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sexta-feira, 7 de junho de 2024

Ucrânia inicia ataques em solo russo com armas dos EUA

Dois ataques na semana passada sugerem que o levantamento das restrições permitiu à Ucrânia uma defesa mais eficaz.

JohnT. Psaropoulos | Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

A Ucrânia pode ter percebido os primeiros benefícios de poder atacar o território russo com armas ocidentais na semana passada.

Nos dias 26 e 27 de maio , a França e a Alemanha afirmaram que estavam a permitir que a Ucrânia utilizasse as suas armas contra alvos em solo russo, na sequência da nova ofensiva da Rússia contra Kharkiv, em 10 de maio.

Fontes dos EUA disseram à imprensa em 30 de maio que os EUA estavam a permitir que a Ucrânia utilizasse as suas armas “para fins de contra-fogo em Kharkiv”.

Isso sugeria que a Ucrânia só estava autorizada a disparar contra uma posição de origem do fogo recebido, mas não a usar a sua inteligência para atingir preventivamente sistemas de armas e concentrações de tropas.

“Esta ambiguidade dos EUA perde uma oportunidade de dissuadir os preparativos russos para operações ofensivas noutros locais além da fronteira, no norte da Ucrânia”, afirmou o Instituto para o Estudo da Guerra, um grupo de reflexão com sede em Washington.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, relatou na semana passada concentrações de tropas ao norte da cidade ucraniana de Sumy.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

BLOG DE GAZA: Lutas ferozes em Rafah, Shejaiya | Massacres em Khan Yunis, Nuseirat

 As perdas militares israelenses continuam – DIA 70

Os combates ferozes entre a resistência palestina e as forças invasoras israelenses continuaram no bairro de Shejaiya, a leste de Gaza, enquanto aviões de guerra israelenses realizavam novos massacres no centro e no sul de Gaza.

Por equipe do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

Mais soldados israelitas foram alegadamente mortos e feridos em novas batalhas, à medida que Washington renovava o seu apoio à guerra de Israel.

ULTIMAS ATUALIZAÇÕES:

Sexta-feira, 15 de dezembro, 17h30 (GMT+3)

DECLARAÇÃO SAUDITA-IRANIANA-CHINESA: Uma declaração saudita-iraniana-chinesa expressou preocupação com a situação contínua na Faixa de Gaza como uma ameaça à segurança e à paz na região. A declaração conjunta sublinhou “a necessidade de parar imediatamente as operações militares na Faixa”.

AL-JAZEERA: Foram relatadas explosões ao sul da cidade ocupada de Jerusalém como resultado de interceptações de mísseis lançados da Faixa de Gaza.

CORRESPONDENTE DA CRÔNICA DA PALESTINA:

Um palestino foi morto no bombardeio de um apartamento residencial na casa da família Masoud, na Praça Shawa, no bairro de Daraj, em Gaza.

Vários palestinos foram mortos e feridos quando aviões israelenses bombardearam duas casas na rua Al-Mughrabi, no bairro Al-Sabra, na cidade de Gaza.

Bombardeio aéreo e de artilharia renovado em várias áreas a leste e ao norte de Khan Yunis.

ESCRITÓRIO DE MÍDIA DO GOVERNO: O exército de ocupação atacou deliberadamente a tripulação do canal Al Jazeera pela quarta vez consecutiva, num crime completo que viola o direito internacional.

AL-JAZEERA: Explosões perto da escola Farhana, em Khan Yunis, onde o cinegrafista palestino ferido, Samer Abu Daqqa, ainda está caído no chão, como resultado de fragmentos de um míssil disparado por um avião de reconhecimento israelense.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

É hora de os EUA considerarem a sobrevivência do Hamas em Gaza

Sete semanas de guerra e uma trégua demonstraram que Israel não está nem perto do seu objectivo declarado de eliminar o Hamas.

Samer Badawi* | Al Jazeera | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Três dias após o início da trégua de quatro dias entre Israel e o Hamas, o acordo parece manter-se e fala-se mesmo na sua prorrogação. Até segunda-feira, 50 mulheres e crianças israelitas deverão ter sido trocadas por 150 mulheres e crianças palestinianas, com mediadores insinuando que o acordo poderia continuar por mais alguns dias através da mesma fórmula.

