assim, para a cidade cair novamente nas mãos de insurgentes era um sinal de mau agouro.

À medida que os militantes começaram a se aproximar da capital Damasco, logo ficou claro que o destino de Assad estava selado. Deixando o país ao lado de sua família em um voo fretado logo depois, o ex-presidente sírio receberia asilo em Moscou, encerrando uma tentativa coordenada de 13 anos por vários poderes de derrubar seu governo.

segunda-feira, 18 de março de 2024

A inovação militar disruptiva da Resistência pode determinar o destino de Israel

Quer os EUA e a Europa gostem ou não, o Irão é um importante actor político regional, escreve Alastair Crooke.

Alastair Crooke* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

Olhando para trás, para o que escrevi em 2012, no meio da chamada Primavera Árabe e das suas consequências, é surpreendente o quanto a Região mudou. Agora está quase 180° reorientado. Então, eu argumentei,

“Que o “Despertar” da Primavera Árabe está a dar uma guinada, muito diferente do entusiasmo e da promessa com que foi saudado no início. Nascida de um amplo impulso popular inicial, está a tornar-se cada vez mais compreendida, e temida, como uma nascente “revolução cultural” contra-revolucionária – uma reculturação da região na direcção de um cânone prescritivo que está a esvaziar os primeiros altos expectativas…

“Esse impulso popular associado ao 'despertar' foi agora incluído e absorvido em três grandes projectos políticos associados a este impulso para reafirmar [a primazia sunita]: um projecto da Irmandade Muçulmana, um projecto saudita-catari-salafista, e um projecto [jihadista radical ] projeto.

“Ninguém conhece realmente a natureza do [primeiro projeto] o projeto da Irmandade – se é o de uma seita; ou se for verdadeiramente dominante... O que é claro, porém, é que o tom da Irmandade em todo o lado é cada vez mais o de uma queixa sectária militante. O projecto conjunto saudita-salafista foi concebido como um contraponto directo ao projecto da Irmandade – e [o terceiro] foi o intransigente radicalismo sunita [wahhabismo], financiado e armado pela Arábia Saudita e pelo Qatar, que visa, não conter, mas sim, substituir o sunismo tradicional pela cultura do salafismo. isto é, procurou a “salifização” do Islão sunita tradicional.

“Todos estes projetos, embora possam sobrepor-se em algumas partes, são fundamentalmente concorrentes entre si. E [estavam] a ser incendiados no Iémen, no Iraque, na Síria, no Líbano, no Egipto, no norte de África, no Sahel, na Nigéria e no Corno de África.

[Não é de surpreender] …“Os iranianos interpretam cada vez mais o estado de espírito da Arábia Saudita como uma sede de guerra, e as declarações do Golfo têm muitas vezes aquele toque de histeria e agressão: um editorial recente no al-Hayat, de propriedade saudita, declarou: “O clima no CCG O [Conselho de Cooperação do Golfo] indica que as questões caminham para um confronto CCG-Irão-Rússia em solo sírio, semelhante ao que ocorreu no Afeganistão durante a Guerra Fria. É certo que foi tomada a decisão de derrubar o regime sírio, visto que isso é vital para a influência regional e a hegemonia da República Islâmica do Irão”.

Bem, isso foi então. Quão diferente é o cenário hoje: a Irmandade Muçulmana é em grande parte uma “cana quebrada”, comparada com o que era; A Arábia Saudita “apagou efectivamente as luzes” do jihadismo salafista e está mais focada em cortejar o turismo, e o Reino tem agora um acordo de paz com o Irão (mediado pela China).

“A mudança cultural no sentido de reimaginar uma política muçulmana sunita mais ampla” , como escrevi em 2012, sempre foi um sonho americano, que remonta ao documento político 'Clean Break' de Richard Perle de 1996 (um relatório encomendado pelo então governo de Israel) - PM, Netanyahu). As suas raízes residem na política britânica do pós-guerra II de transplantar a robusta família notável da era otomana para o Golfo, como uma camada dominante anglófila que atendia aos interesses petrolíferos ocidentais.

quarta-feira, 13 de março de 2024

O debate sobre Israel como 'porta-aviões dos EUA'

Diana Johnstone responde aos comentários dos leitores sobre “O mito de Israel como 'porta-aviões dos EUA'”, um artigo que ela escreveu recentemente em coautoria com Jean Bricmont. 

Diana Johnstone* | Especial para Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Como era de esperar, dada a extrema complexidade da relação EUA-Israel, o nosso recente artigo sobre “ O mito de Israel como 'porta-aviões dos EUA' no Médio Oriente ”, longe de resolver esta questão controversa, suscitou inúmeras objecções. Vemos estas divergências como um convite à resposta, na esperança de que um debate amigável possa contribuir para o esclarecimento das questões.

A imagem do porta-aviões

Um leitor pergunta-nos diretamente “de que indivíduo ou entidade a citação ‘O mito de Israel como “porta-aviões dos EUA” no Médio Oriente” foi emprestada ou atribuída?” 

Não existe uma resposta única, na medida em que esta imagem é utilizada com bastante frequência, originalmente por defensores da aliança EUA-Israel, para justificá-la. Que os sionistas façam esta afirmação é de esperar, e não é mais credível do que as suas outras reivindicações.

O nosso questionamento desta expressão dirige-se principalmente aos amigos pró-Palestina, geralmente na esquerda, que aceitam e difundem a crença de que Israel é um “ativo estratégico” dos EUA, geralmente significando que contribui para o controlo dos EUA sobre o petróleo do Médio Oriente. 

Esta suposição baseia-se frequentemente na noção de que uma potência capitalista deve agir no seu próprio interesse económico e, portanto, não pode ser enganada pela ideologia ou pelo suborno para agir contra os seus próprios interesses. 

Não querendo envolver-nos em ataques ad hominem contra comentadores com quem concordamos em grande parte sobre quase tudo o resto, temos sido relutantes em citar nomes. Mas aqui vai: um exemplo perfeito é uma entrevista recente com o excelente economista Michael Hudson feita por Ben Norton. Ambos se identificam como marxistas. A entrevista deles é intitulada “Israel como porta-aviões pousado”.

