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quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Angola | Mara Quiosa é a nova vice-presidente do MPLA

Borralho Ndomba (Luanda) | Deutsche Welle

Mara Quiosa, nova vice-presidente do MPLA, vai trazer ao partido no poder o rejuvenescimento prometido por João Lourenço? Analistas ouvidos pela DW dizem que mudanças não passam de mera operação de cosmética.

Mara Quiosa, de 44 anos de idade, é a nova vice-presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder, substituindo no cargo Luísa Damião. Segundo o presidente do partido, João Lourenço, a escolha tem a ver com o rejuvenescimento do partido, que comemora 68 anos de existência.

Em declarações à imprensa, Mara Quiosa prometeu trabalhar para garantir mais apoio a João Lourenço e tornar o MPLA mais coeso, antes das eleições de 2027.

"O caminho é este, é o de continuarmos a dinamizar a nossa estrutura de base”, apontou. "Naturalmente, [vamos] continuar a trabalhar na união e na coesão do MPLA, conscientes de que só unidos seremos mais fortes e estaremos em condições de enfrentar com propriedade os desafios do presente e do futuro, essencialmente", garantiu.

Os Velhos e o Poder -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A minha relação com a bebida e a conversa é de amor e ódio. Ninguém tem nada a ver com isso mas a parte do corpo da mulher que me seduz é a voz. Não resisto a uma voz de rebuçado. Uma noitada de copos e vozes doces é amor no superlativo absoluto simples. A ressaca ao acordar é odiosa. Odeio despertar com a boca sabendo a papel de música.

Um dia estava eu espumando ódio contra os efeitos de uma noite bem bebida e o meu camarada Brito Sozinho ordenou: Vem! O Velho quer falar contigo.  O Velho era Agostinho Neto, nosso líder. Que tinha na altura uns 56 anos. 

O primeiro Bureau Político do MPLA era de velhotes caquéticos. Roubadores dos lugares e oportunidades da Juventude. Agostinho Neto levava 53 anos! Por isso era o nosso Mais Velho. Depois vinha António Jacinto, velhíssimo de 50 anos. 

Felizmente o peso de tanta idade era aliviado por Lúcio Lara que vivia vergado ao peso dos seus 45 anos. Pascoal Luvualu, 44 anos, também ajudava os velhos entrevados. Coitados, se fossem do Partido Democrático (entidade patronal de João Lourenço) eram eliminados como foi Joe Biden antes de vir mudar as fraldas a Luanda e lavar as partes baixas em Benguela.

Sociedade civil guineense exige eleições no Supremo Tribunal

As organizações da sociedade civil guineense exigem a "realização imediata" de eleições no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e afirmam que a justiça no país "está manipulada e instrumentalizada para fins políticos".

A posição consta da chamada Declaração de Bissau, publicada esta quarta-feira (18.12), que resultou do primeiro Fórum Nacional sobre justiça realizado na terça-feira (17.12) na capital guineense, sobre o lema: "Justiça ao Alcance de Todos".

O encontro, realizado na Casa dos Direitos em Bissau, aconteceu no âmbito da 11.ª edição da Quinzena dos Direitos e uma das principais conclusões é a normalização da situação no STJ, onde, dizem, "está um presidente ilegitimo".

A Declaração de Bissau "exorta para a realização urgente" das eleições no STJ, "por forma a restabelecer a independência" do poder judiciário e consequente realização da "justiça justa, imparcial e acessível a todos" na Guiné-Bissau.

Lima André, vice-presidente eleito do STJ, assumiu a liderança do órgão desde novembro de 2023 após o presidente eleito, José Pedro Sambu, se ter demitido das suas funções alegando falta de condições de segurança.

oposição e as organizações da sociedade civil guineense consideram que Lima André tem usurpado as funções de presidente do STJ e apelam para a realização de eleições no órgão que na Guiné-Bissau também tem as competências do Tribunal Constitucional.

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, tem rejeitado aquelas alegações, argumentando que Lima André assumiu as funções por ter sido eleito na mesma lista com José Pedro o qual, disse, substituiu "de forma legal".

