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quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Portugal | O estado verdinho em que Luís Montenegro ficou...

Luís Montenegro, da AD (PSD,CDS,PPM), anda muito atarefado em campanha eleitoral e a 'tomar banhos de multidões' mas ontem tomou um outro tipo de banho, tinta verde. Foi atacado por um ativista climático pelos males que ele e o seu partido político, PSD, têm feito para o agravamento das alterações climáticas. O incidente ocorreu em Lisboa em plena tarefa de campanha eleitoral. O resultado foi o que está à vista. Saliente-se a sua sabedoria democrática em se ter aguentado estoicamente ao embate depois de ter levado com uma lata de tinta verde.

O ativista foi detido, logo ali, no minuto seguinte a após completar a 'obra' em defesa da sua causa. Estúpido, o rapazola, está convencido que é assim que resolve a crise climática ou que sensibiliza os poluidores-pagadores (todos nós) a respeitarem o ambiente. Não, caro jovem, assim estás a prestar um mau serviço à tua causa, que também deve ser de todos nós. Mas assim não. Não. Está fora de questão que a partir, conspurcar, destruir e agredir (porque aquilo com o Montenegro foi uma agressão) não colherão resultados positivos. Usem a imaginação para outro tipo de protestos que cativem, que esclareçam os que houver para esclarecer e militarem em defesa do ambiente. Usem juízo e sabedoria, por favor. Tomem em consideração que na realidade o ser humano é uma unidade de conspurcação e que dificilmente muda de hábitos poluidores e conspurcação. Resta sensibilizar insistentemente e até aplicar multas muito a sério. 

Na verdade, os partidos políticos e os que os representam, há muitas décadas
que se estão nas 'tintas' e borrifando para as suas contribuições horrendas em prejuízo do mal que fazem ao ambiente através das suas deliberações legislativas, governativas. Eles representam a defesa de poderosos lobies. São corruptos, egoístas, querem é safar-se. A eles, suas famílias, amigos e amigas. Não são todos assim mas existem imensos assim. "Quem vier atrás que feche a porta" é o que pensam e fazem do lema a sua prática. O que conta é o dinheiro e o poder, o status social, etc. Que se lixe o ambiente, é o que pensam. O ser humano é um animal devastador e por norma extremamente egoísta. Azar o nosso.

AV | Redação PG - Fotos retiradas de Google

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

ILHA DE LIXO NO PACÍFICO - O maior lixo do planeta é a chamada humanidade

Este em baixo e que pode acessar a seguir é o Expresso Curto, sob a batuta da jornalista Margarida Cardoso vêm pela enésima vez à baila ilhas de lixo no Pacífico e muito por todos os mares. Lixo que é obra dos seres humanos. Afinal, pensando aquietadamente de tiro certo pode-se concluir que os humanos são lixo que conspurca e destrói o ambiente, o planeta. Temos assim o saber (sem novidade) que a chamada humanidade é, além de ser desumana, suja por dentro e por fora e fez e continua a fazer do planeta Terra a lixeira preferida, um chiqueiro onde chafurda sem controle pensando e dizendo estúpida e hipocritamente que enquanto há vida há esperança... Esperança de quê? De que deixemos de ser javardos e causadores da destruição do planeta e de tudo e de todos que nele ainda habitam?

Pois é. Esta é a triste realidade sem tirar nem mais pôr. O egoísmo, a estupidez, a malvadez, a desumanidade, imperam. Continuem, os vossos filhos e netos vão pagar a fatura... com doenças insolucionaveis e, por fim, com a vida. Será a extinção. Abençoados/as e esses/as tais que se diz que fazem parte da humanidade. Humanidade? Não. Sim carrascos do futuro. Consolemo-nos com a certeza de que sem essa tal pseudo-humanidade após extinta o planeta se há-de regenerar e salvar-se. Adeus estúpida e criminosa pseudo-humanidade.

Redação PG

Vamos ouvir falar dele

Margarida Cardoso, jornalista | Expresso Curto

Bom Dia!

Bem-vindo a mais um Expresso Curto 198 anos depois da fundação da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

Havemos de chegar à Madeira, mas antes vamos dar prioridade ao ambiente e partir rumo a uma ilha bem maior, no Oceano Pacífico, criada pela acumulação de lixo arrastado pelas correntes para aquele ponto preciso, entre o Havai e a Califórnia. Tem três vezes o tamanho da França e é maioritariamente composta por microplásticos, o que nos traz de volta à costa atlântica, às nossas casas e a um alerta do biólogo espanhol Ricardo Beiras: “A nossa almofada emite quantidades enormes de microplásticos”.

Numa entrevista recente ao jornal espanhol El País sobre a maré de pellets de plástico que assola as praias da Galiza há mais de um mês, o investigador da equipa de Ecotoxicologia e Contaminação Marinha da Universidade de Vigo, obriga-nos a olhar para lá dos oceanos e dos peixes o que neste caso significa focar o olhar na proximidade: a grande exposição dos seres humanos aos microplásticos está na casa de cada um, nos alimentos na roupa, nas embalagens, nos produtos de higiene, numa infinidade de objetos que emitem micropartículas (partículas com uma dimensão inferior a cinco milímetros, mais pequenas do que um grão de arroz), como provavelmente a nossa almofada.

A Galiza já apanhou desde dezembro mais de 3 toneladas de pellets, pequenas bolas de plástico de 5 milímetros que vieram dar às suas praias, atingiram, também, a costa portuguesa, e obrigaram a um debate de urgência no Parlamento Europeu, marcado por pedidos de leis mais ambiciosas.

Mas enquanto o debate continua e a legislação tarda, vale a pena olhar para esta questão, tentar perceber a forma como o plástico nosso de cada dia invadiu as nossas vidas, a nossa casa, até o nosso sono. Não faltam estudos e dados assustadores sobre as doses que inalamos, ingerimos, absorvemos através da pele. Um dos mais recentes, publicado este mês por investigadores das universidades norte-americanas de Columbia e Rutgers, nos EUA, diz que um litro de água engarrafada contém, em média, quase 250 mil fragmentos de nanoplástico (fragmentos com dimensões inferiores a 1 mícron, ou um milésimo de milímetro). Isto, depois de em 2019, a revista científica Environmental Science & Technology e investigadores do departamento de Biologia da Universidade de Victoria concluirem que a ingestão varia em função da idade e sexo, mas cada pessoa come anualmente 74 mil a 121 mil partículas de microplásticos e quem bebe água engarrafada pode ingerir cerca de 9 mil partículas adicionais.