Norton inicia a sua entrevista citando a notória declaração de Biden: “se não houvesse Israel, teríamos que inventar um”. 

Michael Hudson retoma o tema. Ele sublinha que o apoio dos EUA a Israel “não é altruísta” (sem dúvida) e fornece a sua própria explicação.

“Israel é um porta-aviões que pousou no Oriente Próximo. Israel é o ponto de partida para a América controlar o Próximo Oriente… Os Estados Unidos sempre consideraram Israel apenas como a nossa base militar estrangeira…” 

Sua justificativa inicial para esta afirmação é histórica. 

“Quando a Inglaterra aprovou pela primeira vez a lei dizendo que deveria haver um Israel, a Declaração Balfour, foi porque a Grã-Bretanha queria controlar o Próximo Oriente e os seus fornecimentos de petróleo…”

No entanto, sustentamos que as razões para a Declaração Balfour (discutidas detalhadamente no livro de Alison Weir que citamos) estão há muito desactualizadas e não podem explicar a actual devoção oficial dos EUA a Israel.

Quando Israel surgiu, após a Segunda Guerra Mundial, os EUA tinham efectivamente assumido o controlo da região e das suas fontes de petróleo e não tinham nenhum interesse particular em Israel.

domingo, 3 de março de 2024

BLOG DE GAZA: Novos massacres em Deir Al-Balah, Rafah

Delegação do Hamas no Cairo | Mais crianças mortas pela fomeDia 149

Pela equipe do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

As forças israelitas levaram a cabo novos massacres em toda a Faixa de Gaza, particularmente em Deir Al-Balah, Rafah e Khan Yunis.

Mais crianças morreram de fome enquanto Israel continua a impedir a entrada de camiões de ajuda humanitária na Faixa e a bombardear comboios humanitários. 

Uma delegação do Movimento de Resistência Palestina Hamas teria chegado ao Cairo para negociações de trégua. Enquanto isso, a Resistência continua…

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 30.410 palestinos foram mortos e 71.700 feridos no genocídio em curso de Israel em Gaza, iniciado em 7 de outubro.

Clique aqui para ver os blogs anteriores.

ULTIMAS ATUALIZAÇÕES

Domingo, 3 de março, 15h30 (GMT+2)

RELATOR DA ONU SOBRE O DIREITO À ALIMENTAÇÃO: A única forma de cessar-fogo é impor sanções a Israel.

ESCRITÓRIO DE MÍDIA DO GOVERNO DE GAZA: Lançamentos aéreos de ajuda contornam soluções radicais para o problema.

MÍDIA PALESTINA: o número de mortos resultantes dos ataques israelenses a Rafah durante as últimas 24 horas subiu para 31.

WSJ: 60% dos eleitores americanos desaprovam a forma como Biden lidou com a guerra.

HAMAS: Denunciamos a tentativa da Segurança da AP de sequestrar Qais al-Saadi.

Domingo, 3 de março, 14h (GMT+2)

ESCRITÓRIO DE MÍDIA DO GOVERNO DE GAZA: Israel está cometendo massacres sem prestar atenção aos avisos.

QATARI FM: Continuamos os esforços de mediação para alcançar um cessar-fogo em Gaza.

MÍDIA PALESTINA: Israel bombardeou um caminhão de ajuda humanitária em Deir al-Balah com dois mísseis.

BRIGADAS DE AL-QUDS: Emboscamos uma força de ocupação no campo de Nour Shams.

DEFESA CIVIL DE GAZA: A ajuda lançada por via aérea não equivale a dois camiões.

Domingo, 3 de março, 13h (GMT+2)

HEZBOLLAH: Alvejamos dois sistemas de vigilância israelenses nos locais de Al-Manara e Al-Matula, confirmando ataques diretos nos dois locais.

PRCS: A ocupação tem como alvo comboios de socorro para aprofundar a crise da população de Gaza.

AL-JAZEERA: A reunião da delegação do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) com os mediadores catarianos, egípcios e americanos no Cairo terá início às duas horas.

MÍDIA PALESTINA: 20 palestinos para o Hospital Kamal Adwan (fora de serviço) após o bombardeio da ocupação na noite passada contra duas casas no campo de Jabalia e na área de Al-Saftawi, ao norte da cidade de Gaza.

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Como a ‘asabiyya’ do Iémen está a remodelar a geopolítica

A palavra árabe Asabiyya, ou “solidariedade social”, é uma frase de efeito no Ocidente, mas levada muito a sério pelos novos concorrentes do mundo, China, Rússia e Irão. É, no entanto, o Iémen que está a integrar a ideia, sacrificando tudo pela moralidade colectiva do mundo, numa tentativa de acabar com o genocídio em Gaza.

Pepe Escobar | The Cradle | # Traduzir em português do Brasil

Quando há uma mudança geral de condições,

É como se toda a criação tivesse mudado

e o mundo inteiro foi alterado,

como se fosse uma criação nova e repetida,

um mundo trazido à existência novamente. 

- Ibn Khaldun 

As forças de resistência Ansarallah do Iémen deixaram bem claro, desde o início, que estabeleceram um bloqueio em Bab el-Mandeb e no sul do Mar Vermelho apenas contra navios de propriedade ou destinados a Israel. O seu único objectivo era e continua a ser deter o genocídio de Gaza perpetrado pela psicopatia bíblica israelita . 

Em resposta a um apelo de base moral para acabar com o genocídio humano, os Estados Unidos, mestres da Guerra Global  do Terror (itálico meu), previsivelmente redesignaram os Houthis do Iémen como uma “organização terrorista”, lançaram um bombardeamento em série de forças subterrâneas instalações militares de Ansarallah (assumindo que a inteligência dos EUA sabe onde estão) e montou uma mini-coligação de voluntários que inclui os seus vassalos do Reino Unido, Canadá, Austrália, Holanda e Bahrein.   

Sem perder o ritmo, o Parlamento do Iémen declarou os governos dos EUA e do Reino Unido como “Redes Terroristas Globais”.

Agora vamos falar de estratégia. 