Embora as condições da trégua se assemelhem às semelhantes apresentadas pelos mediadores do Qatar nas últimas semanas, o gabinete de guerra de Israel insistiu que foi o resultado da pressão militar que exerceu sobre o Hamas. Mas há apenas algumas semanas, o governo prometeu libertar os seus reféns pela força.

Ao concordar com os termos da libertação, Israel demonstrou que pode, de facto, negociar com o Hamas, admitindo tacitamente que não está mais perto de erradicar um grupo que se tornou, literalmente, clandestino. Na verdade, ao devastar grande parte da Cidade de Gaza e, com ela, as instituições de governação do Hamas, as acções de Israel apenas tornaram o grupo mais evasivo.

Isso ficou claro pelo cerco e ataque do exército israelita ao Hospital al-Shifa de Gaza, que não conseguiu produzir provas conclusivas de que ali existia um centro de comando operado pelo Hamas, como tinha alegado. Em vez disso, a operação contra al-Shifa, que foi, na melhor das hipóteses, anticlimática, somou-se ao crescente cepticismo de que Israel, com o apoio americano, possa arrancar o Hamas de Gaza.

É tempo de esta realidade ser reconhecida nos corredores do poder em Washington. A administração Biden deve abandonar a retórica irrealista israelita sobre “acabar com o Hamas” e abraçar uma solução política mais viável que tenha em conta a sobrevivência do movimento.

sábado, 25 de novembro de 2023

Telavive boicota reunião de países da UE e mais 15 do Mediterrâneo em Barcelona

Israel lamenta "a mudança de agenda original" do fórum da UpM, que deveria ser "uma plataforma prática para fomentar a cooperação entre diferentes países em benefício de todos os povos do Mediterrâneo".

Os chefes da diplomacia dos 27 membros da União Europeia, de outros 15 países mediterrânicos e da Comissão Europeia debatem na segunda-feira em Barcelona a situação no Médio Oriente, com a presença da Autoridade Palestiniana, mas sem Israel.

Trata-se do oitavo Fórum Regional da União pelo Mediterrâneo, um encontro dos países que integram esta organização intergovernamental ao nível de ministros dos Negócios Estrangeiros, incluindo o chefe da diplomacia portuguesa João Gomes Cravinho.

Israel e a Autoridade Palestiniana fazem parte da União pelo Mediterrâneo (UpM), mas Telavive cancelou na sexta-feira a presença em Barcelona.

A UpM revelou na quinta-feira, num comunicado, que apesar de a agenda inicial do fórum ter como foco o 15.º aniversário da organização "e as reformas em curso", os ministros vão afinal "debater a situação crítica em Israel e em Gaza-Palestina, assim como as consequências na região".

"O fórum é a oportunidade para um intercâmbio entre todos os membros sobre a situação dramática no terreno e o caminho a seguir", defendeu a UpM.

Poucas horas depois, fontes do Governo israelita disseram a meios de comunicação espanhóis que Israel não vai ao encontro anual de ministros da UpM em Barcelona. Em paralelo, a Autoridade Palestiniana confirmou que vai estar presente.

Israel lamentou "a mudança de agenda original" do fórum da UpM, que deveria ser "uma plataforma prática para fomentar a cooperação entre diferentes países em benefício de todos os povos do Mediterrâneo".

As mudanças "prejudicam o propósito da UpM e correm o risco de a transformar noutro fórum internacional em que os países árabes criticam Israel", disseram as fontes de Telavive, citadas pela agência Europa Press.

O boicote de Telavive frusta o objetivo do Governo espanhol de fazer da UpM e do encontro de segunda-feira uma plataforma de diálogo e de aproximação entre Israel e os países árabes, incluindo a autoridades palestiniana.

Em 17 de outubro, dias depois do início da guerra em Gaza na sequência do ataque do grupo islamita radical Hamas a Israel, o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, propôs ao Conselho Europeu fazer da UpM essa plataforma de diálogo entre várias partes, com o argumento de que israelitas, palestinianos e outros países europeus e árabes têm assento neste fórum em igualdade de condições.

"Tanto os europeus como os árabes se sentam em volta da mesa. É, no nosso entender, uma boa oportunidade para ser aproveitada", disse Sánchez.