A Declaração de Bissau exige ainda a "reintegração imediata" de todos os juízes conselheiros, desembargadores e de direito, alegadamente demitidos, suspensos ou aposentados de forma por ordens de Lima André.

O documento foi apresentado à imprensa por Isabel Almeida, presidente da MIGUILAN (Mulheres da Guiné, Erguei-vos), uma plataforma que junta várias organizações da sociedade civil de mulheres.

O Fórum Nacional sobre a Justiça foi organizado pela Liga Guineense dos Direitos Humanos com os apoios financeiros do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Projeto Boa Governação, uma iniciativa do Instituto Marquês Valle de Flôr e da Liga Guineense dos Direitos Humanos.

Deutsche Welle | Lusa

Ler/Ver em DW:

Guiné-Bissau: "A democracia foi assassinada"

Guineenses protestam: "A luta política tem de ser consequente"

Crise no PRS: É "uma aberração jurídica" a anotação do STJ

Moçambique | Vidas por trás dos números: Shottas, assassinado ao vivo

O blogger "Mano Shottas" é uma das dezenas de pessoas mortas nos protestos em contestação aos resultados eleitorais em Moçambique. A polícia mantém-se em silêncio sobre o caso

Nádia Issufo | Deutsche Welle

Um fim duplamente indigno: assassinado injustificadamente e desrespeitado no enterro. Uma brutalidade da polícia que não mereceu nota de pesar e muito menos o reconhecimento dos erros. Por cumprir fica o sonho de cantar.

O blogger de Ressano Garcia deixou forçadamente algo por cumprir, conta o irmão Basilito: "Ele era uma pessoa especial. Era uma pessoa que acreditava e que seguia o seu sonho, que era cantar. Era capaz de trabalhar em qualquer coisa que encontrava só para entrar no estúdio."

Mais um sonho abatido pela polícia em plena "live" nas redes sociais, a 12 de dezembro, durante um protesto na fronteira de Ressano Garcia. Assim começou o fim do "Mano Shottas", que chegou a pedir socorro ao vivo. O blogger acabou por morrer no Hospital da Moamba, relata ainda o irmão Basilito, que o socorreu, num contexto de condições médicas precárias.

Protestos em Moçambique: Exposição de crianças é preocupante

Silaide Mutemba | Deutsche Welle

A Provedoria de Justiça, a Comissão de Direitos Humanos e a Comissão Central de Ética Publica estão preocupadas com o envolvimento de crianças nos protestos pós-eleitorais em Moçambique e condenam excessos da polícia.

A Comissão Nacional de Direitos Humanos alerta que a exposição de crianças em contextos de conflito não só viola os seus direitos, como também compromete a sua integridade futura.

O presidente da Comissão, Albachir Macassa, condenou ainda o uso excessivo da força pelas forças de segurança, incluindo disparos com munições reais, detenções arbitrárias de manifestantes, membros da sociedade civil e jornalistas.

Segundo a organização, os protestos resultaram em mais de 200 feridos, com a maioria dos casos registados na cidade e província de Maputo, bem como nas províncias da Zambézia e Nampula. Além das centenas de feridos, a sociedade civil estima que, pelo menos, 130 pessoas morreram desde o início das manifestações pós-eleitorais, em outubro.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Angola | Furiosa Dança das Cadeiras -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Instituto Superior Politécnico Tocoísta está a formar jovens. Mais um tijolo na construção do sistema educativo. A obra de Simão Toco cresce à sua imagem e semelhança. Eu conheci o profeta. Era amigo de meu Pai, que lhe dava crédito ilimitado na sua casa comercial de Mucaba. Ele, que era um ateu incorrigível, confiava e acreditava no profeta! Porque era um homem bondoso e transmitia calor humano. A cordialidade foi inventada por Simão Toco. 

Os colonialistas prenderam o profeta. Depois foi deportado para os Açores. Mais uma machadada na herança do Reino do Congo quinhentista. Poucos conhecem quanto vale esse legado. Os nossos historiadores estão mais virados para a espuma dos dias. Tenho pena. O tribalismo é filho da ignorância. 

Os delegados ao congresso extraordinário do MPLA tomaram as suas decisões, legitimamente. O Comité Central elegeu um novo Bureau Político e o seu Secretariado. Os seus membros têm toda a legitimidade para fazerem as mudanças que fizeram, quando bem entenderem. 