Já este ano, investigadores da Universidade de Toronto e da Ocean Conservancy expõem a carne num artigo publicado na Environmental Pollution: analisaram 16 fontes de proteínas, incluindo frango, vaca e porco e concluíram que cerca de 90% continha microplásticos.

Na verdade, não faltam alertas sobre o tema nos últimos anos. Em 2016, por exemplo, a ativista Ellen MacArthur, em parceria com a McKinsey, estimou que o peso do plástico nos oceanos a meio do século será maior do que o dos peixes. Em 2017, a Organização das Nações Unidas veio dizer que há mais microplásticos no mar do que estrelas na nossa galáxia. Dois anos depois, uma investigação da Universidade de Newcastle avisou que uma pessoa ingere em média 5 gramas de plástico por semana, o suficiente para fazer um cartão multibanco. E, em 2022, investigadores do Vrije Universiteit Amsterdam e do Amsterdam University Medical Center encontraram, pela primeira vez, microplásticos no sangue humano.

Mas é mesmo assim? Respiramos microplásticos a dormir, temos microplásticos a circular nas nossas veias e ingerimos o equivalente a um cartão de crédito por semana? “A nossa exposição é permanente, por inalação, ingestão e contacto. E nas almofadas de microfibras temos plástico, sim”, responde Paula Sobral, professora da Universidade Nova de Lisboa. “Sabemos que os nanoplásticos podem atravessar as membranas biológicas, pele incluída, assim como estão nos alimentos e na água”, acrescenta a investigadora do Mare - Centro de Ciências do Mar e Ambiente. Quanto aos números que vão sendo usados como alerta, “há algumas contas feitas nas costas do envelope” e há, nota, “afirmações que carecem de realismo, embora sejam úteis para sensibilizar as pessoas para o problema”.

Os microplásticos, diz, “estão em todos os compartimentos do ecossistema, na agricultura, na água, na atmosfera, em todo o lado. Fala-se mais dos oceanos, dos peixes, da água, mas também ficam retidos nos solos agrícolas e estão nos hortícolas que comemos, por exemplo”.

Olhar para o futuro, neste caso, exige envolver a indústria para ser parte da solução. “Isso será mais fácil do que apostar numa mudança de comportamentos que pode levar décadas”, defende Paula Sobral antes de deixar um apelo para “consumirmos menos”. Num mundo que produz 430 milhões de toneladas de plástico por ano, apenas 9% do que consumismo é reciclado. “Há um trabalho longo para fazer neste campo”, como afirma a investigadora. E isso significa que ainda vamos ouvir falar muito do plástico. Temos de ouvir falar dele.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Quénia posiciona-se como o campeão africano do clima

Deutsche Welle

O Presidente do Quénia, William Ruto, está a promover a nação da África Oriental como campeã da energia verde, mas o país tem um caminho a percorrer.

Na região de Olkaria, no Quénia, aninhada no Vale do Rift, as colinas cobertas de florestas estendem-se até ao horizonte. O verde é ocasionalmente pontuado por encostas tão íngremes e escarpadas que nada cresce nelas.

A placa tectónica de África "está a dividir-se em duas através do Grande Vale do Rift", diz Anna Mwangi, geóloga da KenGen, a empresa pública de produção de energia do Quénia.

"O local onde nos encontramos neste momento é no fundo da fenda", disse ela, apontando para o amplo vale rodeado de escarpas, cerca de 120 quilómetros a noroeste da capital do Quénia, Nairobi.

Ao longe, finas linhas brancas de vapor de água estendem-se em direção ao céu. Estas linhas marcam as centrais geotérmicas exploradas pela KenGen na zona de Olkaria. A KenGen tem cinco centrais eléctricas na zona, com mais uma em construção e outra proposta. Também gere mais de uma dúzia de centrais de poços.

A localização aqui em Olkaria é ideal para as centrais geotérmicas amigas do ambiente, disse Mwangi.

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Abismo climático: as razões de nossa impotência

Surge no horizonte um novo pesadelo: secas simultâneas e crise alimentar global, devido a mudança nos ventos de altitude. Mas a inação persistirá – enquanto não tirarmos dos super ricos as alavancas que permitem manter tudo como está

George Monbiot*, em seu blog | Outras Palavras | Tradução: Antonio Martins

De acordo com a pesquisa de notícias do Google, a mídia brasileira publicou mais de 32 mil matérias sobre o atropelamento do ator Kayky Brito, ao atravessar, aparentemente transtornado, uma avenida na Barra da Tijuca, Rio1. O Google também regista um total global de cinco notícias sobre um artigo científico publicado há alguns meses, que mostra que as probabilidades de perdas simultâneas de colheitas nas principais regiões produtoras do mundo, causadas pelo colapso climático, parecem ter sido perigosamente subestimadas. No mundo da mídia, um lugar que nunca deve ser confundido com o mundo real, as fofocas sobre celebridades são milhares de vezes mais importantes que o risco à existência da vida humana.

O novo artigo explora os impactos na produção agrícola quando os meandros da Corrente de Jato (ou ondas de Rossby) ficam bloqueados. Este bloqeuio causa condições climáticas extremas. Em resumo, se você mora no hemisfério norte e um meandro na Corrente de Jato (a faixa de ventos fortes alguns quilômetros acima da superfície da Terra, em latitudes médias) fo bloqueado a sul de onde está, o clima do lugar vai se tornar frio e úmido. Se estiver bloqueado a norte de você, é provável surjam ondas de calor e secas crescentes.

Em ambos os casos, o clima bloqueado, agravado pelo aquecimento global, afeta as colheitas. Sob determinados padrões de meandros, várias das principais regiões de cultivo do hemisfério norte – como o oeste da América do Norte, a Europa, a Índia e o leste da Ásia – podem ficar expostas a condições meteorológicas extremas ao mesmo tempo , prejudicando as suas colheitas. Para a nossa subsistência, dependemos de compensaçẽos globais: se houver uma má colheita numa região, é provável que seja contrabalançada por boas colheitas noutros locais. Mas mesmo pequenas perdas de colheitas, quando ocorrem simultaneamente, apresentam o que o documento chama de “risco sistêmico”.

