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quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Portugal | O NATAL DOS “COLABORADORES”

Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

O Natal da nossa cultura desafia-nos ao convívio, à partilha, e a sermos mais humanos. Isso é bom. Melhor ainda se as nossas condições de trabalho e de vida forem dignas e propiciadoras de realização pessoal e familiar.

Quando não existia subsídio de Natal (14.o mês), o trabalho não era reconhecido como direito universal e não havia verdadeiros contratos de trabalho. As entidades patronais utilizavam este período para mostrarem espírito colaborativo e generosidade. O Estatuto do Trabalho Nacional criado por Salazar (inspirado no código fascista de Mussolini) através do decreto-lei 23:48 de 23 de setembro de 1933, estabelecia que “O trabalhador, intelectual ou manual, é colaborador nato da empresa onde exerce a sua atividade”.

Na minha infância, nas vésperas do Natal, via passar de porta em porta grupos de pescadores miseráveis e os pobres da minha aldeia pedindo coisas para a sua ceia de Natal. A meio do dia 24, grande parte das “criadas” e “criados de servir” eram dispensados do trabalho para passarem o Natal com as suas famílias. Estas pessoas estavam 24 horas por dia à disponibilidade do patrão sem qualquer contrato de trabalho. Eram colaboradores, quando deviam ser trabalhadores.

sábado, 7 de dezembro de 2024

“Melhor negócio que o da saúde só o das armas”, lembram-se?

Trata-se de uma célebre frase de Isabel Vaz, presidente do Grupo Luz Saúde, uma versão actualizada de uma outra frase, não menos célebre, «quem quer saúde paga-a», da autoria de um antigo ministro dos Assuntos Sociais do PSD.

AbrilAbril, editorial

Desta vez, é Mark Rutte quem vem propor que os países membros da Aliança Atlântica utilizem «uma fracção» dos seus orçamentos da «saúde e das pensões de reforma» para investirem em defesa.

Diz o secretário-geral da NATO que, «quando se observa o que os países gastam em pensões, no sistema de segurança social e na saúde, basta uma fracção desse gasto» para garantir que o orçamento de defesa atinja um valor superior a 2%.

Novidade? Não, só algum descaramento. Afinal, cá por casa, há muito que alguns andam a tratar desse assunto. Enquanto o Chega dá combate aos apoios sociais, a outra direita, da mais à menos liberal, anda a tratar da privatização da saúde, seguindo algumas pisadas dos governos socialistas, e a congeminar como, a seu tempo, poderá «tratar» da segurança social e das pensões.

Entretanto, o secretário-geral da NATO manifestou ainda disponibilidade para se envolver na defesa desta sua estratégia, no sentido de a explicar aos muitos milhões de pessoas que vivem nos países membros da NATO.

No caso de Portugal, Mark Rutte pode, por exemplo, começar por tentar convencer os familiares daqueles que faleceram devido às falhas do INEM, as grávidas que andaram centenas de quilómetros devido ao encerramento das maternidades, os milhares de utentes sem médico de família ou os que esperam 12 e mais horas nas urgências dos hospitais para serem atendidos. Talvez eles estejam de acordo em retirar dinheiro da saúde, para darem uma ajudinha ao complexo militar-industrial norte-americano. Mas, pode também procurar sensibilizar os desempregados, quem recebe pensões de miséria ou os sem abrigo. Porventura, estarão dispostos a abdicar de uma parte das suas pensões e dos apoios sociais que recebem em favor  dos accionistas dos bancos e das empresas do PSI-20, dos que têm milhões nos paraísos fiscais, e de todos aqueles que andam a encher os bolsos à custa da guerra.

Enfim, como facilmente se percebe, de Isabel Vaz a Mark Rutte, passando por todos aqueles que aqui, directa ou indirectamente citamos, isto anda tudo ligado!

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

O destino da América: revolução ou fascismo? -- entrevista em inglês e em vídeo

Daniel Lazare, nesta entrevista com Finian Cunningham, diz que os Estados Unidos da América estão presos em uma fatídica crise política e econômica que produzirá um de dois resultados. Ou o país está caminhando para um governo mais autoritário ou haverá uma segunda revolução americana.

Strategic Culture Foundation | # Texto traduzido em português do Brasil

Daniel Lazare é um jornalista, autor e comentarista especializado em analisar criticamente a política e a Constituição dos Estados Unidos. Ele é autor de vários livros, incluindo The Velvet Revolution e The Decline of American Democracy.

A pandemia de Covid-19 nos últimos dois anos expõe o estado patológico e doentio do capitalismo dos EUA, onde o lucro privado é priorizado em detrimento da saúde pública. Mais de um milhão de pessoas morreram nos EUA, de longe o maior número de mortos de qualquer outra nação.

Em contraste, o número de mortos pela Covid-19 na China é de cerca de 5.200, ou 0,5% dos EUA. Isso mostra que a morte e a doença não são inevitáveis, mas, na verdade, um resultado de escolha política. Essa escolha é feita em Washington sob os ditames dos imperativos capitalistas. E não importa se democratas ou republicanos estão no poder.