A propaganda oficial diz que foi o Presidente João Lourenço! Não percebem que ao ignorar o colectivo a favor do culto da personalidade estão a fazer do “amplo movimento” uma coisa sem outro préstimo que não seja engordar a clique que está no poder, renovada, mais ou menos, de congresso a congresso.

domingo, 15 de dezembro de 2024

Moçambique | Vidas por trás de números: Bala perdida matou professor. "Polícia criminosa"

Nádia Issufo | Deutsche Welle

Foi a tomar o seu habitual café que o professor Langa foi assassinado pela polícia em Nampula. Conhecido como pouco dado a "barulho", ironicamente acabou sendo vítima colateral da convulsão social, devido aos protestos.

Carlos Langa era uma espécie de ex-libris vivo da cidade de Nampula. Muitas referências da província passaram pelas mãos do professor, não há como não conhecê-lo.

Arnaut Naharipo, hoje igualmente docente, foi seu aluno e conta que "o professor Langa era uma pessoa amigável. Acima de tudo, um professor íntegro, com dignidade, formador de muitos quadros a nível nacional. Hoje são deputados, outros diretores provinciais e até distritais."

Hoje é assim recordado. As suas rotinas eram também bem conhecidas, e foi durante uma delas que inexplicavelmente a polícia acabou com a vida dele, a 3 de dezembro, vítima de mais uma bala indiscriminada.

A polícia tentava silenciar uma nova etapa de protestos em prol da verdade eleitoral e contra a má governação, relata Gamito dos Santos, ex-colega e defensor dos direitos humanos: "Neste dia não foi diferente, saiu para o Café Atlântico, estava a tomar o seu café".

"Quandos as manifestações iniciaram, ele estava ali sentado, mas como a polícia tem hábito de fazer disparos de forma aleatória, acabaram disparando para aquele local, que não estava envolvido em ato de vandalização. O professor Langa foi atingido no abdómen e foi evacuado para o Hospital Central de Nampula", diz.

Angola | A Casa Vai Atrás do Dono – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Aníbal Rocha entrou na escola primária número 78, no Negage, quando eu estava no último ano. O seu tio Quinito já tinha ido estudar para Luanda e deixou um grande vazio nos nossos trumunos rijos de futebol. O jogo mudava aos cinco e acabava aos dez. Os do cabelo que voa eram poucos. Nem dava para escolher, eram integrados na equipa dos mais toscos com carapinha. Quando quero apaziguar a tristeza leio o poema de António Jacinto “O Grande Desafio”. Uma peça só para saudosos e poetas fingindo que não há dor para lá da memória.

O meu antigo colega chegou a ministro. Lá do Negage ninguém foi tão longe. Na primeira visita oficial que fez à província do Uíje levou-me na sua comitiva. Aproveitei os seus compromissos oficiais para dar um salto à nossa aldeia, agora com estatuto de cidade. Corri para a Kapopa. A nossa casinha de adobe estava transformada num monte de barro. A vedação de aduelas desapareceu. Mas existiam dezenas de novas casas, tão humildes e precárias como a nossa. Lembrei-me da sentença do Mais Velho Tuma, o meu professor doutor particular: A casa vai atrás do dono!

Um dia destes mandaram-me a fotografia do palácio assobradado onde funcionou o Baleizão. Ruiu. Foi atrás do dono, o meu pai, meu irmão, meu compadre e meu amigo Tarique Aparício. Vieram-me à memória as suas palavras num dos últimos almoços que me ofereceu no Quintal da Tia Guida:

- Esses gajos que ficaram com o Hotel Continental querem comprar-me o prédio do Baleizão para deitarem abaixo e alargarem o que é deles. Não aceito. Por dinheiro nenhum. Não podemos permitir que as marcas de Luanda sejam demolidas.

Guiné-Bissau: REGIME DE PR SISSOCO EMBALÓ É UMA DITADURA IMPLACÁVEL*

Liga denuncia perseguição a jurista

Djariatú Baldé (Bissau) | DW África

A Liga Guineense dos Direitos Humanos denuncia que o jurista Luís Vaz Martins está a ser alvo de perseguição e corre risco de vida. A LGDH promete responsabilizar as autoridades "se acontecer alguma coisa".