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Japão despeja águas residuais contaminadas com energia nuclear de Fukushima

A exploração do relatório de avaliação da AIEA pelo Japão prejudica seriamente a reputação da agência: enviado chinês

Criticando o sofisma do Japão sobre o despejo de águas residuais contaminadas com energia nuclear, o representante permanente chinês na Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Li Song, disse na segunda-feira que é o Japão quem está a politizar a questão com a sua impassibilidade perante a fúria do seu próprio povo e dos países vizinhos. países, ao mesmo tempo que envidam todos os esforços para se branquearem. Explorar o relatório de avaliação da AIEA representa um sério dano à reputação da agência, acrescentou Li.

Global Times* | # Traduzido em português do Brasil

Li, que também é o representante permanente da China junto à ONU e outras organizações internacionais em Viena, falou no Conselho de Governadores da AIEA em Viena que a história se lembrará do dia 24 de agosto, quando o governo japonês, desconsiderando o forte questionamento e oposição internacionais, iniciou unilateralmente a descarga de águas residuais contaminadas com energia nuclear de Fukushima.

É uma questão significativa de segurança nuclear, com implicações transfronteiriças e duradouras, e não é de forma alguma um assunto privado apenas do Japão. "Se as águas residuais de Fukushima são seguras, por que devem ser lançadas no oceano? Se não forem seguras, nunca deveriam ser lançadas no mar", observou Li. 

O lado japonês não procurou uma avaliação abrangente e inclusiva por parte da AIEA de outras opções além da descarga oceânica; em vez disso, impuseram unilateralmente ao mundo a decisão de quitação. 

A avaliação das águas residuais da AIEA, realizada a pedido do Japão, enquadra-se na natureza de assistência técnica e avaliação consultiva e não possui força de direito internacional, disse Li, acrescentando que as conclusões do relatório de avaliação não obtiveram consenso dentro do grupo de trabalho técnico. 

No entanto, o Japão explorou fortemente o relatório de avaliação da agência para iniciar à força o plano de quitação, minando gravemente a credibilidade da AIEA e representando um prejuízo significativo para os interesses de segurança e desenvolvimento da indústria global de energia nuclear.

Li sublinhou que é altamente essencial que a AIEA estabeleça um mecanismo de monitorização internacional a longo prazo, eficaz e independente, livre do controlo japonês. Este mecanismo deve ser liderado pelos estados membros da agência e considerar plenamente os interesses e preocupações das partes interessadas relevantes.

Refutando o sofisma do representante japonês que argumentou que as declarações feitas pela China são "politizadas e emocionais", Li disse que qualquer governo responsável não ignoraria os apelos retumbantes do seu povo contra as ações de descarga oceânica do Japão. A verdadeira politização seria o Japão fazer ouvidos moucos a estas preocupações enquanto tentava encobrir as suas acções. 

As águas residuais contaminadas com energia nuclear contêm mais de 60 isótopos radioativos, muitos dos quais ainda carecem de métodos de tratamento eficazes; e em relação às 1,34 milhão de toneladas armazenadas em 1.300 tanques, bem como às 100 toneladas de novas águas residuais geradas diariamente, o Japão não forneceu explicações claras sobre o conteúdo de cada tanque de armazenamento, disse Li. 

Não importa como o Japão tente justificar as suas ações, não pode alterar o facto de uma quantidade significativa de substâncias nocivas ter sido descarregada no Oceano Pacífico, causando potencialmente riscos imprevisíveis aos ecossistemas marinhos e à saúde humana, observou Li. 

Ao comentar o recente relatório de avaliação da AIEA segundo o qual "encontrou o nível de trítio abaixo do limite" depois de a agência ter conduzido a sua primeira amostragem de água do mar após a descarga do Japão, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, disse que a chamada monitorização do Japão carece de autorização do Conselho de Governadores e não foi totalmente discutido pelos Estados-Membros. 

Foi apenas uma consulta técnica que carece de supervisão internacional e independente, observou Mao. 

A comunidade internacional apela ao estabelecimento de um acordo de monitorização internacional abrangente e substantivo, com a plena participação dos países vizinhos e das partes interessadas relevantes, para garantir a eficácia a longo prazo, disse o porta-voz. Este acordo deverá incluir planos detalhados relativos aos tipos de substâncias nucleares a monitorizar, à frequência da monitorização, aos locais, ao âmbito e à comunicação de informações. 

Contudo, qualquer tipo de monitorização não implica o reconhecimento do dumping do Japão, nem confere legitimidade às ações do Japão. O Japão deveria parar imediatamente de transferir o risco de poluição nuclear para o resto do mundo, disse Mao. 

Imagem: O Japão lança a “bomba” de água contaminada com energia nuclear no Pacífico. Desenho animado: Carlos Latuff

sábado, 9 de setembro de 2023

Crime insano de Bliken que chama às munições de urânio “presente de inauguração”

Criminosamente insano… O principal diplomata da América chama as munições de urânio empobrecido para a Ucrânia um “presente de inauguração”

Antony Blinken é criminalmente insano, tal como muitos outros políticos ocidentais que brincam com fogo sobre corpos ucranianos e russos mortos.

Strategic Culture Foundation | Editorial | # Traduzido em português do Brasil

Pelas suas próprias palavras, pode-se diagnosticar Antony Blinken, o Secretário de Estado dos EUA, como criminalmente insano. Esta semana, o principal diplomata americano esteve em Kiev para uma visita de dois dias, onde anunciou um novo pacote de ajuda de mil milhões de dólares ao regime ucraniano, incluindo pela primeira vez o fornecimento americano de cápsulas de urânio empobrecido.

Esta foi a quarta viagem de Blinken a Kiev desde que a guerra por procuração de Washington contra a Rússia se intensificou em Fevereiro do ano passado. O mais recente pacote de ajuda militar dos EUA ao regime neonazista é a 46ª parcela de armas entregue pela administração Biden – cortesia dos contribuintes americanos. Um total de US$ 43 bilhões foram desembolsados ​​durante um período de 18 meses.

Blinken procurou encantar seus anfitriões nazistas chamando o inventário mais recente de “presente de inauguração”. Ele disse que era um sinal do compromisso dos Estados Unidos em apoiar o regime ucraniano pelo tempo que for necessário.

As sondagens mostram que uma clara maioria dos cidadãos dos EUA se opõe à continuação da ajuda militar à Ucrânia. Tanto para a democracia!