Com um único movimento, a resistência iemenita aproveitou a vantagem estratégica ao controlar de facto um gargalo geoeconómico chave: o Bab el-Mandeb. Assim, podem infligir sérios problemas aos sectores das cadeias de abastecimento globais, do comércio e das finanças. 

E Ansarallah tem potencial para duplicar a sua aposta – se necessário. Comerciantes do Golfo Pérsico, extraoficialmente, confirmaram rumores insistentes de que o Iémen pode considerar a imposição do chamado Triângulo de Al-Aqsa – apropriadamente nomeado após a operação de resistência palestiniana de 7 de Outubro, que visava destruir a Divisão militar israelita de Gaza e tomar cativos como forma de alavancar numa amplo acordo de troca de prisioneiros. 

Tal medida significaria bloquear selectivamente não só a rota de Bab el-Mandeb e do Mar Vermelho para o Canal de Suez, mas também o Estreito de Ormuz, cortando o fornecimento de petróleo e gás a Israel do Qatar, da Arábia Saudita e dos EAU - embora os principais fornecedores de petróleo para Israel são, na verdade, o Azerbaijão e o Cazaquistão. 

Esses iemenitas não têm medo de nada. Se conseguissem impor o triângulo – neste caso apenas com o envolvimento directo do Irão – que representaria o Grande Projecto do General da Força Quds, Qassem Soleimani, assassinado pelos EUA, com esteróides cósmicos. Este plano tem o potencial realista de finalmente derrubar a pirâmide de centenas de biliões de dólares em derivados – e, consequentemente, todo o sistema financeiro ocidental. 

E, no entanto, mesmo que o Iémen controle o Mar Vermelho e o Irão controle o Estreito de Ormuz, o Triângulo de Al-Aqsa continua a ser apenas uma hipótese de trabalho.

domingo, 7 de janeiro de 2024

BLOG DE GAZA: Ataques mortais em Deir Al-Balah, Khan Yunis | Protestos em Israel

Protestos em Israel | Blinken continua turnê ME | A resistência continua – DIA 93

Pela equipe do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

No 93º dia da guerra israelita em Gaza, os militares israelitas continuaram a bombardear todas as regiões da Faixa, embora se concentrassem principalmente em Deir Al-Balah e Khan Yunis. 

A Resistência Palestiniana continua a combater o avanço das tropas israelitas, no norte de Gaza – principalmente nos bairros de Daraj e Tuffah – bem como no centro de Gaza e em Khan Yunis, no sul. 

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 22.722 palestinos foram mortos e 58.166 feridos no genocídio em curso de Israel em Gaza, iniciado em 7 de outubro. Estimativas palestinas e internacionais dizem que a maioria dos mortos e feridos são mulheres e crianças.

ULTIMAS ATUALIZAÇÕES

Domingo, 7 de janeiro, 11h30

AL-JAZEERA (citando a Guarda Revolucionária Iraniana): Iraj Masjedi, conselheiro do comandante da Força Quds na Guarda Revolucionária Iraniana, disse que a resistência em Gaza terá armas antiaéreas no futuro para enfrentar os ataques israelenses.

AL-JAZEERA: Os ataques israelenses tiveram como alvo a área de Labouneh, no sul do Líbano.

BRIGADAS DE AL-QUDS: Bombardeamos Nahal Oz, Sufa e Holit com salvas simultâneas de mísseis.

DEFESA CIVIL DE GAZA: Há mais de 8.000 pessoas desaparecidas na Faixa.

AL-JAZEERA: 50 palestinos – incluindo 12 crianças – foram mortos em contínuos bombardeios israelenses em Khan Yunis desde a meia-noite.

RESISTÊNCIA ISLÂMICA NO IRAQUE: Alvejamos a base Qasrak das forças americanas em Al-Hasakah, no nordeste da Síria, com um drone.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Raisi: Sionistas procuram espalhar a insegurança para outras partes da região

IRNA - Teerão, o presidente da IRNA, Seyed Ebrahim Raisi, afirmou que os sionistas procuram desesperadamente espalhar a insegurança para outras partes da região devido à condenação global contra eles e ao fracasso em obter os resultados que desejavam no conflito em curso em Gaza, destacando: “A nação iraniana demonstrou que os atos terroristas não podem perturbar a sua vontade, a coesão nacional e o espírito resiliente.”

O presidente persa fez estas declarações numa conversa telefónica realizada ontem, quarta-feira, com o emir do Qatar.

Durante a conversa, o Xeque Tamim bin Hamad Al Thani condenou veementemente o crime cobarde do ataque terrorista contra os peregrinos que se dirigiam ao Cemitério dos Mártires de Kerman, expressando as suas mais profundas condolências e solidariedade ao Governo e à nação do Irão pela perda de vidas de um grupo de cidadãos iranianos neste ataque terrorista.

“Este ato criminoso foi perpetrado por aqueles que procuram tornar o Irão inseguro, mas confiamos na unidade nacional da nação iraniana e estamos ao seu lado”, sublinhou.

O Emir do Qatar declarou ainda: “Devemos trabalhar juntos e através de consultas mais profundas com os países da região e o mundo islâmico tentar parar os crimes do regime sionista contra o povo oprimido de Gaza”.

Por sua vez, o presidente da República Islâmica do Irão agradeceu ao Emir do Qatar a sua simpatia para com a nação persa.

Noutra parte das suas observações, o Aiatolá Raisi expressou a sua esperança de que, com a coordenação e consulta da maioria dos países islâmicos, a máquina de guerra do regime sionista seja interrompida o mais rapidamente possível e o povo oprimido de Gaza seja libertado desta situação.