Em entrevista à DW, o porta-voz da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) explica que o motivo da perseguição a Luís Vaz Martins seria um comentário que o jurista fez no fim de semana passado, numa das rádios de Bissau, sobre alegada corrupção nas obras de reconstrução das estradas do centro da capital.

Gueri Gomes Lopes adianta que a Liga vai responsabilizar as autoridades nacionais se a integridade física do jurista e comentador político for posta em causa.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Guerras e Punho Erguido -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

João Lourenço disse no Palácio Presidencial de Pretória, lado a lado com o Presidente Ramaphosa, que “lutámos pela liberdade dos nossos povos”. Lamento informar sua excelência que ele lutou para ser rico. E conseguiu! 

Eu tinha um amigo bem-sucedido na vida, um dos melhores advogados de Luanda (Rolando Estanqueiro), que morava ao lado do Cinema Karl Marx (na época chamado Avis) e em sua casa bebia excelentes tintos portugueses e franceses, da minha idade. 

Na mesma rua, depois da Independência Nacional, arranjou vivenda de luxo, João Manuel Gonçalves Lourenço, o mais bem-sucedido filho de enfermeiro em todo o mundo. Chegou rapidamente a ricaço à custa do MPLA, que ele e a sua turma estão a destruir impiedosamente. 

O MPLA é o Povo. Se acaba o MPLA o povo volta a ser escravizado. Os mandatos presidenciais de João Lourenço são apenas uma pequena amostra. Voltamos ao antes do 10 de Dezembro de 1956. O amplo movimento daqueles tempos heroicos foi escancarado ao oportunismo, ao banditismo político e à traição mais abjecta, depois de 1974. Hoje assistimos a manobras para que depois de 2027, João Lourenço seja o presidente da comissão liquidatária. Vai ser sugar o osso até ao tutano.

Casa dos Brancos e Terrorismo -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Senhor João Lourenço! O grupo dos países de “economias emergentes” chama-se BRICS. O “S” é de África do Sul. Já agora o “B” é de Brasil, o “R” é de Rússia, o “I” é de Índia o “C” é de China. A visita do Chefe de Estado angolano a Pretória mostrou que no Palácio da Cidade Alta ninguém sabe disto. Ou então o discurso oficial do Presidente da República foi escrito pelo Manuel Homem e ele ainda não chegou a essa parte, nas lições particulares que frequenta para ser ministro de sucesso e candidato à bicefalia intestinal, no regime imposto pela Casa dos Brancos.  Estamos conversados.

A Justiça Angolana continua a ser castigada brutalmente. Os seus operadores desqualificados e abandalhados. Percebe-se porquê. O poder em Angola é unipessoal e está nas mãos de João Lourenço. Não há deputados, não há magistratura judicial, não há agentes económicos. Todos são ajudantes do Presidente da República e do Titular do Poder Executivo. O adiamento do julgamento dos Generais Kopelipa e Dino revelou algo inquietante. Os dois iam ser julgados sem que os seus advogados tivessem antes acesso ao processo! Isto foi denunciado por um dos advogados.

A verdade é que a Veneranda Conselheira que ia presidir à audiência reconheceu que a Defesa precisa de tempo para estudar as 2000 páginas do processo. A Internacional Fascista na sua versão “República de Juízes” inventou este truque: Processos gigantescos com vários volumes e milhares de páginas. Assim ninguém consegue deslindar seja o que for e as sentenças são lavradas à vontade do freguês. Neste caso, leia-se João Lourenço, grande cliente de sentenças compradas a dez por cento dos confiscos e sabe-se lá que mais por baixo da mesa.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Angola | TORTURA DE VIANA À JAMBA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD) acaba de denunciar que Carlos São Vicente corre perigo de vida, devido a tortura e maus-tratos que tem sofrido no estabelecimento prisional de Viana. Uma prisão arbitrária. E o julgamento foi ilegal como concluiu o Comissariado da ONU para os Direitos Humanos. 