Incluído no último pacote de ajuda está o fornecimento de cápsulas de urânio empobrecido. É mais do que grotesco que um oficial americano de alto escalão possa encontrar palavras de carinho para tais munições e os perigos que estão a ser alimentados com a Rússia.

Quase toda a população da Europa respira ar poluído

Com a UE pretende definir novas regras de qualidade do ar, dados de satélite mostram que 98% dos habitantes da Europa vivem em áreas onde concentração de partículas finas supera limite da OMS.

Praticamente todos os habitantes da Europa vivem em cidades poluídas, onde os níveis médios anuais de partículas finas são superiores ao limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS ) . Na prática, isso significa que quase toda a população no continente respira um ar nocivo que pode até mesmo ser fatal.

A poluição do ar aumenta o risco de doenças respiratórias e cardíacas e reduz a expectativa de vida. "Com os atuais níveis de poluição atmosférica, muitas pessoas estão ficando doentes. Sabemos que diminuir esses níveis reduz esses números", disse o diretor do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), Mark Nieuwenhuijsen.

A DW se uniu à Rede de Jornalismo de Dados Europeia para analisar dados de satélite do Serviço de Monitoramento da Atmosfera (CAMS) do Copernicus , o programa de observação da Terra da União Europeia.

Conforme esses dados, em 2022, quase toda a população na Europa — 98% — vivia em áreas onde a concentração de partículas finas (normalmente abreviadas como PM 2,5) ultrapassava o limite previsto pela OMS.

A situação é especialmente grave em partes da Europa Oriental, no Vale do Pó (Itália) e em grandes áreas metropolitanas, como Atenas, Barcelona e Paris.

Os níveis elevados de poluição atmosférica em algumas cidades europeias já foram relatados anteriormente, mas esta análise de dados oferece pela primeira vez uma comparação da poluição atmosférica em diferentes regiões europeias. É também possível ver onde a qualidade do ar melhorou e onde piorou.

Os dados também foram usados ​​para identificar dois locais com situações contrastantes. Um deles é o norte de Itália, onde os níveis de poluição são constantemente elevados. O outro é o sul da Polônia, onde eles são elevados, mas estão em queda. Neles também é possível ver se estratégias de mitigação estão ajudando ou não.

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Guterres exige que países ricos cumpram suas promessas no combate à crise climática

Na Cimeira do Clima de África, Guterres diz que "ainda é possível evitar os piores efeitos" das alterações climáticas mas, para isso, é preciso que os países desenvolvidos tenham mais "ambição".

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, exigiu esta terça-feira, 5 de setembro, na Cimeira do Clima de África, que decorre em Nairobi, que os países desenvolvidos cumpram as suas promessas no combate à crise climática, que atinge desproporcionalmente o continente.

Este continente emite apenas quatro por cento das emissões globais, mas sofre alguns dos piores efeitos do aumento das temperaturas globais: calor extremo, inundações implacáveis e dezenas de milhares de mortes devido a secas devastadoras”, afirmou António Guterres no seu discurso de abertura no segundo dia da cimeira, coorganizada pelo Governo queniano e pela União Africana (UA).

O chefe da ONU afirmou que, mesmo assim, “ainda é possível evitar os piores efeitos” da crise climática, embora seja necessário um “salto qualitativo” na “ação climática” e mais “ambição”, especialmente por parte dos países desenvolvidos, que devem reduzir as suas “emissões líquidas para perto de zero” até 2040.

Os países desenvolvidos devem também “cumprir a sua promessa” de destinarem 100 mil milhões de dólares por ano aos países em desenvolvimento, o que permitirá às nações africanas garantir o acesso a sistemas de eletricidade verde a preços acessíveis e criar sistemas de alerta precoce para fenómenos meteorológicos extremos.

Guterres apelou igualmente à “correção do rumo do sistema financeiro global”, garantindo um “mecanismo eficaz de alívio da dívida” a taxas acessíveis.

Quénia quer união dos africanos no combate à crise do clima

Presidente do Quénia, William Ruto, apelou hoje em Nairobi na Cimeira Africana sobre o Clima à união do continente no combate à crise climática, que descreveu como "o maior desafio" da existência de todos os seres vivos.

"Coletivamente, temos o poder de mudar o continente e a direção que o mundo está a tomar", afirmou William Ruto no seu discurso de abertura no segundo dia da cimeira, coorganizada pelo Governo queniano e pela União Africana (UA).

O líder queniano destacou o potencial de África para encontrar soluções para a crise climática, considerando que investir no continente é "a forma mais clara de se atingir o objetivo global" de reduzir as emissões de gases poluentes, quer porque é aí que se concentram os maiores depósitos de recursos naturais, essenciais para a produção de energia verde, quer devido ao potencial de África para produzir este tipo de energia.  

Ruto sublinhou ainda que "nenhum dos países industrializados pode atingir o objetivo de zero emissões no período que lhes é exigido" e que "só uma transformação rápida e inclusiva" pode ser uma "solução sustentável" para o "desafio" da crise climática.

terça-feira, 22 de agosto de 2023

MARCELO NA POLÓNIA... E ERA MESMO PRECISO E INADIÁVEL, AGORA?

O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, está em visita à Polónia. Por lá foi recebido com pompa e circunstância, como mandou o protocolo. Hoje mesmo, ainda há pouco, ele e o PR da Polónia, Andrez Duda, discursaram longamente. A RTP 3 divulgou em direto os dois discursos enfadonhos... Era mesmo preciso e inadiável? Que seca!

Marcelo aproveita e vai visitar a Ucrânia, já que está ali ao lado o seu amigo Zelenki. Provavelmente leva-lhe uma miniatura do F 16 (fake news), talvez em ouro com hélices e rodinhas elaboradas em diamantes. Boa prendinha. E oportuna? Ajudará em alguma coisa na guerra que todos no Ocidente estamos a pagar com fome, miséria e línguas de palmo e meio? Era mesmo preciso e inadiável?

Disse Marcelo que a seguir irá encontrar-se com os países da CPLP, já nem sabemos bem para onde se destinará esse voo. Tanto voo, tanto avião, tanto contributo para a poluição, tanta despesa numa feira de vaidades sob pretextos incompreensíveis e abusados. Era mesmo preciso e inadiável?