A decisão de Israel não estar em Barcelona coincidiu também com a visita de Sánchez, em conjunto com o homólogo da Bélgica, Alexander de Croo, na quinta e na sexta-feira, ao Médio Oriente, durante a qual ambos fizeram declarações que o Governo de Telavive considerou de "apoio ao terrorismo" do Hamas.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, segundo um comunicado do Governo de Telavive, "condenou energicamente" as declarações de Sánchez e de Croo, por considerar que não atribuíram ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza, "toda a responsabilidade pelos crimes contra a humanidade que perpetuou: massacrar cidadãos israelitas e usar os palestinianos como escudos humanos".

Numa conferência de imprensa na sexta-feira em Rafah, no Egito, na fronteira com Gaza, Sánchez e de Croo pediram a libertação dos reféns israelitas por parte do Hamas, mas voltaram a criticar, e repetidamente, Israel pelo desrespeito pelo direito internacional e a morte de "demasiados civis" palestinianos, incluindo milhares de crianças, na operação militar israelita das últimas semanas naquele território.

"Penso firmemente que temos de fazer um apelo a Israel para que cumpra com as suas obrigações em matéria de direito internacional", disse Pedro Sánchez, que usou expressões como "matança indiscriminada de civis inocentes" em Gaza.

O primeiro-ministro belga, por seu turno, disse que foi à região com Sánchez com uma "mensagem de solidariedade e de humanidade", afirmou que do outro lado da fronteira onde se encontravam, no território palestiniano, "perderam a vida demasiados civis" e considerou que "a destruição de Gaza é inaceitável".

Tanto Sánchez como De Croo realçaram que condenam o ataque do Hamas de 7 de outubro e que Israel tem o legítimo direito de se defender no quadro das leis internacionais.

Fazem parte da UpM 43 países - os 27 da UE e mais 17 estados mediterrânicos da Europa, do Norte de África e do Médio Oriente, incluindo a Palestina, não reconhecido oficialmente como estado por todos os restantes.

O Fórum Regional da UpM, um encontro de ministros dos Negócios Estrangeiros (MNE), realiza-se anualmente em Barcelona e é co-presidido pelo chefe da diplomacia da UE, o espanhol Josep Borrell, e pelo ministro da Jordânia Ayman Safadi.

A UpM foi criada em 2008 e é herdeira da Conferência Euro-mediterrânica, fundada em 2015 e conhecida como "processo de Barcelona", tendo como objetivo fomentar a cooperação na região euro-mediterrânica.

TSF | Lusa

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Diplomacia espanhola convoca embaixadora israelita após críticas a Pedro Sánchez

Bélgica também declarou que planeia reconhecer o estado da Palestina. E a União Europeia? Pedro Sánchez, sobre a situação na Faixa de Gaza, quando condenou a morte de civis por parte do exército israelita, o que foi secundado pelo homólogo belga, Alexander de Croo. (PG)

Israel acusou primeiro-ministro espanhol de apoiar o terrorismo por defender a possibilidade de reconhecimento unilateral do Estado palestiniano.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol convocou esta sexta-feira a embaixadora israelita em Espanha, na sequência das acusações de Israel de que o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, apoia o terrorismo ao defender a possibilidade de reconhecimento unilateral do Estado palestiniano.

A convocação da embaixadora de Israel em Espanha, Rodrica Radian-Gordon, confirmada à agência Efe por fontes diplomáticas, ocorre em resposta ao Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita que, ao início da tarde chamou os embaixadores de Espanha e Bélgica, devido às declarações no Egito do chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, e do primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, que considerou "apoio ao terrorismo".

O ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, respondeu que estas acusações são "totalmente falsas e inaceitáveis" e garantiu que Espanha daria uma resposta cabal.

Para Albares, as acusações do Governo israelita "são especialmente graves" porque são dirigidas contra o atual presidente da União Europeia (UE) e o primeiro-ministro do país que ocupará a presidência da UE a partir de 01 de janeiro.

O ministro lembrou que, desde 07 de outubro, o líder do Governo, Pedro Sánchez "não hesitou em condenar o ataque terrorista do Hamas e deixar bem claro que não representa o povo palestiniano e é apenas uma organização terrorista".

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

45% das pessoas de ascendência africana enfrentam racismo

Quase metade das pessoas de ascendência africana na União Europeia enfrentam racismo, discriminação e crimes de ódio na sua vida quotidiana, denuncia a Agência para os Direitos Fundamentais, num relatório hoje divulgado.

Segundo a análise da agência da UE, 45% das pessoas de ascendência africana que vivem no espaço comunitário dizem ter sido vítimas de discriminação racial nos últimos cinco anos, o que representa um aumento em relação ao último relatório feito pela agência, em 2016, quando a percentagem era de 39%.