No entanto, apesar da terrível negligência com a saúde pública e outras necessidades vitais, os Estados Unidos são atormentados pelo militarismo e por uma política externa de confronto com a Rússia e a China.

As contradições dos EUA (e de outros estados ocidentais) demonstram que o capitalismo é um sistema sem saída.

A estrutura rígida bipartidária dos Estados Unidos e sua antiquada Constituição do século XVIII significam que o sistema não é reformável, diz Lazare.

De forma ameaçadora, isso significa que os Estados Unidos, em sua condição politicamente bloqueada, estão caminhando para um regime cada vez mais autoritário, tanto sob o comando de democratas quanto de republicanos, ou o povo assumirá o controle por meio de uma revolução progressista que coloque os interesses dos trabalhadores e do público em geral em primeiro lugar.

Daniel Lazare apresenta uma escolha dura para o futuro que lembra a revolucionária alemã Rosa Luxemburgo. Escolhemos o socialismo ou a barbárie?

sábado, 30 de novembro de 2024

Portugal | AGARRA QUE NÃO É LADRÃO

Pedro Ivo Carvalho* | Jornal de Notícias | opinião

O primeiro-ministro de “um dos países mais seguros do Mundo” sentiu necessidade de interromper o jantar dos seus concidadãos com uma mensagem sobre os perigos de esse mesmo país se transformar, no futuro, numa nação vergastada pela criminalidade. “É preciso não viver à sombra da bananeira de uma performance passada”, avisou Luís Montenegro, durante a inusitada alocução a partir de São Bento, onde se fez acompanhar de um pequeno exército de personalidades: as ministras da Administração Interna e da Justiça, o diretor nacional da Polícia Judiciária, o comandante-geral da GNR, o diretor nacional da PSP e o secretário-geral Adjunto do Sistema de Segurança Interna. Sem apresentar factos que sustentem este exercício de adivinhação, Montenegro baseou as suas convicções na perceção dos portugueses. No fundo, somos comprovadamente um país seguro, mas há muita bandidagem à solta que nos deixa de coração apertado. Algo que, convenhamos, é no mínimo bizarro vindo da boca de um primeiro-ministro. E mais se torna quando ao diagnóstico não se faz corresponder uma solução. Porque o anúncio da compra de mais 600 viaturas para a PSP e a GNR não terá certamente o poder transformador desejado.

Depois, ao contrário do que sugeriu o primeiro-ministro, não se tranquiliza ninguém com comunicações sobre os perigos da criminalidade. Por isso, não tenhamos ilusões sobre o real alcance deste “número” político: dar uma prova de vida musculada ao eleitorado de Direita. Àquele que vai alinhando nas teorias conspiracionistas do Chega, mas também àquele que, efetivamente, vive em regiões do país onde a criminalidade e a insegurança são preocupações de todos os dias. Porém, ao dar este peso institucional a uma comunicação vazia, Montenegro apenas generalizou um problema que está longe de ser transversal num “dos países mais seguros do Mundo”.

* Diretor adjunto

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Portugal | LENÇOS PARA ANDRÉ VENTURA


André Carrilho | Diário de Notícias/Facebook - 28 setembro 2020

Lenços para André Ventura - #editorial #cartoon para o Diário de Notícias.

André Ventura, líder do partido de extrema-direita português Chega, falhou por duas vezes a garantia dos votos para a sua lista na convenção do partido da semana passada. Num esforço de última hora, fez um discurso em que até derramou algumas lágrimas, conseguindo conquistar uma terceira votação. Foi uma convenção notável, especialmente se lermos algumas das moções que foram postas à votação. Uma delas, inconstitucional, sugeria que as mulheres que fizessem um aborto voluntário tivessem os ovários removidos cirurgicamente. Esta moção não foi aprovada, felizmente. Mas outros igualmente interessantes estão sempre no horizonte da festa. Com as suas lágrimas, Ventura mostrou-nos que tem um lado mais sensível e, para isso, alguns lenços estão em ordem.

#direita #fascista #earsdecrocodilo #portugal

Portugal | Tarjas do Chega retiradas. Discussão sobre OE prossegue

Notícias ao Minuto

O último dia de discussão do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) foi perturbado por uma ação de protesto do partido populista de direita radical Chega, que colocou tarjas na Assembleia da República como forma de protesto ao fim do corte de 5% dos vencimentos dos políticos.

Apesar dos pedidos de suspensão dos trabalhos, os deputados decidiram a favor da continuação dos trabalhos.

Recorde-se que, na soma dos quatro dias de votações na especialidade, foram aprovadas 243 propostas de alteração, neste OE que foi marcado por um número recorde de propostas entregues, superando as 2.100.

Para esta sexta-feira de manhã, decorre o debate das normas que os partidos decidirem avocar, seguindo-se o encerramento do processo orçamental com as intervenções dos partidos e Governo e a votação final global, que já tem viabilização garantida através da abstenção do PS.

Portugal | ELES SÃO NAZI-FASCISTAS, QUAL É A DÚVIDA?