O líder persa concluiu que a continuação da comunicação e dos contactos entre o Irão e o Qatar a diferentes níveis conduzirá definitivamente ao desenvolvimento das relações bilaterais, regionais e internacionais e será eficaz na luta conjunta contra a criminalidade do regime sionista.

sábado, 23 de dezembro de 2023

PELO MUNDO, AL JAZEERA, POR TODOS, PARA TODOS - relatórios/atualizações

Israel continua bombardeio em Gaza enquanto ONU pede mais ajuda humanitária

Mersiha Gadzo ,  Virginia Pietromarchi  e  Usaid Siddiqui | Al jazeera | # Traduzido em português do Brasil

Delegação da Jihad Islâmica Palestina chegará ao Cairo: Relatório

Palestinos no centro de Gaza fogem pelo 'corredor da morte' após ordem de Israel

Porta-voz Houthis diz que não há necessidade de ajuda do Irã nos ataques no Mar Vermelho: Relatório

Forte bombardeio relatado em Jabalia

Atualizações em 23 de dezembro de 2023

Israel continua o bombardeamento mortal de Gaza, com os últimos ataques relatados no campo de refugiados de Nuseirat e em Khan Younis

O Conselho de Segurança da ONU aprova uma resolução para aumentar a ajuda ao enclave, mas grupos humanitários dizem que qualquer coisa que não seja exigir um cessar-fogo “não é suficiente”.

O chefe da OMS reitera o alerta de que “a fome está iminente em Gaza” à medida que o conflito bloqueia o acesso a alimentos e outros suprimentos essenciais.

Pelo menos 20 mil palestinos foram mortos em ataques israelenses desde 7 de outubro, segundo o Gabinete de Comunicação Social do Governo de Gaza. O número de mortos no ataque do Hamas a Israel é de quase 1.140.

Ministro das Relações Exteriores da Jordânia visitará Catar

Ayman Safadi deve visitar Doha hoje para “intensificar os esforços” para ajudar a acabar com a guerra em Gaza, disse o Ministério das Relações Exteriores da Jordânia em um comunicado publicado no X.

A visita de Safadi incluirá reuniões com o primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, disse o comunicado.

Exército israelense diz ter atingido infraestrutura do Hezbollah no Líbano

O porta-voz do exército israelense, Daniel Hagari, disse que as forças israelenses atacaram no início desta manhã e durante a noite a infraestrutura militar pertencente ao Hezbollah no Líbano, incluindo um complexo militar.

Um jornalista que trabalha para Al Manar capturou diante das câmeras o momento em que um ataque aéreo atingiu uma estrada no sul do Líbano, na frente do carro. Nenhuma localização precisa foi fornecida.

Israel ordena evacuação para Deir el-Balah, 150.000 pessoas afetadas: diretor da UNRWA

O diretor de assuntos da UNRWA, Thomas White, diz que mais de 150.000 pessoas foram afetadas devido às últimas ordens de evacuação de Israel para que as pessoas no centro de Gaza se mudassem para Deir el-Balah, “para expandir a operação militar em curso”.

Ele escreveu no X que a área “já está sobrecarregada de deslocados, incluindo abrigos da UNRWA”.

Australianos protestam contra ataques israelenses

Dezenas de ativistas participaram de uma carreata que percorreu as ruas de Melbourne, hasteando bandeiras e faixas palestinas.

Condenaram os ataques de Israel contra os palestinianos e apelaram ao apoio aos direitos palestinianos a um Estado livre e independente.

Outra manifestação foi organizada em Melbourne ao meio-dia da véspera de Natal em apoio à Palestina.

Casa Branca acusa Irã de ajudar Houthis nos ataques no Mar Vermelho

Serdan - Reportagem do Djibuti

O porta-voz da segurança nacional da Casa Branca disse que não há motivos para acreditar que o Irão esteja a dissuadir os Houthis de atacar (navios comerciais no Mar Vermelho) e, portanto, Teerão está profundamente envolvido no planeamento destes ataques.

Os Houthis estão a reagir a isto afirmando que, ao longo dos últimos anos, desenvolveram as suas próprias instalações de inteligência que provaram ser bastante eficazes.

No entanto, as autoridades norte-americanas insistem que os Houthis não possuem radares e que dependem da tecnologia fornecida pelo Irão. Caso contrário, estes mísseis lançados pelos Houthis simplesmente cairiam na água.

O Irão negou repetidamente as alegações do seu envolvimento nestes ataques e disse que esta foi uma decisão tomada pelos próprios Houthis.

Delegação da Jihad Islâmica Palestina chegará ao Cairo: Relatório

Uma delegação da Jihad Islâmica Palestina deverá chegar hoje ao Cairo, informou a Autoridade de Radiodifusão Israelense.

No início desta semana, um responsável do grupo disse que a visita foi planeada para discutir formas de parar a guerra em Gaza e um novo acordo para libertar os restantes cativos dentro da Faixa.

O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, chegou à capital egípcia na quarta-feira para manter conversações com autoridades egípcias.

Autoridades do Hamas disseram repetidamente que não haverá qualquer acordo sem um cessar-fogo permanente, uma condição que Israel descartou. No entanto, relatos dos meios de comunicação social indicaram que poderão estar em curso conversações para outra trégua de curto prazo.

Palestinos no centro de Gaza fogem pelo ‘corredor da morte’ após ordem de Israel

Maram Humaid - Reportagem do centro da Faixa de Gaza

Faixa Central de Gaza – Israel ordenou que os palestinos evacuassem partes do centro de Gaza em sua última diretiva, uma vez que empurra mais da população de 2,3 milhões de habitantes do enclave sitiado para uma área menor, ao mesmo tempo em que amplia seu bombardeio à Faixa de Gaza.

Os militares israelenses ordenaram na sexta-feira que as famílias fugissem para sua “segurança” para abrigos em Deir el-Balah, no sul de Gaza, de Bureij e áreas de Nuseirat no centro de Gaza.

O anúncio irritou os residentes cansados e exaustos da região, muitos dos quais já foram deslocados internamente várias vezes desde 7 de Outubro.

Continuar a ler/ver em Al Jazeera – em inglês, atualizações

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

V DE VETO DE VERGONHA -- os EUA cúmplices de Israel nos crimes em curso em Gaza*

Joana Pereira Bastos, jornalista | Expresso (curto)

Em primeiro lugar, deixo-lhe um convite para assistir à nossa conversa com assinantes na quarta-feira, às 14h00, com David Dinis e Pedro Magalhães a analisar os resultados e incertezas da sondagem publicada pelo Expresso. Pode inscrever-se aqui.