Os países onde as pessoas mais sentem discriminação social são a Alemanha e a Áustria, nos quais o número de inquiridos que admitiu ser alvo de comportamentos racistas ultrapassa os 70%.

No entanto, alerta a Agência para os Direitos Fundamentais (FRA), a discriminação "permanece invisível", uma vez que apenas 9% a denunciam.

De acordo com os mesmos dados, as mulheres jovens, as pessoas com educação superior e as que usam vestuário religioso são as mais suscetíveis a serem vítimas de discriminação racial, que as afeta sobretudo quando procuram trabalho ou alojamento.

Entre os inquiridos, cerca de um terço (34%) disse ter sido alvo de discriminação racial ao procurar emprego e 31% afirmam ter sido discriminados no próprio local de trabalho.

Além disso, em comparação com a população em geral, "é mais provável que tenham apenas contratos temporários e que sejam demasiado qualificados" para o trabalho que executam, adianta o relatório.

Risco de pobreza

Mais recentemente, o aumento da inflação e do custo de vida colocou mais pessoas de ascendência africana em maior risco de pobreza, em comparação com a população em geral.

"Cerca de 33% enfrentam dificuldades para fazer face às despesas quotidianas e 14% não têm dinheiro para aquecer as suas casas, em comparação com 18% e 7% da população em geral", refere a FRA, acrescentando que, para os cidadãos da UE de ascendência africana, encontrar um local para viver é mais difícil do que para a população em geral.

Ao tentar encontrar alojamento, destaca ainda a FRA, "31% dos inquiridos afirmaram ter sido vítimas de discriminação racial”, uma tendência em crescimento desde 2016.

"É chocante constatar que não houve melhorias desde o nosso último inquérito, em 2016. Pelo contrário, as pessoas de ascendência africana enfrentam cada vez mais discriminação apenas por causa da cor da pele", lamenta o diretor da FRA, Michael O'Flaherty, citado no relatório.

"O racismo e a discriminação não devem ter lugar nas nossas sociedades. A UE e os seus Estados-membros devem utilizar estas conclusões para direcionar melhor os seus esforços e garantir que também as pessoas de ascendência africana possam usufruir dos seus direitos livremente, sem racismo ou discriminação", conclui o responsável.

O documento da FRA analisou as respostas de mais de 6.700 pessoas de ascendência africana que vivem em 13 países da UE: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Polónia, Portugal e Suécia.

Deutsche Welle | Lusa

Guerra de propaganda: Mentiras pró-Israel assediam notas da comunidade no Twitter (X)


Alan Macleod* | Mint Press News | # Traduzido em português do Brasil

GASTANDO MILHÕES PARA ENCOBRIR MASSACRES 

Desde 7 de Outubro, Israel inundou o YouTube com anúncios, tendo o seu Ministério dos Negócios Estrangeiros gasto quase 7,1 milhões de dólares em anúncios nas duas semanas seguintes à incursão do Hamas. Segundo a jornalista Sophia Smith Galer , isso equivale a quase um bilhão de impressões.

Com a sua campanha, o governo israelita concentrou-se esmagadoramente nas nações ocidentais ricas, sendo os seus principais alvos a França, a Alemanha, o Reino Unido, a Bélgica e os Estados Unidos. Só em França, o ministério gastou 3,8 milhões de dólares. Outros ramos do governo israelita, sem dúvida, também gastaram dinheiro em anúncios. A mensagem esmagadora da campanha foi que o Hamas é um grupo de terroristas ligados ao ISIS e que Israel – uma democracia moderna e secular – está a defender-se da agressão estrangeira.

Grande parte do conteúdo violava flagrantemente os termos de serviço do YouTube, incluindo uma série de anúncios com fotos sangrentas de cadáveres. Outro anúncio que chamou a atenção do público foi veiculado antes de vídeos direcionados a bebês. Em meio a uma cena de arco-íris rosa e música suave, aparece um texto dizendo:

Sabemos que seu filho não consegue ler isso. Temos uma mensagem importante para transmitir a vocês, pais. 40 crianças foram assassinadas em Israel pelos terroristas do Hamas (ISIS). Assim como você faria tudo pelo seu filho, nós faremos tudo para proteger o nosso. Agora abrace seu bebê e fique conosco.”