As ações e a imagem esclarecem. Basta. Já chega! (PG)

ATAQUE DO CHEGA NA AR! ELES SÃO NAZI-FASCISTAS, qual é a dúvida dos portugueses?*

Aguiar-Branco acusa Chega de "vandalização política" do património; OE vai a votação final com mais 300 milhões de despesa

Aguiar-Branco repudia cartazes do Chega e diz que serão retirados: "É uma vandalização política"

"Não tem a ver com liberdade de expressão, mas respeito", começa por afirmar o presidente da Assembleia da República, sob os aplausos dos deputados do PSD e alguns do PS, condenando a ação da bancada do Chega, que colocou cartazes contra o fim do corte dos salários no interior e exterior do Parlamento.

Aguiar-Branco avisa que se Chega não retirar cartazes afixados no exterior serão os bombeiros a retirá-los. "Lamento, repudio e é incumprimento das regras da defesa do património nacional", insiste, sob os protestos do Chega.

Segundo o PAR, é uma "vandalização política" de São Bento, que é património nacional.André Ventura pede a palavra para sair em defesa de uma ação política para condenar o fim dos cortes dos salários imposto pela troika. "Não podemos ter OE que não aumenta pensões e aumenta o salário dos políticos. Sempre é melhor do que quando as bandeiras LGBT estavam espalhadas”, atira.

Uma vez, mais, Chega usa palavra "vergonha" e põe tarjas na varanda do Parlamento contra fim do corte nos salários dos políticos

“OE2025 aumenta salários dos políticos. Vergonha”. Foi com esta frase e a palavra que muito repete que o Chega imprimiu tarjas que colocou em quatro janelas da Assembleia da República antes da votação final global do Orçamento do Estado. 

O Orçamento do Estado para 2025 não decreta um aumento dos salários dos políticos, mas decide eliminar um corte salarial de 5% que existia desde há mais de uma década, até antes da chegada da troika ao país, nos salários dos dirigentes do Estado.

Ver Mais

Diogo Cavaleiro

Parlamento “tem de fazer uma reflexão sobre a forma como organiza o trabalho do orçamento”, diz ministro das Finanças

TIAGO MIRANDA

Joaquim Miranda Sarmento admite que o período de tempo para discussão orçamental em Portugal é inferior ao de outros países, e que o Parlamento deve analisar as normas das propostas de alteração. Documento é votado esta sexta-feira

Ler Artigo

Margarida Coutinho

Pedro Carreira Garcia

Pensões, salários dos políticos, IVA das touradas e RTP: as vitórias do Governo e da oposição no último dia de votações do Orçamento

Luís Montenegro, Miranda Sarmento e Leitão Amaro no debate sobre o Orçamento do Estado

No último dia de votações do Orçamento do Estado na especialidade, o PSD/CDS foram os partidos que conseguiram aprovar mais propostas como o descongelamento dos salários dos políticos e a redução do IVA dos bilhetes das touradas a 6%. Também o PS conseguiu fazer valer a sua proposta para os aumentos das pensões

Liliana Valente

Orçamento vai a votação final com mais €300 milhões de despesa

Depois de um processo conturbado, Pedro Nuno Santos conseguiu uma vitória no Orçamento com as pensões

José Fonseca Fernandes

Votação final global do Orçamento decorre esta sexta-feira no Parlamento. Medidas aprovadas pela oposição deverão estar no limite da margem orçamental

Eunice Lourenço

Debate encerra hoje

Depois de meses de debate público e de um mês de debate parlamentar, o Orçamento do Estado para 2025 vai hoje a votação final global. Os discursos de encerramento e a votação final estão marcados para as 10h, mas irá atrasar porque antes devem ainda ser votadas normas do OE que foram votadas ontem em comissão e que os partidos queiram ainda voltar a votar em plenário.

Uma vez aprovado, o articulado do OE ainda terá mais umas semanas de trabalho técnico para que os serviços da Comissão de Orçamento e Finanças (COF) harmonizem todas as alterações aprovadas na especialidade. Só depois de feita a redação final é que seguirá para promulgação pelo Presidente da República.

O Chega votou contra na especialidade, tal como a IL, o BE e o Livre, mas a proposta do PSD e CDS foi aprovada com a abstenção do PS e do PCP.

O partido liderado por André Ventura quis aproveitar o tema e colocou tarjas nas janelas do Parlamento, não só com a frase, mas com imagens de Luís Montenegro, primeiro-ministro e líder do PSD, e de Pedro Nuno Santos, líder socialista, com notas à sua frente. Segundo a CNN, também no corredor do Chega estiveram cartazes, já entretanto retirados.

LER MAIS EM Expresso

* Título PG

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Bucha 2.0: Nazis ucranianos e da OTAN massacraram civis em Selidovo

South Front | # Traduzido em português do Brasil | ver vídeo

Anos depois que o conflito ucraniano se transformou em uma guerra completa, o regime de Kiev alinhado aos nazistas não muda de tática. Esta guerra começou com a sangrenta Operação punitiva "Anti-Terrorista" contra a população das repúblicas de Donbass há uma década, com campos de concentração, assassinatos seletivos por todo o país, assassinatos, massacres e bombardeios das pacíficas cidades de Donetsk e Luhansk. Matando aproximadamente 12.000-13.000 pessoas antes mesmo da guerra começar, de acordo com a ONU.