Bom dia,

Assinalaram-se ontem 75 anos sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos, tida como uma das primeiras grandes conquistas das Nações Unidas. Por ironia, foi exatamente no dia em que se celebrava a efeméride que o secretário-geral da ONU admitiu o cada vez mais evidente fracasso da organização.

Num discurso realizado no Fórum de Doha, no Qatar, António Guterres lamentou a “paralisia” das Nações Unidas para pôr fim ao desastre humanitário sem precedentes que está a acontecer, à vista de todos, na Faixa de Gaza. Em apenas dois meses, a ofensiva militar israelita já provocou cerca de 18 mil mortos, 70% dos quais mulheres e crianças. A proporção de vítimas civis é maior do que a média de todas as guerras do mundo ao longo do século XX. Sem terem para onde fugir, os 2,4 milhões de palestinianos que vivem naquele estreito território, diariamente sujeito a bombardeamentos, foram espoliados de Direitos Humanos, condenados à fome e a enfrentar a morte, perante o olhar impotente do resto do mundo.

Depois de múltiplos discursos emotivos sobre a urgência de parar a guerra, na semana passada Guterres invocou o Artigo 99.º da Carta das Nações Unidas, “uma das ferramentas mais poderosas” ao alcance do secretário-geral, que só por três vezes na história tinha sido usada e que funciona como uma espécie de último recurso para recomendar uma tomada de ação por parte do Conselho de Segurança. Mas o apelo desesperado não surtiu qualquer efeito. A resolução que exigia um cessar-fogo imediato foi vetada sexta-feira à noite pelos EUA, histórico aliado de Israel. Um veto à paz, que torna a administração norte-americana cúmplice do massacre.

"A autoridade e a credibilidade do Conselho de Segurança foram seriamente comprometidas", reconheceu ontem Guterres, assumindo o dano que isso acarreta para a reputação das Nações Unidas. Na verdade, perante a incapacidade da ONU para travar uma “catástrofe com implicações potencialmente irreversíveis para os palestinianos” e para a segurança em toda a região é impossível não questionar a eficiência da organização e a sua própria existência, nos moldes atuais.

Sem nenhum travão, este fim de semana Israel intensificou os bombardeamentos, com ataques aéreos violentos no sul do território, para onde centenas de milhares de palestinianos tinham fugido, na tentativa desesperada de se proteger. E, indiferente aos apelos humanitários, Netanyahu já avisou que a guerra é para continuar. A Declaração Universal dos Direitos Humanos está soterrada entre os escombros de Gaza.

sábado, 2 de dezembro de 2023

Depois das tréguas Israel faz regressar o inferno a Gaza e à Cisjordânia

Este sábado, Israel voltou a bombardear Gaza, depois do fim do cessar-fogo, e os ataques provocaram a morte a mais de 200 palestinianos e mais 650 feridos. O balanço do dia ainda não terminou

De acordo com o The Guardian, Israel e o Hamas culpam-se mutuamente pelo fim das tréguas. As tropas israelitas chegaram a acusar o grupo terrorista de tentar disparar rockets antes do fim cessar-fogo. 

Os EUA acreditam que Israel vai começar a permitir que alguma ajuda humanitária entre novamente em território palestiniano, depois de um bloqueio, na sexta-feira, após o fim da trégua.

Macron avisa que destruição do Hamas pode significar 10 anos de guerra

O Presidente de França, Emmanuel Macron, avisou hoje Israel para a necessidade de clarificar o objetivo da "destruição total do Hamas", pois tal podet raduzir-se em "dez anos" de guerra, e apelou para "esforços redobrados para um cessar-fogo duradouro".

"Alguém acredita que a destruição total do Hamas é possível?", questionou o Presidente francês numa conferência de imprensa à margem da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), no Dubai, acrescentando: "Se for esse o objetivo, a guerra vai durar dez anos".

Lusa

Tropas israelitas impedem ambulância de socorrer jovem baleado

Joana Duarte

O Crescente Vermelho Palestiniano referiu que as tropas israelitas impediram que uma das suas equipa de ambulâncias chegasse a um jovem que foi baleado, num posto de controlo perto de Nablus, na Cisjordânia ocupada.

Negociadores israelitas deixam Qatar perante "impasse" sobre nova trégua

Lusa

Os negociadores israelitas em conversações no Qatar sobre uma nova trégua com o Hamas na Faixa de Gaza regressaram a Israel, face a "um impasse" nas negociações, anunciou hoje o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

"Devido a um impasse nas negociações, e seguindo instruções do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o chefe da Mossad, David Barnea, ordenou que a equipa de negociação em Doha regressasse a casa", refere um comunicado do gabinete do chefe do governo, emitido em nome da agência de inteligência.

Ataques israelitas já fizeram 15.207 mortos em Gaza

Joana Duarte

O número de palestinianos mortos em Gaza subir para 15.207, anunciou o Ministério da Saúde, sendo que a maioria das vítimas são mulheres e crianças.

Segundo a Al Jazeera, os dados revelam que mais de 40 mil pessoas ficaram feridas em ataques e Israel atacou 130 instituições de saúde. Cerca de 280 profissionais de saúde foram mortos em Gaza.

Ajuda humanitária em Gaza pela primeira vez após fim das tréguas

Joana Duarte

Entraram em Gaza os primeiros camiões com ajuda humanitária desde o fim da trégua entre Israel e o Hamas, revelou o Crescente Vermelho Palestiniano, segundo a Sky News. 

Notícias ao Minuto (parcial) | Imagem: © Getty Images

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Israel sabia de planos de ataque do Hamas há um ano, diz New York Times

As autoridades de Israel sabiam dos planos de ataque do Hamas há pelo menos um ano, mas descartaram a possibilidade por serem complicados de executar, avançou na quinta-feira o jornal The New York Times.

Citando "documentos, e-mails e entrevistas" a que teve acesso, o jornal norte-americano afirmou que o plano descrevia com grande precisão um ataque surpresa como o que o grupo islamita palestiniano levou a cabo a 7 de outubro, que causou 1.200 mortos em Israel e mais de 200 reféns.