Até parece que os senhores dos poderes perdem a noção das realidades e se servem abusadamente de todo os meios que os povos lhes disponibilizam. 

Pois, e o que parece é. Já sabemos.

Redação PG

domingo, 20 de agosto de 2023

Kishida segue com o plano de perigosos despejos nucleares ignorando ampla oposição

O movimento irresponsável de Tóquio é um problema global que vai além das fronteiras. O mar será ainda mais contaminado  por despejos de águas residuais contaminadas por armas nucleares no mar, apesar da ampla oposição interna e externa

Repórteres do Global Times | opinião | # Traduzido em português do Brasil

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, fez uma visita à usina nuclear de Fukushima no domingo, antes de o governo japonês tomar uma decisão final para definir uma data para iniciar o controverso despejo de águas residuais contaminadas por armas nucleares no mar, apesar da ampla oposição interna e externa. 

Durante a visita ao local, Kishida verificou a localização offshore da saída para o túnel que deve transportar as águas residuais contaminadas por energia nuclear. Após a reunião com funcionários da Tokyo Electric Power Company (TEPCO), Kishida disse à mídia que seu governo como um todo tomará decisões sobre o momento do despejo com base no status dos esforços para garantir a segurança e lidar com desinformação prejudicial, de acordo com uma NHK relatório no domingo. 

O Japan Times disse que Kishida se reunirá com seus ministros na terça-feira para discutir quando começar a despejar as águas residuais contaminadas por armas nucleares. Os relatórios da mídia disseram que o mais provável é o final de agosto ou o início de setembro. 

Alguns internautas japoneses disseram que conversar com os locais nada mais é do que um drama interpretado por Kishida que não convenceu nada. Se a água que está sendo tratada pelo Sistema Avançado de Processamento de Líquidos (ALPS) da TEPCO for realmente segura, então Kishida deveria nadar nela. Alguns disseram que ficaram desapontados porque, não importa o quanto a indústria pesqueira seja contra o plano, eles acabarão sucumbindo ao governo japonês. 

Observadores contatados pelo Global Times disseram que o governo japonês provavelmente quebrará sua promessa de continuar com seu plano de despejo de águas residuais contaminadas por energia nuclear, independentemente da ampla oposição e preocupações. Eles enfatizaram que, como uma questão global que ultrapassa as fronteiras, o plano de dumping não deve continuar, pois não recebeu total compreensão e apoio das pessoas no país e no exterior.

Hideyuki Ban, um especialista nuclear japonês e co-diretor do Centro de Informação Nuclear dos Cidadãos (CNIC), disse ao Global Times no domingo que a indústria pesqueira sempre se opôs ao plano de despejo, pois quando a água radioativa é despejada, ela está fadada a têm um enorme impacto nas áreas de pesca em Fukushima e seus arredores.

No entanto, como pode ser visto pelas medidas atualmente tomadas pelo governo japonês, o Japão provavelmente quebrará seu compromisso, ignorará a oposição da indústria e forçará o plano de dumping, disse Hideyuki. 

Hideyuki disse: "Não podemos concordar com o plano e levaremos nossa oposição às ruas e pediremos mais assinaturas para se opor até impedirmos que isso aconteça."

Embora não saibamos se o governo japonês ajustará suas políticas durante o possível processo de dumping de 30 anos, no momento parece muito difícil impedir o governo de lançar sua operação de dumping devido à postura dura do governo, disse Hideyuki. 

Este movimento irresponsável de Tóquio causou pânico, antipatia, hesitação e suspeita entre os residentes nos países eregiões vizinhos do Japão , potencialmente levando a repercussões mais amplas para as indústrias do país além de frutos do mar. 

Algumas mães chinesas contatadas pelo Global Times disseram estar preocupadas com a forma como o planejado despejo de águas residuais contaminadas com energia nuclear afetaria os produtos para bebês que usam regularmente, que incluem, mas não se limitam a, fraldas descartáveis, mamadeiras, óleo corporal, pré-caminhantes e alimentos. Muitos disseram que comprariam produtos nacionais ou comprariam de países ocidentais.  

A indústria de cosméticos do Japão já foi duramente atingida no mercado chinês, um de seus maiores mercados no exterior. Várias empresas japonesas de cosméticos supostamente sofreram quedas nos preços das ações depois de aumentar a antipatia em relação ao plano de dumping, descobriram observadores.

Kazuteru Saionji, professor visitante da Universidade Higashinihon Kokusai, disse ao Global Times que, embora o acidente de contaminação nuclear tenha ocorrido no Japão, como lidar com a água contaminada por radiação é uma questão que transcende fronteiras e é um grande evento relacionado à segurança nacional do Japão, bem como de outros países. 

Kazuteru pediu uma investigação mais ampla, profunda e de longo prazo sobre a água contaminada em Fukushima e disse que o governo japonês precisa abordar as preocupações em casa e no exterior. "Apenas alcançar a 'segurança' em alguns dados, sem total compreensão e apoio em casa e no exterior, significa que a água contaminada por armas nucleares não deve ser despejada no mar sem ampla aprovação", disse Kazuteru. 

De acordo com relatos da mídia, os quatro principais partidos de oposição da Coreia do Sul - o Partido Democrático da Coreia, o Partido da Justiça, o Partido da Renda Básica e o Partido Progressista Unificado - juntamente com grupos cívicos e comunidades religiosas, apresentaram uma petição ao Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas Conselho (UNHRC) na semana passada, sobre o despejo de águas residuais contaminadas por armas nucleares no Japão, que viola os direitos humanos dos países vizinhos. 

Os quatro partidos da oposição manifestaram-se durante uma conferência de imprensa realizada no parlamento sul-coreano sobre a necessidade de a ONU avaliar o impacto nos países vizinhos dos planos de despejo ilegal do Japão, uma vez que as consequências se estendem para além das fronteiras da Coreia do Sul. A comunidade internacional deve ter um entendimento correto e deve responder ao plano unilateral e ilegal do Japão.

Imagem: A jogada perigosa do Japão. Ilustração:Liu Rui/GT

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

ÁGUA: QUEM DISSE QUE A HISTÓRIA ESTÁ ESCRITA?