Anos se passaram, então o exército russo entrou na batalha para proteger a população nas regiões orientais. Kiev enfrentou um inimigo muito mais forte, mas não aprendeu a lição. Cansada de lutar e derrotar, a Ucrânia moderna ainda é encorajada por sua influência nazista.

Quanto mais o exército ucraniano recua, mais seus segredos sujos são revelados. Os militares russos libertaram a cidade de Selidovo na RPD no final de outubro. As operações de limpeza revelaram que as unidades ucranianas em fuga massacraram moradores locais, atirando propositalmente em civis indefesos.

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Portugal | 25 de Novembro: comemorar o que gostariam que tivesse acontecido

A sessão solene desta segunda-feira na Assembleia da República, mais uma tentativa de reescrita e falsificação da História, mostra o indisfarçável saudosismo da direita e o seu lamento profundo pelo revés sofrido a 25 de Novembro de 75.

Os discursos revanchistas dos promotores desta celebração institucional do 25 de Novembro, para além do ajuste de contas com o processo revolucionário do 25 de Abril e as suas conquistas, escondem que o golpe contra-revolucionário que promoveram e não obteve os resultados desejados, nomeadamente: travar a Revolução, ilegalizar o PCP e impedir a aprovação da Constituição da República que consagrou o processo de transformações e conquistas alcançadas com o 25 de Abril.

Nesta sessão, o Grupo Parlamentar do BE fez-se representar apenas por uma deputada, enquanto o PCP não marcou presença. A ausência dos deputados do PCP foi justificada por Paulo Raimundo, que acusou as «forças da revanche» de, por um lado, «quererem rescrever a História, e apresentar o 25 de Novembro, não pelo que foi, mas pelo que desejariam que tivesse sido de regresso ao passado de meio século de ditadura fascista» e, por outro, de tentarem «equivaler um golpe contra-revolucionário, apesar de sustido no que de mais sombrio continha no propósito de alguns, com a Revolução libertadora do 25 de Abril».

Apesar de convidados, também não marcaram presença a Associação 25 de Abril e ex-conselheiros da Revolução que integraram o chamado “Grupo dos 9”.

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

As Caravelas do Senhor Vasco -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A vice-presidente das Filipinas foi presa porque queria matar o presidente. Atenção, muita atenção. No congresso extraordinário do MPLA agora em Dezembro incluam como ponto extra, a extinção do cargo de Vice-Presidente da República. Temos de proteger o nosso deus na terra de todos os perigos reais, irreais e imaginários.

A intrigalhada e desinformação triunfaram sobre o Jornalismo mas a culpa não é dos falsificadores, desinformadores e intriguistas. É exclusivamente dos jornalistas angolanos. Puseram a circular que Joe Biden só vai pôr os pés em Luanda porque João Lourenço mandou libertar dois israelitas burlões, julgados, condenados e a cumprir pena na prisão do Cavaco em Benguela. Não acredito. O filho de enfermeiro só manda prender. Libertar não é com ele.

Aproveito para informar que judeu é o seguidor de uma religião, o judaísmo. Não é uma nacionalidade. Os nacionais da Israel são israelitas. E há por lá seguidores de todas as religiões. Nenhum merece o governo de nazis, dirigido por Benjamim Netanyhau, declarado autor de crimes contra a Humanidade pelo Tribunal Penal Internacional, que emitiu o competente mandado de captura. Em gesto solidário, o Presidente João Lourenço devia convidá-lo para uma visita de Estado. Os amigos são para as ocasiões.

Joe Biden é farinha do mesmo saco. Os milhares de mortos, sobretudo mulheres e crianças, na Palestina, Líbano e Síria são de sua autoria. Ele é o verdadeiro assassino. O genocida. O criminoso de guerra. Benjamim Netanyhau é apenas o carrasco que cumpre as sentenças emitidas pela Casa dos Brancos.

Portugal: A RATARIA DA DIREITA COMEMORA 25 DE NOVEMBRO... SEMPRE 'MAMANDO'

Antisect

Que nojo!

- Imagem escolhida em PG

A CRISE DO CAPITALISMO TARDIO E A BANALIDADE DO MAL

A banalidade do mal fabricada pela alienação é o caminho aberto para o desastre que só a resistência contra-hegemónica pode e deve travar.

Fernando Rosas*

O conceito de banalidade do mal foi adiantado por Hannah Arendt no livro publicado em Maio de 1963 sobre o julgamento de Adolf Eichmann em Jerusalém entre Abril de 1961 e Maio de 1962, data em que foi executado após confirmada a sua sentença de morte. Eichmann era o tenente-coronel das SS, destacado na Gestapo, a polícia política da Alemanha nazi, onde se tornara o principal “especialista” da “questão judaica”, vindo a ser responsável pela gigantesca operação logística que implicou o extermínio da população judia da Alemanha e de todos os países sob ocupação do III Reich. Ou seja, o recenseamento e concentração coerciva dos judeus em cada país, a inventariação minuciosa dos seus bens com vista à expropriação pelo Estado nazi, o planeamento e efetivação do transporte ferroviário e distribuição pelos campos de extermínio ou de concentração e finalmente a recolha dos despojos rentáveis deixados pelas vítimas (joias, dentes de ouro, cabelos…) e seu encaminhamento para o Ministério da Economia e o Tesouro do Reich.