Quase todas as opiniões do Ministério das Relações Exteriores são inorgânicas. A maioria de seus uploads no YouTube obtém apenas algumas centenas de visualizações. Mas aqueles selecionados como anúncios têm centenas de milhares ou até milhões de visualizações.

A campanha de Israel no YouTube foi acompanhada por tentativas expansivas de controlar o debate público noutras plataformas de redes sociais. Em apenas uma semana, o Ministério das Relações Exteriores veiculou 30 anúncios vistos mais de 4 milhões de vezes no Twitter. Tal como acontece com o YouTube, os dados analíticos mostram que eles visavam excessivamente os adultos da Europa Ocidental.

Um anúncio continha as palavras “ISIS” e “Hamas”, mostrando imagens perturbadoras que gradualmente se aceleraram até que os nomes dos dois grupos se fundiram num só. Caso a mensagem não fosse suficientemente clara, terminava com a mensagem: “O mundo derrotou o ISIS. O mundo derrotará o Hamas.”

O Ministério das Relações Exteriores também comprou um grande número de anúncios no Facebook, Instagram, jogos para celular e aplicativos como o treinador de idiomas Duolingo.

quarta-feira, 12 de julho de 2023

França: CRISE DA CIVILIZAÇÃO BURGUESA POSTA A NU

Manuel Raposo [*]

Quem não queira confundir o rastilho com a pólvora percebe que os motins dos últimos dias em França não têm propriamente a ver com com o assassinato do jovem Nahel Merzouk às mãos da polícia — de que apenas são o efeito imediato —, mas radicam num profundo apodrecimento da sociedade francesa. As suas marcas são o racismo, a desigualdade económica, a repressão que atingem sobretudo os franceses de segunda e os imigrantes.

Some-se a isto o marasmo económico e a decadência do sistema de poder, ferindo todas as classes trabalhadoras e boa parte das classes médias, e teremos um quadro do barril de pólvora sobre o qual se vive.

As novas gerações que agora vêm para a rua protestar, por todos os meios, contra o assassinato de um dos seus já interiorizaram a certeza de que vão viver toda a vida pior ainda que os seus pais, e que o sistema social em que vegetam não tem nada mais para lhes oferecer do que uma pauperização crescente. E sabem também que qualquer protesto seu contra as desigualdades e as injustiças tem forte probabilidade de ser tratado com cargas policiais e com acusações de sedição.

Os milhares de jovens e adolescentes, alguns quase crianças, que atacam lojas, bancos, carros e símbolos do poder, como sedes de câmaras municipais e autarcas, dão sinal de um ódio de classe acumulado, de uma aversão instintiva ao sistema social, que a moralidade das autoridades não consegue entender. Dizer que “São criminosos, ponto” — como disse o finório António Lobo Xavier, administrador de uma dezena de empresas e conselheiro de Estado — é repetir a bacorada atribuída a Marie Antoinette de mandar o povo comer brioche já que não havia pão. É a sociedade, a vossa sociedade que está podre, estúpidos!

Comentadores obtusos, mandatados para denegrir o movimento, apontam os assaltos às lojas dos bairros chiques como sinal de um aproveitamento oportunista da parte dos manifestantes. Achariam, certamente, que seria mais “honesto” os manifestantes roubarem lojas de pobres e artigos de quinta categoria como os que têm nos seus bairros. Não percebem que uma sociedade que promove o luxo, a ostentação e a futilidade como modelos e depois nega à maioria da sua população o acesso aos bens correspondentes, e em muitos casos os próprios bens básicos da vida — não percebem que uma tal sociedade está condenada, por isso mesmo, a ser virada do avesso pelos que hoje estão por baixo.

Os protestos — não por acaso, mas por um sentimento de causa comum — estenderam-se da origem, em Nanterre e Paris, a várias outras cidades de França, de norte a sul, entre elas Tours, Nantes, Lyon, Pau, Marselha, e mesmo à ilha de Reunião no oceano Índico. Em várias delas, como Marselha, as comunidades de origem magrebina e a imigração têm forte peso e sentem muito bem o que é discriminação, pobreza e injustiça.

domingo, 4 de junho de 2023

O CRESCENTE CUSTO DA GUERRA SOBRE OS NOSSOS OMBROS

Manlio Dinucci*

Por enquanto, a guerra ucraniana ainda não se transformou em Terceira Guerra Mundial. Os Ocidentais limitam-se a pagar o conflito sem o sofrer em suas próprias casas. No entanto o custo desta guerra não cessa de aumentar.