Crônica de uma disputa inconclusa. O elemento mais essencial à vida deve ser garantido a todos ou reduzido a mercadoria? Há 13 anos, Assembleia da ONU fez sua escolha. Desde então, EUA e Europa a boicotam, pelo lucro de suas corporações

Riccardo Petrella* em Other News | Outras Palavras | Tradução: Marcos Montenegro | # Publicado em português do Brasil

Neste último 28 de julho, completaram-se treze anos da aprovação pela Assembleia Geral da ONU da histórica resolução que reconheceu como direitos humanos o acesso à água potável e ao esgotamento sanitário (DHAES). A resolução foi aprovada por 122 votos a favor — incluído o da representante do Brasil — nenhum voto contra e 41 abstenções.

Decorridos 13 anos, verifica-se que o Congresso Nacional ainda não introduziu na Constituição Federal explicitamente o reconhecimento destes direitos. Já aprovada no Senado, tramita na Câmara dos Deputados a PEC 6/2021 a qual inclui no artigo 5º da Constituição Federal que “é garantido a todos o acesso à água potável em quantidade adequada para possibilitar meios de vida, bem-estar e desenvolvimento socioeconômico”. No último dia 4 de julho, o deputado Pedro Campos (PSB-PE) apresentou na Comissão de Constituição e Justiça parecer pela admissibilidade desta e das Propostas de Emenda à Constituição nºs 258/2016, 430/2018 e 232/2019, apensadas.

Tramita também na Câmara Federal desde o ano passado o PL 1922/2022, subscrito por 44 deputados que então compunham a bancada de oposição ao governo Bolsonaro na Câmara, que altera a Lei nº 11.445/2007 (Lei Nacional do Saneamento Básico), para garantir o acesso à água potável e ao esgotamento sanitário como direitos humanos. Sua redação inicial, elaborada pelo Observatório dos Direitos à Água e ao Saneamento (Ondas), foi processada pelo, deputado Joseildo Ramos (PT-BA). Atualmente, o PL 1922 aguarda aprovação na Comissão de Defesa do Consumidor com parecer favorável do relator, deputado Paulo (“Paulão”) Fernando Santos (PT-AL).

Nas vésperas do aniversário da resolução da ONU, Ricardo Petrella, cientista político e economista italiano, reconhecido defensor da água como direito e bem público, publicou um apelo aos governos locais, alertando sobre as ameaças que interesses privados corporativos significam para a realização dos direitos humanos à água e ao esgotamento sanitário e a necessidade de mobilização para defendê-los. Ricardo Petrella propõe que o dia 28 de julho, aniversário da resolução da ONU seja adotado e comemorado como Dia do Direito Universal à Água.

Leia a seguir o artigo de Petrella, publicado em português no âmbito da cooperação entre Outras Palavras e o ONDAS. (Marcos Montenegro)

Apelo aos Municípios

O direito universal à água está à deriva: negado, esquecido e abandonado

Por Riccardo Petrella

Em memória de Alvaro Arvizu, ambientalista e defensor da água,
assassinado em 13 de junho de 2023 em Tlamanalco, no México. 

Sem surpresas 

No dia 28 de julho de 2023, não houve surpresas. Nenhum representante, nenhuma instituição do mundo ocidental dominante se referiu ao dia 28 de julho, dia da resolução da Assembleia Geral da ONU que proclama o direito universal à água potável e ao esgotamento sanitário. Em vez disso, desde 1993, o dia 22 de março tem sido celebrado com pompa e circunstância como o “Dia Mundial da Água”, proposto em 1992 pelo Banco Mundial para promover e difundir métodos comerciais, financeiros e tecnocráticos de gestão dos recursos hídricos no contexto da globalização da economia capitalista (1). A maioria dos 41 países que se opuseram à resolução da ONU eram países ocidentais e “ocidentalizados” (liderados pelos Estados Unidos, Reino Unido e seus aliados), entre os mais ricos e poderosos do mundo, enquanto quase todos os países que votaram a favor (122) são da África, Américas Central e do Sul e Ásia.(2) Os opositores rejeitaram a própria ideia de um direito universal à água porque, segundo eles, a resolução da ONU impunha obrigações ilimitadas e não especificadas aos Estados que, além disso, iam além da salvaguarda da soberania nacional sobre a “sua” água, seu recurso natural. (3)

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Portugal | O INFERNO MORA AQUI

Domingos de Andrade* | Jornal de Notícias | opinião

Os gritos. As correrias afogueadas. Os baldes de mão em mão e as mãos na cabeça. As chamas que se passeiam por entre as casas e que não poupam nada, nem roupa, nem carros, nem animais, nem projetos de vida, nem floresta. E as chamas que poupam, as que poupam, mas a lamber muros, a criar aflição a 200 metros de vidas construídas dentro de quatro paredes.

Por estes dias, como sempre, apesar da sombra violenta da tragédia de Pedrógão, banalizamos os relatos e as imagens de povoações inteiras deslocadas, e mal retemos os números avassaladores da área ardida, interrogando-nos sobre como é possível que, ano após ano, ainda haja alguma coisa para arder.

Mas há. Em hectares. Só na primeira semana de agosto, a área ardida mais do que duplicou. E a origem do mal não está na incapacidade ou capacidade dos bombeiros, nem no dispositivo de combate e nos meios disponibilizados.

O problema é mais fundo, acumula-se há décadas e revela a total ausência de verdadeiras políticas territoriais, transversal a vários governos, cujas grandes ideias não passam de promessas de amor profundo ao Interior - quando o abandono do Interior hoje começa no perímetro das grandes cidades - e de outras ideias para o ordenamento florestal cujos resultados são escassos.

Está tudo dito quando se olha para o incêndio que por estes dias devastou Castelo Branco, numa vasta mancha florestal que não ardia há 20 anos, mas onde nada foi feito para evitar que as chamas corressem naquela autoestrada de árvores.

Mais do que multas, de um cadastro forçado, são precisas iniciativas que possibilitem o repovoamento do país, que combatam as assimetrias regionais. E essas têm de passar pela criação de emprego, escolas condignas, saúde com qualidade e acessível a todos, a reconstrução de um modo de vida que se perdeu. Caso contrário, o que fica é um país cheio de acessos e de estradas para nenhures.

*Diretor-Geral Editorial

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

ESTAMOS A ESTURRICAR E OS DONOS DISTO TUDO FRESCOS NO AR CONDICIONADO

Odemira é quase sempre “vedeta” em abertura de telejornais, radiojornais e manchetes em jornais devido a muito más notícias. Ainda o foi insistentemente pela sua dedicação ao esclavagismo de imigrantes e também de cidadãos nacionais - no dizer constatado em Portugal e no estrangeiro. Uma vez mais, agora, é notícia péssima e muito triste como a do esclavagismo então demonstrado. Desta feita devido a fogo gigantesco por quase cinco dias se é que hoje o vão conseguir extinguir.