O estudo do volumoso processo judicial contra o Obersturmbannführer responsável pela vertente logística do holocausto e a análise do seu comportamento em tribunal levaram H. Arendt a formular a ideia de que a barbárie criminosa do nazismo só fora possível mediante a disseminação generalizada, qual fungo, daquilo que designa como a banalidade do mal. Isto é, falência do pensamento crítico, a incapacidade de distinguir entre o bem e o mal, a normalização da barbárie, da prepotência, da injustiça, o sonambulismo social face à expulsão e à discriminação, em suma o “colapso moral” das atitudes e comportamentos dominantes. É importante precisar dois pontos essenciais na abordagem de Arendt sobre a banalidade do mal.

O primeiro, é que ela encara o mal em termos claramente seculares, ou seja, recusando qualquer explicação transcendental, “demoníaca”, fruto somente de monstros e demónios (as elites do nazismo) metafisicamente exteriores às realidades que os geravam. Pelo contrário, a autora resiste à facilidade de conferir um caracter mítico à banalidade do mal, considerando-o como inerente aos regimes totalitários emergentes no século passado, no fundo, um produto da capacidade destes totalitarismos contemporâneos “alterarem sistematicamente a natureza humana, tornando supérfluos os seres humanos, na sua pluralidade, espontaneidade e individualidade”1.

Portugal: DIA DOS SEM VERGONHA - extrema direita comemora o golpe fascista em 1975


- em poucas palavras, para bom entendedor... PG

25 de Novembro, uma tentativa de golpe falhada

Depois das eleições de abril de 1975, acentuaram-se as divergências entre os diferentes projetos políticos. A 25 de novembro, os militares ligados à extrema esquerda tomam pontos estratégicos e o país entra em estado de sítio.

Um ano após a revolução, a sociedade portuguesa encontrava-se bastante dividida existindo uma oposição clara entre aqueles que pretendiam prosseguir a revolução com o MFA, incluindo-se aqui o governo liderado por Vasco Gonçalves e os que entendiam que o caminho se deveria fazer com os partidos políticos sufragados em eleições.

Nos meses seguintes o país assistiria a uma série de episódios de violência de grupos mais ou menos organizados da extrema-esquerda e da extrema-direita, e a ameaça de uma guerra civil era real.

Em Julho, Vasco Gonçalves propõe recentrar a autoridade no Conselho da Revolução, e a liderança política num diretório que incluiria também Costa Gomes (na altura Presidente da República) e Otelo Saraiva de Carvalho. Mas o “Grupo dos nove”, um conjunto de militares moderados e pertencentes ao Conselho da Revolução, propõem, um mês depois, que o poder seja exercido pelos partidos políticos. São afastados do Conselho na sequência dessa tomada de posição.

A 12 de novembro, uma manifestação das  forças de esquerda impede os deputados de saírem do parlamento durante dois dias, e na semana seguinte o governo entra em greve por falta de condições para exercer o seu mandato. A 25 de novembro toda esta tensão chega ao limite, com sectores da esquerda radical a tentarem um golpe de estado, que acabou por ser frustrado pelos militares que se encontravam com o “Grupo dos nove”, apoiados por um plano militar liderado por Ramalho Eanes.

“Dicionário de Abril” é uma série de pequenos programas dedicados ao 25 de Abril de 1974 e ao período de instauração do regime democrático em Portugal, produzidos a partir de imagens de arquivo.

RTP Ensina

Saiba mais, leia:

Exército de Libertação de Portugal

Em memória das vítimas da rede bombista

A rede bombista que nos aterrorizou em 1975 e 1976

Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP)

Quem é o ideólogo na sombra de André Ventura? Da direita armada ao programa do Chega!

Diogo Pacheco de Amorim defende o colonialismo, passou pelo MDLP de António de Spínola, e agora escreve os conteúdos programáticos do novo partido de direita

- imagem em Expresso, o Amorim criminoso, hoje deputado do Chega e vice-presidente da AR.

sábado, 23 de novembro de 2024

Eles estão de volta... os EUA e a Grã-Bretanha, incitando a guerra global, devem ser derrotados

O agressor imperial dos EUA e sua frente da OTAN serão derrotados ou levarão o mundo a uma guerra global final?

Strategic Culture Foundation, editorial | # Traduzido em português do Brasil

Esta semana marca um limiar fatídico para o mundo. Em um anúncio grave, o presidente russo Vladimir Putin disse que a guerra por procuração de três anos na Ucrânia agora atingiu uma dimensão global.

A responsabilidade por esse momento abismal recai totalmente sobre os governantes elitistas dos Estados Unidos e seus cúmplices britânicos. Eles estão incitando uma catástrofe global em uma tentativa desesperada de salvar seu império hegemônico.

O anúncio de Putin em 21 de novembro veio apenas horas depois que a Rússia lançou um ataque retaliatório contra a agressão anglo-americana. O novo míssil balístico hipersônico da Rússia destruiu um centro de munições em Dnepropetrovsk, no centro da Ucrânia. O míssil convencionalmente armado – chamado Oreshnik – foi implantado em combate pela primeira vez. Ele lançou várias ogivas na velocidade Mach-10. Não há defesa aérea contra uma arma tão única.