O giro europeu à Itália, Alemanha, França e Grã-Bretanha, Zelensky recolheu outros milhares de milhão (bilhões-br) de euros e libras em ajuda militar. Mas isso não é suficiente. Agora ele anuncia que em breve uma coligação (coalizão-br) de países europeus fornecerá a Kiev caças-bombardeiros para uso contra a Rússia. Entre eles, poderiam estar os Tornados italianos com capacidade de ataque, mesmo nuclear, voando a baixíssimas altitudes para escapar aos radares inimigos. A Itália é agora um país beligerante: um grande exercício de «reação rápida» da OTAN acaba de acontecer na Sardenha com a participação de mais de 2.000 soldados da Alemanha, Bélgica, Holanda, Noruega e Letónia. Como país anfitrião, a Itália, forneceu também apoio logístico. Este exercício de guerra, no entanto, não ocorreu sob o comando italiano, mas sob o comando norte-americano.

Tudo isso leva a uma crescente despesa militar. A da Europa cresceu em 2022 13% em relação ao ano anterior, registando o maior aumento em 30 anos a esta parte. A despesa militar anual da Itália subiu, em 2022, a mais de € 30 mil milhões de euros, ou seja, uma média de mais de € 80 milhões de euros por dia. Segundo o compromisso com a OTAN, a Itália deve levar a sua despesa militar a uma média de mais de 100 milhões de euros por dia. Esta crescente sangria de dinheiro público para financiar a guerra agrava a situação da grande maioria da população. O custo de vida cresceu mais de 8% num ano, sobretudo devido ao aumento dos preços energéticos provocado pela estratégia OTAN-UE de bloquear o fornecimento de energia russa aos países da União Europeia.

sábado, 8 de abril de 2023

Angola | CABINDA A COBIÇADA E SUA DEFESA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

No início de 1975 Agostinho Neto denunciou manobras políticas e militares que visavam anexar Cabinda à República do Zaire (RDC). O líder do MPLA disse que a província estava a ser cobiçada pelos inimigos de Angola. E mais uma vez lembrou às autoridades portuguesas que tinham a responsabilidade de defender as fronteiras e a integridade do território. Como foi feito em Novembro de 1974, quando tropas zairenses escondidas na Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC) tentaram tomar o poder, com o auxílio do governador e comandante militar português, brigadeiro Temudo Barata.

NO dia 22 de Outubro de 1974, o MPLA e o MFA (quarto movimento de libertação de Angola) assinaram um cessar-fogo em Cabinda. Os oficiais da CIA e Mobutu desvalorizaram este acontecimento porque Temudo Barata tinha garantido que a província (então distrito) seria anexada ao Zaire. Enganaram-se. Combatentes do MPLA e do MFA, em Novembro de 1974, acabaram com a aventura secessionista. Prenderam o governador e comandante militar mais os seus oficiais. Foram expulsos do território. E as autoridades portuguesas assinaram um documento no qual se comprometeram a ilegalizar a FLEC. O que foi cumprido. 

O Doutor Lucas Ngonda disse à TPA que Mobutu não gostava de Holden Roberto porque o líder da FNLA não colaborou com o ditador para ocupar Cabinda já que “O Zaire não tinha acesso ao mar e precisava daquele território”. Falsificação grosseira. Na sequência da Conferência de Berlim, a França “roubou” a Portugal o porto de Ponta Negra. A Bélgica também debicou o seu pedaço mas não tudo o que queria. As grandes potências europeias pediram a Portugal para ceder ao rei belga (o então Estado Livro do Congo era sua propriedade pessoal…) uma parcela que permitisse o acesso ao mar. E isso foi feito. Os belgas ficaram com os portos de Banana, Boma e Matadi que pertenciam à colónia de Angola.

Mais território já não ficou de borla. Bruxelas e Lisboa assinaram o Tratado de Loanda segundo o qual Portugal cedeu à Bélgica o vale do rio Mpozo e a Bélgica transferiu para a soberania portuguesa a chamada Bota do Dilolo: Todo o território da Lunda até ao Cazombo. De facto tem uma forma de bota alta. 