As Nações Unidas disseram ao Executivo para libertar o empresário e negociar com ele uma indemnização pelos danos causados. Até hoje ninguém tomou qualquer decisão. O governo do Estado Angolano comporta-se como os nazis de Telavive. E com a denúncia da associação angolana de defesa dos Direitos Humanos mostra que está a seguir as lições do estado terrorista mais perigoso do mundo. João Lourenço é bom aluno.   

“O Doutor São Vicente, que já cumpriu parte da sua pena, está em condições de gozar o benefício da liberdade condicional. Mas foi-lhe apresentada uma proposta, como pré-condição, para ser conseguida a liberdade condicional: Entregar todo o seu património ao Estado, como condição prévia. Se assim não fizesse, isso mesmo lhe foi dito por uma Procuradora, haveria de apodrecer na cadeia”, denunciou a AJPD. 

Carlos São Vicente tem direito à liberdade condicional. Negam-lhe esse direito porque João Lourenço odeia a liberdade, seja ela plena ou com condições. O empresário continua a viver uma situação de prisão arbitrária E há alguns meses também lhe é negada a liberdade condicional. Um retrocesso aos anos dos chefes de posto. Do colonialismo puro e duro.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Lutemos pela Liberdade -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O MPLA faz (9.12) hoje 68 anos de glória. Algumas dezenas de nacionalistas assinaram o manifesto do amplo movimento. Entre eles está o patriarca de quase todos os Queiroz, ramo angolano. Um dos seus filhos mestiços morreu em combate no 4 der Fevereiro de 1961. Os mestiços andam a combater pela Pátria Angolana desde a Redacção do Manifesto do MPA. Os “redactores principais” foram Mário Pinto de Andrade e Viriato da Cruz. 

No final do Manifesto do MPLA, tornado público em 10 de Dezembro de 1956, são feitos apelos ao Povo Angolano: 

“Lutemos pela coexistência e pela colaboração pacífica entre os povos! 

Povo Angolano! Luta pela tua sagrada liberdade! 

Povo negro de Angola! Luta pela tua sobrevivência! Pela sobrevivência da raça negra que os colonialistas querem assassinar!

Homens, Mulheres e Jovens de Angola! Lutai pela vossa liberdade! Por um futuro livre, feliz e progressivo para todos!

Presidente angolano designa novo juiz conselheiro do TC

O Presidente angolano, João Lourenço, designou Lucas Manuel João Quilundo para exercer o cargo de juiz conselheiro do Tribunal Constitucional, segundo uma nota da secretaria de imprensa do Presidente da República.

De acordo com o Decreto Presidencial, Lucas Quilundo, antigo comissário da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e seu porta-voz, ocupa uma vaga aberta por limite de mandato de sete anos não renovável de um juiz conselheiro do Tribunal Constitucional.

O novo juiz conselheiro substitui a juíza conselheira Júlia de Fátima Leite Ferreira, jubilada no início deste mês.

O Tribunal Constitucional é composto por 11 juízes conselheiros, entre juristas e magistrados, dos quais quatro são designados pelo Presidente da República, incluindo o presidente do tribunal.

Notícias ao Minuto | Lusa

Leia em NM: Orçamento do Estado angolano aprovado na especialidade comrecomendações

Se Eu Fosse Testemunha -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Entre 1974 e as eleições de 1992 Angola teve várias faces, umas bem-encaradas, outras, menos interessantes. O povo é sempre o mesmo e tem como principal característica enfrentar as dificuldades com um misto de coragem e bom humor. Preservo na primeira linha da memória a parte do Poder Popular. Criámos na antena da Voz de Angola os espaços radiofónicos Vos Livre do Povo e Contacto Popular. Éramos a voz do movimento revolucionário que se desenrolava nas ruas, nas fábricas, nas empresas, nos portos, nas repartições públicas.

Depois avançámos para a Emissora Oficial e fizemos da Rádio Pública a voz oficial do Poder Popular. E éramos minoritários. Mesmo assim as nossas propostas eram aprovadas nos plenários de trabalhadores e as dos contrários, reprovadas! 