O ataque de Oreshnik foi em resposta ao disparo de mísseis de longo alcance pelos Estados Unidos e Grã-Bretanha em 19 e 21 de novembro contra o território pré-conflito da Federação Russa. Não há dúvida de que as forças dos EUA e da Grã-Bretanha estavam diretamente envolvidas porque, como Moscou observou, o regime ucraniano não tem pessoal ou capacidade logística para operar esses sistemas avançados de armas da OTAN.

A conclusão é dura. O mundo está à beira da Terceira Guerra Mundial, uma guerra que inevitavelmente se tornaria uma conflagração nuclear e precipitaria o fim da vida na Terra. O mal que a humanidade enfrenta é impressionante.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Indesculpável 11 de Setembro em Gaza -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Todo o tempo é feito de mudança. Mudam-se os tempos e mudam as vontades. Naquele tempo fui muito criticado por me recusar a participar no “movimento de rectificação”. Como dizia o pai da minha amiga Paula Furtado, ilustríssima magistrada e jurista, as cambotas dos motores é que são rectificados! Fiquei como sempre e cumpri o juramento que fiz aos 18 anos quando Gilberto Saraiva de Carvalho me mobilizou para o MPLA. Nessa altura fiquei a saber que quem saía era traidor ou desertor. 

Nunca saí. Mesmo quando nasceu o MPLA-Partido do trabalho, marxista-leninista. Sendo um libertário convicto, não aceitei a nova orientação porque estava a excluir muita gente que sendo nacionalista e revolucionária, não era marxista nem leninista. Excluir camaradas, nunca! Não saí do MPLA. A direcção do movimento é que saiu de mim. Fiquei à espera de melhores dias. 

Em 1991 o MPLA voltou às origens. Portas abertas a todos os que não éramos marxistas-leninistas. Dirigentes do partido deram-me missões que cumpri. Como sempre. Apesar de ser visceralmente anticapitalista. 

Quando do Palácio da Cidade Alta sopram ventos de um neoliberalismo acéfalo, assassino, esperava que a direcção do MPLA travasse a escalada reacionária. Quando em 2017 o Presidente João Lourenço e a sua equipa começaram a revelar tiques inquietantes de extrema-direita, esperava que pelo menos uma parte da direcção tomasse posição. Silêncio cúmplice ou cobardia, escolham.

A “administração” João Lourenço está notoriamente alinhada com a Internacional Fascista. Já não é apenas conversa. São factos. Primeiro e mais grave é o desprezo desumano para com as camadas mais pobres da sociedade angolana. Os fascistas odeiam os pobres e cospem nos que vivem na pobreza extrema. Começam a surgir homens e mulheres “providenciais” cada um mais fascista do que o outro É uma disputa entre a criadagem do poder para ver quem agrada mais ao chefe Miala, o presidente-sombra e verdadeiramente quem manda em Angola. Sobretudo nos Media públicos.

O QUE RESTA NA DEMOCRACIA?

Cristão Mirra, Espanha | Cartoon Movement

Christian Mirra pergunta: 'O que resta da democracia quando o acesso ao poder é limitado a escolhas definidas pela elite? Embora pareçamos ter duas visões, ambos os lados, em última análise, atendem à mesma agenda, deixando os eleitores sem uma alternativa verdadeira, pois a desigualdade e o controle corporativo persistem. Essa dinâmica é especialmente evidente no sistema bipartidário dos EUA, mas é cada vez mais visível nas democracias europeias e latino-americanas, onde qualquer alternativa emergente — Syriza na Grécia, Podemos na Espanha, La France Insoumise na França, Gustavo Petro na Colômbia... — é rapidamente marginalizada ou desmantelada por meio de preconceito da mídia, lawfare ou exclusão. Ainda é democracia quando apenas opções aprovadas pela elite podem prosperar?'

terça-feira, 19 de novembro de 2024

O Flagelo de João Lourenço -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A reunião do G20 no Rio de Janeiro vai acabar como começou Gêzero. Lula da Silva soltou as patacoadas do costume mas não aceitou dizer mal da Venezuela como o demente senil Joe Biden lhe ordenou. Já manda pouco. Quem falou muito foi João Lourenço. Disse que a fome é um flagelo, nos países subdesenvolvidos mas também nos industrializados e muito ricos. Aí saltou-me a tampa. 

A fome não é um flagelo. O sistema em que vivemos sim é um flagelo que dura há séculos. Estou convencido de que está a dar as últimas mas um amigo que sabe destas coisas, diz que não, continua de boa saúde e vai durar mais uns séculos. Garante mesmo que é mais fácil acabar o mundo do que o capitalismo. Por mim marcha já. 

Os participantes na cimeira do G20 aprovaram a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, uma espécie de conversa fiada só para encher o papel do comunicado final. A hipocrisia do banditismo político não tem fim. Quem foi à cimeira do Rio de Janeiro sabe que a fome e a pobreza só existem porque existem milionários opulentos. Existem lucros milionários e salários rastejantes. Há países que não têm nada e roubam tudo aos pobres para terem tudo.