O plano de 40 páginas, com o nome de código 'Muro de Jericó', previa a utilização de drones para destruir as câmaras de segurança ao longo da fronteira com a Faixa de Gaza, ou a entrada em massa de militantes a pé, de mota e de parapente, embora não fixasse uma data para a operação.

Os oficiais militares da região não acreditavam que fosse possível um ataque desta dimensão. Não é claro se o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ou outros líderes políticos tiveram acesso aos documentos, notou o jornal.

O ataque do Hamas levou Netanyahu a declarar guerra ao Hamas e a lançar uma ofensiva na Faixa de Gaza que já custou a vida a mais de 15 mil pessoas.

Quinta-feira foi o sétimo dia de uma trégua, mediada pelo Qatar, Egito e Estados Unidos, que inclui a libertação de reféns e prisioneiros e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

O cessar-fogo temporário foi prolongado na quinta-feira de manhã por mais 24 horas e não se sabe se continuará hoje.

O prolongamento da trégua implicaria a libertação de mais 10 reféns israelitas por dia em troca da libertação de 30 prisioneiros palestinianos.

Entretanto, o Qatar continua a trabalhar com os parceiros regionais e internacionais no sentido de um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza.

Até ao momento, foram libertados 105 prisioneiros em Gaza, incluindo 81 israelitas e 24 estrangeiros, enquanto Israel libertou 240 prisioneiros palestinianos, todos eles mulheres e menores.

Notícias ao Minuto | Lusa

terça-feira, 28 de novembro de 2023

HOJE: REFÉNS ISRAELITAS E PRISIONEIROS PALESTINOS FORAM LIBERTADOS

Militares israelitas dizem ter informações de que 12 prisioneiros foram libertados

Os militares de Israel disseram ter recebido a notícia da Cruz Vermelha de que os reféns libertados a caminho de Israel incluem 10 israelitas e dois estrangeiros.

Al Jazeera publicará mais informação sobre esse assunto assim que conseguirmos.

Catar diz que 30 prisioneiros palestinos serão libertados

Majed al-Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, disse em uma postagem no X que 30 prisioneiros palestinos serão libertados hoje.

Isto é em troca da libertação de 10 prisioneiros israelitas detidos em Gaza, que foram agora entregues à Cruz Vermelha, disse ele.

Entre os que são libertados de Gaza incluem-se um menor e 9 mulheres.

Um deles possui cidadania austríaca, dois são argentinos e um é cidadão filipino.

Prisioneiros palestinos chegam em casa após após prisioneiros israelitas serem libertados

O serviço penitenciário israelense liberta 30 prisioneiros palestinos depois que 10 israelenses e dois estrangeiros foram entregues pelo Hamas em Gaza.

Os chefes das agências de inteligência dos EUA e de Israel chegaram a Doha para conversações com autoridades do Catar; o chefe da espionagem egípcia também está na capital do Catar.

Mais pessoas poderão morrer de doenças em Gaza do que de bombardeamentos se o sistema de saúde não for reparado, diz a OMS.

O mediador Qatar diz que Israel e o Hamas concordam em interromper os combates por mais 48 horas, a partir de terça-feira.

Grupo de direitos humanos afirma que duas crianças palestinas foram mortas pelas forças israelenses na Cisjordânia ocupada.

Mais de 15 mil palestinos foram mortos em Gaza desde 7 de outubro. Em Israel, o número oficial de mortos é de 1.200.

Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil 

sábado, 25 de novembro de 2023

Hamas confirma libertação de novos reféns israelitas ainda este sábado

Depois do anúncio do Qatar, o Hamas veio confirmar a libertação de novos reféns israelitas ainda este sábado.

Em comunicado, o Hamas disse que respondeu "positivamente aos esforços egípcios e catarianos que duraram o dia todo" e especificou que obteve de Israel um "compromisso", principalmente sobre a entrega de ajuda humanitária no norte da Faixa de Gaza e sobre a libertação de prisioneiros palestinianos.

O Qatar anunciou que o acordo vai ser retomado e o Hamas vai libertar 13 reféns israelitas e sete estrangeiros na Faixa de Gaza ainda "esta noite".

Este país, juntamente com o Egito, esteve em negociações com o Hamas e Israel depois de o Hamas ter anunciado que ia adiar a libertação de reféns.

Do lado israelita serão libertados 39 palestinianos. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar afirma que "os obstáculos foram ultrapassados através da mediação Qatar-Egito" e que a troca de prisioneiros deverá ter lugar este sábado à noite.

Cátia Carmo | TSF

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terça-feira, 31 de outubro de 2023

Os EUA estão a alimentar, e não a evitar, uma guerra regional

Quando Washington começou a orquestrar o ataque de Israel a Gaza, tornou-se o íman que atraiu uma constelação de exércitos, milícias, marinhas e sistemas de armas regionais e ocidentais que correm o risco de levar a Ásia Ocidental à guerra.

Hasan Illaik | The Cradle | # Traduzido em português do Brasil

As operações terrestres israelenses na Faixa de Gaza começaram. O Financial Times diz que Israel não revelará muito sobre estas operações militares, a fim de evitar que o Hezbollah e o Irão entrem na guerra.

Os Americanos estão agora a orquestrar a campanha militar de Israel contra a Faixa de Gaza. Washington acredita que isto irá maximizar o potencial de alcançar os objectivos dos EUA e de Israel, sem que o conflito conduza a uma grande conflagração regional - mas não pode garantir isso. A guerra israelita em Gaza – gerida, financiada e armada pelos EUA – tem uma grande possibilidade de se transformar numa guerra regional. 

Metas impossíveis

Desde 7 de Outubro, depois de Israel ter acordado para um pesadelo chamado “Inundação de Al-Aqsa”, Tel Aviv estabeleceu objectivos tão elevados que são impossíveis de implementar:

O primeiro objectivo declarado de Israel é a eliminação total do movimento de resistência palestiniano Hamas, tal como anunciado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, pelo seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, e por outros responsáveis ​​militares e civis em Tel Aviv. 

Eles sabem que conseguir isso é quase impossível. O antigo primeiro-ministro Ehud Barak – também antigo ministro da Defesa e chefe do Estado-Maior do Exército – disse que eliminar o Hamas é impossível porque (a resistência) é uma ideologia que existe nas mentes e nos corações das pessoas.