De Odemira, São Teotónio, o fogo caminhou quase livremente para Odeceixe e outras localidades limítrofes a norte e a sul, a leste e a oeste, até chegar ao Algarve mais profundo na Serra de Monchique. As temperaturas ambientes e o vento foram os comandantes do descalabro infernal do fogo, embora o empenho dos milhentos bombeiros e da Proteção Civil, das Autarquias e de imensos populares plebeus prejudicados e nem sequer pagos na labuta a modos  esclavagista que os governantes, políticos, doutores, engenheiros e empresários exploradores deste país estão habituados. Só por isso o assunto daria pano para mangas… Adiante.

Vem aí o Expresso Curto que trata do assunto a seu modo. Esse e outros temas serão abordados pelo trato da jornalista Isabel Leiria… Agora por isso: na região de Leiria também o fogo lavrou. Parece que foi fogo posto por pirómanos. E no Sul, Odemira (Baixo Alentejo) e no Algarve não terá sido também obra desses tais pirómanos? E os meios que falharam para dar conta dos fogos. Ah, o ministro dirá que não, ao contrário dos portugueses prejudicados e nem sequer pagos, vítimas das borlas do esclavagismo e de tratos de polé neste Portugal comprovadamente Pátria Madrasta dos descendentes de Aljubarrota e do 25 de Abril de 1974. O que fazer? Protestemos, revoltemo-nos. Pois.

Estamos a esturricar e os donos disto tudo mantêm-se frescos no ar condicionado.

É a vida. Diria o Papa, os papistas e seus antagónicos clérigos anafados nos corpos e nas contas bancárias. Pois e adiante.

O Curto a seguir. Eis o dito cujo… Vá ler.

MM | Redação PG

Cúpula da Amazónia: líderes de países amazónicos se reúnem em Belém

8 países assinam a Declaração de Belém e definem agenda comum para defesa do futuro do bioma

#Publicado em português do Brasil

Resumo:

- 8 países assinam a Declaração de Belém para cobrar países desenvolvidos, mas sem meta comum de desmatamento ou veto à exploração de petróleo

- Meta do governo Lula, o desmatamento zero até 2030 era considerado uma das principais pautas. Acordo deixa em aberto as responsabilidades

- Meta contra o desmatamento busca evitar ponto de não retorno, que poderia transformar a floresta em savana e gerar uma catástrofe ambiental

- O presidente da Colômbia tentou pressionar os vizinhos e pediu o fim da extração de petróleo na Amazônia, mas o pedido também não entrou no documento

- Líderes dos países amazônicos ainda voltam a se encontrar nesta quarta

8 países assinam a Declaração de Belém e definem agenda comum

Presidentes concordaram em criar uma Aliança Amazônica de Combate ao Desmatamento, mas não definiram uma meta comum. Cada país deve perseguir seus próprios objetivos: no Brasil, meta é zerar até 2030.

O veto à exploração de petróleo na Amazônia também não foi incluído no documento. Com isso, até agora o encontro não conseguiu gerar compromissos entre os países para diminuir o desmatamento. A aliança pode, entretanto, fortalecer a região na cobrança por contrapartidas de países desenvolvidos.

LER COMPLETO EM g1

CÚPULA DA AMAZÓNIA

Amorim, Brasil | Cartoon Movement

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

OS TIROS PORTUGUESES DO PAPA CONTRA PUTIN

Algumas questões importantes para Roma e para o mundo precisam ser respondidas quando o Papa Francisco, de 86 anos, lidera a Jornada Mundial da Juventude em Portugal .

Declan Hayes | Strategic Culture Fondation | # Traduzido em português do Brasil

Algumas questões importantes para Roma e para o mundo precisam ser respondidas quando o Papa Francisco, de 86 anos, lidera a Jornada Mundial da Juventude em Portugal . A primeira delas é se esse velho influenciador social argentino pode ajudar a mudar o mundo. Em uma idade em que a maioria dos outros, exceto Mitch McConnell (81), falso ativista dos direitos civis Joe Biden (80), Nancy Pelosi (83), Maxine Waters (84), Chuck Grassley (89), Dianne Feinstein (90) , Klaus Schwab (85), George Soros (92) e Henry Kissinger (100), que seguram o botão nuclear da América como um homem morto, estariam empurrando margaridas, o Papa parece tão determinado quanto qualquer outro usuário do TikTok a deixar sua marca tanto em Roma como no mundo.

Embora seja importante mudar os jovens para mudar o mundo , é de se perguntar se o Papa é o homem para fazer isso. Afinal, é improvável que ele se envolva com cerca de um milhão de crianças presentes neste evento e essas crianças, em qualquer caso, não fazem política.

A juventude é, claro, importante e é por isso que a CIA contratou a influenciadora de mídia social Greta Thunberg para dar um gás em seu golpe climático e por que, antes da escalada da guerra ucraniana, o Pentágono convocou os influenciadores de mídia social mais bem-sucedidos da América para obter eles para cantar na folha de hinos da CIA.

Para o Papa e outros influenciadores sociais, que estão à margem do poder, e não na sede do poder, é um jogo de números, uma esperança de que, dos milhões que se aglomeram em sua direção, alguns possam fazer a coisa certa e influenciar outros façam o mesmo. Se, por exemplo, o Papa conseguiu que um Messi, um Ronaldo ou um Mbappé o seguissem, imagine o bem que isso poderia fazer não só globalmente, mas também na Ucrânia, sobre a qual o Papa pontifica com a regularidade monótona de um relógio de cuco suíço.

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Portugal | VENHA Á FESTA… E O MUNDIAL DE 2030?

Filipe Garcia, editor-adjunto de Política | Expresso (curto)

Bom dia,

«O impacto dos eventos XXXX, o número de pessoas que assistem e as emoções que permitem vivenciar, fazem do XXX uma plataforma com um alcance e potencial único que não pode deixar de ser utilizado também com este objetivo». Adivinha sobre o que lhe vou falar? E o autor da frase, quer arriscar?