Os ricos que foram à cimeira do Rio de Janeiro e seus convidados sabem que há países que têm muito e os Gês, de sete a 20, roubam-lhes tudo para multiplicarem a fome e a pobreza no mundo. A “aliança global” é uma espécie de samba de enredo que Lula da Silva está a vender aos pobres brasileiros e de todo o mundo. Este é mesmo artista. Inspira-se naquele senhor que construiu os primeiros carros Ford. Olhem para mim, nasci pobrezinho, fui operário metalúrgico e agora falo na cimeira do G20. 

O sistema só recompensa os vigaristas, os sacanas e os vendidos. Para os pobres e deserdados acreditarem neles, vendem os Lulas. Estão a ver este? Subiu a corda a pulso. Todos podem ser ricos e poderosos no nosso sistema. Abaixo o comunismo que só faz pobres. Excluindo os chineses que há 50 anos não tinham uma tijela de arroz por dia e hoje até vendem carros eléctricos aos capitalistas. Os comunistas da Coreia do Norte também têm muito sucesso Os propagandistas da Casa dos Brancos dizem que já exportam militares para a Federação Russa, um dos paraísos do capitalismo pós comunista. O mundo está perigoso mas é uma maravilha!

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Ucrânia Tudo Palestina Nada -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Tribunal Internacional de Justiça da ONU condenou Israel. Os 15 juízes decidiram que é ilegal a ocupação da Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental. Até chegou ao ponto de anexação da Palestina. Esta sentença resulta de uma queixa da Assembleia-Geral da ONU, em 2022. Para concluírem que os nazis de Telavive ocuparam e anexaram a terra dos outros, foram necessários dois longos anos. As grandes autoestradas da comunicação, praticamente todas nas mãos do estado terrorista mais perigoso do mundo e das potências do ocidente alargado, rematam assim a notícia: “Uma decisão histórica mas não é vinculativa”.

Sim, não passa de teatro e muito mau. Distracção do acaso. Conversa fiada para acalmar milhões de pessoas que nos EUA e no resto do mundo ocidental, protestam nas ruas contra o genocídio na Palestina, planificado e decidido no Casa Branca e no Pentágono. Executado pelos nazis de Telavive. 

Os ataques da resistência palestina em Israel (não foi apenas o HAMAS) no dia 7 de Outubro de 2023 serviram de pretexto à “solução final” que tem este guião: Destruição da Faixa de Gaza. Deportação dos seus habitantes para campos de concentração no deserto do Sinai ou em países arregimentados por Washington. Ocupação do que resta livre na Cisjordânia. Os habitantes vão para os campos de concentração. Expulsão dos árabes de Jerusalém Oriental e armazenados nos campos de concentração do Líbano, Jordânia e Egipto. Como todos os outros palestinos. Tudo para a Ucrânia nazi, nada para a Palestina ocupada e anexada.

A sentença do Tribunal Internacional de Justiça da ONU que condena Israel não vale nada. Porque se não for antes, morre com um veto dos EUA no Conselho de Segurança. Estejam na Casa Branca Biden ou Trump, Dillinger ou Al Capone, Nixon ou Madoff, Lee Oswald ou Charles Manson. Tanto faz. Na União Europeia, seja a criadagem eleita pela “família” popular ou socialista, vale o mesmo, luz verde aos nazis de Telavive no genocídio em curso na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. 

domingo, 17 de novembro de 2024

NEONAZIS À SOLTA EM PORTUGAL - Câmara Municipal de Lisboa acolhe-os

Neonazis no Fórum Lisboa: Oposição exige explicações rápidas à presidente da Assembleia Municipal

Os partidos de esquerda condenam a autorização dada a um congresso realizado por um grupo supremacista no Fórum Lisboa. E querem respostas por parte da presidente da Assembleia Municipal, Rosário Farmhouse

Hugo Franco* | Expresso

O PS, o PCP e o BE exigem respostas rápidas à presidente da Assembleia Municipal de Lisboa (AML), Rosário Farmhouse, que autorizou a realização de um congresso de um grupo neonazi, a 2 de novembro, no Fórum Lisboa, a sede da AML.

Carla Madeira, líder da bancada socialista na AML, diz ao Expresso que o partido vai apresentar em breve um voto de protesto sobre o que aconteceu bem como formalizar um pedido de explicações a Rosário Farmhouse numa das próximas terças-feiras, quando houver debate entre os diferentes partidos que compõem a AML.

Os socialistas pretendem saber "o que aconteceu a todos os níveis". E dizem que "não podem permitir uma reunião de um grupo com valores opostos" aos dos partidos que compõem a AML. "O que levou à autorização do aluguer do Fórum Lisboa? É esse o principal ponto que queremos ter explicações".

Ao Expresso, Leonor Rosas, deputada municipal do Bloco de Esquerda (BE) em Lisboa, pretende que a AML "faça uma nota de repúdio sobre a concretização do congresso do Reconquista e declare que no Fórum Lisboa não há espaço para organizações neonazis, supremacistas, misóginas e anti-imigração". A deputada diz ainda que é necessário que Rosário Farmhose "dê um esclarecimento cabal" sobre o processo de autorização do evento e se "distancie de forma firme" do grupo.