Nesta fase juntou-se ao movimento o jornal Diário de Luanda. O Cabral Duarte, assinando “Bambi”, criava um “cartoon”, todos os dias que fez grande sucesso. Era uma marca do Poder Popular na Imprensa. A linha gráfica das pichagens e cartazes era do António Ole e do João Nunes. Artistas de luxo no Poder Popular.

Nos quintais e nas ruas de Luanda, quem ia abandonar Angola martelava tábuas de grande dimensão, para fazer caixotes onde metiam tudo o que era transportável, até carros. Na tarde do 11 de Novembro de 1975, quando saí da Redacção do Diário de Luanda, depois de fechada a edição normal do dia (fizemos uma especial que começou a circular ao primeiro minuto de Angola Independente), Luanda estava mergulhada num silêncio assustador. Nem um carro circulava nas ruas. Tudo encerrado. Luanda estava com cara feia. Mas aos poucos voltou a alegria pelo triunfo do Poder Popular.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

O Conde e a Festa do Povo -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

No tempo em que escrevia coisas interessantes fiz uma biografia do Conde Saint Germain, figura enigmática cujo nascimento e morte são desconhecidos. O meu contributo foi determinar que ele era filho do rei português D João V e de uma noviça internada no convento de Odivelas chamada Soror Donatila. A menina era menor e o rei foi acusado de abuso sexual de menores (como o orientador espiritual do Ventura Chega) mas nunca chegou a julgamento. 

Saint Gernain transformava lata ordinária em ouro e pedras da rua em diamantes. Como alquimista descobriu o elixir da longa vida e a pedra filosofal. Fornecia à Madame Pompadour filtros de amor, para seduzir os ricaços da corte real. Mas também vendia  ao rei Luís XV um viagra tão poderoso que era tiro e queda. O soberano até fazia buracos no chão. 

Saint Germain não tinha idade. Aparentava 40 anos no século XVIII e no século XIX continuava quarentão. Apareceu em Fátima no dia 13 de Maio passado e confidenciou a peregrinos de Mafomedes que era o tutor dos três pastorinhos, as crianças que em 1917 viram e falaram com Nossa Senhora, rainha de Portugal. Não comia, não bebia, não dormia com mulher, nunca casou, não fez filhos.

Julgamento de "Dino" e 'Kopelipa" começa dia 10 em Luanda

Os generais angolanos "Dino" e "Kopelipa" e mais cinco arguidos, incluindo três empresas, vão ser julgados pelos crimes de tráfico de influências e branqueamento de capitais, entre outros.

julgamento dos generais angolanos 'Dino' e 'Kopelipa', arguidos pela prática de crimes como tráfico de influências e branqueamento de capitais, começa a 10 de dezembro, segundo despacho do Tribunal Supremo a que a Lusa teve acesso.

De acordo com a transcrição do despacho, é "participante no processo o Ministério Público e arguidos Manuel Helder Vieira Dias Júnior, Leopoldino Fragoso do Nascimento, You Himing, Fernando Gomes dos Santos, CIF e outros".

Neste documento da Câmara Criminal do Supremo Tribunal de Angola, datado de 04 de dezembro e assinado pela juíza conselheira Anabela Valente, lê-se: "para audiência de julgamento designo o dia 10 de dezembro de 2024 às 10:00 horas".

Fim dos protestos? Só com "verdade eleitoral"

Venâncio Mondlane rejeita repetição das eleições, alegando que recurso apresentado ao Conselho Constitucional "apresenta fortes fundamentos" da sua "vitória inequívoca".

O candidato presidencial Venâncio Mondlane afirmou, esta segunda-feira (09.12), que o recurso apresentado ao Conselho Constitucional "apresenta fortes fundamentos" da sua "vitória inequívoca", pelo que rejeita a possibilidade de repetição das eleições gerais de 09 de outubro.

"Temos um recurso que está nas mãos do Conselho Constitucional que apresenta fortes fundamentos de uma vitória inequívoca de Venâncio Mondlane e do PODEMOS [partido que suporta a sua candidatura], por que optaríamos pela repetição", questiona o candidato, numa resposta escrita à agência Lusa.