A única forma prática de alcançar este objectivo é eliminando toda a população da Faixa de Gaza. Esta questão foi colocada sobre a mesa em Tel Aviv – e chamou a nossa atenção pela primeira vez quando o Presidente Egípcio Abdel Fattah Al-Sisi anunciou que estava a rejeitar uma proposta israelita para permitir que os residentes de Gaza inundassem a Península do Sinai. 

O Reino da Jordânia - adjacente à Cisjordânia ocupada, que não tem ligação física com Gaza - também rejeitou uma proposta israelita semelhante para permitir que os palestinianos inundassem a Jordânia, através do seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, Ayman Al-Safadi. 

Estas propostas israelitas para desenraizar e deslocar milhões de palestinianos não foram apenas uma ideia lançada casualmente. O meio de comunicação hebreu Mekovit vazou um documento oficial do Ministério da Inteligência de Israel que propunha o deslocamento de mais de 2,4 milhões de palestinos de Gaza para o Egito.

Apenas estes dois objectivos israelitas - além de serem quase impossíveis de alcançar - poderiam inflamar toda a Ásia Ocidental e mais além. O Eixo de Resistência da região enviou várias mensagens claras expressando a sua disponibilidade para entrar na guerra se Israel e os seus aliados ameaçarem a existência e as capacidades da resistência palestiniana e/ou implementarem o projecto para deslocar os palestinianos.  

As facções da resistência no Líbano - incluindo o Hezbollah e aliados como as Forças Al-Fajr, o Hamas e a Jihad Islâmica Palestiniana (PIJ) - têm realizado operações contra posições do exército israelita ao longo da fronteira entre o Líbano e a Palestina, diariamente, desde 8 de Outubro. . 

As bases militares de ocupação dos EUA no Iraque e na Síria foram sujeitas a mais de 20 ataques de mísseis e drones até à data. Da Síria, mísseis são lançados de tempos em tempos contra posições do exército israelense nas Colinas de Golã ocupadas.

Do Iémen, o movimento de resistência Ansarallah lançou três lotes de mísseis e drones, que teriam sido interceptados pelos sistemas de defesa aérea dos EUA e de Israel.

Na fronteira entre o Iraque e a Jordânia, milhares de apoiantes da resistência reuniram-se, insinuando a possibilidade de atravessar a fronteira para se dirigir aos territórios palestinianos ocupados na Cisjordânia. Em geral, o Eixo proclamou em voz alta que não tem medo de entrar na guerra se as forças de resistência palestinianas precisarem dessa ajuda.

domingo, 22 de janeiro de 2023

Sahara Ocidental | Qatar e Marrocos implicados no escândalo do Parlamento Europeu

porunsaharalibre

euronews.com.- O advogado do antigo deputado europeu Pier Antonio Panzeri confirmou na quarta-feira o envolvimento do Qatar e de Marrocos no escândalo de corrupção no Parlamento Europeu, mas negou que o seu cliente fosse o único líder no esquema.

O Sr. Panzeri confessou ter participado activamente em actos de corrupção em relação ao Qatar e a Marrocos e, portanto, ter sido corrupto e ter subornado outros”, disse o seu advogado, Laurent Kennes, numa entrevista à Euronews.

No entanto, recusou-se a confirmar se estão envolvidos mais países estrangeiros e argumentou que se mantém calado sobre isso para “permitir que a investigação avance”.

“Todos sabem que estamos a falar de um caso que envolve o Qatar e Marrocos. Se existirem outros países, a investigação deve poder avançar sem que tudo seja revelado à imprensa. E a isso chama-se sigilo de investigação”, disse o advogado.

O Ministério Público Federal belga anunciou na terça-feira que Panzeri, um socialista italiano que cumpriu três mandatos no Parlamento Europeu, tinha assinado um “acordo de arrependimento” e prometeu partilhar informações “substanciais e reveladoras” sobre o esquema de suborno em troca de uma pena menor.

Quatro pessoas, incluindo Panzeri, foram detidas e acusadas no âmbito da investigação sobre “grandes somas de dinheiro” pagas por um país que até agora só tinha sido oficialmente identificado como um Estado do Golfo Pérsico, e que foi agora confirmado como sendo o Qatar, com o objectivo de influenciar a formulação de políticas da UE.

Tanto o Qatar como Marrocos, que surgiu nas últimas semanas como outra possível parte implicada, negam as alegações.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

FUTEBOL | Antes do início da Copa do Mundo, o Catar já perdeu no futebol geopolítico?

O rufar das críticas internacionais sobre uma série de questões prejudicou o pequeno, mas extremamente rico emirado, e mais tensões estão por vir

Patrick Wintour * | The Guardian

Ao servir de ponte entre diferentes culturas, a primeira Copa do Mundo de futebol sediada por um país árabe muçulmano acabou atolada em recriminações e mal-estares, menos uma celebração do poder brando e alcance do esporte do que uma demonstração de seus limites.

#Traduzido em português do Brasil

Em vez de polir a imagem do Catar no ocidente nestes tempos globalizados, mas polarizados, parece tê-la manchado. Dentro do pequeno e fabulosamente rico estado peninsular, que desempenha um papel extremamente ativo no cenário mundial, o rufar da crítica não é mais interpretado como desconcertante e frustrante, mas sim como algo nascido do ciúme e do racismo.

Em um discurso ao conselho de Shura, o corpo legislativo do estado, em 25 de outubro, o governante do Catar, Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani, expressou um grau de amargura sobre o que viu como uma década de ataques implacáveis. O emir não chegou a dizer que desejava que seu país fosse eliminado de todo o jamboree, mas certamente soou como se tivesse acabado de pedir desculpas aos ocidentais.

“Desde que conquistamos a honra de sediar a Copa do Mundo, o Catar foi submetido a uma campanha sem precedentes que nenhum país anfitrião jamais enfrentou”, disse ele. “Inicialmente tratamos o assunto de boa fé, e até consideramos que algumas críticas foram positivas e úteis, ajudando-nos a desenvolver aspectos que precisam ser desenvolvidos. Mas logo ficou claro para nós que a campanha continuava, expandindo e incluindo fabricação e padrões duplos, até atingir um nível de ferocidade que fez muitos questionarem, infelizmente, [suas] razões e motivos.”