Leonor Rosas quer ainda que a AML aproveite este caso para reforçar a verificação dos pedidos que chegam para a cedência do Fórum Lisboa. "Devem pedir mais informações às organizações que os contactam e sobre o conteúdo dos eventos que lá vão decorrer."

Num requerimento enviado pelo grupo municipal do Bloco a Rosário Farmhouse, o partido diz não poder deixar de questionar com "veemência" a "disponibilização deste espaço para estes fins, albergando um congresso que propaga o discurso de ódio, com todas as consequências políticas e sociais para tantas pessoas no seu dia a dia".

O BE lembra que o Fórum Lisboa é a sede da Assembleia Municipal de Lisboa, a Casa da Cidadania da cidade de Lisboa: "E nesse sentido achamos importante esclarecer a responsabilidade da decisão ao acolher esta iniciativa, e que tipo de critérios foram tidos em conta, considerando o cariz abertamente nacionalista e supremacista da organização chamada de Reconquista."

E exige que a presidência da AML explique se "teve conhecimento, antes da autorização do evento, dos princípios que regem a organização denominada Reconquista, em claro conflito com pilares elementares da defesa do estado de direito e dos direitos humanos, que dissemina discurso de ódio?". E "se sim, quais os critérios utilizados para autorizar o acolhimento da iniciativa desta organização?".

Ao Expresso, os comunistas de Lisboa afirmam que "o ato realizado em edifício da Assembleia Municipal de Lisboa, autorizado pela presidente deste órgão, reforça a necessidade de confirmação das fontes oficiais que requerem a realização de eventos". E salientam ainda que "o facto de alguém ter ludibriado intencionalmente, e de forma dolosa, uma entidade pública, requer apuramento de responsabilidades de quem o fez".

O PCP diz repudiar a realização de eventos de grupos neonazis, "sejam eles na cidade de Lisboa ou em qualquer parte do país, uma vez que tal significa uma afronta aos princípios constitucionais de rejeição do racismo e xenofobia e de estruturas que perfilhem a ideologia fascista".

CML garante que pedido por email foi enganoso

Numa resposta escrita ao Expresso, Rosário Farmhouse garantiu que os serviços municipais analisaram uma proposta de aluguer daquele espaço que “foi apresentada por uma pessoa singular — uma senhora cujo nome não suscitou qualquer alerta”. A referida mulher escreveu, por e-mail, que pretendia a “disponibilidade do Fórum Lisboa no dia 2 de novembro, sábado”, acrescentando que a “entidade” que procedia ao aluguer era o “coletivo de jovens (partido Chega)” e que o evento era “uma conferência sobre a relação entre modernidade e coletivismo e seus efeitos na sociedade portuguesa”.

Segundo a presidente da AML, os organizadores referiam ainda que a iniciativa teria o seguinte conteúdo: “Conjunto de discursos sobre a atua­lidade, a imprensa e a sociedade e cultura europeias. Discurso realizado por figuras de relevo do cenário nacional e internacional.” Ou seja, uma informação suficientemente vaga e aparentemente inócua.

Por esta razão, com base no teor daquela apresentação, a AML decidiu autorizar a cedência do espaço, tendo Farmhouse redigido um despacho, a 24 de outubro, a dar luz verde ao falso “evento cultural”.

O Expresso perguntou à AML como vão conseguir ter um controlo mais eficaz para evitar que situa­ções semelhantes se repitam no futuro. Sem responder diretamente às questões, Rosário Farmhouse lembra que, segundo a lei, “a responsabilidade pelo que é dito e feito nos eventos [no Fórum Lisboa] é dos seus promotores”.

Um pouco antes da publicação da notícia do Expresso na edição impressa, a própria AML escreveu um comunicado sobre o assunto com o mesmo conteúdo, revelando dezenas de partidos e organizações culturais que organizaram eventos naquele espaço.

Uma fonte oficial do Chega garantiu ao Expresso que a Juventude do partido não reservou o Fórum Lisboa. “Se alguém o fez foi de uma forma abusiva.” Uma informação confirmada mais tarde por André Ventura, líder daquele partido, que considerou mesmo "criminoso" o pedido que terá sido feito em nome da Juventude do Chega.

Nas últimas horas, nas redes sociais, o movimento neonazi garante que se identificou devidamente no pedido feito à AML. "Eles entenderam que tinha sido um erro aprovar a realização do evento e, agora, para se legitimarem aos olhos do público, vêm utilizar a justificação de que entenderam que nós estávamos diretamente associados, ou que éramos parte do Chega”, afirmouo presidente do Reconquista, Afonso Gonçalves à agência Lusa, acrescentando que nunca disseram que eram do Chega.

* Jornalista

Ler/Ver em Expresso sobre Nazis à solta em Portugal:

Skins condenados há dois anos estão em liberdade

Crimes de ódio: condenações dispararam e houve mais pessoas investigadas

Neonazis reuniram-se na sede da Assembleia Municipal de Lisboa e autarquia diz que foi ludibriada

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