"Isso iria beneficiar o infrator e abria um terrível precedente: sempre que houvesse indício de se ter perdido eleições bastava cometer uma série de ilícitos para que as eleições fossem continua e infinitamente anuladas. A FRELIMO quando diz que ganhou, não se anula, proclama-se, outros partidos quando ganham parte-se para anulação", ironizou, na mesma resposta.

sábado, 7 de dezembro de 2024

Nandi Eleita Castigo à Vista -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Netumbo Nandi-Ndaitwah  foi eleita Presidente da Namíbia. Partiu os vidros da discriminação e mostrou ao mundo que no Triângulo do Tumpo os angolanos libertaram mesmo África e o Mundo. Até ao dia 20 de Março de 1990 era o Sudoeste Africano dos alemães. O território ilegalmente ocupado pelo regime racista de Pretória. Apenas 24 anos depois da Independência Nacional uma mulher é eleita para a Presidência da República. Vai sentar-se na cadeira de Sam Nujoma. O Presidente da República, João Lourenço, felicitou a Presidente Nandi. 

Grande maka! Vai ser castigado porque na sua mensagem de felicitações diz que a vitória “é o reflexo da confiança que o povo namibiano depositou no programa e nas propostas apresentadas, tendentes à promoção do desenvolvimento económico e à criação de bases sólidas para a construção de uma Namíbia próspera e bem-sucedida”.

Netumbo Nandi-Ndaitwah, dirigente da SWAPO, foi eleita com 57,31 dos votos. Vitória esmagadora. O Presidente Nangolo Mbumba também vai ser castigado pelo Corredor do Lobito porque fez esta declaração:  “O povo da Namíbia falou. Os namibianos escreveram um novo capítulo na história da democracia constitucional ao eleger a primeira mulher Presidente da República da Namíbia, sua excelência Dra. Netumbo Nandi-Ndaitwah. Em nome do povo e do Governo da República da Namíbia, felicito a Dra. Nandi-Ndaitwah pela sua brilhante e histórica vitória”. Está lixado!

A Presidente Nandi também foi para a lista negra do Corredor do Lobito. Leiam o que afirmou na sua primeira declaração pública depois de divulgados os resultados oficiais: “Sou a primeira a reconhecer que a minha eleição ao cargo mais alto do país rompeu, sem dúvidas, o tecto de vidro para as mulheres da Namíbia”. Onde se foi meter! Tem o Corredor do Lobito à perna.

Angola | O Estado das Aldrabices – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Estado está moribundo graças ao Presidente João Lourenço. Em 2027 o voto popular cura a doença. O o vírus sai da Cidade Alta e leva com ele um impressionante e cada vez mais numeroso exército de bajulação. A parte mais grave da doença que deixou Angola moribunda vai ficar, porque não se resolve com votos. Estou a falar do Jornalismo que temos, dominado por falsários, sem ofício nem oficina. Alguns são bêbados da valeta.

Um tal Reginaldo Silva não teve escola. Que se saiba a vadiagem ainda não dá jornalistas. Não teve mestres. Quando começou a receber dinheiro na Rádio Nacional já a escola tinha fechado e os raros mestres mal tinham tempo para garantir a emissão diária. Não podiam dedicar-se a vadios. A sua oficina foi no palavreado nos Media ligados a serviços secretos estrangeiros. 

O bêbado da valeta faz parte de uma fornada que saiu da BBC, da Voz da América e da DW. Tudo papo-furado. Alguns recebiam dos lóbis que em Portugal tudo fazem para destruir o país que nasceu em 11 de Novembro de 1975. Não perdoam ao MPLA ter derrubado o império português. Arranjam sempre bêbados, vadios e miseráveis morais para a sua cruzada. 

Reginaldo Silva publicou uma mensagem mil vezes abaixo de cão. Diz ele que a Amnistia Internacional em 1961 fez uma campanha pública pela libertação de Agostinho Neto. “Em 2024, mais de 60 anos depois, a Amnistia Internacional está a fazer campanha pela libertação de Net Nahara”.  Isto era gravíssimo se viesse de um qualquer leproso moral. Vindo de um jornalista que representa o Sindicato dos Jornalistas na Entidade Reguladora Da Comunicação Social Angolana (ERCA) é absolutamente intolerável.

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