O Catar recebeu críticas severas em várias frentes, mas em particular por seu tratamento de trabalhadores migrantes, leis anti LGBTQ+ e restrições à liberdade de expressão.

Sheikh Tamim insistiu que a Copa do Mundo ainda serviria como um grande anúncio para o Catar, mas com a contagem regressiva para a partida de abertura em 20 de novembro, os desafios para a narrativa do Catar de um estado do Golfo modernizador e hábil estão aumentando.

A equipa dinamarquesa vai usar camisolas com o logótipo do fabricante “desbotado”, porque o fabricante Hummel “não quer ser visível em torneios que custam vidas”. A equipe da Austrália produziu um vídeo levantando preocupações sobre o “sofrimento” dos trabalhadores migrantes e sobre a incapacidade das pessoas LGBTQ+ do Catar “amar a pessoa que escolhem”. Oito das 32 equipes planejam usar uma forma de braçadeira de arco-íris em apoio aos direitos LGBTQ+.

Londres declarou que não hospedaria fan zones ou exibições públicas de partidas. Paris – sede do Paris Saint-Germain, patrocinado pelo Qatar – e várias outras cidades francesas fizeram o mesmo. A BBC citou o prefeito de Lille descrevendo o torneio deste ano como “absurdo em termos de direitos humanos, meio ambiente e esporte”. Na Grã-Bretanha, o Partido Trabalhista disse que estava boicotando a Copa do Mundo, e parlamentares que visitaram o Catar em viagens gratuitas foram criticados pela imprensa.

domingo, 13 de novembro de 2022

FIFA, uma organização antidemocrática recheada de fascistas nos poderes

Num artigo da Lusa, publicado no Diário de Notícias, ilustrado com a imagem afixada em cima podemos ler que as tendências da FIFA pela antidemocracia é evidente e ainda mais pelo desprezo dos Direitos Direitos que o Ocidente propala falsamente defender. Como é que um Ocidente daquela espécie pode consentir e pactuar com os poderes antidemocráticos e tendenciosamente fascistas, talvez até nazis - pelo desprezo e censuras a que vota a defesa dos Direitos Humanos?

Tanto assim é que recomendamos que leiam a censura imposta pela FIFA à Dinamarca. A propósito do Mundial de Futebol no Qatar, país inundado de violações dos Direitos Humanos, a FIFA exige a censura da realidade desumana e escabrosa, criminosa, que de imediato podemos facilmente apercebermo-nos no título que reproduzimos  e que podem ir ler no DN: FIFA proíbe Dinamarca de usar mensagens com direitos humanos no Qatar ...

Ocidente democrático, livre e defensor dos Direitos Humanos? Não, não é, porque se fosse a FIFA não exercia práticas censórias sobre a denuncia de crimes de violações dos Direitos Humanos que são tão comuns no Qatar, onde milhares de cidadãos daquele país e imigrantes são vítimas dessas violações.

Acrescenta no inicio o DN: "A Dinamarca tem tido um papel ativo na defesa dos trabalhadores migrantes no Qatar e dos direitos LGBTQI+ e pretendia divulgar a mensagem de "direitos humanos para todos" como forma de protesto contra o país e o seu historial em matéria de direitos humanos."

Leia mais no Diário de Notícias e saiba como um bando de cúmplices de desumanidades se atrevem a proibir a divulgação de mensagens sobre os Direitos Humanos no Qatar. Siga o link acima.

Em imensas vertentes a democracia no Ocidente também é uma falácia, por isso escolhemos este caso como Imagem apropriada à divulgação global. (PG)

QATAR, O MUNDIAL DA VERGONHA

Um dos maiores espetáculos desportivos do mundo terá lugar num país onde os direitos humanos mais básicos são negados à esmagadora maioria da população. A bilionária monarquia absolutista do Qatar tenta lavar a sua imagem com o apoio da FIFA num evento marcado desde o início por suspeitas de corrupção. Dossier organizado por Luís Branco.

Dentro de poucas semanas, o mundo vai estar com os olhos postos no Qatar, onde se realiza o Campeonato do Mundo. Trata-se de um país com cerca de três milhões de habitantes e onde apenas um décimo da população tem acesso a alguns direitos básicos, como o da cidadania. Não há partidos nem eleições nem protestos e o emir controla os poderes executivo, legislativo e judicial. Os não-nacionais representam 95% da mão-de-obra e a maioria veio do sul da Ásia ou da África subsariana em busca de uma vida melhor. Acabam na mão de empregadores que detêm todo o poder sobre a sua vida, graças ao sistema da kafala ou patrocínio, e que impede os trabalhadores de mudar de trabalho ou até sair do país sem a autorização do patrão. Por sua vez, este usa a chantagem da denúncia do crime de fuga, em que o trabalhador pode ser condenado a pena de prisão, seguindo-se a deportação.

No caso das trabalhadoras domésticas, a esses abusos soma-se o abuso físico e sexual, presas numa casa com os documentos e o telemóvel confiscado e sem acesso a quaisquer mecanismos de auxílio ou denúncia. A discriminação das mulheres continua a ser das mais severas do mundo e a população LGBTI+ queixa-se de perseguição e espancamentos por parte da polícia num país onde o sexo fora do casamento é punido com pena até 10 anos de prisão.

A todas estas denúncias do quotidiano do país anfitrião do seu maior torneio a Fifa responde pedindo(link is external) às seleções que "não deixem que o futebol seja arrastado para todas as batalhas políticas e ideológicas que existem". E parece sugerir que mais do que exigir o respeito pelos direitos humanos, o que importa é "respeitar todas as opiniões e crenças, sem pretender dar lições de moral ao resto do mundo".  Na mensagem enviada por Gianni Infantino, o cadastro de violações de direitos humanos por parte do regime do Qatar faz parte da "diversidade" que é preciso respeitar, pois "nenhum povo, cultura ou nação é melhor do que outra".

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