Senhor Doutor Lucas Ngonda. Mobutu já tinha uma saída para o mar à custa de Angola. E a cedência do Vale do Mpozo fez de Cabinda um enclave. Convêm não falsificar a História de Angola. E é preciso saber do que se fala. Porque a FNLA ajudou Mobutu na tentativa de anexar Cabinda. Na Grande Batalha do Ntó os invasores estrangeiros traziam tropas do ELNA! Falharam. Foram estrondosamente derrotados. 

terça-feira, 16 de agosto de 2022

MPLA PEDE VOTO DOS ANGOLANOS NA DIÁSPORA

Pedro Teta, membro do Bureau Político do MPLA, teve, esta segunda-feira, em Bruxelas, um encontro com a comunidade angolana residente na Bélgica, a quem pediu o voto no dia 24 deste mês, para que o partido e o Presidente João Lourenço continuem com o seu projecto de governação.

De acordo com uma fonte do Jornal de Angola, Teta teve um encontro com centenas de angolanos radicados na Bélgica, entre os quais membros do Comité do MPLA em Bruxelas. Sublinhou que Angola precisa de todos os seus filhos, independentemente da filiação partidária, para o desenvolvimento socioeconómico do país.

Considerou que os angolanos que, por alguma razão, estão na diáspora são tão importantes e têm os mesmos direitos e oportunidades como os que vivem em Angola. O também professor universitário disse ser por isso que o partido alterou a Constituição, o que permitiu que, pela primeira vez na história da democracia angolana, os cidadãos na diáspora participem nas eleições.

Reconheceu, entretanto, que se trata de uma experiência nova e que os próximos pleitos serão melhores e abrangentes a toda a diáspora. 

Segundo Pedro Teta, os conhecimentos adquiridos em termos de capacidades técnico-científicas pelos angolanos na diáspora são importantes para o desenvolvimento socioeconómico do país. "O MPLA conta com toda a comunidade na diáspora, pois são filhos de Angola e o país tem os braços abertos para recebê-los", referiu.

Disse ser preciso dar outra oportunidade ao MPLA, liderado por João Lourenço e que praticamente apenas governou dois dos cinco anos do mandato que termina, pois, pelo caminho, encontrou muitos obstáculos, como a própria conjuntura internacional, marcada pela crise económica e depois pelo surgimento da pandemia da Covid-19.

Jornal de Angola

sábado, 2 de julho de 2022

OS ASSASSINOS DE LUMUMBA E A MORTE DO JORNALISMO

Artur Queiroz*, Luanda

Hoje o que restava do nosso Patrice Lumumba, um dente, foi enterrado na sua pátria. Os colonialistas belgas fizeram-nos esse favor. Devemos ajoelhar-nos a seus pés por permitirem que um líder africano repouse entre a sua gente. Como o meu negócio não é ossadas (isso é com o sinistro Francisco) vou recordar como ele foi morto.

Mobutu, apoiado pelos belgas e por Washington, comandou um golpe de estado que depôs o então primeiro-ministro Patrice Lumumba. Esteve apenas 12 semanas no cargo. Ficou sob custódia de Capacetes Azuis da ONU. Ao tentar fugir dos seus captores, foi preso e torturado em Stanleyville. Depois foi levado para Lubumbashi e em Janeiro de 1961 foi fuzilado às ordens directas dos governos da Bélgica, EUA e, soube-se mais tarde, do Reino Unido. 

No ano de 2000, uma comissão parlamentar belga concluiu que o governo da Bélgica teve culpa e a responsabilidade moral na morte de Patrice Lumumba. Em 2007, após a desclassificação de documentos secretos da CIA, o governo dos EUA reconheceu que o país se envolveu na destituição de Patrice Lumumba e na sua morte. Em 2013, foram revelados documentos que provam o envolvimento do governo do Reino Unido na deposição e assassinato de Patrice Lumumba. 

Hoje, foi enterrada uma caixinha azul com um dente de Patrice Lumumba. Um polícia belga, após o fuzilamento, arrancou-lhe o dente e guardou-o como recordação. O corpo, segundo afirmou o mesmo polícia belga, foi dissolvido em ácido e dele nada restou. EUA, Reino Unido e Bélgica são as maiores democracias do mundo. Sigam-lhes o exemplo.

O jornal “Expresso”, especialista em notícias falsas, publicou um texto do seu correspondente em Luanda, Gustavo Costa, que diz o seguinte: “As autoridades angolanas estão já a preparar o funeral de José Eduardo dos Santos. No entanto, as filhas do ex-presidente de Angola não querem que se realize em Luanda”.

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