A frase é de António Costa, foi dita no passado mês de abril, no congresso da UEFA em Lisboa e os X não se referem a nada relacionado com religião ou com a Jornada Mundial da Juventude que, por estas horas, faz chegar a Lisboa o Papa Francisco. O assunto, em abril, era desporto e a candidatura de Portugal, na companhia de Ucrânia e Marrocos, a organizar o campeonato do Mundo de futebol de 2030.

Mas segure os impropérios e as injúrias que não venho aqui escrever sobre os paralelismos entre futebol e religião. Esses já por cá foram considerados dois dos três Fs do regime, e a aversão, a um e a outro por fações diferentes, é bem conhecida. Eu, respeitador de uma máxima que ensinada pela minha avó – “Muitas graças a Deus, poucas graças com Deus” – e devoto moderado da redondinha, não trago injúrias. Trago uma dúvida que me chegou, há uns dias, através do twitter de Miguel Poiares Maduro. Escrevia o social-democrata que esperava que “depois de terminarem as JMJ se gaste um 1/10 do tempo gasto atualmente a discutir as JMJ a discutir custos e benefícios de organizar o campeonato do mundo de futebol de 2030”.

Por estes dias, mais do que religião, discutimos contratos e os limites do estado laico, discutimos os milhões investidos por Estado central e autarquias, discutimos os exemplos anteriores – de Espanha onde o Governo apenas isentou de IVA os patrocinadores do evento em 2011 ao recorde australiano com mais de 70 milhões de euros públicos investidos em 2008 – e discutimos o retorno daquele que é o maior encontro de jovens católicos no Mundo. Sabemos todos que há coisas que não se contabilizam, que há realidade ao lado dos números e que esses podem ser encontrados para validar quase todos os argumentos. Agora, o momento é de festa, mas também de introspeção. Tenho duas dúvidas. A discussão não começou tarde? Queremos mesmo as festas todas?

Agora, com o Papa Francisco no ar a caminho de Lisboa, AQUI encontra tudo ao minuto sobre a Jornada Mundial da Juventude e não faltam reportagens sobre o primeiro dia.

"Reconciliação" e "periferia": o que as 41 viagens do Papa Francisco nos dizem sobre o seu pensamento político

Da “experiência inesquecível” ao “cansaço” acumulado, as emoções da fila da frente do primeiro dia de JMJ

Das 8h às 19h: o Expresso viaja com o Papa Francisco para Portugal, com políticos, oito discursos e um carro (fechado) no roteiro

Dia 2 da Jornada: estas são as restrições ao trânsito para esta quarta-feira

sábado, 29 de julho de 2023

SOCORRO, ESTAMOS A ARDER NO PLANETA EM "EBULIÇÃO"!

Enquanto a ONU adverte que “a era da ebulição global chegou”, Biden resiste em declarar uma emergência climática

Amy Goodman | Democracy Now | # Texto traduzido em português do Brasil

Convidados: David Wallace-Wells, escritor de opinião do New York Times e colunista da The New York Times Magazine; Dharna Noor, repórter de combustíveis fósseis e clima no The Guardian EUA.

Ver programa, vídeo em inglês

Julho está a caminho de ser o mês mais quente já registrado, e o impacto das altas temperaturas está sendo sentido em todo o mundo em enormes ondas de calor, incêndios florestais, inundações e muito mais. Na quinta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o mundo entrou na “era da ebulição global” e o presidente Joe Biden fez um importante discurso para revelar novas medidas para combater a crise, mas resistiu aos apelos para declarar uma emergência climática. David Wallace-Wells, escritor de opinião do The New York Times e colunista da The New York Times Magazine, diz que o mundo não está se movendo rápido o suficiente para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis, e até mesmo parte do progresso que foi feito é facilmente apagado por grandes incêndios florestais como os que estão queimando no Canadá agora. Também conversamos com Dharna Noor, repórter de combustíveis fósseis e clima do The Guardian US , que escreveu uma exposição sobre o “Projeto 2025”, um plano de direita para desmantelar políticas ambientais e muitas proteções regulatórias se um republicano assumir a Casa Branca na próxima eleição. Ela chama os redatores do documento de “quem é quem da extrema direita”.

AMY GOODMAN : Começamos o programa de hoje olhando para a crise climática enquanto os recordes de temperatura continuam a ser quebrados em todo o mundo. Na quinta-feira, a Organização Meteorológica Mundial anunciou que julho está a caminho de ser o mês mais quente já registrado na Terra. Aqui nos Estados Unidos, 170 milhões de pessoas estão em alerta de calor. Na quinta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o mundo entrou na era da “fervura global”.

SECRETÁRIO - GERAL ANTÓNIO GUTERRES : Para vastas partes da América do Norte, Ásia, África e Europa, é um verão cruel. Para todo o planeta, é um desastre. E para os cientistas, é inequívoco: os humanos são os culpados. Tudo isso é inteiramente consistente com previsões e avisos repetidos. A única surpresa é a velocidade da mudança.

A mudança climática está aqui, é aterrorizante e é apenas o começo. A era do aquecimento global terminou; a era da ebulição global chegou. O ar é irrespirável, o calor é insuportável e o nível de lucro dos combustíveis fósseis e a inação climática são inaceitáveis.

Os líderes devem liderar. Não há mais hesitação. Não há mais desculpas. Chega de esperar que os outros se movam primeiro. Simplesmente não há mais tempo para isso. Ainda é possível limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius e evitar o pior da mudança climática, mas apenas com uma ação climática dramática e imediata.

AMY GOODMAN : Aqui nos Estados Unidos, o presidente Biden divulgou novas medidas na quinta-feira para combater a crise, mas resistiu aos apelos para declarar uma emergência climática.

PRESIDENTE JOE BIDEN : Acho que ninguém mais pode negar o impacto da mudança climática. Costumava haver uma época, quando cheguei aqui, muitas pessoas diziam: “Ah, não tem problema”. Bem, eu não conheço ninguém – bem, eu não deveria dizer isso – eu não conheço ninguém que acredite honestamente que a mudança climática não é um problema sério.

Basta dar uma olhada nas enchentes históricas em Vermont e na Califórnia no início deste ano; secas e furacões cada vez mais frequentes e intensos; incêndios florestais espalhando uma névoa de fumaça por milhares de quilômetros, piorando a qualidade do ar. E temperaturas recordes – e quero dizer recordes – estão afetando mais de 100 milhões de americanos.

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